Steampunk escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 12
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

As vezes eu imagino se minhas imagens de meme acabam aparecendo nos capítulos... eu não sei muito sobre como o nyah funciona ainda



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Capítulo III

Ditador de outro mundo.

 

Quando acordei, o que eu vi era apenas escuridão, por todos os lados ela me cobria, eu era empurrado por todos os lados por uma escuridão, ela me esmagava, eu não conseguia ver uma saída dela, aquela escuridão era tão sólida quanto podia ser, foi quando percebi.

Com um chute, eu derrubei parte dela e meu corpo rolou para fora da maleta em que eu havia sido “guardado” e levado tal qual fosse uma arma, um documento talvez. Certamente quem me trouxe até lá, que para mim…

“Christian… o que foi aquilo? Parecia um caso de TDI, Transtorno Dissociativo de Identidade. Mas nenhum transtorno faria a pessoa mudar tanto assim…”

O rosto ainda era o mesmo, quando pensava bem, a voz também não era diferente, apesar do tom dela ser certamente distinto do que eu lembrava. Assim como os cabelos e o corpo só pareciam minimamente diferentes…

“Eu posso explicar tudo isso com ele tendo mudado bem rápido, mas aquele uniforme… o trovão e a sensação que senti… com certeza tem algo muito errado naquele homem e… parece que se não for rápido, eu posso acabar tendo problemas também”

Na verdade, meus problemas já haviam começado, o local que eu estava parecia com um escritório, eu não podia discernir muito na escuridão, contudo as brechas de luz pelas portas me indicaram o caminho que eu devia seguir…

Fui até elas sem pensar.

E enquanto isso…

Haaji cada vez mais, ele se aproximava do dirigivel em que eu estava sendo levado.

—Yuki, eu sei que você ainda não está tão bem, mas nós vamos ter que resgatar o Aiwa, senão essa missão vai ser uma falha de verdade.

O pensamento dele era simples, sequer considerou outras opções, Haaji entraria na aeronave, faria o resgate pelo metodo mais veloz possível e sairia logo então, sem mais, nem menos. O tempo dava a chance para o inimigo reagir, mais tempo fazia seus planos divergirem mais do esperado, ele era um homem que apenas pensava em completar tudo o quão rápido ele podia, portanto, a ajuda de Yuki… era indispensavel.

E apesar de não só estar abalado a um grau que sequer desejo compreender, graças a morte de Christopher, ainda mais pelo desgaste físico que tever durante a luta. Ela acenou com a cabeça e respondeu:

—Nós vamos… terminar a missão, sem problemas.

Ela sacou sua arma, uma faca que havia sido modificada, porém não mais funcionava conforme havia sido planejada, então segurou em seu peito com a outra mão, pensando que agora… havia dois inventos que proviam de Edwin consigo.

Apesar de toda a dor que deveria estar sentindo, ela sorriu… conforme o dirigível se aproximava…

E assim, Haaji respirou fundo, ele preparou suas armas, seu plano então… ele começaria assim que alcançassem o dirigível…

Com o lançamento de uma granada e uma grande explosão.

A escuridão fraca que cobria aquele escritório foi devastada em um instante, com o barulho de uma explosão, o teto por cima de mim se abriu e revelou a forte luz do lado de fora, destroços caíram sobre o novo buraco no teto e dele…

—Ei! Aiwa! Corre! A gente precisa sair daqui!

Haaji pulou dentro do escritório, correu em minha direção e quando sai do caminho instintivamente, ele derrubou a porta que eu estava prestes a abrir…

—Cake! Desce.

E quando fui para o lado de fora…

“Passos…”

Eu já sabia que eles viriam, mas naquele lugar, eu vi uma oportunidade… só precisava esperar…

Apontei minha arma para o parapeito do dirigivel, enquanto esperava o guarda chegar, eu me foquei e calculei bem como aquela trajetoria seria… então.

Com um disparo, bem naquele ponto…

O guarda apareceu logo depois do tiro, com a bala passando bem por sua frente, ele se virou, em nossa direção, iria atirar, mas…

—...!

A bala acertou em cheio em suas costas… o ângulo foi como imaginei, aquele homem não era exatamente como imaginava, porém o tiro havia acertado em um ponto vital de qualquer forma.

Novamente, eu achei difícil crê como aquilo havia funcionado, mas bem… eu consegui.

