Academia de Poderes Inúteis escrita por Creeper


Capítulo 25
Babados da API


Notas iniciais do capítulo

(Resolvi mudar o título do capítulo)
Oie! Após dois capítulos curtos em terceira pessoa, cá voltamos com o Norte no comando!
Tenham uma boa leitura e um ótimo final de semana ♥



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Sustentei o peso do corpo nas mãos sobre a grama e encarei a copa da árvore em que estávamos debaixo. Fechei os olhos por um instante, deixando que a brisa quente batesse em meu rosto e secasse meu suor. 

— Eu queria que dias de paz como esse não acabassem. – sussurrei. 

— Eu também. As férias podiam durar para sempre.

Abri os olhos e virei a cabeça, visualizando as manchas secas de tinta azul para cabelo espalhadas por sua testa e dedos. Érica e eu estivemos juntos durante a maior parte do tempo, já que Eduardo tinha que dividir sua atenção entre nós e suas admiradoras e Ienaga não podia sair de dia por causa da desvantagem vampírica e seus pais não permitiam que saísse de noite. Quanto a Amanda e Victor, suspeitava que estivessem ignorando minha existência.

E por fim...

— Acha que ela vai voltar? – perguntei acanhado.

— Ela? – Érica deu uma batidinha em sua jardineira desbotada.

— Yara. – mordi o lábio inferior.

A garota girou a cabeça em minha direção e seus olhos verdes tremeluziram. 

— Eu… Espero que sim. – respondeu baixinho. Notei que suas mãos apertaram os fiapos de grama, arrancando-os do solo.

Existia a multa para os alunos que não retornassem à API em fevereiro, contudo, Yara era imprevisível.

Érica retirou as mãos do chão e as bateu em suas bochechas, sujando-as de terra. Fazia aquilo toda vez que percebia uma possível ativação de seu poder e começava a repetir alguns mantras de positividade.

Nenhum de nós queria um deslize de sua onda de azar justo no último dia de férias. Experimentamos seu poder algumas vezes naqueles meses e não foi nada bonito, porém, eu não podia simplesmente pedir para que Érica não tivesse dias ruins.

Abracei meus joelhos e senti o estômago revirar só de pensar que no dia seguinte estaria no segundo ano do ensino médio. Não me sentia nem um pouco preparado e menos ainda com a possibilidade de Yara não estar por perto.

Balancei a cabeça negativamente. Eu passei pelo fundamental sem ela, poderia sobreviver ao médio. 

Por sorte, o celular de Érica interrompeu meu início de crise existencial com um som ensurdecedor de um galo cacarejando.

— Ops, despertador. – ela desbloqueou a tela. – Hora de ir para casa, vou ajudar a cuidar da Valentina. 

— É, já está ficando tarde. – levantei-me e semicerrei os olhos ao observar o azul do céu tornar-se laranja.

— Sua irmã… Ela é mais velha, né? – Érica estendeu os braços. – Deve ser diferente de ter uma mais nova.

Segurei em um de seus antebraços e a puxei fazendo-a dar meio rodopio, logo soltando-a e escutando sua gargalhada enquanto cambaleava pelo montinho de grama até a pista de caminhada do parque. 

— E é legal? – deslizei pelo montinho, acompanhando-a na pista.

— O quê? – ela amarrou seus cabelos em um pequeno rabo-de-cavalo.

— Ter uma irmãzinha. – enfiei as mãos nos bolsos e chutei algumas pedrinhas.

— É demais. É aquela pessoinha que você cuida e ela valoriza todo o seu amor. – Érica sorriu bobamente. – Precisa ver quando ela está chorando, é só eu pegá-la no colo que para na hora!

— Uau. – comentei impressionado. Não era o maior fã de bebês, mas entendia o quanto significava para Érica pelo brilho em seu semblante. – Bom, eu tenho meus animaizinhos.

Érica riu e começou a andar de costas.

— É diferente. – a garota abriu os braços.

— É, deve ser.  – dei uma risada abafada.  

Será que Stefanie se sentiu daquele jeito quando eu nasci? Ah, que pergunta idiota! Todos os meus aniversários ela fazia questão de lembrar como tentou me colocar na sacola de compras da nossa vizinha para livrar-se do bebê Norte e voltar a ser filha única.

Certo, talvez eu estivesse com uma pontinha de inveja da Érica. Olhando por aquele lado, ter uma irmã mais nova parecia legal. 

