Amor Perfeito XV - Versão Kevin escrita por Lola


Capítulo 14
Incoercível


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Rafael Narrando

As coisas aconteceram em uma velocidade que eu não pude controlar. Estava preso àquela garota e, ao mesmo tempo preso a Kevin.

Após a boate descobri com o organizador do evento o nome dela pelo registro e a partir daí a procurei até encontrar. Não via limites para saciar a minha vontade.

Estava sendo um canalha? Completamente. Tudo aquilo era uma loucura. Mas eu estava louco por ela. Ao mesmo tempo, ainda amava o meu noivo. Noivo. Palavra nova e difícil de usar. Olhava para aquela aliança em meu dedo e quase não acreditava.

— Quem é ela? – perguntou após nossa primeira noite junto.

— Não é ela. É ele. – nos olhamos e ela parecia bastante surpresa. – Não faz essa cara.

— Tudo bem. – não rendeu assunto e eu preferi assim. Seu corpo se virou para o lado e eu fiquei a admirando, mas, pensando em Kevin. Tinha que ir embora dali.

Queria não vê-la mais, entretanto, não conseguia. Amava aquela sensação de estar fazendo algo extremamente proibido, o frio na barriga, tê-la em meus braços todas as tardes e algumas noites. Era difícil driblar Arthur, minha sorte era que ele não desconfiava de mim igual meu noivo.

Parecia uma fantasia o que eu estava vivendo com essa mulher. Já era para ter perdido a graça. Era para eu ter parado. Porém, eu precisava e queria até quando não sentia necessidade. Com isso eu me endividava cada vez mais, ir até Alela e a motel diariamente. Se não bastasse, comecei a presenteá-la, eu me sentia bem assim, a vendo feliz.

Dizia para mim mesmo que pararia a cada novo dia, sabendo que eu não iria parar. No fim de semana eu a bloqueava. Em um desses ela arrumou um número e me ligou de madrugada. Se Kevin tivesse acordado eu estava completamente fodido. E aquilo me excitou imediatamente. A louca estava na porta do hotel.

— Aonde você estava? – Kevin perguntou sentado na cama assim que entrei de volta ao quarto. Rapidamente me recuperei do susto. Eu era bom nisso.

— Na área da piscina. Estava sem sono.

— Quem era ela? – o olhei surpreso. – Você sabe que a cobertura tem câmeras dos corredores principais né?

— Uma amiga da faculdade que largou os estudos, ela bebeu bastante hoje e acabou vindo me pedir ajuda. Só a levei para tomar um banho gelado.

— Por que não aqui em cima?

— Achei a piscina mais perto Kevin.

— Lá não é gelado.

— Tem chuveiro né? Você vai começar? Eu a levei, dei um banho nela de roupa, chamei um carro e a mandei para casa.

— Estranho. Acredito que você a levaria.

— Sim. Mas fiquei com medo de você acordar e ficar preocupado. – ele pareceu se dar por vencido. Eu estava cada vez mais entregue ao meu vício. Pensava nisso a cada segundo. Minha preocupação é a próxima vez em que terei mais. Sei que deveria ficar longe. Ela também está perdendo o controle por hoje vir parar aqui, realmente influenciada pela bebida. O que ele não sabia é que nós dois transamos rapidamente escondidos e agora eu iria tê-lo, para acabar com sua desconfiança e alimentar ainda mais o ser escroto que existe dentro de mim.

Quanto mais eu alimentava esse ser, pior eu ficava. Mais nojento. Não me fazia bem. Eu conscientemente me arrependia das minhas atitudes, mas, uma chama em meu peito me mandava seguir e seguir, fazendo tudo de novo e de um jeito mais danoso. Entretanto, como não era certo e eu amava meu noivo, eu terminei o caso e prometi nunca mais voltar a vê-la. E assim iria ser.

Kevin Narrando

Sábado. Oito horas da noite. Entrei na casa de Mark e Isa e flagrei Ryan e Giovana se pegando na lateral da casa. Eles ficaram mais sem graça que eu imaginei que ficariam.

— Eu não sou bom em rótulos. Muito pelo contrário. Então eu não sou de estranhar muita coisa. Relaxem. – se eles ficavam ocasionalmente o problema não era meu.

Continuei andando e o encontrei. A primeira vez que nos falaríamos desde que cheguei esse fim de semana.

— Eu te procurei tanto. – se levantou vindo até a mim. Uma atitude um pouco diferente da semana passada. – Onde estava?

— Com Arthur e Alice resolvendo uns negócios. – ficamos nos olhando e do nada ele me beijou.

— Você não é assim. – olhei nossos amigos ao longe.

— Estou sentindo sua falta. Quero estar com você. Vamos para a cobertura. – eu era um bobo. Sabia que aquilo também era sinal de algo errado. E mesmo assim sai correndo com ele. Tudo o que eu pensava naquele momento era em ser dele e só isso importava.

