Cavalo de Tróia escrita por Vic


Capítulo 3
Morrer é um negócio de família


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo! Até a próxima :*



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As pessoas costumam dizer que quando você morre você deixa de existir, mas não é verdade. Você ainda existe nas mentes e nos corações daqueles que te amaram um dia. Gabrielle ainda existia na mente de Xena e existia com ainda mais força no coração da guerreira. O grande problema era que a barda só existia em sua mente e coração, já não se fazia mais presente fisicamente, isso destruía Xena a cada dia e a cada noite. Foi pensando em sua amada companheira que a mulher se deitou com a assassina dela naquela noite, procurava um breve consolo para a sua alma ferida, mas o que viria a conseguir seria ainda mais remorso.

— Como foi para você? Foi bom? –A moça perguntou, tinha um sorriso satisfeito desenhado em seu rosto. Esperança estava verdadeiramente muito satisfeita com o sucesso de seu plano. A mulher mais nova estava nua na cama, Xena também estava nua, mas em sua face havia uma expressão contrária a felicidade.

— Cala a boca, sua vagabunda. Você armou isso tudo... esperou eu ficar bêbada para me seduzir. Como traçou esse seu planinho? Ouviu a minha conversa com o meu filho? –A guerreira já estava vestindo suas habituais roupas.

— Foi como se estivesse com a mamãe? –Esperança riu do desespero da mulher mais velha.

— Nunca! Estar com Gabrielle era sempre um sonho, estar com você foi um pesadelo terrível que eu quero esquecer o mais rápido possível. –Cuspiu no chão com desgosto.

— Você gemia como uma gatinha manhosa, não gozava desde a morte da mamãe? –A filha de Dahak se levantou da cama. – Como ela te chamava quando o corpo dela se contraia em um orgasmo? De minha princesa guerreira? –Ao ouvir aquelas palavras a pele da guerreira arrepiou. De repente Gabrielle surgiu na mente da guerreira pronunciando aquelas palavras em seu ouvido depois de um longo e prazeroso orgasmo, satisfatório para ambas. Em todos os sonhos que a mulher tivera naqueles quatro anos, sua barda se fazia presente com um doce e suave “minha princesa guerreira” em seus lábios. – Parece que essa pequena lembrancinha de mamãe te deixou mais molhada do que a noite que tivemos. –A loira tirou a mulher mais velha de seus pensamentos, havia um tom de riso em sua voz, ver Xena sentindo saudades dos momentos íntimos com amada a fazia ainda mais feliz.

— O único motivo pelo qual eu caí na sua armadilha foi pelo fato de você se parecer com a Gabrielle. Não ache que ganhou alguma coisa com isso, porque não ganhou. A amei e continuo amando, você nunca vai poder tirar isso dela. –A guerreira saiu do local acompanhada pela culpa que pesava em seu peito. A culpa por ter traído a memória de Gabrielle, a corroía por dentro.

A dor é um sentimento complicado de se sentir, porque ela está sempre presente, mesmo que as vezes não esteja visível para que todos vejam. A verdade é que a morte de Gabrielle ainda causava muita dor em Xena, ao enfrentar Esperança, a guerreira havia demonstrado muita autoconfiança, mas ao sair do quarto e da presença daquela criatura maligna, a mulher finalmente pôde deixar seus verdadeiros sentimentos se apoderarem dela enquanto fazia seu percurso de volta para os estábulos onde seu filho dormia.

— Mãe! Onde você estava? –Solan suspirou ao ver que sua mãe estava bem. - Dormiu em uma cama macia e deixou seu pobre e indefeso filho sozinho em cima de um monte de feno? –O garoto tentou elevar o ânimo de sua genitora, mas a expressão da mulher não mudou.

— Você não tem nada de indefeso. Sim, dormi em uma cama de verdade... mas preferia ter dormido no Tártaro. –A mulher foi até sua égua que também já estava acordada e passou a destra em seu focinho.

— Estava com ela? –Solan não precisou especificar quem era o “ela” de sua frase, a guerreira sabia muito bem que se tratava da filha das trevas.

— Como sabe? –Xena olhou de relance para a criança, estava com vergonha de encará-lo.

— Eu sei das coisas. –O garoto olhou para a mãe com os olhos arregalados.

— Você sabe das coisas, não é? Então deve saber que deveria cuidar da sua própria vida, seu fedelho enxerido. –A princesa guerreira deu uma gargalhada ao ver a expressão de espanto de seu filho.

— Poxa, mãe. Estou cuidando da minha vida... você! –O garoto tentou se aproximar da mãe para lhe dar um daqueles abraços que ele lhe dava quando estavam fazendo piadas sobre um assunto sério, mas ao olhar para o rosto da guerreira notou que ela estava muito perturbada. - Não me diga que você e ela... vocês...

