Academia de Poderes Inúteis escrita por Creeper


Capítulo 27
Aluna nova = mau sinal


Notas iniciais do capítulo

Postei tarde hoje por motivos de que sábado caiu a energia e domingo eu fiquei um pouco ocupada... Com a Netflix. Mas cá estou! Tenham uma ótima leitura ♥!



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O diretor abandonou o pedestal e Fábio assumiu o seu lugar, pegando suavemente o microfone com uma mão e mantendo a outra no ombro da aluna nova como se a protegesse. 

— Bem, peço para que os líderes e vices dos grupos permaneçam aqui e que o restante dos alunos se retire. – ele sorriu nervosamente.

Murmúrios de descontentamento espalharam-se, todavia, sequer tiveram tempo de prosseguirem, já que Heitor lançou um olhar autoritário para todos de cima do palco. Não que ele realmente tivesse essa autoridade, mas do jeito que ele era, podia distribuir advertências como bem entendesse.

— Vamos ou eu vou sufocar aqui dentro. – Yara abanou-se com as próprias mãos.

— Ah, mas não vão mesmo! – uma mão agarrou a parte de trás de minha gola e puxou-me. – Aliás, bom te ver, Yara! 

Ienaga sorriu de orelha a orelha, também agarrando a gola de Yara.

— Ele disse para apenas os líderes e vices ficarem. – a garota fez uma careta.

— É, mas eu não tenho um vice no momento. – Ienaga bufou.

— O quê?! – eu e Yara berramos em coro.

— Eduardo fez as lentes dele desaparecerem. Então ele não pode vir.

— Quem liga para que cor estão os olhos dele? – Yara franziu as sobrancelhas.

— Cor? Ah, não. São as lentes de grau. Ele começou a usar nas férias. – Ienaga revirou os olhos. – Agora ele está procurando o par reserva e os óculos. O que ele achar primeiro. Ou o que ele fizer desaparecer por último.

Recuperei-me do breve susto de Ienaga e Eduardo terem se separado e fiz um curto gesto para que a líder continuasse.

— Então, preciso de um suplente. Nós definitivamente vamos trazer essa garota para o nosso lado, já que ela... – disse determinada. 

— Quebra a nossa teoria – Yara completou.

— Exato. 

— Você parece bem calma quanto a isso. – observei.

— Sim, isso se chama camuflar o que sente. Mas eu estou morrendo por dentro. Quando eu sair desse auditório, vou quebrar alguma coisa. – Ienaga deu um sorriso tenso e apertou as golas de nossas camisetas.

Eu apenas esperava que o que ela fosse quebrar não fossem nossos pescoços.

O auditório por fim ficou vazio, sobrando somente os líderes e vices, além de nós suplentes. As portas foram fechadas em um baque surdo pelo último aluno que saiu, criando uma atmosfera estranhamente desconfortável.

Um pigarro veio do palco e o microfone voltou a ser utilizado.

— Milena, vou deixar esses alunos fazerem o restante. Peça para os líderes assinarem sua ficha e una-se ao grupo que mais gostar. – Fábio explicou. – Quanto a vocês, sejam legais, okay? – nos encarou praticamente implorando para que tudo desse certo.

Bem que minha mãe disse que o Fábio não parecia ter o menor jeito com crianças e assumia uma postura exageradamente protetora quando estava com uma.

O homem abandonou a garota e correu para trás das cortinas. É, dava para sentir seu nervosismo. A pequena escondeu os braços atrás do corpo e ficou cabisbaixa de vergonha.

— Acho que está claro em qual grupo ela deve ficar. – Bianca exclamou cruzando os braços.

— Não está não. – Ienaga rebateu.

— O Super Gatinhas é perfeito para ela. Ela é fofa e tem cabelo colorido. – a líder riu convencida.

— Uau, os requisitos para entrar no seu grupo são realmente surpreendentes, hein? – Ienaga largou nossas golas e colocou as mãos na cintura.

— Hã, garotas… – Ana Carolina interrompeu. – Vamos deixar as diferenças para depois, que tal? Temos algo mais importante para fazer agora. – indicou a aluna nova paralisada no palco.

— A Ana tem razão. – Felipe ajeitou seus cabelos, livrando-se das penas presas em suas madeixas. – Milena, que tal você se sentar aqui na primeira fileira e nós subirmos no palco? – sugeriu gentilmente.