No outro dia meu pai descobriu a movimentação que meu irmão e eu fizemos e lógico que veio atrás de mim. E era bom eu me preparar para o pior.

— Ah como nos velhos tempos, eu faço uma besteira e você me castiga. – falei ao notar o sangue em seus olhos.

— Algumas coisas nunca mudam. E você sabe ser melhor assim, não mente. - deu meia volta. - Rafael sabe que você andou ligando para o Murilo?

— Como você sabe?

— Dei uma olhadinha em sua conta. – riu. – E ele? Não né?

— Quer se vingar, se vinga. Pode me machucar ou até me prejudicar, mas não coloca Rafael no meio disso.

— O seu namoro já está frágil demais e não vai aguentar mais essa. Escuto coisas... Seus amigos falam muito. – fechei as mãos em punho tentando conter o nervosismo.

— Queria tanto que você estivesse morto. – soltei com a mais pura sinceridade.

— Meus amores. – minha mãe chegou me fazendo mudar de postura. – O seu pai precisa descansar Kevin. – virei os olhos e sai de perto daquele ser peçonhento.

Esse fim de semana se resumiu entre me espantar com a mudança de atitude de Rafael e as ameaças do meu pai, que ele não levou adiante. No fundo, ele sabia que meu namoro já estava fadado ao fracasso, era questão de tempo.

Mas... Eu não podia negar que no fundinho eu ainda tinha a esperança de dar certo. Por vezes eu pensava que minhas desconfianças eram excesso de paranoia e que eu é que precisava de tratamento. Hoje tudo era muito confuso quando se tratava de Rafael e eu.

Entrei na casa de Danilo e fui até seu quarto com ele. Era engraçado ter alguém que eu chamava de amigo. Não fazia parte da minha personalidade esse tipo de coisa, porém... Aconteceu.

— Você sumiu. – falei para ele que logo apontou com a cabeça para o lado, o quarto da irmã. Dei uma risada. – Comigo era bem assim também. – suspirei. – Deixa passar um ano...

— Já se passaram anos, Kevin. – sorriu maliciosamente. – O que tá pegando? Para você vir aqui...

— Só queria conversar. Isso do meu pai e as coisas com Rafael... Estão me deixando louco.

— Acredita que agora ele vai ser finalmente preso? – concordei. – E mesmo assim vai assumir a bucha do hotel? – fiz novamente o movimento com a cabeça. – Coragem é o seu nome.

— Não tenho muita escolha. Ele me preparou para isso. – meu celular tocou e era a minha mãe falando que o meu pai havia sido preso. Sempre ela trazendo as notícias mais animadas. – Tenho que ir.

— Mal chegou Kevin. – reclamou e com razão.

— Daqui pouco menos de dois meses passaremos boa parte do dia juntos, não morra de saudades ainda. – brinquei e me despedi, indo até à delegacia onde eu a encontraria.

Com tudo que eles descobriram nas investigações e com o risco do meu pai fugir, fizeram a prisão dele o mais rápido possível. Não podia acreditar que a justiça finalmente estava sendo feita.

Arthur Narrando

O esperado aconteceu. Meu pai em poucas semanas sendo investigado, já era considerado culpado. Alguém disse que as investigações estavam ocorrendo desde quando ele estava no hospital e eu não duvidava. O fato é que eles estavam certos e que a partir desse momento tudo mudaria.

Kevin acabou não voltando para a capital. A mãe precisava dele aqui. Então levei Alice e fiquei com ela durante a semana, trabalhando para Ravi remotamente. Minha mãe deu um surto por isso e eu nem dei a mínima. Era a minha namorada e o que ela precisava no momento. Não a deixaria sozinha naquela casa na capital e ela precisava estudar e Kevin devia cumprir com sua obrigação de filho, a mãe dele estava em total desespero. E sempre soubemos que a mãe era o seu calcanhar de Aquiles.

Ao voltarmos a Torres no fim de semana vi repórteres tumultuados no hotel, fui para a casa da vó Isa acreditando que estaria diferente e me enganei.

— Meu pai falou para ficarmos aqui mesmo. – Alice disse ao ler a mensagem em seu aparelho. Ao parar vi o carro de Kevin chegando após o meu. Porém, ele saiu primeiro.

— Ei, Kevin Montez, o que pode dizer sobre o seu pai, hein? – um dos repórteres perguntou avançando em sua frente.

— Vamos, cara, deixe ele em paz. – ouvi de Rafael enquanto eu saia e abria a porta para Alice.

— De quem é o dinheiro que você gasta Kevin? – outro questionou insistentemente.

— Ei. – eram tantos deles que era impossível diferencia-los.

— Espero que o seu pai apodreça na cadeia. – ouvi de um e quis concordar, mas a tática de passar por eles sem ser bombardeado de perguntas era mais importante.

— Você sabia das lavagens, não é? – um deles me abordou e outro o puxou com os olhos arregalados. Assim que entramos Kevin estava rindo.