— Infelizmente... saiba que eu não me orgulho disso. Preferia ter entregue minha alma ao próprio Hades...

— Mãe, o que estava pensando? Eu sei que ela se parece com a Gabrielle, mas ela não é! –Solan interrompeu a mãe, andava de um lado para o outro dentro dos estábulos.

— Acha que eu não sei disso, Solan? –Xena respondeu com um ar de sarcasmo e irritação em sua voz.

— Bem, você precisou chegar muito perto dela para ter certeza. –Solan colocou uma mecha do cabelo para trás da orelha.

— Chega, Solan. Não quero mais ouvir falar disso e nem dessa mulher, entendeu? –A guerreira fez com que o garoto parasse de andar de um lado para o outro e o olhou nos olhos.

— Ouviu demais ontem à noite? –Solan debochou entre risos, mas ao ver o semblante zangado da mãe, parou de fazer piada da situação.

— Solan! –Xena apertou o ombro do filho com uma força considerável. – Nem uma palavra sobre esse assunto... –A mulher pediu novamente.

— Nadinha. Só vou escrever nos meus pergaminhos...

— Nada de pergaminhos. –O advertiu.

— Poxa, mãe! Eu sou um bardo, preciso escrever. –A criança reclamou.

— Vai deixar de ser um se perder seus dois braços. Estou avisando, nada de gracinhas, mocinho. –O garoto engoliu em seco quando sua mãe o olhou nos olhos mais uma vez em busca de uma concordância que ela encontrou de imediato.

— Às suas ordens, oh majestosa princesa guerreira. –O garoto fez uma reverência exagerada para a mãe e os dois começaram a rir, se esquecendo da tensão de momentos atrás.

— Xena! –Uma voz conhecida pela guerreira a chamou, tirando-a do momento descontraído que estava tendo com o filho.

— Lilá, o que houve? –Xena voltou sua atenção para a jovem irmã de Gabrielle que estava parada na porta dos estábulos recuperando o fôlego que perdera na procura pela guerreira.

— Ainda bem que você não foi embora. –A moça respirou fundo. – Um dos manipuladores de fantoches sumiu, sem ele não há show de marionetes. Precisamos saber o que houve... –A jovem estava tão desesperada que mal conseguia formular frases completas sem que tivesse que fazer longas pausas entre uma e outra.

— Lilá, tudo bem. Vou fazer uma busca e irei acha-lo. Não se preocupe. –A guerreira colocou a mão no ombro da moça e deu um sorriso tranquilizador para ela.

— Mas precisamos de alguém para controlar as marionetes...

— Eu posso fazer o show de marionetes para as crianças. –Solan animadamente se voluntariou para realizar a tarefa.

— E desde quando você sabe fazer show de marionetes, Solan? –Perguntou, observando seu filho com um olhar intrigado.

— Você nasceu sabendo guerrear? –O garoto retrucou e a guerreira arqueou uma sobrancelha. Seu filho realmente se parecia muito com ela, tinha sempre uma resposta para tudo. – Mãe, eu não sei... mas vou aprender agora. Afinal, ninguém nasce sabendo fazer as coisas. Então sentem-se e aproveitem o show! –O garoto deu um soquinho no ombro da mãe e a guerreira revirou os olhos, pensando que era realmente muito difícil ter um filho adolescente.

Lilá que estava tão empolgada quanto Solan, caminhou até ele o pegando pela mão e o conduziu até a porta dos estábulos junto com Xena, mas a guerreira acabou seguindo uma direção oposta à deles.

— Mãe, onde está indo? –Solan tentou diminuir a velocidade, mas Lilá o puxava quase o forçando a manter o ritmo de caminhada.

— Estou indo fazer o que guerreiros tem que fazer. –A guerreira respondeu e correu em direção ao riacho que havia próximo dali, depois da noite que teve com Esperança e as lembranças que ela despertou de Gabrielle, estava precisando mais do que nunca de um banho frio. – Não se preocupem, vou consertar tudo. -Gritou antes que os dois sumissem de seu campo de visão, a princesa guerreira não sabia, mas a partir dali as coisas só piorariam.

O show de marionetes ocorria perfeitamente, as crianças se divertiam muito e soltavam gritinhos animados, Solan tinha muitas habilidades, dentre elas se destacava sua habilidade em distrair as pessoas. Distração é uma ótima habilidade, quando se está tentando entreter crianças com bonecos, mas se torna um fardo quando se deve usá-la para impedir que uma pessoa horrível assassine cruelmente uma pessoa inocente. Tudo ocorria muito bem em seu show, quando o garoto olhou para seu lado direito e viu que Esperança estava acompanhada de Lilá e as duas estavam se afastando para um local distante e isolado dos demais. Solan pediu para que seu parceiro assumisse o controle de sua marionete e pegando seu cajado, saiu em disparada atrás de Lilá e Esperança.