Tão falso quanto uma nota de três reais. 

Milena assentiu constrangida e sentou-se em uma das cadeiras estofadas com as mãos entre as pernas que balançavam sem parar de maneira ansiosa. Ela inspirou e expirou algumas vezes, ruborizando de vergonha.

— Não precisa de tanto, ela já virá para o meu grupo, não é, fofa? Tiramos essa foto juntas, já somos praticamente amigas! – Bianca mostrou o celular para todos, expondo a foto publicada no Babados da API.

— Porque você a achou por acaso. Não é muito justo, já que ela só conhece o seu grupo. – Kaíque sentou-se no palco.

— Então os outros grupos vão se apresentar agora. – Felipe ditou. – Cada um tem um minuto. Começando por nós. – subiu as escadas do palco acompanhado por Ana Carolina.

Os olhos de Milena tremeluziram por um instante ao vislumbrar o líder e a vice do Nova Era. Em nosso canto, Ienaga juntou as mãos, fechou os olhos e murmurou repetidas vezes: “nesse não, nesse não, nesse não!”.

— Meu nome é Felipe Castro. Sou o líder do Nova Era, o segundo maior grupo da academia. Falo sobre como nossas habilidades podem servir para ajudar a nação no futuro. – o garoto colocou a mão no peito e demonstrou um semblante orgulhoso.

Fiz uma careta, havia me esquecido que Felipe chamava os poderes de habilidades. Ou melhor, nós chamávamos as habilidades de poderes. 

— E eu sou a vice-líder, Ana Carolina dos Santos. Tenha certeza de que você será muito bem recebida aqui. – a garota sorriu de modo gentil.

Em seu lugar, a aluna nova bateu algumas palmas fracas e desanimadas. O líder e a vice fizeram uma breve reverência, desceram do palco e assinaram a ficha da garota.

— Para que serve essa ficha mesmo? – sussurrei para Ienaga, recordando-me que eu e Yara tivemos de fazer um tour pela academia para conseguir aquelas assinaturas.

— Quando você é aluno novo em outras escolas, geralmente, esse papel é assinado por cada professor seu. – Ienaga cruzou os braços. – Mas aqui terceirizaram a tarefa. Acho que para ter certeza de que os alunos se enturmariam.

Outro líder subiu ao palco, completamente indiferente e exalando um ar de tédio. Kaíque afundou as mãos nos bolsos, bocejou e apresentou-se:

— Certo, acho que é a minha vez. Kaíque Nunes, líder do Deslocados. É aqui que você fica se não se encaixar nos outros grupos, café com leite.

Observei Milena cerrar os punhos e franzir os lábios, nem um pouco contente com seu novo apelido. Eu também não era muito fã do meu.

— Muito bem, é a nossa vez. – Ienaga respirou fundo. –  Quem vem comigo?

— Norte. Ele tende a ser mais sociável. – Yara disse automaticamente.

Não é como se tivéssemos bons exemplos de eu sendo sociável, ela só estava jogando o trabalho para mim. Fitei Ienaga subir no palco e arregaçar as mangas, sentindo algo dentro de mim avisar que eu definitivamente precisa acompanhá-la.

— Muito bem, Milena, esqueça os outros grupos e seus líderes. Sou Laura Ienaga, líder da União Rebelde, o melhor gru…

Um estalo em minha cabeça me fez lembrar que a primeira impressão que tive da União Rebelde foi a pior possível, julgava a Ienaga uma completa pirada. Do jeito que as coisas iam, aconteceria o mesmo com Milena.

Expirei tomando um pouco de coragem, cerrei os punhos e quando percebi, já havia pulado no palco, colocando-me na frente de Ienaga. Yara levantou as sobrancelhas e os outros líderes franziram as suas em um claro sinal de que não era para eu estar ali. Engoli em seco e dei uma risada nervosa.

— Meu nome é Norte Barbosa, sou da União Rebelde! Temos poucos membros, mas nos esforçamos pelo nosso objetivo que é… Buscar nossa liberdade. E, ah, jogamos UNO no tempo livre. – encolhi os ombros.

A aluna nova ergueu-se subitamente e aplaudiu animada, exclamando:

— Eu quero entrar nesse! 

Não sei o que me deixou mais surpreso: ela ter falado pela primeira vez desde que a vi no hall ou ela ter escolhido o nosso grupo. Será que foi pela parte do UNO?