E então… eu finalmente vi o dirigível em nosso nivel, foi quando mais alguns soldados apareceram do lado de Haaji…

Apenas para serem degolados no mesmo instante…

“Eu não devia ter feito isso…”

Me arrependi imediatamente da minha operação, eu havia colocado na Yuki, alguém que parecia um raio enquanto corria, capaz até de desviar de tiros… ela agora tinha um coração a vapor e estava ainda mais rápida, ainda mais forte que antes. Havia colocado tanto poder naquelas mãos… isso era verdadeiramente algo que apenas alguém insano poderia fazer, um cientista que havia perdido a capacidade de pensar como um humano…

E quando Chris apareceu, aquele homem pisou por cima do corpo do soldado, sorriu e falou:

—Quem diria que isso aconteceria, cientista?

—Haaji, cuidado, ele é rápido. Não fique perto…

Abri meus braços e o forcei a dar passos para trás, enquanto Chris andava a passos vagarosos, eu continuava a ir para trás, enquanto Yuki continuava na linha de frente, encarando aquele homem…

“Ele não tem chance de lidar com uma pessoa com um coração a vapor, não importa o quão rápido seja…”

—Yuki, não mate ele… acho que posso tirar algo dele se ainda estiver vivo… foi ele, ou… quase quem me informou onde o Edwin está.

Eu senti o vento contra mim quando Yuki partiu para atacar, apesar daquela velocidade que parecia uma bala, quando ela chegou, aquele “Christian” já havia puxado sua rapieira, ela brilhou contra o sol enquanto ele a jogou para atingir a Yuki.

Claro, se balas podiam ser evitadas, mesmo que por tão pouco, aquilo não seria nada.

Ela parecia ter sido acertada, tão rápido era seu movimento que se tornava dificil de acompanhar, na realidade, ela alcançou as costas daquele homem e.

Outro trovão soou enquanto observava, não pude entender o que havia nos segundos que protegi meus olhos, mas onde havia aquele homem com a rapieira…

—Christian…?

Era o homem com qual eu havia feito minha aposta, ele apareceu no lugar dele e… logo caiu ao chão.

—Haaji, vamos…

Ele correu para pegar o prisioneiro, enquanto eu esperava o dirigível abaixar suficiente para que pudesse fazer meu pulo.

Foi quando nós conseguimos chegar no dirigível, então vimos a aeronave do nosso inimigo começar a perder altitude rapidamente, prestes então a atingir a cidade…

“Acho que não havia como evitar isso…”

Enquanto uma batlha, um resgate havia terminado, nós ainda tinhamos alguns deles sobrando em nossa jornada, em seguida…. com as informações providas pelo Christian:

—Acorda!

Daquela vez, o Haaji ia cuidar de interrogar, enquanto eu só assistia ao longe.

—...? O que?! Você me prendeu?!

—Na verdade você me prendeu…

—Me soltem…! Eu não tinha intenção de fazer nada daquilo, foi um…

—O Aiwa me contou, é como um caso de dupla personalidade muito, muito diferente do normal, não era isso?

Eu acenei para a pergunta dele, Haaji entendia bastante de máquinas, mas esse tipo de ciência que se conectava com a mente humana certamente não era para ele.

—Err… olha, eu também não sei quase nada, eu tenho a impressão que é como se… ele fosse de algum outro mundo. mas é só isso que eu sei.

Não só isso, apesar dele ainda não admiti, isso provavelmente também explicava como ele trapaçeava nos jogos, de alguma forma, ele continuava a “puxar” a realidade de outros mundos para si, sobrepondo nosso mundo com outros, algo como outras linhas do tempo diria.

E com isso, ele podia mudar os resultados de diversas maneiras, um poder, realmente, realmente impressionante, eu diria. De qualquer forma, continuamos a fazer perguntas, pois antes de prosseguirmos para Edwin…

—Onde fica a casa dos Alcova? Só diz isso, nós temos que entregar algo por lá....

—Err, claro, só me soltem depois.

—...talvez.

Isso foi suficiente para ele continuar a cooperar connosco, ele então começou a contar em detalhes por qual caminho deveríamos ir para chegar ao casarão da família Alcova, a familia que a pouco havia perdido um filho, mesmo que não soubesse…

No caminho, um caixão foi provido, então… nós colocamos o corpo de Christopher nele, junto da sua espada e seu revólver… ao fechar aquele caixão, eu finalmente compreendi que ele jamais acordaria outra vez, ele dormiria para sempre.

“Esse pode ser o destino de mais pessoas, caso eu não tome as decisões certas sobre o coração…”

Com o robô pilotando, nós achamos a mansão Alcova, um local tão grande que nós sequer precisavamos buscar um porto para pousaar antes, bastou passarmos do portão, então descer o barco-dirigivel sobre o enorme jardim que estava na propriedade da mansão.

