Como Você me Conquistou escrita por Gus Nev


Capítulo 2
Capítulo 2 - Meu nome é Naruto




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O mundo era definitivamente um lugar completamente louco, afinal que outra resposta ele teria para essa situação?

Caindo de costas em um grande penhasco, sem dúvida para a morte certa, e além do mais, empurrado pelo seu próprio professor! Ele nunca descobriria o que se passava na cabeça do velho pervertido quando decidiu que sua incapacidade de convocar sapos justificava o uso de medidas extremas como essa.

Virando a cabeça para o lado, Naruto engoliu em seco enquanto olhava para a escuridão quase infinita. Ele ia morrer, definitivamente ele iria morrer. A qualquer segundo ele viraria nada mais que uma pilha de mingau espalhado pelo chão.

Ele não deixaria barato para Jiraiya, depois que o loiro morresse ele iria retornar ao mundo como um fantasma para que pudesse perseguir o velho como vingança.

Mas ele ainda não estava morto, então ele poderia tentar a invocação mais uma vez... quais eram os selos mesmo?

Com as mãos trêmulas, ele fechou os olhos com força e começou a passar por uma série de selos de mão.

Javali, pássaro, cachorro, macaco, carneiro? ‘Não!’

Javali, cachorro, pássaro, carneiro? ‘Também não!’

Javali, ovelha... ‘Eu não faço ideia do que fazer!!’

Vendo que estava chegando no final do abismo ele não pode segurar o desespero que inundava sua mente. “Por favor, socorroooooo!!”

E então ele não sentiu mais o vento bater violentamente contra seu corpo, e não parecia que ele estava mais em uma queda constante. Abrindo os olhos ele se deparou com um teto escuro. “Então eu morri?”

Ouvindo uma leve risada ao seu lado, ele rapidamente virou a cabeça e se deparou com a Kyuubi novamente.

“Não, você ainda não morreu meu pequeno guardião”

“Phew! Ainda bem, eu tenho tantas coisas a fazer ainda...”, disse enquanto limpava um suor inexistente de sua testa.

Abrindo um sorriso a garota perguntou. “E por que você achou que estava morrendo?”

E então lembrando de sua situação o loiro rapidamente exclamou. “A sim, meu sensei me jogou de um precipício e eu só posso sair com uma invocação, mas ela exige uma grande quantidade de Chakra!”

“Oh! Boa sorte então”, declarou ela enquanto se virava para sair do local, o barulho de corrente poderia ser ouvido com seu movimento. Essas correntes realmente a irritava.

“O que? Não, espere eu preciso da sua ajuda, por favor!!”, disse o loiro enquanto juntava as palmas das mãos e se ajoelhava na frente das grades.

Ao final dessas palavras, Kurama não conseguiu segurar o sorriso maldoso que se espalhou por seu rosto. Recuperando a postura ela se virou em direção a ele e colocou uma voz divertida enquanto perguntava. “Bem, e por que eu deveria ajuda-lo?”

Ele sentiu uma leve irritação com a pergunta. “Ei, você não me escutou antes? Eu estou caindo de um precipício e vou morrer!!”, ele pensou que se gesticulasse para ela poderia de alguma forma acrescentar o terror que ele estava sentindo com a situação. “Eu preciso do seu Chakra!”.

‘Talvez esse é o momento certo para um pequeno teatro da poderosa Kurama! Sim, eu sou maravilhosa em tudo’, ela pensou enquanto rapidamente substituía as suas feições por uma fúria repentina com seus olhos parecendo mais intensos do que seu Jiinchuriki havia visto. Ela pensou que adicionando um leve toque de punhos cerrados e tremendo poderia ajudar a seu pequeno teatro. Deve ter funcionado afinal, o loiro acabara de dar um passo para trás com medo. “Como posso dar algo que nem mesmo me pertence mais?”

“O que?”, o rosto de Naruto havia perdido um pouco da cor com toda a situação. Uma onda de culpa começava a ameaçar afoga-lo. “O que você quer dizer?”

Seu brilho pareceu apenas acender mais ainda com a pergunta, Naruto poderia jurar que via chamas saindo dos olhos da garota. Com uma voz fria ela respondeu. “Este selo drena meu Chakra constantemente e alimenta você, não posso fazer nada para parar isso”.

“Eu... então porque...”, Naruto engoliu em seco, enquanto a realização das palavras da Kyuubi fazia as engrenagens de sua cabeça rodar. Então ele não precisava estar aqui implorando Chakra, nem mesmo precisava estar à beira da morte em um penhasco horrendo. “Então... como eu faço para usa-lo?”.

