Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda de Seiya escrita por Masei


Capítulo 16
À Luta Novamente


Notas iniciais do capítulo

As forças do mal perderam a Armadura de Ouro, mas sabiam que a vitória não tinha sido definitiva, portanto uma nova ameaça atrai os Cavaleiros para uma nova batalha.



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Dias depois de aparente paz.

Seiya e Xiaoling disputam a última sobremesa entregue em um salão comunal, como eles começaram a chamar. Era o lugar onde Cavaleiros se juntavam todas as noites para falar de seus dias, de seus ferimentos preferidos, suas piores provas nos treinamentos, a pior bronca que já levaram, qual Armadura era mais bonita. 

O primeiro dia foi complicado, pois Seiya não gostou de ter sido deixado de lado na missão de resgate da Urna, mas Alice explicou que ele e os demais ainda estavam muito debilitados para sair de madrugada. Xiaoling concordou com Seiya que ele teria sido ótimo para escavar a terra. Seiya ficou indignado.

Os dias seguintes foram melhores, pois Saori foi muito inteligente. Começou a oferecer comida no salão. Até que começaram as disputas pela comida.

A televisão estava ligada; Xiaoling adorava os programas infantis.

— Ei! — reclamou ela quando Alice trocou de canal.

Alice era a mais velha e a mais séria entre eles. E também a única que sabia que tinha algo sério acontecendo na Fundação.

O noticiário dava conta dos placares recentes do campeonato local, quando entrou a matéria principal daquela tarde: uma série de ataques a navios cargueiros na rota do Caribe. Alice aumentou o volume para saber mais sobre o que estava acontecendo.

Um grupo de ambientalistas parecia estar rendendo muitos navios para protestar contra o derramamento de óleo na região matando a fauna marinha.

Seiya e Xiaoling interromperam a discussão pelo pudim quando Saori entrou na sala. Ela estava séria.

— Senhorita? — levantou Alice.

— O que aconteceu, Saori? — perguntou Shun.

Ela finalmente começou a falar com os olhos ao redor sobre ela.

— Um dos navios da Fundação foi sequestrado. 

Um clima de surpresa no salão, primeiro porque eles sequer imaginavam que aquela Fundação, dona daquela Mansão e organizadora de um Torneio incrível, tivesse inclusive um navio no Caribe.

— Os responsáveis por esse sequestro exigem que a Armadura de Ouro seja levada em troca do navio. — continuou a garota dando notícias gravíssimas em sua voz de menina.

— E os tripulantes? — perguntou Alice, preocupada.

— Parece que foram todos liberados, com exceção do Capitão. Foi assim que a Fundação recebeu a mensagem.

Era em certo sentido totalmente inacreditável; Seiya experimentou olhar para a televisão novamente enquanto o jornal local continuava debatendo e passando imagens de navios em um extenso oceano. Era insólito.

— Esse navio, me contaram, é equipado com um reator nuclear. Os bandidos ameaçam explodir o reator, o que causaria a extinção da vida marinha daquela região por milhares de anos.

Seiya não fazia ideia do que era um reator nuclear ou o que significava a poluição nuclear na vida de um oceano. As palavras que saíam de Saori sequer pareciam ser suas, como se ela houvesse decorado antes de entrar no Salão. Era como se ela fosse a face da Fundação não só quando era necessário falar às televisões do mundo, mas também para eles.

Fosse como fosse, ele viu na face da garota uma imensa tristeza e desapontamgente.

— Eu não acredito que eles fariam isso pela Armadura de Ouro. Sacrificar um oceano inteiro. — disse ela. 

— Senhorita. Pode ficar tranquila que eu e a Mii vamos lá chutar a bunda desses idiotas! — falou Xiaoling.

O aparente bom-humor da pequena não dissipou a tensão na sala e Saori precisou sentar-se em um banco, para se recompor da notícia.

— Não é só isso. — continuou ela, pesarosa, ao olhar para Seiya e os outros. — Eles também exigiram a presença de todos os Cavaleiros de Bronze.

Os olhos daquelas garotas caíram todos em Seiya, pois ele ainda não estava plenamente recuperado.

— Pois nem precisava exigir! — disse ele levantando-se. — Vamos chutar essas bundas juntos, Xiaoling!

Ela sorriu, mas Saori continuava séria. Alice colocou a mão em seu ombro para confortá-la.

— A Armadura de Ouro é a minha luta. — falou ela então. — Mas ela não precisa ser a luta de vocês.

Ela silenciou a sala com sua voz. Fez uma pausa para escolher melhor as palavras e levantou-se de modo que eles pudessem vê-la.

