Naquele dia Hinata acordou cedo, já havia feito sua higiene matinal e estava se arrumando. A bandana ninja, com um desenho de uma folha e uma espiral no meio, indicando o símbolo de sua aldeia, que agora ela defenderia, estava na escrivaninha ao lado do espespelho.

Hinata havia escolhido uma calça azul, vestia uma camiseta preta simples e uma blusa bem e larga com o símbolo hyuuga na manga e capuz. Essa seria sua roupa de missões.

Esse era o que chamavam dia de orientação. Os ninjas recém formados se encontrariam na academia ninja para receber as primeiras instruções para começar o trabalho com missões. 

Estava praticamente empregada. Já que não serviria o seu próprio clã, então irá servir a Vila que acolhia esse clã. Ainda estava temerosa quanto ao risco de vida que corria, tinha por intuição que o que aprendera na academia era pouco em relação ao que aguardava dali para frente, pois os conteúdos aplicados ali eram estranhamente fáceis  Sabia que estava apenas na base da hierarquia ninja. Mas não importava. Era um peso, fraca e não se importava se viria a morrer. Mas ainda tinha medo.

—Nii-sama! vai ficar  linda de ninja.

Hanabi, sua irmãzinha entrava correndo, pulava na cama e estava eufórica.

Hanabi era um pouco diferente de sua irmã mais velha. Sua pele não era tão branca como a dela, um pouco mais corada. Os cabelos marrons batiam na altura do ombro da pequena e uma mecha sempre teimava em cair pela testa entre os olhos claros. Seus olhos perolados eram de um tom mais rosado que o da irmã mais velha e extremamente vivos. 

O comportamento agitado da pequena, mesclava com a calma da mais velha, sendo também  muito forte e com um grande potencial. Hanabi claramente era a favorita de seu pai e agora herdeira sucessora do clã. 

Era raro as duas terem alguma interação infantil. Seu pai pai sempre as mantinha ocupada com seu treino duro, levando Hinata e agora hanabi a exaustão. 

Mas sempre que podia, procurava dar uma atenção especial à pequena. Lembrava da gentileza que tinha com sua mãe e queria se tornar gentil como ela, mas também forte. Ficava triste que a irmãzinha não havia conhecido a mãe que havia morrido em seu parto, então procurava compensá-la de algum modo. Tratava de Hanabi com carinho e procurava acompanhar a irmãzinha nas brincadeiras. Elogiava as tarefas que a menina fazia e trazia com muito orgulho para mostrar à irmã. 

Hanabi segurava sua bandana e olhava para a mais velha com olhos orgulhosos. Hinata deixou a irmãzinha experimentar a bandana  que nunca iria ganhar, como herdeira principal, que agora era, a pequena nunca frequentaria a academia ninja,  sendo treinada e supervisionada apenas dentro do clã.  

Seu pai já estava investindo pesado na preparação da menina, a treinava duro e já lhe passava conhecimentos secretos. Observava alguns pequenos hematomas e arranhões dos treinos no corpo da pequena.

Mas era melhor. Como herdeira principal, Hanabi jamais ganharia aquele maldito selo amaldiçoado e que todos da casa secundária ganhava.

 Via seu primo mais velho e companheiro de treino cada vez ganhar mais ressentimento, sendo punido de forma covarde, bem como seu falecido tio, pai de Neji. As vezes, o pai ativava o selo sem motivo aparente.

 Hinata sofria com aquilo,  mas nada pôde fazer. Hinata tinha muito carinho pelo primo, mas o via ficar cada vez mais ressentido e se aproveitava de sua força superior, batendo nela nos treinos, fazendo com que Hinata cada vez mais ganhava medo de treinar com ele e por consequência travar hesitar mais vezes, mostrando mais fraqueza. Ela nunca se queixaria de Neji.

Era um gesto mínimo pela irmã, sabia disso, mas liberava sua irmã mais nova do destino que não conseguiu do irmão mais velho. E por consequência traçava um novo caminho para si também, escolhendo se desenvolver de forma diferente treinando por fora e virando Kunoichi.

Aproveitou o momento da manhã para dar atenção a irmãzinha antes de sair, deixando a mesma posicionar a bandana em seu pescoço como um colar, e decidindo que era essa a forma que usaria sempre sua bandana. 

Levou a menina para tomar café junto de si, fazendo bolinhos em forma de bichinhos com caretinha que ela tanto gostava, vendo seus olhos brilhar e os pulos de alegria. 

Conversava com a pequena lhe dando atenção. 

Não sabia, mas o pai observava e admirava secretamente a cena, a filha mais velha era extremamente generosa e gentil com a pequena, dava a ela um cuidado materno que ele mesmo era incapaz de dar já que estava às treinando para ser forte e acreditava que gentileza significava fraqueza.

Mas todo aquele cuidado da filha mais velha lhe lembrava uma certa pessoa que ele tinha muita saudade, não deixando se sorrir escondido vendo a cena: "Ela se parece com a mãe". 

Quando Hinata terminou, se despediu da irmã, encontrando o pai, apenas fazendo uma reverência educada para ele, saindo sem dizer uma única palavra.