Interessantemente… as reações a isso foram bem modestas, quando descemos com o caixão, as pessoas do chão imediatamente abrirarm caminho e sequer questionaram nossas ações.

Com um pouco de dificuldade, Yuki, Haaji e eu carregamos o caixão onde Chris estava, eu não estava sendo de muita ajuda, mas precisava ao menos dar apoio com meu corpo.

“O sol está forte demais…”

Foi o que pensava enquanto carregava o caixão, nós subimos ele com dificuldade pela fundação da casa, uma curta escada, então o colocamos sobre o chão, em frente a porta que já estava aberta, com uma figura pouco baixa, um homem branco de terno, ao seu lado, um grande homem, parecendo um jogador de basquete até.

—Me perdoe, porém Christopher Alcova morreu durante uma missão, nós não conseguimos fazer nada além de salvar seu corpo… ele morreu corajosamente, é por causa dele que a missão pode continuar, por sua causa que também estou vivo agora… 

—Chris… isso estava fadado a acontecer, eu sempre disse que ele nunca deveria ter escolhido essa vida, era muito arriscado, não era uma vida na qual você pudesse um dia ter um bom futuro…

O tom de tristeza dele era um previsível, não havia como alguém se manter perfeitamente calmo em tal situação, ele sequer ainda ter sua compostura parecia… talvez estranho… era uma pista das reais intenções por trás do rosto triste daquele homem…

Assim que terminamos, eu pensei que poderíamos voltar e ir embora, contudo…

—Vocês… podem contar pelo o que Chris morreu?

—Foi uma missão nobre, é uma missão nobre, nós vamos fazer o resgate de um certo homem, um bom homem, eu não posso falar muito mais, eu fui mandado diretamente pelo governo.

—Nada mais? Mesmo para mim… eu imagino que tenha algo como o coração, não é?

—...! 

“O que?! Como tantas pessoas sabem sobre o projeto ultra-secreto so governo inglês?! Ainda mais um que só eu e o Edwin estávamos trabalhando?!”

—Eu gostaria de ajudar vocês, completar a missão do meu filho… poderiam me levar até o dirigível? Você teria os papéis do projeto consigo?

—O senhor… é algum cientista? POis sim, os papéis estão no dirigível, eu disse para o Haaji guardar eles.

—E o fiz, caso viéssemos sob ataque, não teria chance de alguém achar.

O motivo para confiar os projetos, ou melhor, uma cópia deles ao Haaji era óbvio, se havia alguém capaz de proteger algo bem…  apostaria em um funcionário do expresso oriente.

—Mas eles são um projeto secreto, não acho uma boa ideia mostrar para qualquer um, ainda mais sendo um estrangeiro.

Isso era um fato, não importava se ele não fosse um agente, um estrangeiro é um estrangeiro e aquele projeto era, de certa forma, um vindo do governo inglês, a ideia de mostrá-lo aquele homem me soava como do tipo que me colocaria em problemas, eu também tinha algumas dúvidas se ele poderia falar algo de útil sobre o projeto.

“Ele é só, no máximo, um cientista qualquer de fora, enquanto nós dois éramos as duas mentes mais brilhantes da Inglaterra, o que ele poderia ter a acrescentar?”

Apesar disso, eu parecia o único a ver um problema nas intenções, dele quando o pai de Chris começou a descer e em direção do dirigível, Haaji e Yuki foram com ele…

—Haaji, você pode cuidar disso, né? Eu acho que vou esperar um pouco… o sol está forte demais…

—Claro. Eu não teria problema com esse tipo de coisa. Fique ai e eu posso até voltar com um parassol.

—Sem gracejos, Haaji, sem gracejos…

Eu só perceberia um pouco depois, porém na posse daquele homem, em um dos seus bolsos tinha algo que Edwin havia me avisado sobre…

Uma câmera, minuscula e descartavel, era até possível guarda-la nas mangas, porém o uso comum dela…

“Isso é uma ferramenta de espionagem! Ele vai tentar roubar o…”

Mas quando tentei avisar.

—...!

Minha boca e meu pescoço foram agarrados, eu não consegui me mover muito mais, enquanto isso…

Enquanto isso… os meus dois aliados estavam levando aquele homem direto para o ouro, naquele momento… após cruzar o jardim, estavam subindo no dirigível…

—Belo dirigivel que vocês tem…

—Foi o Aiwa quem conseguiu, ele foi financiado pelo governo, ou algo assim, ah, por aqui.