— Eu lamento tudo que tenha acontecido com vocês por culpa de meu avô, especialmente você, Shun. Se eu pudesse mudar, faria tudo diferente, mas eu não posso e essa dor eu terei de carregar para sempre. — sua voz era decidida, mas seus olhos vacilaram um pouco. — Eu não sei o que fazer… é horrível ter de pedir isso a vocês, mas sinto que não tenho outra escolha.

Shun foi até Saori e pegou em suas mãos.

— Nós também não podemos mudar nada do que já foi feito. — disse ele para ela e por impossível que fosse, havia uma serenidade enorme em seu rosto. — Ikki me ensinou a ter os punhos fortes para seguir em frente.

— Seu avô pode até ter nos obrigado quando éramos menores, mas lutar contra os Cavaleiros Negros foi escolha nossa. — disse Seiya.

— E quanto a mim, sei que o meu lugar é aqui. Ao lado da Armadura de Ouro. Se ela for a sua luta, então essa é a minha luta também. — disse Shiryu, decidida.

— Eu disse que não ia conseguir se livrar tão fácil da gente. — disse Seiya, finalmente.

Saori encheu-se de esperança ao ver aqueles jovens dedicados entre si.

— Vocês são doidos. — disse ela.

Eles eram.

— Lutaremos juntos e vamos resolver tudo isso. — disse Shun, confiante.

— Vocês não entendem, Shun. — disse Alice. — Não poderão agir como fizeram com os Cavaleiros Negros ou Dócrates. Se algo acontecer ao navio…

— Eu tenho uma ideia. — falou Cisne juntando-se a eles, finalmente. — Se eu não estiver enganado, as poderosas Correntes de Andrômeda têm uma característica única.

Sorriu ele, confiante.

 

—/-

 

Saori estava apreensiva ao ver os jovens partirem à noite no helicóptero da Fundação para o Caribe. Alice carregava a Urna da Armadura de Ouro nas costas e a preocupação de Saori em seu peito. Não havia motivo para colocar sua vida em risco e como Seiya confirmou a todos eles na aeronave, era a eles que eles queriam, não ela.

E assim foram.

Ao chegarem, sobrevoaram o navio isolado no Caribe e foram recebidos por uma voz metálica através de um megafone.

— Cavaleiros de Bronze! Desçam com a Armadura de Ouro e mandem o helicóptero voltar ou nós explodiremos ele junto desse navio! — ameaçou a voz.

Os Cavaleiros estavam trajando suas Sagradas Armaduras e todos desceram assim que o helicóptero sobrevoou mais baixo o deque principal. Foram recebidos por dois guerreiros trajando armaduras diferentes e claramente improvisadas; um deles, mais alto, tinha uma vestimenta metálica escura, arroxeada, e seu braço protegido com um punho que aludia à cabeça de um cavalo. O outro, menor e mais magro, tinha um elmo de bico em foice e motivos de penas nos braços. O Capitão do navio estava agora amarrado ao lado de uma parede.

O mais alto falou para eles enquanto o outro guerreiro sumiu dentro de uma cabine:

— Eis o que vai acontecer. Vocês deixarão a Urna da Armadura de Ouro onde estão. Irão se ajoelhar e prenderem-se com esses grilhões. — e então jogou aos Cavaleiros seis grilhões reforçados que o segundo guerreiro trouxe de dentro da cabine.

— E se a gente decidir encher você de porrada? — disse Seiya.

O sujeito riu.

— Então, nesse caso, nosso companheiro que está na Sala de Máquinas e ouvindo tudo que acontece aqui irá disparar uma descarga de energia tão gigantesca que irá desestabilizar o reator nuclear e gerar uma explosão que destruirá a vida nesse oceano.

Cisne olhou para Shun, que compreendeu logo o momento de colocar o plano em movimento. Foi o primeiro a se ajoelhar.

— Pelo quê e por quem vocês se sacrificariam dessa maneira? — perguntou Shiryu fazendo conversa.

— Não se engane. Todos nós conseguiremos escapar, mas nada poderá parar a reação em cadeia dentro do navio. E se estão aqui, imagino que não querem que isso aconteça.

— Não respondeu a pergunta. Por quem vocês lutam? — tentou ela novamente.

O guerreiro riu na cara deles e ordenou.

— De joelhos.

Xiaoling puxou Seiya para que se ajoelhasse. Alice caminhou até a metade do caminho entre eles e os guerreiros e colocou a Urna da Armadura de Ouro no chão. Pegou os grilhões e prendeu seus colegas, deixando Shun exatamente ao lado da porta da cabine.

— Muito bem.

