Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya escrita por Masei


Capítulo 2
As Lendas de Uma Nova Era


Notas iniciais do capítulo

Seiya chega de volta à sua cidade para reencontrar sua irmã, mas é surpreendido por uma terrível notícia.



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A grande cidade está em festa. Centenas de pessoas nas ruas, muitos cartazes, vozerio e muito trânsito ao redor de um enorme Coliseu recentemente construído. Filas enormes de pessoas e de crianças ansiosas pelo início de um Torneio muito esperado.

As filas do lado de fora logo lotaram todas as arquibancadas circulares do lado de dentro. Pura euforia entre os presentes até que a luz do ambiente reduziu para indicar o início do espetáculo.

— Vai começar! A esperada Guerra Galática finalmente vai ter seu início hoje, não é Milene?

— É isso aí, Rogério! Três longos meses de espera; todo mundo na cidade e ao redor do Mundo está curioso demais no que vai acontecer nesse Coliseu. 

— E vamos combinar, ele está maravilhoso.

— É lindo, Rogério. Não tem como descrever. A tecnologia aqui é de última linha.

— E com certeza vão usar tudo isso no show, mas vamos lá! Vamos lá que as luzes se apagaram, minha gente. Atenção ao domo do Coliseu e aos telões que teremos uma palavra da nossa organizadora!

O domo do Coliseu se fecha jogando a todos em uma escuridão, que logo é iluminada por estrelas que lentamente se acendem no teto acompanhadas da Via Láctea. É como se dentro do Coliseu, eles pudessem ter a sensação de estarem debaixo de um céu espalhado de constelações brilhantes. O holograma de uma jovem se materializa para que todos pudessem vê-la descendo direto das estrelas; o cabelo arroxeado e castanho longos nas costas e um vestido grego branco.

— Bem vindos. — começou ela a dizer, seguido por aplausos e gritos. — Eu sou Saori Kido e vocês estão em meu Coliseu. Nos próximos dias, essa Arena será palco de incríveis batalhas entre os Cavaleiros do Zodíaco. Jovens guerreiros que lutarão em busca de um prêmio incrível: a Armadura de Ouro.

Um único facho de luz na escuridão iluminou um pedestal com uma Urna dourada que reluziu e ficou acesa para o resto de sua fala.

— Há muitos e muitos anos, em Eras longínquas, jovens guerreiros se uniam para lutar em nome da paz e da justiça e sempre combatiam sem armas. Agora, esses jovens novamente estão entre nós e lutarão para que um deles se torne o próximo Cavaleiro de Ouro.

A multidão aplaudiu, gritou o nome de Saori. A empolgação era tremenda.

— Espero que tenham uma excelente noite e aproveitem o espetáculo.

E então sua imagem desapareceu para delírio do público que ainda viu, ao redor da Urna de Ouro, acenderem-se quatro piras de fogo anunciando o início das batalhas. A voz do narrador retornou.

— Olha só, os Cavaleiros do Zodíaco, Milene!

— Será que vamos ver justas entre eles, vai ter cavalo e tudo Rogério? — e os dois dão risadas juntos.

— Eu acho que é só pra dar efeito mesmo, viu Milene. — riu o narrador.

— E que maravilhosa nossa Saori, não é?

— E aquele cabelo roxo?

— Ih, Rogério, eu tô ferrada lá em casa que minha filha vai querer, com certeza.

— Eu já to vendo um monte de gente de cabelo pintado na plateia, eu acho que pegou, vai ter problema mesmo.

— Mas chega de papo, Rogério que estamos para começar com a primeira luta do Torneio!

— É isso mesmo Milene, Bem vindo a todos à Guerra Galática!

A galera respondeu em uníssono.

— Atenção, atenção, senhoras e senhores. Antes da batalha começar, vamos às regras! Essa é uma série eliminatória em melhor de três rounds e quem vencer primeiro dois rounds, passa para a próxima fase! Quem for nocauteado por 10 segundos, o computador irá considerar derrotado. E muita atenção aos telões para não perderem nada da ação! Lembrando, é claro, que ao final, aquele que vencer o Torneio, ganhará a Armadura de Ouro!

Muitas palmas e euforia.

— Nosso primeiro lutador, veja só, atenção a todos, porque direto da Tanzânia…

— Tanzânia?

— É Milene, tá achando o quê? É gente do Mundo todo. Direto da Tanzânia, representando o Monte Kilimanjaro, o nosso primeiro lutador tem 15 anos de idade, olha o que ele é forte! Traz do oriente sua força para representar a Constelação de Leão Menor! É Ban! Ban. Ban. Ban. Ban. Ban!

