Lanterna Verde e Mulher Gavião: Recomeço escrita por waysieh


Capítulo 12
Confronto Thanagariano - Parte II




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— Vo-você?! – disse Shayera espantada e sem acreditar

— Eu mesmo – disse a voz grave que Shayera bem conhecia.

— Pai! Mas é você quem está por trás disso tudo? Por quê? – perguntou desolada.

— General Hol! Deixei de ser seu pai quando você nos traiu! Eu só tenho uma filha e ela está em Thanagar! Você deixou de ser quando fez sua escolha! – disse com firmeza o pai de Shayera.

— Eu não queria que nada daquilo acontecesse, não sabia que vocês tinham sobrevivido. - Se justificava Shay – Pai, precisamos conversar, você não pode me matar, sou sua filha! – pedia Shayera.

— Cale a boca! Eu já disse, você não é mais minha filha!

— E minha mãe? Me diga, como ela está?! E minha irmã?! Não me mate ainda, me deixe vê-las...

— Você não entendeu? Você Shayera, não faz parte das nossas vidas. Você já teve seu julgamento em Thanagar e sua condenação é a morte!

— Mais que espécie de pai é você?  - Intrometeu-se nervoso o Lanterna

— Ah você quer falar agora? Ou quer o mesmo fim que ela? Você vai ver o que acontecerá com sua namoradinha!

— Cala sua boca!!! - disse Lanterna - Me responda: que espécie de pai é você que arquitetou tudo isso para matar a própria filha?

— Isso não é um assunto de família e sim nacional. Ela traiu o povo dela e por isso será executada.

Enquanto o General Hol prosseguia com os métodos de tortura, diante de John, na Liga, Flash informava aos demais o que ocorrera e eles temiam não conseguir chegar a tempo. Tentariam assim mesmo levando muitos reforços.

A mãe de Shayera acompanhava tudo sem acreditar no que seu marido estava fazendo. Ela prometeu não intervir mais não concordava. Ela já tinha perdoado sua filha, só que o seu marido, o grande General, estava mais interessado em mostrar a Thanagar que era fiel e disposto a tudo para vingar os mortos do que perdoar a filha.

Shayera via um filme passar em sua cabeça enquanto apanhava do seu pai. Ela estava tão abalada que não eram os socos e torturas que a machucavam e sim saber que seu pai, o homem que sempre amou e admirou, fosse capaz de tamanha brutalidade. Depois de muito machucada, ela já não respondia muito aos sentidos, se entregou e só esperava a execução final. Ela sempre foi uma guerreira, não se deixava vencer fácil mas, diante de seu pai, ela desejou morrer para que esse pesadelo terminasse de vez.

— Shayera, você precisa aguentar, você não vai morrer! Resista Shayera! – gritava Lanterna vendo que ela estava desfalecendo.

— Aguentar o que? – perguntou o general. – Agora vamos terminar logo com isso... – falava até ser interrompido.

— Pare George, pare! – gritava a mãe de Shay. – Chega!! Você não vai fazer mal a minha filha. – disse correndo em direção a Shay. Ela se assentou ao lado dela e colocou a cabeça de Shay em seu colo.

— O que você pensa que está fazendo!? Saia imediatamente ou sofrerá com ela – ordenou o General

— Mã... mãe? É você mesmo? – perguntou Shay sem forças.

— Sim minha filha, sou eu sim e ao contrário dele – disse olhando para George – Eu continuo sendo sua mãe querida. Minha filhinha, o que ele fez com você? Está machucada demais.

— Mãe, eu não queria morrer sem dizer que eu sinto muito por tudo e estou feliz por saber que vocês sobreviveram. Eu te amo. Eu amo vocês. – disse Shayera quase não suportando aos ferimentos, prestes a desmaiar.

— Saia daí, temos que terminar logo com isso! Você ficará ao lado de uma traidora? - esbravejava George.

— Chega disso George! Mesmo que você não permita, eu não vou largar minha filha e nem vou permitir que você a mate! Se quiser continuar, terá que me matar também. – disse decidida a mãe de Shayera.

Enquanto ela segurava Shayera, os demais heróis conseguiram invadir e começaram o embate para salvar John e Shayera. Diana passou por ela e não se conteve quando viu o estado de sua amiga.

— Fique onde está! – ordenou o general George ao Superman quando ele partia em sua direção. – Acabou! Eu não seria capaz de matar minha mulher!

— Mais sua filha sim – retrucou Lanterna.

— Shayera não é mais minha filha! – esbravejava o General. – Se quiserem, podem levar essa traidora, duvido muito que ela suporte esses ferimentos. Retornaremos a Thanagar.