O guerreiro do bico de pássaro pegou a Urna de Ouro e o que tinha a Armadura mais escura apontou o indicador para o céu estrelado de onde um raio branco saiu e rasgou as nuvens. Um sinal.

— Eu não consigo reconhecer essa sua Armadura. — comentou Seiya enquanto aguardavam. — Ela não brilha tanto quanto as nossas.

— Não se preocupe. Logo não precisarão mais delas. — respondeu o guerreiro claro, antes de ser repreendido pelo maior.

Seiya e Shiryu entreolharam-se. Suas Armaduras eram muito parecidas com as de Dócrates, de um metal de segunda linha, como se fosse criada ou inventada. Não muito distante da proteção de aço que Saori havia usado contra os Cavaleiros Negros.

Pouco tempo passou quando todos começaram a ouvir batidas fortes e metálicas dentro do navio.

— O que é isso? — perguntou-se o guerreiro mais esguio.

O barulho começou a aumentar, pois parecia chegar mais perto.

— Medusa, o que está acontecendo? — perguntou o guerreiro escuro em voz alta para o ar.

Shun cutucou Xiaoling ao seu lado e todos puderam ver nos olhos do Cavaleiro de Andrômeda que seu plano estava concluído. Seiya abriu o maior sorriso de todos e logo foi censurado pelas sobrancelhas de Cisne, que já reprovava o que ele faria a seguir.

— Bom, a conversa tá boa, mas chega dessa palhaçada.

Seu cosmo ascendeu, o de seus amigos também e eles quebraram os fortes grilhões que os prendiam.

— O que estão fazendo? Vão condenar esse oceano para sempre? — perguntou o guerreiro verde.

— Medusa! — gritou o outro guerreiro, como se o ordenasse.

— Ah, então o nome dele é Medusa? — disse Shun recolhendo suas duas correntes e estourando a porta atrás de si trazendo o corpo de um terceiro guerreiro completamente vencido.

O assombro se apoderou do rosto dos raptores.

— A Corrente de Andrômeda pode encontrar o inimigo onde quer que ele esteja. — disse Cisne.

— Miseráveis.

Seiya avançou para engajar com um e Cisne com o outro. Xiaoling e Alice foram direto no capitão libertá-lo das amarras.

— Desça e desligue o motor. — pediu Alice.

— Certo.

O homem desceu pelas escadas, enquanto a pancadaria comia solta no deque do navio sem qualquer chance para os raptores que tão logo foram imobilizados pelos Cavaleiros.

— Vão nos contar por quem vocês lutam! — disse Seiya.

Mas a buzina grave de outro navio soou no oceano.

— Logo vão descobrir. — sorriu o guerreiro escuro de escárnio.

Xiaoling foi até o parapeito da proa e, nas sombras da noite, conseguiu visualizar o que parecia ser um outro navio se aproximando.

— Será que é da Fundação? — perguntou ela, mas Alice não tinha certeza daquilo ao seu lado.

O navio aproximou-se muito do casco que eles estavam e a luz do deque mostrou uma embarcação antiga, impossivelmente antiga; um galeão de guerra e de casco extremamente degradado pelo tempo. As velas balançando na noite com uma insígnia incompreensível. Não parecia ser da Fundação.

Quando os primeiros canhões soaram e explodiram o parapeito que Xiaoling observava, ela teve certeza que não era Saori. Ela saltou para a segurança e logo estavam em pânico.

Arpões foram lançados do galeão para o deque e do alto de suas velas começaram a descer homens e mulheres vestidos de couro, coturno alto e chapelões. Um desavisado os confundiria com piratas do oriente e Shiryu teve certeza de ver um ou outro com tapa-olhos e cimitarras na cintura.

A luta se alastrou pelo convés, mas havia algo impossível acontecendo. Eles simplesmente não conseguiam acertar seus oponentes, pois cada punho desferido simplesmente atravessava os inimigos; cada chute ou voadora os varava como se fossem feitos de ar.

— Mas que inferno é esse? — comentou Cisne.

— É uma ilusão! — disse Alice.

— Os tiros são de verdade! — comentou Shun ao fugir de outra explosão causada por uma bala de canhão.

— Eles estão malucos, vão explodir o reator desse jeito!

— Seiya, a Armadura! — gritou Xiaoling.

Na confusão que estavam, o Guerreiro esguio se desvencilhou deles, roubou a Urna da Armadura de Ouro e saltou para dentro do mar. Ao correrem atrás dele e fugindo dos piratas fantasmas, o grupo se perdeu. Aproveitando o desespero dos Cavaleiros, os outros dois Guerreiros também saltaram ao mar fugindo com seu comparsa.

