— Então aceitam a minha oferta? - Remo perguntou. - Os seis poderão ser sete? Não acredito que Dumbledore desaprovasse, afinal foi ele que me nomeou professor de Artes das Trevas. E confesso creio que estamos enfrentando uma magia que muitos de nós jamais encontraram ou imaginaram existir.
Nós nos entreolhamos.
— Só para deixar bem claro. - Harry falou. - Você quer deixar Tonks na casa dos pais e nos acompanhar? - Harry perguntou.
— Tonks estará perfeitamente segura, eles cuidarão dela. Harry tenho certeza que Tiago iria querer que eu estivesse ao seu lado.
— Bem eu não. Tenho certeza que o meu pai iria querer saber por que você não vai ficar ao lado do seu próprio filho. - Harry respondeu e Remo ficou pálido.
— Você não entende.
— Explique então.
— Cometi um grande erro me casando com Tonks. Agi contrariando o meu bom-senso e tenho me arrependido muito desde então.
— Entendo então você vai simplesmente abandonar a moça e o filho e fugir conosco?
— Vai fazer como meu pai, deixar minha mãe em segurança? Cometer o mesmo erro que ele? - Kate perguntou.
Remo se colocou em pé derrubando a cadeira.
— Vocês não entendem o que fiz a minha mulher e ao meu filho que vai nascer? Eu jamais devia ter me casado com Tonks, eu a transformei em uma paria! - Ele chutou a cadeira. - Você ate hoje só me viu na Ordem, ou sob a proteção de Dumbledore em Hogwarts! Você não sabe como a maioria do mundo bruxo encara as criaturas como eu! Quando descobrirem a minha desgraça, nem conseguem mais falar comigo! Você não percebe o que fiz? Ate a família dela se desgostou com o casamento, que pais querem ver a única filha casada com um lobisomem?
— Que se dane o que a família dela quer ou acha. - Steph falou pela primeira vez desde que tudo isso começou. - Aquela garota ama você. Ela lutou por você. Ela sofreu por você. Agora que ela conseguiu tudo que queria você vai simplesmente virar as costas?
— A minha espécie normalmente não procria! Ele será como eu, estou convencido. Como poderei me perdoar quando conscientemente corri o risco de transmitir a minha deficiência a uma criança inocente? E se por milagre ela não for como eu, então estará melhor, mil vezes melhor sem um pai do qual sempre se envergonhará!
— Remo. - Hermione sussurrou. - Não diga isso como uma criança poderia ter vergonha de você?
— Ah não sei Hermione. - Harry falou. - Eu teria vergonha dele. - O encarei surpresa. - Se o novo regime acha que os que nasceram trouxas são criminosos, o que fará com um mestiço de lobisomem cujo o pai pertenceu a Ordem? Meu pai morreu para proteger a mim e a minha mãe e você acha que ele lhe diria para abandonar seu filho e nos acompanhar em uma aventura?
— Chega! - Gritei me colocando na frente de todos. - Remo Licantropia se passa por infecção não pelo DNA.
— Como pode ter certeza?
Meu coração estava bombeando tão forte.
— Por que eu sou uma veela, não herdei sua licantropia, pai. - Murmurei o encarando.
Seus olhos arregalaram e todos ficaram me encarando ate mesmo as meninas.
— Você... Mas...
Virei para os outros e respirei fundo.
— Podem nos deixar a sós? - Eles saíram rapidamente enquanto puxavam Harry e Steph que continuavam furiosos.
— Serena...
— Ela te amou a vida toda ate morrer. Foi o único homem que ela amou de verdade. Você não lembra. Você bebeu, era a primeira vez que você fazia algo assim. Se divertir sem pensar no amanha ou nas consequências. Ela... Era louca por você. Estava bêbada tambem é claro. Pela primeira vez o charme veela surtiu efeito. Foi uma noite. Só uma noite. Ela levou essa noite nas memorias para sempre. Ela me disse que não machucou quando descobriu que você não lembrava, ela não queria estragar a amizade que tinham e sabia que você ficaria paranoico. E quando os sintomas da gravidez apareceram ela resolveu que não contaria nada.
— Por que?
— Ora por que você surtaria como esta surtando agora. Ficaria mil vezes mais paranoico com relação ao bebe. E ela não queria que você tivesse algum tipo de dever, sabe. Não queria que você pensasse em ficar com ela por causa da gravidez. Ela guardou para si esse segredo, as únicas pessoas que sabem foram enterradas com ele. Minha mãe e meu avô.
— Dumbledore sabia?