“Você já tentou pensar em mim?”, toda a raiva que a garota demonstrava havia sido substituída por uma leve diversão. E toda a culpa que o loiro havia sentido antes pareceu apenas afundar mais ainda sua mente enquanto suas bochechas começavam a aquecer.

“N-não... Mas eu vou, eu prometo!”, ele não sabia por que estava prometendo, apenas escapuliu de sua boca sem pensar. Mas ele ainda estava se sentindo culpado por toda a situação, afinal ela estava selada dentro dele, então deveria ser obrigação dele ao menos pensar nela, certo? ‘Ou talvez não... arrgh’. Coçando timidamente o braço e olhando para baixo ele perguntou. “T-tudo bem se eu vier... te visitar de novo?”

“Eu não me importaria, é muito chato aqui sem um convidado”. Ela deu a ele um sorriso terno e seus olhos brilharam com gratidão.

Isso foi o suficiente para aquecer o coração do jovem loiro e dar a ela seu melhor sorriso. Naruto se decidiu a recompensa-la depois e com um aceno ele desapareceu.

Kurama teve que reprimir uma gargalhada enquanto analisava toda a situação. O loiro era simplesmente ingênuo e estava caindo em seu plano de conquista-lo como uma menina indefesa. Esse simples pensamento a fez bufar, ela odiava manter essa forma de prisioneira agradável. Mas ela sabia que deveria esperar mais um longo tempo antes de conseguir sua liberdade. “E quando eu estiver livre, você será o primeiro a ser devorado.”

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Os Exames Chunin haviam finalmente terminado e junto dela a invasão fracassada de Suna, Naruto ficou feliz com todo o progresso que teve nesse tempo. Mas agora que a ação acabou ele não conseguia parar de pensar nela. Sim! Ele estava pensando na raposa, agora aparentemente humana, selada em seu estômago. E isso o estava deixando louco, ele queria conversar com ela novamente e dá-la um presente como agradecimento por sua ajuda. O loiro sabia que se não conseguisse usar o Chakra vermelho como a Kyuubi havia o ensinado, ele provavelmente teria morrido na luta contra Gaara.

Mas ele ainda tinha dois problemas.

O primeiro problema era que ele não sabia como chegar aonde ela estava selada. Ele havia tido uma conversa com Jiraiya anteriormente sobre tudo o que havia acontecido entre ele e a ela, e o velho tarado não ficou nada feliz em escutar sobre isso. Jiraiya aconselhou Naruto a simplesmente cortar a comunicação com ela e para não confiar em nenhuma palavra dirigida a ele, e que na primeira chance que ela tivesse provavelmente devoraria o loiro.

Naruto achava isso ridículo, afinal ela do tamanho de um humano agora e não conseguiria devora-lo. E pelo que ele se lembra, a forma de raposa gigante só era ativada quando ela estava com raiva. O loiro se certificaria a nunca deixar ela com raiva. Sim! Kakashi se orgulharia dele, ele planejou um plano sem ajuda de ninguém. Esse pensamento lhe rendeu um sorriso no rosto.

Agora o segundo problema era que ele não fazia ideia do que dar a ela como agradecimento. Naruto havia pensado nela como prometeu, mas ele nunca deu um presente a uma garota antes e pensar não era seu forte. Claro, ele admitiria isso apenas mentalmente.

Ele estava frustrado por não encontrar nada, e com um suspiro ele deitou em seu futon. De repente ele teve uma ideia. FUTON! Sim, é isso o que ele daria para ela, era simplesmente o presente perfeito, afinal o chão do esgoto não era confortável e dormir sob a água também não parecia uma boa ideia.

Naruto estava feliz, agora ele somente precisava se encontrar com ela.

Naquela noite ele fecharia os olhos e pensaria nela antes do sono alcança-lo finalmente...

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Kurama estava sentada com os olhos fechados enquanto pensava em milhões de maneiras de se devorar alguém. Era a única coisa que ela podia fazer nessa sela solitária, mas também não era uma coisa muito ruim, ela havia chegado em várias conclusões que estava animada em experimentar quando estivesse livre.

De repente ela sentiu que não estava mais sozinha, abrindo os olhos ela ficou surpresa ao encontrar o loiro sentado em cima de um futon. Pela maneira como o corpo e os olhos dele se moveram, ela sabia que sua visita não foi planejada.

Se Naruto estivesse prestando atenção na linguagem corporal dela, ele teria visto a irritação crescente enquanto observava-o pular para cima em felicidade. Kurama não gostava de presenciar humanos felizes.