Os ataques pararam. Os piratas sumiram, os fogos causados pelas explosões também desapareceram. Era tudo uma grande ilusão. Um grande holofote virou a luz do convés para os Guerreiros fugindo no mar e quando Seiya encostou no parapeito para olhar, ele viu que o grande galeão não passava de uma escuna rápida que já se perdia no horizonte escuro daquela noite.

Ele caiu de joelhos, desolado.

 

—/-

 

À deriva no Caribe, o marulho da agitação das ondas quebrando no casco do navio foi cortado pelo bater de hélices de um helicóptero que se aproximava. Alice estava olhando para o sol nascer com apreensão. Seiya sentado contra um caixote com um semblante derrotado ao lado de Shun e Shiryu. 

— Não acredito que eu caí nesse truque. — resmungou Seiya.

— Todos nós caímos. — tentou Shun.

— A Marin ainda tentou me alertar…

— Aposto que você dormiu nessa aula.

— Shiryu! — reclamou Shun com a amiga.

— Idiota. — disse Seiya com um sorriso no rosto.

Pousou o helicóptero e dele desceu Saori.

— Como vocês estão?

— Bem. — limitou-se a dizer Alice.

— Perdemos a Urna da Armadura de Ouro. — disse logo Seiya com a maior cara de derrota.

— Mas está tudo bem com você? — Seiya olhou para ela surpreso e limitou-se a acenar positivamente.

— Não se preocupem com a Urna da Armadura. — disse Saori. — O mais importante é que nada aconteceu ao navio e nenhum de vocês está machucado.

— Mas a Armadura… — tentou Seiya.

— Vocês são mais importantes do que ela, Seiya. — tornou a dizer Saori. — E além do mais, eu tenho certeza de que poderemos recuperá-la.

— O rastreador? — perguntou Alice.

— Sim. — concordou Saori. — Eles se refugiaram em uma ilha aqui perto.

— Pois então o que estamos esperando? — disse Seiya.

Saori olhou dura para ele, mas não discordou, pois Seiya já estava pronto para protestar, caso ela tentasse impedí-lo. Ela concordou que era mesmo o caso de partirem o quanto antes, caso quisessem impedir que a Armadura fosse para mais longe.

Precisaram de pouco tempo até que o piloto preparasse o helicóptero para voar novamente. Trajaram suas Armaduras e subiram na aeronave. Saori deu a Alice uma bússola com o radar de proximidade da Urna e desejou a eles boa sorte.

— Se eu estivesse com a minha Proteção de Aço, iria junto de vocês. — disse ela para um olhar reprovador de Alice.

Alçaram vôo novamente.

 

—/-

 

O piloto do helicóptero provavelmente nunca teve uma tripulação tão barulhenta e sem educação. Com exceção de Cisne, estavam todos falando uns com os outros  sobre como deveria ser a estratégia dentro da ilha.

— São três guerreiros. Estamos em seis. Vamos acabar com eles. — disse Seiya.

— A gente não sabe como é essa ilha e eles vão usar isso a favor deles. — ponderou Alice.

— É possível que eles não tenham lutado com tudo por causa do reator. — disse Shiryu.

— Podemos continuar usando as minhas Correntes para encontrar o caminho pela ilha. E a Mii usa a bússola para vermos se estamos próximos da Urna.

— Fechado. — disse Xiaoling. — Ai, eu tô com uma fome. Devia ter comido no navio.

— É a nossa primeira missão juntos. — sorriu Shun para elas.

— E vocês não nos atrapalhem, que da última vez deu tudo certo e a gente voltou com a Armadura. — disse Alice.

— Ei! — reclamou Seiya.

— Sentem-se! — pediu o piloto impaciente com as crianças.

Sentaram-se todos, mas o silêncio não durou muito.

— Eu estava pensando uma coisa. — começou Shun e todos olharam para ele. — Primeiro os Cavaleiros Negros, depois o Dócrates. A impressão que eu tenho é de que eles todos foram renegados do Santuário de uma forma ou de outra. E esses guerreiros também usavam proteções fora das Constelações. Eu tenho certeza de que são pessoas que foram banidas de lá também.

— Acha que quem está por trás desses ataques e atrás da Armadura são aqueles que foram banidos pelo Santuário? — perguntou Shiryu.

— Sim. É possível que eles tenham se juntado e estejam atrás da Armadura.

— E também de nós. — completou Seiya. — Com a Armadura de Ouro e os traidores do juramento, talvez o Santuário pudesse perdoá-los.

— Acha que eles estão atrás do perdão do Santuário? — perguntou Shun.