— Filha, Shayera minha filha, você pode me ouvir? – chorava a mãe com elas em seus braços – Me ouça, eu já te perdoei a muito tempo e te amo, você sempre será minha Shay, minha menina. – Chorava com Shayera em seus braços, ela não respondia, parecia desfalecida.

— Senhora, precisamos levá-la daqui. Nos deixe cuidar dela enquanto temos tempo – pediu Superman.

— Cuidem da minha menina, por favor. Ela pode não resistir. – Pedia chorando.

Mulher Maravilha havia soltando John e este ia em direção ao General quando foi interrompido.

— Não Lanterna, por favor! – pedia a mãe de Shayera.

— Depois de tudo o que ele fez a sua filha você ainda vai defender ele? – perguntou Lanterna.

— Eu não preciso que me defendam – disse o General sendo interrompido.

— Ele é o meu marido antes de tudo. Não perca tempo aqui e vá cuidar de Shayera, por favor. Estamos indo embora não é George?

— O que você fez hoje foi imperdoável. – Olhava o general George para sua esposa.

— Você é quem nunca se perdoaria se tivesse matado a própria filha. – disse ela.

John e todos da Liga partiram levando Shayera. O General George retornou para Thanagar com sua tripulação.

Superman carregava Shayera e a levou até a ala de enfermagem. Ela estava desacordada e Jo’nn logo percebeu que o estado era pior do que eles imaginaram. Flash tentava acalmar Diana, ela tinha certeza de que Shay não resistiria. John permaneceu ao lado dela o tempo inteiro.

Passou-se dois dias até que ela finalmente esboçou alguma reação. Ela abriu os olhos e viu que John estava com a cabeça encostada em sua maca, meio que dormindo. Quando ele a percebeu tentando movimentar-se, acordou.

— Shayera, você acordou. – disse John aliviado.

— Oi John. Há quanto tempo estou aqui? – perguntou confusa.

— Dois dias. Como se sente?

— Me sinto moída, o corpo inteiro dói muito. – Reclamou um pouco.

— Então não faça esforço. Quer que eu pegue alguma coisa? - perguntou e diante da recusa de Shayera prosseguiu: - Como tive medo de que você morresse. – disse John com ternura

— John, não se preocupe. Agora que eu acordei você já pode ir descansar.

— Não, eu prefiro ficar. – Rebateu John.

— Não John. Cadê o Carter? Alguém o avisou? É melhor você ir, ele não vai gostar de saber que você ficou o tempo inteiro comigo.

— Ela está certa Lanterna. – Entrou Batman. – Não se preocupe, eu avisei ao Carter, só depois que seu estado estabilizou é que lembramos de avisá-lo. Como se sente Shayera Hol?

— Só Shayera... me chame apenas de Shayera. Eu ainda me lembro de muita coisa. E ficarei bem Bruce, vou me recuperar.

— Você é forte e estamos felizes por você estar bem. Agora, vamos deixá-la repousando não é John? Vamos, daqui a pouco Carter chega para cuidar dela.

John saiu contrariado e Bruce, percebendo a irritação dele explicou:

— Lanterna, ela está certa. Carter é o namorado dela e não ia gostar de te ver lá. Ela precisa repousar e não de presenciar vocês dois brigando. Outra coisa, você tem uma namorada que estava atrás de você a um tempão. Cuide de Vixen que o Carter cuida da Shayera. – disse o Bruce.

— Você não entende Bruce, eu preciso conversar com ela. Eles estavam enlouquecidos, batendo e torturando ela, eles bateriam ainda mais dela para me atingir. Eu preciso dizer que a amo, ela precisa saber.

— John você escolheu ficar com Vixen e Shayera até tentou e muito ganhar o seu perdão e conquistar sua confiança. Os últimos dias foram fortes demais para ela. Tente entendê-la, o pai dela quase a matou. Ela precisa lidar com os últimos acontecimentos e precisa da nossa ajuda, sem pressão.

Enquanto eles conversavam do lado de fora, Carter chegou afobado querendo vê-la.

— Bruce, Bruce – chamou Carter. – Acabei de chegar, onde ela está? – perguntou e nem se deu conta da presença do Lanterna.

— Aqui – mostrou abrindo a porta – entre, ela despertou Carter e já perguntou por você.

— Obrigado Bruce. – Agradeceu entrando no quarto. – Shay? – chamou e seus olhos se encheram de lágrimas ao ver o quanto ela estava machucada.

— Querido, vai ficar parado aí? Não vai me dar um abraço? – perguntou Shay tentando dar um sorriso.

— Shayera, o que fizeram com você? – perguntou desolado.

— Agora estou bem Carter, mas eu realmente pensei que fosse morrer.