— O quê?! – indaguei incrédulo.

— É, o quê?! – Ienaga repetiu pasma.

— Quero me juntar à União Rebelde. – Milena sorriu e afirmou com a cabeça.

— Isso não vale! O Norte nem é vice desse grupo! – Felipe protestou.

— Ele entrou como suplente. – Ienaga mostrou a língua. – E ela já escolheu! – saltou do palco para o chão, ficando frente a frente com a garota. – Seja muito bem-vinda, Milena. – sorriu de orelha a orelha.

Ainda perplexo, coloquei-me ao lado de Ienaga. Yara fez o mesmo, acenando rapidamente para a nossa nova integrante. Onde estava toda a raiva de Milena por eu tê-la derrubado?

— Se a café com leite tomou sua decisão, eu estou indo. – Kaíque bocejou outra vez.

— Tsc. – Felipe rangeu os dentes e saiu a passos pesados. Ana Carolina o seguiu, sussurrando uma repreensão.

— Quando cansar desses malucos, pode me procurar, Mi. – Bianca ajeitou seus cabelos e deixou o auditório.

— Ótimo. – Ienaga bateu uma mão na outra, vitoriosa. – Milena, Paraná, doze anos, correto? 

— Correto. – Milena inclinou a cabeça para o lado, confusa.

— Preciso fazer uma coisa. Daqui a meia hora, nos encontramos no quarto doze do primeiro andar, combinado? – a líder apoiou as mãos no joelho para ficar na altura da garota.

A pequena assentiu, desviou seu olhar de Ienaga para mim por um segundo e disfarçou. Pensei na probabilidade dela ainda estar brava comigo, mas não pude evitar de dizer algo que estava entalado em minha garganta. Um pedido de desculpas? Não. Um cumprimento de boas-vindas? Também não.

— Disse que não era criança. – acusei. 

Inesperadamente, levei um pequeno puxão de orelha junto de um sussurro de Ienaga que dizia algo como “Norte, não!”. O que eu era? Um cachorro?

As bochechas rosadas e rechonchudas de Milena se inflaram e ela ergueu a voz:

— E eu não sou! Estou na pré-adolescência!

Sem acrescentar mais nada, ela girou nos calcanhares e andou de queixo erguido até a saída do auditório, bufando e batendo os pés.

— Não sabe que essa espécie odeia ser chamada de criança? – Yara balançou a cabeça em desaprovação. 

— Que espécie? – esfreguei minha orelha.

— Pré-adolescentes. – Ienaga suspirou e seguiu em direção à porta.

Para mim, continuava sendo uma criança.

 

>>>

 

Meia hora depois, eu e Yara fomos ao lugar marcado. O quarto 12 era nada mais nada menos que o quarto da Ienaga, tratando-se do último do primeiro andar na parte feminina. 

Eduardo já estava lá, violando a regra de garotos no quarto de garotas (bom, eu também estava). O vice arrumava o lado esquerdo que era composto por uma cama cheia de almofadas de coração, uma estante abarrotada de livros e uma arara de roupas pretas e vermelhas. Já o lado direito era meticulosamente arrumado, sendo decorado por pequenos vasinhos de plantas mortas e tons claros de creme.

— Esse é nosso esconderijo temporário. Alguma pergunta? – Ienaga fechou a porta atrás de si, revelando um daqueles alvos com dardos presos.

— Sim, por que as plantas estão mortas? – arqueei uma sobrancelha.

— Porque elas não recebem luz do sol. – Eduardo bateu na janela trancada e escondida atrás de grossas cortinas de cor vinho.

— E esse é o segundo motivo pelo qual minha colega de quarto me odeia. – Ienaga bufou e jogou as almofadas no chão.

— Qual o primeiro? – Yara perguntou andando pelo local.

— Ela ter sido criada por avós religiosos e me julgar… Uma pecadora, não sei. Não entendo o que ela diz. – a líder agitou a mão. 

Nossa conversa foi interrompida por algumas batidas na porta. Nós quatro nos entreolhamos assustados e paralisamos por um momento, temendo que alguma inspetora tivesse nos visto. Ienaga respirou fundo e abriu a porta lentamente enquanto fazia sinais com uma das mãos para não emitirmos nenhum barulho.