— O que mais seria? — perguntou Seiya.

Shun ficou calado, pois falou o piloto.

— Estamos chegando!

Eles olharam pela janela e perceberam uma ilha pequena no oceano.

— Credo, parece uma caveira. — comentou Xiaoling, subindo no colo de Shiryu para olhar pela janela.

Antes que descessem, no entanto, ouviram cruzar no ar o grito agudo de uma águia que reverberou no céu.

— Mas como é possível, essa águia é enorme! — Shiryu estava embasbacada ao ver que o pássaro não parava de crescer quando chegava mais perto do helicóptero.

Era um pássaro colossal e impossível de existir. O piloto fez uma manobra brusca para desviar das garras enormes do bicho; não era sem exagero dizer que ele poderia capturar a cauda do helicóptero se quisesse. O guincho alto da águia soou e ela voltou a atacar a aeronave para mais um movimento brusco do piloto que, infelizmente, acabou sendo fatal.

O helicóptero guinou com força e acabou perdendo altitude, espatifando-se no mar próximo à ilha.

 

—/-

 

Seiya emergiu da água com o piloto nos braços.

— Estão todos bem? 

— Sim! — responderam diferentes vozes no mar.

E começaram a nadar para a praia próxima da ilha quando Shun foi atacado.

— Andrômeda! — desesperou-se Cisne ao ver Shun sendo puxado por alguma força desconhecida.

Ele mergulhou para encontrar o corpo de Shun sendo arrastado para o fundo do oceano com rapidez. Sem pensar muito, Hyoga rasgou a água com seu punho. Uma rajada fulminante de gelo petrificou a água ao redor por onde passava e atingiu quem arrastava o Cavaleiro de Andrômeda. O cosmo de Cisne criou um cristal de gelo na água que logo emergiu para a superfície.

A corrente de Andrômeda veio do fundo e Hyoga a segurou no punho antes de voltar para o ar. Mas assim que virou-se para nadar e trazer Shun das profundezas, ele foi surpreendido por uma sombra em alta velocidade ao seu lado que o atingiu em cheio no estômago feito um parafuso brocador. Cisne foi cuspido para fora da água com violência.

Shun acabou sendo puxado igualmente forte para fora da água pelas Correntes.

O corpo de Cisne, tonteado, espatifou-se contra a parede de água e, ainda no ar, Shun pôde ver claramente o animal escuro nadando em velocidade na direção dele para um segundo ataque. Shun disparou sua corrente que formou uma rede de pesca dentro da água impedindo a criatura de se mover por alguns instantes. Era o suficiente.

— Cisne! — disse Shun, finalmente nadando ao seu lado. — Confie em mim. — pediu ele. — Precisamos sair desse mar.

Cisne estava tonto demais para discordar.

O cosmo róseo do garoto ascendeu e iluminou o mar que se tornou revolto. Não demorou para um tufão formar-se e arremessar os dois dali à praia próxima onde caíram pela areia e rolaram próximos a um paredão de pedras.

Seiya e os demais correram até os dois, já abrigados na praia chamando seus nomes. Ofegante, Shun foi ao cuidado de Cisne, que tinha um ferimento no baço sangrando.

— Ele precisa de cuidados. Fomos atacados por duas criaturas no mar. Ele conseguiu me salvar, mas…

— Que tipo de animal era esse? — perguntou Seiya.

— Não eram animais. — disse Shun. — Eram eles. Os Guerreiros do barco. 

— Não podemos nos descuidar de jeito nenhum. — comentou Alice.

— Isso não é nada. — disse Cisne, levantando-se.

Ele levou a mão direita até o ferimento e seu cosmo apareceu pelo braço; ele estava gelando a ferida, potencialmente congelando o sangue coagulado para que parasse de sangrar. Uma solução insólita.

— Sabe que isso não vai adiantar muito tempo. — alertou Shun.

— Vai ser o suficiente. Vamos.

Abrigaram o piloto do helicóptero em segurança na praia e deixaram-no com uma fogueira para que se secasse. Logo voltariam.

E partiram ilha adentro.


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Notas finais do capítulo

SOBRE O CAPÍTULO: Sim, eu trouxe de volta os Cavaleiros do Caribe tão odiados do Anime. =) Eu gosto da dinâmica do sequestro, colocando perigos reais e civis para os protagonistas navegarem. Eu gosto. Assim como começa a mostrar o tamanho daquela Fundação.

PRÓXIMO CAPÍTULO: A ILHA DA CAVEIRA

Atrás da Armadura de Ouro, os heróis se aprofundam naquela terrível ilha cheia de mistérios. O que será que encontrarão?



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