— É o Ban de Leão Menor.

— Boa Milene!

O público ao delírio com o jovem que aparece nos telões acenando para a plateia; ele salta no ar para acessar o centro da Arena e então todos são surpreendidos por uma leve explosão próximo à Armadura de Ouro que revela, em tons laranjas, a forma de Leão Menor, que separa-se e, no ar, junta-se ao corpo de Ban em um espetáculo de luzes incrível. Quando ele finalmente pousa na Arena, já com seu traje de luta, a galera novamente vai à loucura.

— Os efeitos são incríveis… — comenta Rogério fora do microfone.

— Dinheiro infinito, né. — responde Milene, mas para a frase no meio ao notar que Rogério entraria no ar.

— E agora se prepara, Milene.

— Eu num tô preparada, que essa é minha preferida…

— Mas Milene, a gente num pode ter preferidos! — brincou o narrador.

— Ah, Rogério, assim você me complica. — riu a comentarista.

— Não dá nada, não dá nada, por que no final vence o melhor lá dentro daquela arena. Eu e você aqui só falamos bobagem.

— Fale por você, Rogério, mas olha a galera!

— É, parece que num é só você não, Milene.

— Ela é demais!

— Diretamente da Inglaterra, dos montes, das terras altas e dos castelos, com 17 anos de idade. Traz da Terra da Rainha sua elegância e imponência para representar a Constelação de Golfinho. É. A-lice!

O público vai à loucura por Alice de Golfinho. Parte do estádio grita seu nome em coro, mas ela sequer acena como Ban. Sua Armadura também desprende-se e veste-a imponentemente sem que ela sequer parasse de andar. Os dois agora frente à frente na Arena.

O público reage com força.

— E que vença o melhor!

— Lá vão eles, Rogério!

— Calma Milene, são eles que tão lutando, mulher. — os dois riem entre si. — Ban está rodeando Alice, parece que está estudando seus movimentos para decidir como atacar, mas Alice sequer esboça alguma reação.

— Ela está muito confiante.

— Isso pode ser um problema, Milene. E lá vai ele! Ban avança no soco, mas ela se esquiva!

— Olha a galera, Rogério!

— Foi um soco direto, que num deu problema nenhum para Alice. E vem Ban de novo, direita, esquerda, direita, esquerda, ela parece que tá na mente dele!

— Ela é mais velha do que ele, será que Ban não terá chances contra a experiência de Alice?

— Ban, por outro lado parece muito mais energético.

— É da idade, minha filha é igual. E lá vai ele de novo, Rogério…

— Minha nossa, quase que o gancho pegou. Ele tá chegando perto, Alice tem que ficar esperta, senão…

— Senão ela vai acabar…

— Bombardeio do Leão Menor! — ouviu-se a voz de Ban no alto-falante e Alice foi às cordas. Os comentaristas se levantaram das cadeiras em fala desembestada:

— Alice desviou de outro diretaço de Ban, ele foi às cordas, mas pegou impulso e, minha nossa senhora, pegou Alice em cheio até o outro lado da Arena!

— Ela não esperava por isso Rogério.

— Alice está encurralada e Ban acerta um, dois, no rosto de Alice e a joga para o outro lado da Arena.

— Que incrível!

A plateia vai à loucura e, na cabine, os comentaristas se entreolham confusos.

— Parece que estão levando à sério.

— E se Alice não levar também, ela pode ser vencida.

— Ban pegou impulso nas cordas novamente, parece que é sua técnica especial, o Bombardeio do Leão Menor. Lá vai ele de novo e… Alice! Alice segurou o impacto nos braços!

— Impressionante, olha a carga que ela está segurando no telão.

— É mais de 1200 quilos, que insano!

— Ban está socando Alice!

— Sim, Milene. Ban se aproveitou da situação e está desferindo socos a torto e direito em Alice. Alice está em apuros. Mas… espera um momento. Ban está tomando a dianteira, mas Alice sequer parece se mover.

— Ela está bloqueando todos os socos!

— Uma abertura! Ban! Ban está no chão!

— Que impressionante! Vamos ver no replay em câmera lenta do telão! Olha, vejam como Alice está bloqueando todos os socos de Ban e ele, quase sem querer, deixa uma abertura enorme e Alice simplesmente, minha nossa, ela salta em um mortal contrário atingindo Ban com suas pernas e o arremessando para longe.