Nos separamos ao sair dos limites do parque, acenamos um para o outro a uma quadra de distância e gritamos sobre nos encontrarmos na academia ao anoitecer.

Voltando para meu bairro, passei em frente a casa de dois amigos da antiga escola. Não conversava com eles desde que entrei para API e eles também não me procuraram. Cerrei os punhos dentro dos bolsos e apertei o passo.

Sim, eu estava fugindo.

Não eram muitas as pessoas que sabiam minha identidade ou poder, mas eu jurava que algumas me olhavam de soslaio e iniciavam burburinhos. Podia não ser comigo ou sobre mim, todavia, isso me fez correr para casa.

— Olha só quem chegou. – Stefanie olhou-me de cima a baixo assim que passei pela porta da sala. – A mãe vai fazer hora extra, mas quer que você esteja pronto às oito quando ela chegar.

Joguei meu celular e chaves na mesinha de centro e bufei ao deixar meu peso cair no sofá. 

— Não bufa para mim, garoto. – ela deu um tapa em meu ombro e foi até a cozinha. 

— Eu não quero ir para a escola. – choraminguei.

— Falei isso por quatorze anos e veja só, eu sobrevivi. – voltou com uma panela de brigadeiro e duas colheres.

Observei a garota acomodar-se ao meu lado, atraindo Floquinho e Cleópatra que rolavam no tapete.

— É porque você é durona. – peguei uma das colheres e afundei na panela.

— Você tem um ponto. – Stefanie deu de ombros. – Pensei que você estivesse feliz com seus amiguinhos. E a garota dos coques.  – girou sua colher ao lado da cabeça.

— Podemos não falar dela? – coloquei o brigadeiro na boca. – Ai, ai, ai, está quente!

— É claro que está quente, animal. – minha irmã revirou os olhos. – Me conta, vocês brigaram?

— Não.  – ruborizei. – Ela foi para outro estado, você sabe.  

— Tá, mas ela não foi morar lá, foi passar as férias, não é? – preencheu a boca com o doce.

— E quem sabe o que se passa na cabeça dela e da mãe dela? – abanei a língua.

— Vem cá, você gosta dela? – a garota deu um sorriso malicioso. – Porque se sim, desiste, ela é muita areia pro teu caminhãozinho. 

— Ah, vai arranjar o que fazer! – franzi as sobrancelhas e dei um peteleco em sua testa. – Aliás, já disse que não quero falar sobre ela.

— Tudo bem, cabeção. – Stefanie penteou os cabelos para trás e respirou fundo. – Então vamos falar sobre o que você vai fazer quanto a Hanna Sato?

Congelei no lugar ao ter aquele nome perfurando meu peito feito uma e produzindo um zumbido insuportável em meus ouvidos. Cleópatra e Floquinho trouxeram-me de volta à realidade ao enroscarem-se em minhas pernas e miarem.

— Não conseguimos descobrir nada sobre ela nas férias. Parece que a cada dia que passa ela fica mais distante. Pedro só respondeu ao primeiro e-mail de Ienaga e nenhum mais. – cerrei os dentes.

Stefanie prendeu sua colher entre os dentes e pegou Floquinho nos braços, colocando-o em seu colo e acariciando-o.

— Eu vou te dar um conselho. E de graça. – ela falou após um tempo. – Ficar pensando nisso só vai deixar você e seus amigos mais paranóicos e com parafusos a menos. Esqueça que é um esquisito e aproveite seu segundo ano como um estudante normal. 

— Isso não resolve a situação. – torci a boca e peguei mais um pouco de brigadeiro.

— Não. – Stefanie suspirou. – Mas vai aliviar essas cabeças ocas. Viver em torno disso não vai levá-los a lugar nenhum. A resposta vai vir quando tiver que vir.

— Você diz isso como se a resposta fosse surgir no hall de entrada. – resmunguei.

— Céus, que garoto teimoso. – ela bufou. – Olha só para a Cleó. – apontou para a gata. – Por que acha que ela está se esfregando na sua perna?

Analisei os movimentos suaves e elegantes da felina.

— Porque ela quer comida. – afaguei a cabeça de Cleópatra.

— Exatamente. E você já tentou brincar com a Cleó quando ela já comeu?  

Ponderei um pouco, respondendo em seguida:

— Ela geralmente foge ou me lança aquele olhar de superioridade.