Um suspiro de alívio foi solto e em um movimento rápido, a líder puxou uma figura para dentro do quarto e bateu a porta. Impressionada, a pequena olhou para o rosto de cada um, segurando uma câmera polaroid.

— Escuta, Milena, para entrar oficialmente no nosso grupo é preciso cumprir uma missão para provar sua fidelidade. – Ienaga explicou. 

— Tudo bem, eu faço. – ela não hesitou.

Ienaga e Eduardo trocaram olhares decididos.

— Zoe os outros líderes de alguma forma. – Eduardo sorriu travesso.

— Zoar? – Milena arqueou uma sobrancelha.

— Não é que não confiamos em você, mas precisamos ter certeza de que não está do lado deles. – Ienaga massageou a nuca, constrangida.

Milena ficou quieta por um tempo, moveu a cabeça para baixo e buscou algo no bolso de sua calça. Em um piscar de olhos, havia um mini álbum cor salmão na mão da garota.

— Fotos servem? – ela perguntou.

— Fotos? – Ienaga cruzou os braços e ficou ao lado da garota.

— Tirei algumas enquanto esperava a hora de vir pra cá. – Milena abriu o mini álbum, revelando as fotos polaroids guardadas ali. – Tem essa do garoto bonitinho… Ele parecia bem irritado na hora, o que eu achei estranho já que ele foi tão gentil na apresentação.

Milena retirou a foto do álbum, erguendo-a na altura do rosto para que todos a vissem. Na imagem, Felipe foi pego distraído com as sobrancelhas franzidas e os dentes cerrados.

— Espera, achou o Felipe bonitinho? – Eduardo prendeu a risada.

Milena ruborizou e entregou a foto para Ienaga com certa pressa, em seguida passou para a próxima página do álbum e comentou:

— Também tem a Bianca sem maquiagem. 

A imagem de Bianca de cara lavada e cabelos presos em coque era emoldurada pela borda branca da foto. Nunca imaginei vê-la daquele jeito, com manchas de espinhas e olheiras fundas.

— Como conseguiu isso? – fiquei boquiaberto.

— Nossos quartos ficam no mesmo andar. Fui ao banheiro e ela estava fazendo limpeza de pele. – Milena olhou para cima parecendo relembrar a cena.

— Isso está ficando interessante, o que mais você tem aí? – Ienaga animou-se.

— Espera, ninguém está preocupado com essa garota tirando foto dos outros no banheiro? – protestei.

— Tenho uma do garoto de cabelo grande dormindo no terraço. – a garota estendeu a terceira foto para a líder.

— Ah, esse é o estado normal dele. – a líder revirou os olhos.

— E tenho uma de você com o seu namorado. – Millena retirou outra foto do mini álbum.

— Eu não tenho namorado. – Ienaga semicerrou os olhos para analisar a imagem e inclinou um pouco a cabeça.  

— Uau, quem é o bonitão? – Eduardo colocou os óculos de armação redonda e olhou por cima do ombro da amiga. – Ah, sou eu. – riu convencido.

— Até que a foto ficou fofa. – a líder a pegou sem deixar que eu ou Yara a visse. – Você é uma boa fotógrafa.

Eduardo tocou na foto a fim de guardá-la para si, contudo, o papel desapareceu quase que em um passe de mágica. O garoto piscou rapidamente, atônito.

— O q-que foi isso? – Milena arregalou os olhos.

— Droga. Seu poder está descontrolado, não é? – Ienaga mordeu o lábio inferior e cruzou os braços, olhando preocupada para o vice-líder.

— Você nem imagina. – Eduardo suspirou decepcionado e sentou-se em uma das almofadas espalhadas pelo chão.

Milena continuava impressionada com a cena, incapaz de fechar a boca. 

— Basicamente, o poder dele faz as coisas desaparecerem e não voltarem. O meu me dá as desvantagens de um vampiro. O do Norte faz ele espirrar fogo e o da Yara faz ela mudar as cores. – a líder apontou para cada um ao explicar os poderes. – E o seu?

Milena engoliu em seco, recuou um passo e varreu o chão com os olhos. O silêncio que se fez no quarto foi particularmente estranho, já que nós quatro avaliávamos a garota com uma ansiedade gritante.

— Eu… Preciso ir. Lembrei que tenho que fazer uma coisa. – a garota balbuciou.