— Sabia. Ela pediu segredo e mesmo contra a vontade ele aceitou não contar nada. Quando cresci ela contou para mim a verdade.
— Você sentiu vergonha?
— É claro que não. Você não escolheu ser assim. Não tem culpa. E o principal você é bom, Remo. Senti orgulho de você. Muito. Mas no momento estou desapontada e ela tambem estaria. Tonks é seu bilhete premiado. Você esta tendo a chance que eles não tiveram. Não jogue a oportunidade no lixo. Volte para ela. Cuide e a proteja, por favor. - Ele assentiu e eu o abracei sentindo lagrimas molharem meu rosto. - Obrigada. - Me afastei dele. - Você precisa voltar. Diga aos outros que estamos bem. E por favor, diga aos Diggory que se protejam.
— Eu cuidarei de Cedrico. - Ele murmurou e eu sorri.
— Amo você, pai. - Beijei sua bochecha e sai da cozinha.
Subi as escadas, mas parei para olhar para trás onde o vi me olhando antes de sair e fechar a porta.
Encontrei os outros na sala.
— E o Lupin? - Harry perguntou.
— Ele voltou para casa. O convenci a voltar.
Nos sentamos nos sofás e eu contei o ultimo segredo que carreguei a vida toda. E era maravilhoso poder contar.
— E ele veio com a conversa que a raça dele não procria. - Kate debochou sorrindo. - Acho que o padrinho esta procriando ate demais. Uma noite e Bum. Temos Charlotte. Agora foram o que? Três ou quatros meses e Bum. Temos um Lupin a caminho de novo.
Apesar de toda a tensão, me permiti sorrir.
Mas fiquei seria ao ouvir um estalo na cozinha. Pegamos as varinhas e descemos as escadas correndo.
— Monstro retornou com o ladrão Mundungo Fletcher, meu senhor. - Monstro falou fazendo uma reverencia.
Mundungo levantou do chão e puxou a varinha.
— Expelliarmus! - Falei.
A varinha voou pelo ar e Hermione a pegou. Ele se virou para nós paradas na escada, ele se atirou para a porta da cozinha, mas Rony o derrubou no chão facilmente.
— Que? - Gritou se debatendo enquanto Rony o prendia no chão. - Que foi que eu fiz? Mandando um desgraçado de um elfo domestico atras de mim, que brincadeira é essa, que foi que eu fiz, me solte, me solte, ou...
— Cale a boca! - Steph gritou acertando um soco em Mundungo que gritou.
— Você não esta em posição de fazer ameaças. - Harry se aproximou com a varinha em punho então Rony se afastou.
— Monstro pede desculpas pela demora em trazer o ladrão, meus senhores. Fletcher sabe como evitar ser capturado, tem muitos esconderijos e cumplices. Mesmo assim Monstro acabou encurralando o ladrão.
— Você fez um ótimo serviço Monstro. - Harry falou.
— Ótimo trabalho. - Kate falou e Monstro fez uma reverencia.
— Certo temos algumas perguntas a lhe fazer. - Harry falou.
— Entrei em pânico ok? Nunca quis ir, sem querer ofender colega nunca me ofereci para morrer por você e o infeliz do Você-sabe-quem veio voando para mim, qualquer pessoa teria se mandado, eu disse o tempo todo que não queria fazer...
— Para sua informação nenhum do outros aparatou. - Hermione o interrompeu.
— Ora vocês são metidos a heróis, é o que são, mas eu nunca fingi que pretendia me matar...
— Não estamos interessados em suas razões de abandonar Olho-tonto. - Harry falou. - Nós já sabíamos que você não prestava.
— Então por que diabos estou sendo caçado por elfos domésticos? Ou é aquela historia das taças novamente? Não tenho nenhuma comigo, senão você poderia ficar com elas...
— Não estamos querendo falar de taças. - Kate retrucou. - Apesar que você merecia mais alguns socos por ter roubado minhas coisas. Agora cale a boca.
— E ouça. - Harry falou. - Quando você limpou essa casa de tudo que tinha valor...
— Sirius nunca ligou para aquela lixaria... - Ele gritou quando foi atingido por Monstro com uma caçarola.
— Lixaria que rendeu um bom dinheiro para você, seu ladrãozinho. - Steph resmungou.
— Tire ele daí, tira ele daí, ele deve ser preso! - Mundungo gritou quando Monstro ergueu a caçarola de novo.
— Você que deveria ser preso seu ladrãozinho. - Kate resmungou.
— Monstro não! - Harry falou e Monstro lançou um olhar para Kate que balançou a cabeça.
— Só mais uma minha senhora, para dar sorte. - Kate sorriu.