Amor Perfeito XV - Versão Kevin escrita por Lola


Capítulo 19
Ciúme


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Estávamos na casa de Isadora e Mark esperando Murilo fazer o almoço quando eu fui atrás de Raissa e a puxei gentilmente pelo braço.

— Oi? - ela estranhou e ficou me encarando.

— Vinícius e você já conversaram sobre Murilo e eu? – Sua respiração pesada me fez acreditar que sim.

— O que você fez contando o nosso segredo a ele Kevin... Foi muito ruim. Foi horrível. Lembrou seu pai. Não sei se acredito mais que você mudou.

— Só fiz isso para que ele perdoasse meu pai por tudo. Não era para Murilo explodir e sair agindo sem pensar.

— Mas você nos colocou em uma posição muito delicada. Se disser que sou a favor desse namoro estou mentindo. Mas Murilo é maior, ele não depende dos pais e sabe o que é melhor para ele... Ou pelo menos deveria saber.

— Você sabe o que Vinícius quer que eu faça? Como ele sugeriu que eu partisse o coração de Murilo? Não consigo fazer isso.

— Termine o quanto antes. Será melhor e menos doloroso. Mas se decidir não terminar... Sei que Vini não ficará quieto vendo o filho se enfiar em uma relação com uma bomba relógio que é você.

— Vim te pedir para convencê-lo a me aceitar, mas parece que você também não é nada a meu favor.

— Não conseguiria convencer nem se quisesse.

— Sim, conseguiria. Você consegue qualquer coisa dele. Tem esse tipo de amor... Perfeito, que meu pai sentia por Luna. Mesmo depois de errar tanto com ela ele ainda seguia cada coisa que ela queria.

— Podemos ver que você não sente isso pelo meu filho. Ele apenas te queria abraçado a ele agora e você negou.

— Não queria desrespeitar a você.

— Ver dois homens juntos não é desrespeito. Ver um homem que vai levar meu filho a ruina que é. Terminamos aqui Kevin. - Ela continuou seu caminho, me deixando extremamente decepcionado.

O almoço foi um clima estranho. Murilo estava calado. E ele não era calado. Suas brincadeiras faziam falta, todos estranharam.

— Vou só conversar com Alice e já vamos. - Ele avisou assim que almoçamos. - Se não puder esperar eu te encontro depois. - Ele nem olhou em meus olhos. Estava chateado. Eu tinha que contar tudo a ele.

— Não. Eu não posso esperar. Tem que ser agora. Vem. - Sai andando esperando que ele me seguisse. Mas ele não o fez. Eu o olhei esperando que ele viesse.

— Acho melhor eu ficar.

— Por que não quis ficar abraçado a você? Te magoei tanto assim?

— Não só isso. Porque está escondendo algo de mim. E eu não sei lidar com esse Kevin mais. E nem quero.

— É pra isso que estou pedindo para irmos agora. Eu vou te contar tudo. Mais uma vez eu vou ser para as pessoas aquele que não mudou, aquele que está tentando te colocar contra a sua família. Mas eu vou te contar. Preciso te contar. E depois disso, cada um segue o seu caminho.

— Não importa o que seja, isso não vai nos separar. – Como eu queria que ele estivesse certo.

Murilo estava deitado em minha cama absorvendo tudo. Tudo estava trancado e as chaves escondidas. Eu não o deixaria ir atrás do pai de novo e cometer o mesmo erro.

— O motivo é paterno Murilo... Ele tem medo do pior acontecer entre a gente.

— O pior seria terminarmos e não nos matarmos.

— Vou te deixar sozinho um pouco e vou tomar banho. Nem tente sair, já disse que a chave está muito bem escondida.

— Não quero sair daqui. - Ele ficou olhando para o teto. Tirei minha roupa e peguei a toalha.

— Duvido que não está louco para tirar satisfações como o bom cachorro de briga que você é.

— Cachorro de briga? - ele me olhou e sorriu de lado. - Meu pai é o menor dos meus problemas agora.

— Qual é o maior? - dei uma risada amarga.

— Fazer o cara que eu amo se aproximar de mim.

— Mais? - ergui a sobrancelha.

— Não me sinto bem assim. Não quero isso e você sabe. A gente não está fazendo nada de errado Kevin. Estou começando a achar que pra você eu sou só uma brincadeira.

— Vem cá. – Eu o puxei pelo braço o levantando. - Nunca foi. Eu te amo. Só não quero piorar as coisas.

— Fui para um bar e levei alguém para casa e você nem surtou.