— Foi incrível Rogério, mal conseguimos ver isso ao vivo, se não fosse a câmera lenta, talvez tivéssemos perdido.

A plateia aplaude empolgada e começa a fazer a contagem de Ban.

— Os efeitos são incríveis. — diz a comentarista fora do microfone.

— Eu não sei como fazem, mas vamo lá…

— Vai, vai que tá na contagem. — diz ela para ligar o microfone.

— Sete, seis, cinco, quatro, três, dois, fim de round! — anuncia o narrador para delírio da galera.

— Ufa, dá pra respirar um pouquinho, Rogério?

— É, Milene, o Torneio começou com tudo!

— Ban parecia ter a iniciativa e desde o começo buscou a luta, a ofensiva e inclusive atingiu Alice com sucesso usando sua técnica especial, o Bombardeio do Leão Menor, mas Alice tinha uma carta na manga que foi esse giro incrível com as pernas. O que será que vai acontecer no segundo round, Rogério, eu mal posso esperar.

— Será que Ban vai tomar mais cuidado com esse giro de Alice, será que vai funcionar sua tática das cordas? Veremos, daqui a pouco, no segundo round!

 

—/-

 

— Espere aqui. — disse um adulto antes de fechar a porta e deixar o garoto só.

Seiya entrou em uma ante-sala de uma enorme Mansão. Deram-lhe melhores roupas, um tênis mais confortável, mas nas costas ele ainda trazia a Urna de sua Armadura. Havia muitos quadros nas paredes, cortinas riquíssimas e uma mobília bastante limpa e quase intocada.

Mas a sala não estava vazia. Outro garoto estava ali também. Diferente dele, ele não carregava uma Urna e Seiya preferiu ficar olhando as coisas da casa, mas foi surpreendido pela voz doce do menino.

— Você também tá de castigo? — Seiya olhou para o menino que tinha uma franja teimosa nos olhos e um sorriso doce no rosto. Ficou um pouco desconfiado, mas era terrivelmente curioso.

— Acho que sim.

— Eu lembro de você. Você vivia de castigo.

— Ei!

— Seiya, não é?

— E você é o Shun. Eu também lembro de você. Você nunca ficava de castigo.

— As coisas mudam.

Se abraçaram e sorriram.

— Você também se tornou um Cavaleiro. — comentou Shun vendo a Urna de Seiya.

— Bom… era isso ou morrer, não é?

— A Grécia era horrível assim?

— Você não imagina…

— Imagino. O treinamento na Ilha também foi um inferno.

— E agora querem que a gente participe de um Torneio, é ridículo.

— Por isso está aqui?

— Claro. Eu num vou participar desse negócio idiota, eu voltei aqui só pra encontrar a minha irmã e ninguém quer me dizer nada.

— Eu também estou aqui por causa da minha irmã.

— Eu lembro da sua irmã. Ela também não voltou?

— Não. 

Os dois ficaram em silêncio juntos até que a porta abriu novamente e Saori Kido entrou na sala, acompanhada de perto por uma garota que ficou afastada, mas alerta.

— Olá Shun. — começou ela. — Infelizmente não temos novidades de Ikki. — Shun afundou um pouco na cadeira triste.

— E Seika? — perguntou logo Seiya para Saori. Ela olhou-o nos olhos muito séria antes de responder.

— Bem vindo de volta Seiya. — começou ela. — Infelizmente também não temos notícias de Seika.

— Mas como assim não têm notícias? Ela foi para um treinamento aqui mesmo na cidade. Vocês devem saber de alguma coisa.

— Desculpe, Seiya. — lamentou-se ela.

— Não. Eu quero conversar com alguém. Onde é que tá aquele velho que mandou a gente tudo embora? Onde está seu avô?

— Seiya… — começou Shun tentando contê-lo e a garota encostada aproximou-se de Saori.

Ela ficou calada por um momento antes de responder.

— Meu avô faleceu há alguns anos.

Seiya imediatamente envergonhou-se, não por qualquer apego ao velho, mas por conta da presença da neta à sua frente.

— Bom, ele me prometeu que eu veria minha irmã se eu voltasse vivo da Grécia. Que o Shun veria a irmã dele. E nós voltamos!  

— Eu lamento muito Seiya, Shun, mas realmente não sabemos o paradeiro de Ikki e Seika. Como sabe Shun, nosso contato na Ilha de Ikki infelizmente não nos atualiza faz alguns meses e quanto a Seika… — ela parou no meio da frase.

— O que tem a Seika?

— Seiya… Seika treinava aqui na cidade, mas…

— Vamos, fale!