— Isso. Cleó é a resposta que você procura. A resposta virá quando você parar de persegui-la. – Stefanie encheu sua colher e enfiou-a na boca. – Relaxa, só se faz o segundo ano uma vez. A menos que você repita, aí a mamãe te mataria.

 

>>>

 

Passar pelos enormes muros brancos (onde repórteres tentavam tirar alguma informação e não conseguiam já que alguns guardas os afastavam) e pisar naquele chão azulado após todo aquele tempo fora foi estranho. A luz branca do hall de entrada deixou meus olhos incomodados e eu quase não assimilei as silhuetas que transitavam por ali, atarefadas em arrastar malas e caixas. 

Me concentrei na última boa sensação que tive em casa: a de acariciar e mimar todos os meus bichinhos, além de passar uma longa e nova lista de instruções para Stefanie. Ela me xingou.

Um homem com as mangas da camisa dobradas até os cotovelos e expressão cansada nos abordou sorrindo fracamente. Ele inclinou-se na direção de minha mãe e lhe deu um beijo na bochecha.

— Muito atarefado? – mamãe indagou risonha.

— Você nem imagina quantos alunos não lembram dos números de seus quartos. – Fábio suspirou. – E você, garotão? – me fitou.

Não estranhei quando ele me chamou de “garotão”, porque era só do que ele me chamava quando nos víamos. E não foram poucas vezes como eu gostaria que fossem. Parece que o lance com mamãe era sério.

— Lembro. – murmurei olhando ao redor. Também lembrava muito bem do meu colega de quarto.

— Ah, ele deve estar procurando a amiguinha dele! – a mulher exclamou. – Você a viu? Uma de coques? Bonitinha? 

— Mãe! – a repreendi com as bochechas coradas.

— O que foi? 

Soltei um suspiro e deixei os ombros caírem. Fábio deu uma risada, afastou-se por alguns instantes e voltou com a chave do meu quarto e a ficha de aulas que eu deveria preencher no balcão junto de mais uma dezena de alunos.

Depois de devolver a ficha preenchida para Fábio, me despedi de mamãe e Stefanie, abraçando-as fortemente e repassando a lista de cuidados de Cleópatra, Floquinho, Siri, Bergamota, Cacau e Nata. Elas disseram que manteriam contato e me desejaram boa sorte.

É, eu iria precisar. 

Achava impressionante a habilidade de Kaíque de bagunçar um quarto estando a cinco minutos nele. Roupas foram espalhadas pelo chão, malas e caixas encontravam-se escancaradas e a cama revirada.

— Garoto espirro! – ele sorriu levantando as sobrancelhas. – Cara, apenas um mês de férias para os reprovados é meio injusto, não acha? – fez um biquinho.

Dei de ombros e me joguei na cama do lado esquerdo sendo imediatamente envolvido pelo cheiro de naftalina do colchão. 

— Ei, ei, ei. Quer saber de uma coisa? – Kaíque olhou-se no espelho pendurado atrás da porta entreaberta. – Esse ano será ótimo.

— Por que diz isso? 

— É o que minha intuição está falando. Bem-vindo ao segundo ano do ensino médio.

Enquanto absorvia sua fala, um inspetor deu duas batidas na porta e mandou todos se reunirem no auditório para ouvir o discurso do diretor. Franzi o cenho ao concluir que não existia a palavra “discurso” quando se tratava do Heitor.

De qualquer forma, eu e meu colega de quarto caminhamos pelos corredores junto de outros alunos eufóricos e chegamos ao auditório lotado. No palco, o homem de camisa amassada e barba por fazer colocava e retirava seus óculos ao tentar ler uma papelada. 

— É bom estarmos de volta, não? – Heitor pigarreou. – Eu não queria, mas sou obrigado a dizer algumas coisas antes de começar o ano letivo, então… – apoiou preguiçosamente os braços no pedestal.

Sua equipe de funcionários estendia-se atrás dele em uma fila horizontal que carregava um misto de reprovação e tédio quanto às palavras do chefe. Eu não estava diferente, na verdade, sequer ouvia o que o homem pronunciava, preocupava-me mais em varrer o lugar com os olhos à procura de um certo alguém.

— E por fim, não se metam em problemas. Colaborem para que esse seja um ótimo ano e… É isso aí, não tenho mais o que dizer. – Heitor bocejou e deixou o pedestal.

Não acreditava estar nas mãos daquele cara durante um ano letivo inteiro. Será que ainda dava tempo de pagar a multa por não estudar na API?