— Onde está a Lilá? –Xena entrou correndo na casa, tinha que dizer a Lilá que havia encontrado o corpo do homem que deveria controlar a marionete no lugar de Solan.

— Com Gabrielle. –Hecuba respondeu enquanto continuava a varrer a sala de sua casa.

— Com Gabrielle? –A guerreira se espantou, os pais da barda não sabiam, mas aquele ser que estava acompanhando a irmã de Gabrielle era mau e pretendia matá-la.

— Você é surda? Elas são irmãs, foram passear na floresta... –Xena nem acabou de escutar o que Herodotus tinha a dizer.

Ninguém está preparado para morrer, isso é um fato. Mas a morte não pergunta se você está preparado ou não, ela apenas vem e te leva. Não importa se você e jovem ou velho, bom ou ruim, a morte acolhe a todos como iguais. Xena gostaria muito que a morte tivesse escolhido levá-la quando aninhou aquele jovem corpo em seus braços. Ao se aproximar mais um pouco a guerreira percebeu que os dois pontinhos que ela enxergava de longe eram Solan e Lilá. Solan estava de pé e tentava segurar o corpo mole da irmã de Gabrielle em seus braços, mas seus esforços eram infrutíferos.

— Solan? O que aconteceu? –A princesa guerreira questionou seu filho ao se aproximar dos dois.

— Desculpe, mãe. Pelos deuses, me desculpe! Eu tentei... tentei detê-la, mas ela era muito mais rápida do que eu. Não consegui proteger Lilá, sinto muito. Não sou um bom guerreiro como você. Sinto muito, mãe. –Solan tentou novamente carregar o corpo de Lilá em seus braços, mas ela era maior que ele, o que dificultava a tarefa.

— Solan, isso não foi culpa sua. Não foi culpa sua. Foi minha culpa. Deixei você sozinho, você tentou ajudar, mas não conseguiu. –Xena passou as mãos nos longos cabelos do filho, os olhos do garoto lacrimejavam de puro desespero e frustração. Queria agradar a mãe e isso acabou custando a vida de Lilá.

— Foi minha culpa, não chamei você. Quis resolver sozinho e Lilá morreu. Sinto muito. –Ao ver a angústia do filho, Xena lhe deu um delicado beijo na testa e tomou o corpo de Lilá em seus braços.

— Vai ficar tudo bem, Solan. Deixa que eu vou resolver tudo, prometo. –A guerreira sorriu para o filho e acomodou o corpo da moça em seus braços. Ambos caminharam em direção a casa da família de Gabrielle, o corpo morto da filha mais nova deles pesava nos braços da guerreira e essa seria mais uma culpa que Xena carregaria em seus ombros.

A perda de um filho é a pior coisa que pode ocorrer com um pai ou com uma mãe, Xena se lembrava bem do pavor que sentiu com a ideia de perder Solan. A guerreira agora estava com a filha de Hecuba e Herodotus morta em seus braços, como estivera há quatro anos atrás, mas dessa vez era a filha mais nova deles. Sentia vontade de chorar por Lilá, mas ela precisava ser forte por Solan e para dar a notícia para os pais da moça. Ao chegar na porta da casa dos pais de sua barda, desejou acordar daquele pesadelo horrível ao lado de Gabrielle, mas isso não aconteceu. Com passos lentos e pesados a guerreira entrou na casa com seu filho em seu encalço.

— Lilá? Gabrielle? Como foi o passeio? –Hecuba perguntou da cozinha em um tom de voz muito maternal, Xena engoliu em seco ao pensar que o passeio acabara na morte de sua filha.

— Lilá?! –Herodotus surgiu de repente na sala. Ao notar que a guerreira segurava o corpo mole de sua filha, o homem correu até elas e tomou Lilá em seus próprios braços.

— Sinto muito. –A mulher sussurrou abaixando a cabeça.

— Sente muito? Matou minha filha e sente muito? Você é um monstro, não sente nada! –O homem acariciava o rosto da filha na tentativa de acordá-la, mas a moça sequer se mexeu.

— Lilá! –Ao ouvir os gritos do marido, a mãe de Gabrielle saiu da cozinha e se ajoelhou ao lado do marido. A mulher puxou a cabeça da filha e lhe deu um beijo na testa, em seguida a abraçou e chorou lágrimas que apenas uma mãe que perdeu seu filho choraria. – E Gabrielle? Onde ela está? –Hecuba esperou uma resposta da guerreira.