E agora passando pelos vários corredores, até o quarto compartilhado, então o Haaji puxou a mala que estava embaixo da sua cama… assim… embaixo de um fundo falso e muitas roupas…

—Aqui. Você consegue entender isso? Eu mesmo não fui muito longe.

O Haaji, sem ter ideia das intenções reais daquele homem, deu os papéis que continham em detalhes como o coração a vapor deveria ser construído, era o ouro da nossa pesquisa, demoramos um ano para conseguir pesquisa suficiente para termos isso e após metade de um ano, estávamos a pouco de conseguir enfim aplicar a teoria, ou seja… tendo esses papéis, alguém poderia até terminar o coração antes de nós.

—Hum… isso é muito interessante, eu diria que…

A verdade era que ele não entendia quase nada daquele projeto, ele era demais, a ponto de um homem qualquer como ele apenas conseguir entender uma coisa.... se repassasse isso para alguém que pudesse entender tal projeto, então para o governo… ele poderia conseguir uma recompensa, esse era o homem com quem lidavamos.

Pois Yuki não se importava, ela havia se afastado e estava observando o céu do lado de fora do dirigível, enquanto Haaji se distraiu por um momento e…

Com um clique, ele havia conseguido uma cópia da nossa obra prima consigo.

Ele deu os papeis de volta ao Haaji.

—Acho que tenho uma ideia de como os ajudar, poderiam esperar um pouco enquanto saio? Garanto não demorar mais que uma hora.

—Oh… eu preciso ver com o Aiwa… vá se preparar de qualquer jeito.

—Sim, sim, eu irei de imediato então. Não demorarei nem metade de uma hora.

Sabendo que ele não planejava voltar para a mansão tão cedo, ele caminhou apressado para a escada, foi nisso… enquanto isso que eu estava tentando me livrar daquele homem…

—...!

Ele parecia um jogador de basquete e tinha a força de um atleta, eu não estava conseguindo me livrar daquele agarrão de jeito algum, achei que poderia só relaxar meu corpo e deslizaria, mas quando aquilo não funcionou… eu demorei, mas tive outra ideia.

Abrindo minha boca e….

—AH!

Ele gritou como se tivesse levado um tiro, apesar de eu só ter feito uma mordida nem tão forte na mão dele, isso, felizmente foi o suficiente.

Assim que me livrei, eu me virei para ele com minha arma em mãos e…

—AH!

Dessa vez, ele havia realmente tomado um tiro, não era bem minha intenção de atirar, aquilo era só para ganhar algum tempo para eu poder disparar, porém o ver cair ao chão e murmurando serviu tão bem quanto.

Dando as costas, eu disparei com tudo em direção do dirigível, passando pelo jardim sem dar um segundo para o observar, tendo meu revolver em mãos, quando subi no dirigivel e vi o homem saindo do interior…

—Pare ai!

—Em vez de desistir, quando apontei a arma na direção dele, o homem se virou para o lado e tentou fazer um pulo, mas antes…

Outro disparo, mas um que mal atingiu ele, eu vi um pedaço daquele terno sendo rasgado, mas apenas isso. Ele então pulou do dirigível e começou a correr para fora do território da mansão.

Eu corri até a borda, iria usar minha última chance para fazer um tiro de longa distância e…

Antes de que eu disparasse, houve outro tiro vindo ao meu lado… 

—Foi por isso que o Christopher não ficou aqui…

Então, o homem que fugia caiu ao chão, eu pude até ouvir o som da sua câmera sendo esmagada no chão.

Quando olhei ao lado… era Christian quem havia feito isso, nesse momento eu percebi o quão barulhento estavam nossos arredores… então a aeronave decolou mais uma vez…

Guardei minha arma…

—O que você está fazendo aqui?

—Eu tinha certeza quando vi ele, que não viria coisa boa… pedi para o Haaji levantar voo porque eu teria que matar ele, não havia mais escolhas…

—Hum, o que você vai fazer agora que é um criminoso na França?

—Acha que se eu ajudar nessa missão de resgate… eu conseguiria cidadania na Inglaterra? Talvez algum dinheiro para ajudar?

—Err… não sou eu quem escolhe, mas é possível, eu imagino.

—Decidido então, vamos acabar logo com isso.

Ele guardou o seu revólver prateado novamente e voltou para dentro do dirigível, enquanto eu caminhei para tomar a sombra que havia no deque…

“Um Alcova por um Alcova, parece que nossa missão realmente está perto de acabar…”

Depois de resolver aquele pequeno problema, deixando um, talvez dois corpos para trás, nós seguimos para o unico destino possível.

Para a Alemanha…


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