— Ela desapareceu há cinco anos atrás… 

— O quê?

— Durante todo esse tempo que esteve fora, nós dedicamos todos nossos esforços para encontrá-la, mas até agora infelizmente não conseguimos. Mas não iremos desistir e…

— Quer dizer que minha irmã está desaparecida?! Como é que vocês podem fazer isso? Primeiro nos tiram de casa, nos mandam para passar o diabo em lugares horríveis e ainda perdem minha irmã?

Seiya tinha lágrimas nos olhos, mas um profundo rancor no peito.

— Seiya… — Shun ao seu lado.

— Shun, tudo que eu tinha pra me fazer seguir adiante era reencontrar a minha irmã. Eu jurei que voltaria. E voltei. Nós voltamos, Shun.

— Nós vamos continuar e vamos aumentar nossos esforços para encontrarmos todos. Eu prometo. — disse Saori.

— Suas promessas não me valem de nada! — vociferou Seiya e adiantou-se na direção da porta. — Eu mesmo vou atrás da minha irmã.

— Deixe a Armadura… — disse Alice detrás da mesa para um Seiya muito confuso com seu pedido. — O Torneio irá começar em breve e as Armaduras precisam estar todas…

— Você só pode estar brincando. 

— Ela não está brincando… Seiya. — disse outra voz do outro lado da sala.

Outro garoto. Um sorriso debochado no rosto e uma arrogância enorme nos olhos. Seiya o reconheceu imediatamente.

— Jabu.

— Ora, ora, se não é o Seiya de volta. Eu tive que vir ver com meus próprios olhos.

— Eu não tenho tempo pra você, Jabu.

— Ninguém tem tempo para suas criancisses, Seiya. Ela pediu para deixar sua Armadura e então depois pode sair daqui para chorar o quanto quiser.

 

Seiya então virou-se e avançou para socar Jabu que bloqueou segurando-lhe a mão.

— Parem! — pediu Saori. —  Se querem lutar, guardem essa energia para o Torneio.

— Eu não vou participar desse show ridículo! — retrucou Seiya.

— Não fale assim com a senhorita Saori! — disse Jabu e Seiya experimentou rir.

— Veio me ver então, é? —  riu e soltou-se de Jabu. — Ou será que veio ver a senhorita?

Jabu então cerrou os punhos para moer Seiya na porrada, mas foi interrompido novamente por Saori.

— Jabu, pare, por favor! — falou Saori com dureza.

E então ele parou. Seiya deixou escapar um sorriso para Jabu e virou-se de costas para ele, decidido a ir embora. Quando percebeu o ar cortar e as alças de sua Urna se rasgarem fazendo com que ela caísse no chão.

— Você vai. A Armadura fica. — disse Jabu.

Seiya olhou-o com raiva e esticou o braço para tomar a cinta da Armadura de volta, mas ao olhar para sua Urna, ele hesitou por um instante. Lembrou-se das palavras de Marin, as palavras do Patriarca em pessoa. E então decidiu soltar e deixar a Armadura onde estava para surpresa de Jabu. Seiya deu as costas à Armadura e saiu da sala.

— Espere Seiya. Eu vou com você. — disse Shun.

E os dois foram. Jabu olhou para Saori e viu apenas o aceno de uma garota pedindo que deixasse estar, como se ela já soubesse o que viria acontecer.

 

—/-

 

— Tem certeza que quer ficar com o encrenqueiro do orfanato, Shun?

— Absoluta.

— Também não irá lutar no Torneio? — perguntou Seiya.

— É proibido aos Cavaleiros de Atena lutarem por causa própria. Foi por isso que deixou sua Armadura lá, não foi? Pretende procurar sua irmã sozinho.

— De repente podemos achar Ikki também.

— Sim. — sorriu Shun. — Então era aqui que você vivia antes?

Uma mureta baixa, um portãozinho branco simples com um gramado grande onde já brincavam algumas crianças naquela tarde do dia. Balanços, gira-giras e algumas bolas espalhadas. Ao fundo, uma igreja e uma construção um pouco maior, embora muito simples. A placa lia ‘Orfanato das Estrelas’.

— Sim. 

E muita alegria encheu aquelas crianças pela visita inesperada dos dois jovens, muito também porque raramente tinham visitas ou muito motivo para brincarem. Por outro lado, os anúncios da Guerra Galática na única televisão antiga, que o orfanato tinha para que as crianças pudessem ver desenhos, os tinha deixado muito empolgados nos últimos dias.