Fomos dispensados após uma salva de palmas e devo dizer que eu teria me perdido no mar de alunos apressados caso alguém não tivesse me puxado pelo braço. Surpreso, virei-me para trás e encarei a mão que envolvia meu pulso. 

— Te encontramos! – Eduardo sorriu de orelha a orelha. Não usava lentes coloridas como de costume e seu undercut estava mais marcado.

Olhei para além de seu ombro, encontrando Ienaga e Érica conversando. Amanda e Victor estavam um pouco mais atrás, a garota havia cortado seus cabelos um pouco abaixo dos ombros e o garoto parecia mais alto. Soltei um discreto “uau” e torci para nenhum dos gêmeos terem percebido.

— Então, pessoal, todos reunidos… – Ienaga colocou as mãos na cintura e olhou para o rosto de cada um. – Ou quase isso. –  torceu a boca e ergueu um pouco a cabeça para vasculhar os arredores.

— Já disse, ela não está aqui. Eu a teria achado. – Eduardo suspirou me soltando.

— Ah, droga. – a líder cruzou os braços. – Certo, todos reunidos ou quase isso. Vai ter uma reunião de líderes no refeitório. Disseram que podemos levar alguns membros, alguém interessado? 

— Nem morto. – Victor respondeu automaticamente.

— Tenho que desfazer as malas. – Amanda fingiu uma tosse.

— Eu e Norte podemos ir! – Érica passou por Eduardo e entrelaçou seu braço ao meu.

— Érica, não! – rangi os dentes.

— Por que não? – ela perguntou inocentemente. – Eu nunca fui a uma dessas reuniões.

— Por isso mesmo. – lembrei-me de quando fui pego pela maldição do líder.

— Não aceito devoluções. – a líder deu um tapinha no ombro de cada um. – Vamos, temos que mostrar a união da União Rebelde! – caminhou em direção à porta de saída do auditório.

Eduardo a seguiu, virando-se brevemente para nós e juntando as mãos como se implorasse para irmos também. Fui arrastado pela boa vontade de Érica até o refeitório ocupado por mais ou menos 10 alunos. Dentre eles, estavam os outros líderes:

— Atrasada como sempre. – Felipe resmungou. Tinha penas presas em suas roupas e madeixas, mas não demonstrava importância.

— Felipe… – Ana Carolina o repreendeu. – É bom ver vocês de novo.

— Diga isso por você. – Bianca soltou uma risada de desdém.

— Espero que isso seja rápido. – Kaíque bocejou. Nunca pensei que o veria em uma reunião.

Nos acomodamos em um dos bancos e observamos Felipe abrir um caderno sobre a mesa e girar uma caneta nos dedos.

— Queria saber se vocês tem alguma sugestão para esse ano. – o baixinho olhou para cada um. – Já que não temos um grêmio estudantil para organizar as coisas. Por motivos óbvios.

— Qual o motivo óbvio? – Érica sussurrou. 

— Porque havia duas possibilidades em um grêmio. – Eduardo respondeu baixinho erguendo dois dedos. – Ser formado por apenas um grupo, assim deixando os outros na desvantagem ou ser formado pelos quatro grupos, o que significaria trabalharmos sempre juntos. Nesse atual sistema, somos mais individualistas, pois cada um cuida dos problemas do seu próprio grupo.

Recordei-me das mediações e um arrepio subiu pela minha espinha. 

— Então… – Felipe pigarreou após dizer algo que não prestamos atenção. – Nenhuma ideia? Eu mandei mensagem para vocês nas férias pedindo para planejarem algo.

— Ele mandou? – Ienaga cochichou.

— Sei lá, eu bloqueei o número dele. – Eduardo deu de ombros.

— Eu tenho uma ideia. – Bianca fechou seu espelho portátil e levantou-se convencida. – Como passaremos o ano inteiro aqui, precisamos de algum entretenimento.

Sentado a uma distância considerável de todas as pessoas presentes ali, Kaíque deu uma risada abafada.

— Não sei qual é a graça. – a líder do Super Gatinhas torceu o nariz. – Continuando… Que tal um jornal com todas as fofocas bombásticas?

Foi a vez de Eduardo e Ienaga prenderem suas risadas de desdém. Felipe lhes lançou um olhar de repreensão, sendo completamente ignorado. 