— Você fez isso para me fazer ciúme?

— Não. Jamais. Mas eu queria que você tivesse. Você é confiante demais. Sabe que me tem na mão. Por isso não me assume.

— Tá bom. Vamos nos assumir para todos nossos familiares e amigos.  - Encostei minha bochecha a dele e o acarinhei com meu rosto.

— É essa a solução de tudo. Vamos mostrar ao meu pai que não existe esse risco. Que a gente se ama e se respeita. Nunca nos machucaríamos. - Olhei em seus olhos.

— Temos dois meses pra isso. É bom dar certo.

— Já deu. - Nos beijamos. - Agora eu quero tomar banho com você.

— Não era você que estava destruído?

— É só um banho. – Sua expressão me fez sorrir.

— Um banho com você nunca é só um banho. – Ele concordou rindo e eu acabar cedendo, já que eu não resistia a ele e todo seu charme.

Nessa noite era o nosso primeiro encontro, pelo menos o oficial. E eu estava nervoso como se fosse sair com um desconhecido. Murilo me causava isso, toda essa euforia e agitação. Quando senti seu perfume ao nos encontrarmos fiquei ainda mais fora de mim.

Fomos a um restaurante que eu nunca havia ido. Não queria que fossemos a algum lugar que eu já havia ido com Rafael. Nada que me lembrasse aquele depravado que hoje me trazia tanto asco.

— Murilo... – Comecei a me explicar. – Eu tenho um conceito de família tão limitado que eu realmente inventei um amor incrível entre meus pais que nunca existiu. Então amor, relacionamento e família são coisas das quais não sei absolutamente nada. Não espere muito de mim.

— Primeiro diz que não vai conseguir confiar em ninguém e agora isso? – sua voz era calma e sua postura relaxada. – Eu não me importo Kevin. Não espero muito de você.

Aquela noite foi mágica. Após sairmos do restaurante fomos para o meu apartamento e eu deixei todas as minhas preocupações de lado e foquei apenas no nosso amor.

— Meus pensamentos não estão acelerados e o meu coração bate bem devagar. Você me ajuda sem fazer nada. – Ele falou após nos amarmos.

— Não coloque o mérito todo em mim. Somos nós dois juntos que causa isso.

— A verdade é que eu não consigo lidar com nada disso sem você. – Eu ia discordar, mas ele tampou minha boca gentilmente. – Não Kevin. É sério. Eu achei que estava conseguindo, mas só agora notei o quanto fazia tempo que eu não estava tão bem.

— Fico feliz em ouvir isso. – Sorri. Eu não acreditava que tínhamos nos encontrado de novo e que tudo estava intocável daquele jeito. Era muita perfeição para explicar e até mesmo sentir.

Ryan Narrando

Acordei e vi um bilhete da minha mãe avisando que teve uma emergência no hospital e só voltaria pro almoço. Beleza, ficaria com fome. A campainha tocou e eu atendi me espantando ao ver Otávia em minha frente.

— Vou colocar uma blusa. – Avisei fazendo sinal para ela entrar. Quando desci vi que ela roía as unhas. Otávia nunca fazia isso. – O que foi?

— Tinha esquecido o quanto você fica bonito ao acordar. Seus olhos ficam mais estreitos ainda. – a cortei.

— Pode dizer o que quer? – ela não parecia que iria dizer.

— Não sei o que aconteceu... Entre nós...

— Você acabava comigo toda vez que eu tentava me aproximar e eu desisti de tentar. Só isso.

— E você e Giovana... É sério? – suspirei ao ouvir sua pergunta.

— Não. É casual. Aliás, é menos que casual. A gente quase nem fica mais. Mas o que isso te importa Otávia?

— Nós... – se aproximou de mim. – Você não lembra de nada? Quando eu chegava perto de você assim e quando eu sussurrava em seu ouvido e fazia carinho em seu cabelo... – afundou os dedos em meus fios castanhos e sedosos. – O seu coração se recusa a lembrar?

— Por que está fazendo isso? – saiu da ponta dos pés e levantou a cabeça para me encarar.

— Não está claro? Porque eu te amo. Sinto muito. Sei que fiz muita coisa errada contigo. Só peço que me perdoe. Aprendi a lição ao te ver com outra.  

— É o seu jeito. Nunca daríamos certo.

— Eu já mudei e mudo mais ainda se for preciso. Prometo Ryan.

Pedi a ela um tempo para pensar. Não podia me entregar tão fácil assim e a qualquer momento receber algum tipo de grosseria vindo dela.