Sem esperar uma resposta, a aluna nova tateou toda a extensão da porta de maneira desajeitada até conseguir alcançar a maçaneta e disparar pelo corredor, desaparecendo completamente de nossas vistas.

— Okay, isso foi muito estranho. – Ienaga colocou a cabeça para fora do quarto, observando o caminho que Milena fez. 

— Mais do que ela ter escolhido se juntar à União Rebelde? – Yara questionou.

— Mais. – a líder afirmou. –  Precisamos ficar de olho.

— Vai ser fácil, já que ela entrou oficialmente no grupo depois desse teste, não é? – Eduardo encarou o teto, pensativo. 

Eu realmente não entendia a validade daqueles testes e porque o meu e de Yara havia sido o mais difícil. Ô injustiça.

— Hum, sim. – a líder segurou o queixo, igualmente reflexiva. – Reunião aqui amanhã depois da aula. Vamos apresentá-la aos outros membros. – anunciou convicta.

Encerrada a entrada da Milena no grupo, imaginei que eu e Eduardo devêssemos dar um jeito de sair do quarto com Yara sem sermos vistos por alguma inspetora. Era melhor que o novo esconderijo fosse encontrado logo, não gostava da ideia de uma possível advertência e algum sermão chato sobre sintomas da puberdade.

Antes que pudéssemos ir embora, o celular de Ienaga e Eduardo apitaram simultaneamente. Ambos se entreolharam curiosos e pegaram seus aparelhos, ganhando súbitas expressões de surpresa.

Pensei em perguntar o que houve, mas como se tivesse lido minha mente, a líder esticou o braço em nossa direção, mostrando a tela de seu celular. Havia uma mensagem de um número não registrado.

 

xxxx-xxxx: Eu criei um jogo de pontos que todos os grupos devem jogar.

Quem alcançar 150 pontos primeiro, ganha a liderança sobre os outros grupos. [18:01]

xxxx-xxxx: A União Rebelde está com 10 pontos por ter conseguido a garota nova como membro. Os outros três estão com 0.

— Informante. [18:01]

 

>>>

 

Após a última aula do dia seguinte, uma mensagem chegou no grupo da União Rebelde para nos lembrar da reunião e avisar que quem visse a Milena primeiro, deveria levá-la para o quarto 12. Enquanto lia a mensagem em meio ao tráfego de alunos que saíam das salas, trombei com alguém no corredor.

— Ah, desculpa. – desviei os olhos do aparelho por um instante e arrependi-me amargamente.

Tendo uma mochila vermelha nas costas e esfregando um dos braços com uma feição descontente, Milena fitou-me de baixo para cima.

— Vixi, é você. – guardei o celular no bolso. – Então, será que dá pra você vir comigo até o quarto da Ienaga? Vai ter uma reunião e…

Parei de falar ao entender que seu descontentamento não se tratava de mim, mas sim do caderno que ela tanto apertava em uma das mãos e olhava vez ou outra, frustrada.

— Aconteceu alguma coisa? – achei educado perguntar.

Ela apenas balançou a cabeça negativamente e seguiu pelo fluxo de alunos, sumindo em meio aos mais altos. Só torcia para que ela estivesse indo para o quarto da Ienaga.

Longe da agitação do corredor das salas, pude enxergar a líder de braços cruzados e encostada na porta de seu quarto. Ela parecia extremamente dispersa, entretanto, retomou sua atenção ao me ver, gesticulando afobada.

De volta ao ambiente de janela fechada e plantas mortas, encontrei os rostos conhecidos dos membros da União com seus donos acomodados nas almofadas no chão. Milena chegou logo depois, um tanto calada.

— Esconderijo temporário. Alguma pergunta? – Ienaga fechou a porta cuidadosamente. 

— Quem é ela? –  Victor apontou com o polegar para o lado direito do quarto.

Sentada no colchão, uma garota de longos cabelos claros e ondulados torceu o nariz e puxou uma cortina creme em volta de sua cama, deixando apenas a sombra de sua silhueta visível.

— Minha colega de quarto, Rebeca. – Ienaga suspirou cansada. – Por isso, vamos ser rápidos nos dois pontos da reunião. Primeiro, a nossa nova integrante. Segundo, o jogo do Informante.


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Notas finais do capítulo

Por que Milena se juntou a União Rebelde? Qual será o poder dela? O que esperar desse jogo?

Isso e muito mais no próximo capítulo. Até!
Beijos.
—Creeper.



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