— O que fez com elas?! –Enfurecido, o pai de Gabrielle caminhou até a guerreira e a segurou por suas vestes. De repente ele se curvou e urrou de dor, Solan havia acabado de acertá-lo com seu cajado.

— Desculpe senhor, não posso permitir que maltrate a minha mãe. –Xena olhou surpresa para o filho.

— Sua mãe?! Ela é sua mãe? Esse monstro é sua mãe? Quem em sã consciência formaria uma família com ela? –Herodotus se levantou ainda com a mão em seu estômago e olhou para os dois.

— Sua filha. –Solan respondeu.

— Minha filha? Você e minha filha eram... eram...

— Nós nos amávamos. –A guerreira respondeu.

— Amor? Você sabe o que é amor? –O homem olhava para Xena com nojo. – Fora daqui! Fora! Não volte aqui nunca mais! –O pai de Gabrielle empurrou a guerreira e seu filho para fora, Xena sabia que ele jamais a perdoaria pela morte de Lilá, nem ela própria sabia se algum dia se perdoaria por aquilo. As duas filhas dele agora só existiriam em sua mente e coração, e era tudo culpa dela. Se os deuses pudessem dar uma forma física para a dor, seria uma bela mulher de olhos estonteantemente azuis, cabelos negros como a alma que já carregara em seu corpo em eras passadas e uma força similar à do próprio Hércules.

Lilá estava morta, isso era indiscutível. Mas a moça que havia sido tão gentil com Xena durante toda a sua vida ainda estava bem viva na memória e no coração da guerreira, foi pensando na irmã mais nova de Gabrielle e no sofrimento que sua morte causou aos seus pais que a princesa guerreira foi a procura de Esperança e a encontrou escondida em uma caverna na floresta.

— Se diverte matando inocentes? –Perguntou ao avistar Esperança se escondendo como um rato no fundo de uma caverna.

— Você se divertia. –Sorriu perversa.

— Quer me castigar? –Esperança gargalhou com desdém ao ouvir as palavras da mulher mais velha.

— Você. Você só pensa em si mesma, tudo é sobre você e para você. É a pessoa mais importante do mundo, não é? A maternidade só pode ser para você, a minha mãe era só sua...

— Do que está falando? –Xena fechou o punho.

— Estou falando do seu egoísmo. Você fez a minha mãe me abandonar. Ah, mas de abandono você entende, não é? Abandonou seu próprio filho. –De repente o peso do pedido que fizera a Gabrielle se instalou em seus ombros novamente.

— Não o abandonei, o salvei de gente como você. –A guerreira reforçou o aperto no seu punho fechado, as lágrimas contidas ardiam em seus olhos.

— Salvou ele de gente como você, somos iguais. Não foi por isso que abandonou ele? Por ser má, um mal exemplo para ele? Você diz que amava mamãe, mas tudo o que fez foi transformá-la no que você queria que ela fosse. Pediu para ela matar a própria filha, deu a ela sua violência, sua escuridão, tirou a luz dela e a transformou em uma versão sua. Amava o que tinha de você nela, não ela. Porque você só ama a si mesma, Xena. –Esperança não demonstrava nenhuma emoção, todas as emoções pertenciam a Xena no momento. - Ainda chora por ela? Depois de quatro anos? –A filha das trevas debochou ao notar que os olhos da guerreira estavam marejados.

— Já tem sua vingança, Gabrielle está morta. O que quer de mim? –Xena tentava conter as lagrimas que queriam pular de seus olhos.

— Só vim até aqui para matar minha querida titia. –Esperança sorriu satisfeita.

— Por que Lilá? –Encarou a mulher mais jovem.

— Sabia que você ia querer ter algum laço com algo que lembrasse sua querida Gabrielle. Lilá era a única que gostava de você... os pais dela te odeiam, Xena. E agora odeiam muito mais por saber que você foi a responsável pelas mortes das filhas deles. As duas que tiveram. Eu não pude ter nada da mamãe, porque você não deixou..., mas agora você também não terá nada dela, nunca! –Nesse momento Xena a acertou com um soco no rosto, esse foi apenas o início de uma luta feroz e violenta que durou até que Esperança estivesse morta, desta vez para nunca mais voltar, como a própria Xena havia se certificado.

Quando tudo acabou, Xena se encontrou com Solan e Argo na estrada para seguir viagem, o garoto teria muita história para contar quando voltasse para mais um ano letivo na academia dos bardos. Olhando para trás, Xena e seu filho contemplaram com tristeza a fumaça que os corpos de Esperança e Lilá produziam. Pensando na morte de sua amada barda, a guerreira se perguntou se na estirpe de Gabrielle morrer é um negócio de família.


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