Mas não durou muito esse tempo. Saber que Otávia me queria despertou em mim todo o sentimento que eu ainda sentia por ela. Quando disse a ela que podíamos tentar, foi como uma explosão e não conseguíamos mais nos manter distantes.

Estávamos todos juntos e eu e ela naquela pegação quando Murilo interviu, me fazendo rir.

— Vai com calma vocês dois e olha que nunca imaginei que eu diria isso.

— Aqui não é motel Ravia.

— O que é Ravia? – perguntei enquanto me distanciava da minha namorada.

— A junção de Ryan com Otávia. Agora deixa eu fazer uma pergunta bem interessante, por que não vamos viajar para aproveitar o resto das férias? – todos se olharam.

— A ideia da Soph é boa. Temos só que esperar as bodas de ouro.

Agora era esperar ansioso por essa viagem que para mim seria como uma lua de mel sem passar pelo casamento.

Arthur Narrando

Fomos nos encontrar com o pessoal em uma choperia e assim que Murilo e Kevin chegaram uma surpresa os aguardava. Ela era mais para Murilo que para meu irmão.

— Branquelo! - Fabiana pulou no pescoço dele e ele a agarrou pela cintura. Felizmente Kev era ótimo em não demonstrar emoções, mas ele estava puto de vê-la com tanta intimidade com ele.

— Uau. Que saudade. - Ele respondeu e eles se afastaram.

— Como você deve saber, estudar consome a gente. – Ele não parava de olhar para ela sorrindo. O Murilo queria matar o namorado, só podia. – Estava com muita saudade. Queria te ver.

— Fui o motivo então? - ele perguntou como se fosse uma surpresa boa. Meu irmão pareceu se cansar de assistir aos dois e se sentou em uma das cadeiras.

— Na verdade eu sempre venho ver o Ar e a Lice. Mas eu queria te ver. - Ainda bem que agora eles estavam fora do seu alcance de visão, Kevin não era o mesmo após a traição de Rafael. - Como você está?

— Estou bem. Muito bem. E você?

— Estou indo. - A risadinha dela fez com que ele quase se levantasse e fosse embora. - Conta pra mim tudo. Está fazendo muita mina ficar sem respirar ainda? - Eles riram. Sério?

— Eu não sou fumaça. – Resolvi mandar uma mensagem para meu irmão.

“Não falei para ela de vocês porque não sei como estão e não achei que eu tinha o direito. Segura a onda.”

Eles finalmente se sentaram. Kevin não aguentou não olhar para ele com ódio.

— Vou embora. - Murilo falou uns dez minutos depois que se sentou. Todos o olharam sem entender.

— Não dormi bem ontem à noite, estou muito cansado. Achei que aguentaria, mas preciso de cama. - Ele se levantou.

— Vai pra casa da vó? - Alice perguntou parecendo preocupada.

— Sim. A gente se vê amanhã Fabi. - Ele acenou para ela.

— Quer que eu te leve? - perguntei, acho que mais na intenção de saber o que estava realmente acontecendo.

— É ali. – Ele fez uma expressão de que era desnecessário e se foi. Antes que ele saísse da choperia Kevin o seguiu e eu fui atrás deles, por medo de terem uma briga muito feia. - Vai ficar me seguindo? - Perguntou quando estávamos na rua.

— Preciso saber o que aconteceu. - Fiquei andando mais afastado enquanto Kevin ia ao seu lado e ele tentava ser mais rápido que nós dois.

— Não me senti bem com o jeito que você me olhou. Me fez tanto mal que eu preferi ficar longe de você. Então, por favor, por hoje... Sai.

— Eu tenho que ficar bem vendo você e a sua ex batendo papinho, cheios de intimidade e saudade?

— Ela não é minha ex. Boa noite Kevin. - Deixei-o ir, Kevin também. Se o segurasse seria pior. Meu irmão ficou parado o observando chegar e entrar na casa.

"Nunca mais faça isso."— li a mensagem que Kevin recebeu.

"Olhar para você com ciúme?"— sua resposta foi instantânea.

"Ficar me vigiando. Eu não vou sair. Se quiser fazer plantão aí em frente fique à vontade. Bjs"

"isso foi ridículo. Bjs Murilo”

— Você acredita nisso? – ele me questionou indignado.

— Vai pra casa, é melhor. – aconselhei. – E eu vou voltar para a choperia que hoje ainda preciso me resolver com a Alice. - O ciúme estava presente entre a gente, seja com meu irmão ou com a Alice.


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Notas finais do capítulo

até o meio da semana (eu acho) ♥



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