— Me desculpe não ter vindo antes. Eu tentei te ligar, tentei contato aqui e nada e eles só lembraram de me contatar ontem à noite. Sinto muito, se eu soubesse teria vindo no mesmo dia cuidar de você!

— O que importa é que estou bem e você aqui, comigo.

— Você quer conversar?! Seus olhos estão diferentes Shayera, parecem não brilhar mais.

— Eu sei Carter. Eu preciso me recuperar, mais das feridas causadas em meu coração. Eu ainda estou abalada por saber que meu pai... quero dizer... o General George se mataria. – disse deixando escapar algumas lágrimas.

— Como eu sinto por você. Se eu pudesse, te pouparia de tanta coisa meu amor.

— Aconteceu uma coisa boa Carter, eu vi minha mãe e consigo lembrar das últimas palavras dela, dizendo que me amava. – Dizia chorando.

Carter apenas ouviu. Enquanto ela desabafava ele apenas a ouvia e acariciava seus cabelos. Ele sabia que Shayera não era de externar seus sentimentos e tão pouco desabafar, por isso quando ele começou a ouvir tudo o que ela falava, não quis interromper, deixou que ela falasse tudo, talvez assim se sentisse aliviada. Ele sempre dizia a ela que queria ser muito mais que namorado, que queria ser amigo, companheiro para todas as horas.

— Eu te amo Shayera. Sempre estarei ao seu lado.

— Obrigada querido. Eu também te amo. Eu só conseguiria desabafar com você mesmo... – falava Shayera até ser interrompida por Diana.

— Ah é? Apenas com ele Shay? Não tô valendo mais nada mesmo, não é? – perguntou Diana, fingindo irritação.

— Você não me deixou terminar Diana, eu ia dizer com você Carter e com minha melhor amiga Diana. Que bom vê-la! – disse Shay.

— Por Hera, eu pensei que fosse te perder amiga! Ainda bem que você está bem agora! Oi Carter, nem falei com você, tudo bem? Cuidando da minha amiga?

— Tentando, acabei chegando a pouco tempo porque vocês esqueceram de mim, não é? – disse Carter rindo – Sei que cuidaram bem dela.

— Sim e agradeça ao John também. Eu sei que você tem suas diferenças com ele Carter, tudo isso que aconteceu foi difícil pra todos e não agradeça só a nós, agradeça a ele também. – disse Diana e Shayera não entendeu.

— Pode deixar que eu agradeço sim Diana. – disse Carter. – E você meu amor, quer comer algo? – perguntou a Shayera.

— Na verdade eu quero sim, que você fique aqui do meu ladinho querido. Estou sonolenta, você não quer me colocar para dormir? – disse sorrindo Shayera.

— Nossa, quer que eu saia? – fingiu espanto Diana.

— Amiga, se você quiser se acomodar do lado de cá – mostrou Shayera – Pode ficar. Estou com duas das pessoas que mais amo, o que mais posso querer?

— Mais o que Jo’nn anda te dando? Shayera sensível? Não acredito – começou a rir – amiga, descanse e depois nos falamos. Eu só quis mesmo saber como você estava, tive medo de te perder. – disse séria.

— Eu sei, também pensei que morreria. Agora estou aqui e vamos aproveitar, não é? – disse Shayera.

— Com certeza. Eu vou deixá-los descansando e ir avisar logo ao Wally senão, aquele sem noção, bate na porta. – disse Diana rindo.

— Di, não fale assim não. Wally é desajeitadinho mas ele pode começar a se chatear com certos comentários. Depois conversamos sobre isso também. – disse Shay.

— Hum, tô sentindo algo no ar – disse Diana, suspirando -  fica pra depois. Até mais Shay, tchau Carter.

— Tchau Diana – disse Carter.

Os dois conversaram um pouco mais até que Shayera adormeceu de novo. Carter ficou o tempo inteiro ao lado dela. A recuperação de Shayera não seria tão rápida, mais ele estaria junto. Ele sabia que o maior desafio não era cuidar dos ferimentos causados em seu corpo e sim ela superar tudo o que ouviu de seu pai. Carter conhecia Shay e sabia que ele teria uma participação fundamental na recuperação dela. Dessa vez ela não estava sozinha, como da vez que ocorreu a invasão thanagariana. Ele estaria com ela.

John por sua vez estava aflito. Ele percebeu o olhar distante de Shayera quando ela acordou e percebeu enfim que desperdiçou um bom tempo com ressentimentos. Ele se lembrava de cada palavra que Shayera ouviu do seu pai e imaginava como ela estava se sentindo. Imaginou também como ela se sentiu quando ele a magoou também com palavras duras. 


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