— Um jornal. – Ana Carolina repetiu. – É uma ideia interessante, eu gostei. Mas… Acho que não nos deixariam imprimi-lo diariamente ou semanalmente.

— Estamos na era digital. Podíamos fazer um blog. – um garoto sugeriu. – Apesar de que eu não sei como fazer um.

— E que tal… – assustei-me ao perceber que a voz vinha do meu lado. – Se for apenas uma conta no Instagram? – Érica ergueu a mão timidamente.

Os líderes e os outros membros se entreolharam por um momento, absorvendo a ideia.

— Pode funcionar. – Felipe disse duramente.

— É claro que pode funcionar. – Ienaga cruzou os braços e sorriu. – Afinal, eu só tenho membros inteligentes com ótimas sugestões.

— Vocês têm mais alguma além dessa? – o líder do Nova Era arqueou uma sobrancelha.

— Não. – ela bufou.

— Imaginei. – Felipe escreveu algo em seu caderno, não dando importância para o praguejo de nossa líder. – Precisamos de um nome. Deve ser algo respeitável como… – olhou para cima, pensativo.

— “Babados da Ei Pi Ai”. – Bianca sorriu convicta.

— O quê? Nem pensar! – o baixinho engasgou-se com a própria saliva. – Esse nome é rídiculo. 

— Não é não! – as integrantes do Super Gatinhas protestaram.

— Precisa passar credibilidade! Tipo… “Portal da API”. – Felipe gesticulou nervoso.

— Esse nome não é nada chamativo. – uma das garotas zombou.

— Eu tenho uma ideia! – Ienaga exclamou. – “Mensageiro apocalíptico.” – passou a mão pelo ar.

Era um pior do que o outro, impressionante. 

— Coloquem qualquer coisa como “Jornal API”, ninguém se importa mesmo. – Kaíque havia deitado em uma das mesas e mexia despreocupadamente em seu celular.

— Quanta falta de glamour. – Bianca revirou os olhos.

— Certo, são quatro possíveis nomes. Podemos decidir por sorteio. – Ana Carolina ficou de pé. 

— Eu concordo. – Bianca agarrou o caderno da mão de Felipe, rasgou uma folha em quatro partes e retirou uma caneta roxa purpurinada do bolso para escrever.

— Ei, sua… – o líder do Nova Era rosnou.

— Pronto, basta pegar um papelzinho. – anunciou após dobrar as quatro partes, chacoalhá-las dentro das mãos e jogá-las em cima da mesa. – Deixo você fazer as honras, Felipe. – provocou.

O garoto resmungou alguma coisa, agarrou um papelzinho e abriu-o em um estresse quase palpável. Suas sobrancelhas franziram-se automaticamente e a boca torceu-se ao virar o papel para que todos lessem seu conteúdo. Ali, contendo um coração no lugar do pingo do “i”, estava escrito “Babados da API”.

— Que seja. – Felipe amassou o papel e atirou-o na mesa. – Uma conta no Instagram chamada “Babados da API” que funcionará como jornal. – puxou o caderno de volta e fez uma anotação.

Ei Pi Ai.— Bianca corrigiu.

— Garota, as letras em português não funcionam assim. – o baixinho bufou. 

— E quem vai ficar responsável por essa conta mesmo? – Kaíque ergueu um dos braços. – Porque eu que não vou ser.

— Nem eu. – Ienaga agitou a mão.

— É, isso é realmente um trabalho a mais. Acho que a Bianca deveria ficar encarregada disso. – Felipe encarou a garota. – Afinal, ela passa bastante tempo no Instagram. 

— No meu perfil pessoal! – Bianca rebateu ruborizada. – De qualquer forma, eu já pretendia assumir a conta. – revirou os olhos.

— Certo. Se precisarmos, pediremos a senha para você, então não a esqueça. – Felipe ditou. – Mais alguma sugestão?

— Sim, sugiro que voltemos para os nossos quartos, já está tarde. – Eduardo levantou-se.

— O galinha tem razão, tenho coisas mais importantes para fazer. – Kaíque saltou da mesa para o chão. – Mas antes… Eu tenho uma pergunta. Vocês conhecem alguém chamado “Informante”?

 


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Notas finais do capítulo

A União Rebelde vai revelar que conhece o Informante? A Yara não vai voltar? Cadê a garota do capítulo anterior?

Todas essas perguntas serão respondidas no próximo capítulo: "Nossa teoria vai por água abaixo"
Beijos.
—Creeper.



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