O padre muito contente em rever Seiya apresentou-o às crianças e às cuidadoras dizendo que o jovem também morou naquele lugar quando era da idade deles, antes de ser adotado. As crianças imediatamente o adoraram. E na frente da televisão encheram o rapaz de pergunta.

— Você vai lutar aí, Seiya? — perguntou um dos meninos vendo a imagem do enorme Coliseu.

— É verdade Miho? Ele vai lutar mesmo? — perguntou outra para uma das cuidadoras do lugar.

— Ele também vai, sabiam? — disse Seiya sobre Shun.

— É verdade? Ah, mas eu gosto mais do Seiya. — disse outra criança..

— Ah, num fala assim, senão ele vai embora! — reclamou Seiya enquanto Shun sorria.

— Eu gosto mais de você.  — disse uma menina perto de Shun.

— Ei, como assim?! Mas ele nem morou aqui! — perguntou Seiya para ela.

— Pois eu queria que ele tivesse morado.

Riram todos e há muitos anos que talvez Seiya não tivesse um momento tão leve, ou Shun, ou até mesmo aquelas crianças abandonadas. Seiya pediu que Shun ficasse um momento com as crianças, já que era o novo preferido e foi conversar com uma antiga amiga que tinha naquele orfanato.

— Eu não esperava vê-lo aqui de volta Seiya. Depois de tanto tempo.

— Eu também não achei que estivesse aqui, Miho.

— Bom… nossa vida é assim. Eu gosto muito das crianças, então pedi ao padre que me deixasse ficar aqui cuidando delas. Dá um trabalho enorme, principalmente agora que uma das cuidadoras não têm vindo trabalhar, mas eu gosto. Sempre gostei, né Seiya.

— Fico muito feliz em te ver Miho.

— Eu também Seiya, mas sei porque parece desanimado.

— Ah, Miho, desculpe perguntar novamente, mas você realmente não sabe nada sobre onde minha irmã poderia estar? Qualquer coisa, Miho.

— Não, Seiya. Me desculpe. Eu gostaria muito poder te ajudar. Muito mesmo.

— Não se desculpe, Miho. Sou eu que lhe devo desculpas por pensar somente em mim.

— Como eu te disse, depois que vocês foram embora, a Seika ainda voltou muitas vezes aqui. Ela trazia doces para as crianças, cobertores para o frio e ficava conosco alguns dias. Mas há cinco anos ela parou de vir. Eu fui até a Fundação pedir a ajuda deles e eles falaram que também estavam atrás dela e que lamentavam muito. Mas infelizmente ela nunca mais voltou, Seiya.

— Minha irmã… Eu achei que poderia saber mais sobre ela aqui, mas se nem você ou o padre sabem de Seika, então…

— Mas Seiya, se você estiver disposto a participar do Torneio, talvez fique muito mais fácil encontrá-la.

— Como assim, Miho?

— Com certeza ela vai ver o Torneio pela TV, Seiya. Todo mundo está super ansioso e eu tenho certeza que ela acabará assistindo também.

— Eu não tinha pensado nisso, Miho. — respondeu Seiya empolgado.

— Mas você tem que prometer tomar muito cuidado! — alertou ela muito carinhosa.

— Claro, Miho, pode deixar comigo.

Seiya sentiu um fio de esperança se renovar dentro dele quando Shun apareceu no gramado com um garoto no colo, a quem deixou no chão para ver como estava o amigo.

— Parece que você é mesmo o preferido deles, não é Shun?

— Você é o Seiya, então? — perguntou o garoto.

— Sim, sou eu. Como sabe meu nome?

— Ah, é porque a Miho tem uma foto sua no quarto dela e num para de falar de você.

— Makoto! — correu Miho atrás do traquina, enquanto Shun e Seiya riam.

— Shun. Miho me deu uma ideia.

Shun sorrindo percebeu que ele estava mesmo encrencado.


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Notas finais do capítulo

SOBRE O CAPÍTULO: O começo da Guerrra Galática! Eu adorei criar o Rogério e Milene, pois queria criar esse clima de transmissão super empolgada de eventos esportivos e também mostrar a perspectiva dos expectadores que nada fazem ideia do que realmente está acontecendo acreditando mesmo ser um grande teatro.

O encontro de Shun e Seiya 'de castigo' no começo foi um modo de apresentá-los na história o mais rápido possível e também criar um elo maior entre os dois.

PRÓXIMO CAPÍTULO: A Guerra Galática

Convencido de que participar no torneio pode ajudá-lo a reencontrar sua irmã, Seiya tem sua primeira batalha nas telonas.



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