“Sim eu consegui!!”, gritou o loiro enquanto jogava as mãos para cima.

“O que você quer dizer com isso, meu jovem guardião?”

A pergunta foi o suficiente para parar o pequeno momento de conquista de Naruto, porém ele manteve o grande sorriso em seu rosto enquanto dirigia o olhar para a mulher a sua frente. “Eu estive tentando conversar com você nos últimos dias e finalmente consegui chegar aqui!”

O comentário fez ela erguer uma sobrancelha, o garoto queria encontrar ela? Que jovem tolo realmente.

“E a propósito, você não precisa me chamar de guardião sempre que nos vemos. O meu nome é Naruto”, disse o loiro ainda esbanjando aquele sorriso insolente no seu rosto.

Ela não iria chama-lo por seu nome. Na verdade, ela nunca chamou alguém pelo nome ao não ser seu pai, nem mesmo seus irmãos Bijuu receberam a honra de ver seus nomes serem proclamados por sua boca. Ela era a maior força do mundo, todos deveriam se rebaixar a ela.

O menino não se incomodou em não ter recebido uma resposta, afinal ele estava ocupado enquanto movia o futon, que trouxera anteriormente, em direção as grades do selo. O que será que ele estava planejando?

A visão do loiro lutando contra as grades para passar o futon era realmente divertida. Quando ele terminou ela estava começando a ficar ansiosa em saber as motivações dele.

“Legal deu certo! Por um segundo eu pensei que não iria passar”, exclamou Naruto enquanto colocava as mãos atrás da cabeça. A garota estava extremamente quieta desde que ele estava trabalhando com o futon, então ele imaginou que ela ainda estava esperando uma explicação sobre tudo isso. Com as bochechas aquecidas ele falou sem jeito. “B-bom, esse é meu agradecimento por você ter me ajudado com seu Chakra.”

Kurama olhou para o futon com muita desconfiança. Os humanos haviam oferecido presentes para ela também a séculos atrás, porém eles sempre fizeram isso como forma de tributos na esperança de que ela não os atacaria algum dia. Todos os presentes que ela recebeu em sua vida vieram pelo medo e nunca por... gratidão? Ela inconscientemente afastou uma mecha de cabelo de seu rosto. Chegando mais perto do seu presente ela não deixou de ficar ainda mais surpresa quando viu uma espécie de cobertor não muito bem dobrado ao lado do futon. Passando a mão pelos cobertores ela entendeu de o porquê os humanos gostavam de usa-los, eram macios e surpreendentemente quentes.

E como se fosse o destino falando com ela, um arrepio frio passou por ela fazendo com que seus braços envolvessem seu corpo em forma de proteção. Nunca passou pela cabeça dela que um dia poderia sentir frio, os pelos que ela tinha quando estava em forma de raposa eram suficientes para aquece-la em qualquer estação do ano. Porém sua versão humana não era nada parecida com sua forma verdadeira, os esgotos se mostraram um lugar desconfortavelmente frio. Colocando lentamente o cobertor entre seus ombros, ela se sentiu estranhamente confortável.

Naruto não falou nada enquanto observava toda a interação acontecendo em sua frente, ele nunca havia dado um presente a alguém antes, mas imaginou que teria sido uma boa escolha. Quando nenhum comentário saiu da boca da ruiva por um tempo, ele deduziu que ela não gostou do presente. “E-eu posso troca-lo se você não tiver gostado”

Ela havia gostado do presente, era extremamente útil para sua forma atual. Porém, seu orgulho era maior do que qualquer forma de agradecimento. Apenas um leve balançar de cabeça e um pequeno comentário faria o bastante. “Não será necessário...”

Não era o que ele esperava, mas estava tudo bem, Naruto aceitaria essa resposta como um sinal de que ele acertou no presente. Ele se lembraria de adicionar essa façanha ao seu bloco de notas com os motivos que o fariam se tornar Hokage, afinal presentear alguém parecia um quesito necessário para o cargo. Sim! Ele estava a mais um passo de seu sonho. Com os braços cruzados e um sorriso satisfeito, o garoto havia concluído sua missão hoje.

E com essa imagem o loiro desapareceu deixando Kurama afundar em seus pensamentos. Hoje ela não fecharia os olhos e pensaria em formas de manipular o garoto... não, hoje ela iria apenas deitar em seu mais novo presente e se cobrir do frio. Ela simplesmente estava muito chocada para pensar em algo elaborado agora.


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