— Qual é o seu problema? O que é tão engraçado? – perguntei não entendendo ele rir do aperto que passamos para simplesmente entrarmos em casa.

— O medo que eles têm de você. Sua agressão ao cara das fotos ficou marcada.

— Nem percebi disso. Só pensei em proteger Alice.

— Também fui protegido. – ele se vangloriou e piscou. – Cadê todo mundo?

— Essa organização tem raízes muito mais profundas do que se pode cavar. Caleb não vai entregar ninguém. – ouvimos ao nos aproximarmos da área de lazer. – Olá, vocês já chegaram. – Gustavo ficou sem jeito.

— O almoço já vai sair. E os amigos de vocês vêm mais tarde hoje, com os pais. Isso aqui está um caos. Odeio esses abutres. – fui até minha vó e dei um beijo em seu rosto.

— Vamos para a biblioteca. – Fael sugeriu e aceitamos.

— O que achou do que ouvimos? – perguntei a meu irmão.

— Não quero perder meu precioso tempo pensando em Caleb. – olhou o namorado. – Vamos discutir sobre isso de novo mesmo? – pelo visto era a continuação de um assunto anterior.

— Eu penso que não tem necessidade de sair de lá. É o seu curso, o seu sonho. Vamos fazer assim, eu vou em um fim de semana e você vem em outro. – pelo visto falavam da mudança de Kevin.

— Tá insistindo nisso devido ao meu curso mesmo ou pela ideia de que Murilo pode voltar para casa e me convencendo você me garante longe de Torres por bons anos? – Alice e eu ficamos olhando os dois.

— Nossa! – Rafael se levantou do sofá. – Você é inacreditável.

— Inacreditável? Esse é você. É assim que você me leva a pensar já que tudo gira em torno dele.

— Será que sou eu que penso assim Kevin? – eles começaram a se exaltar e eu já iria intervir.

— Mais uma vez estamos brigando... Isso é um inferno.

— Você está duvidando de mim. Então faz como quiser. Larga o seu curso. Se arrependa depois. Nosso relacionamento não vai melhorar por uma atitude inconsequente sua.

— Eu fico Rafael. Se é tão importante para você eu fico. – meu irmão se acalmou e isso me deixou tranquilo, tanto que sai e fiquei lá fora com Alice.

— Está falando sério? – ouvi do outro lado da porta meu amigo perguntar sem conseguir acreditar.

— Nada importa mais que você para mim. Eu não vou ficar brigando. Só queria largar tudo parar pararmos de brigar. Eu sei ser a distância que está piorando as coisas entre nós. Até desconfiar de você eu desconfiei.

— E eu... Você acredita que eu tenho solução? Por que agora mesmo você desconfiou das minhas intenções.

— Seja sincero. Hora nenhum você pensou em Murilo?

— Eu te odeio Kevin. – de novo eles brigariam e eu teria que voltar para dentro e contê-los.

— Sabe que estou certo. Essa sua insegurança nunca vai passar.

— Por que será? Porque você joga em minha cara diariamente que ainda o ama?

— Eu jogo? Não faço porra nenhuma. Eu estou cansado. É sempre a mesma coisa desde o início. Já tem quase dois anos que eu escuto a mesma história.

— Não vai precisar escutar mais. – bateu a porta da biblioteca nervoso, contudo, pegou a chave e a trancou do lado de fora. Ele tinha algum problema. Meu celular começou a tocar, Kevin, claro.

— Arthur vem aqui, fazendo favor, porque aquele filho da puta me trancou.

— Estou aqui, ele ainda não saiu, vou pegar a chave com ele.

— E eu vou quebrar a cara dele.

— Quem quebra sua cara é ele. E não é atoa que é você que tá preso. – ri. – Já vou abrir. Relaxa aí. Doentes.

— Rafael me dá essa chave. – ele passou a mão no queixo e olhou para os lados. – Anda. Quanto mais tempo ele ficar lá mais descontrolado ele vai ficar.

— Ele tem que pensar no que ele fez.

— Vai prender ele igual uma criança? Deixa de ser ridículo. – peguei o objeto quase a força.

Depois daquele momento inevitável e estressante, tentei passar algum tempo com Alice, mas era inevitável... Estava preocupado com Kevin e Rafael.

— Vai lá. Vê como eles estão. Também preciso fazer uma coisa. – a olhei desconfiado.

— Que coisa é essa, eu quero saber.

— Conversar com Otávia. Ela está a um ponto de ficar tão chata que ninguém a suportará. – dei uma leve risada. – O que foi? Eu estou errada por acaso?

— Não. É que você diz que eu sou o super-herói o tempo todo e olha só para as suas atitudes, vejo que, no fundo somos nós dois os heróis.

— Então vamos salvar o dia. – selou nossos lábios e se separou de mim. Eu a puxei novamente.

— Amo você e amei passar essa semana ao seu lado. – falei baixinho em seu ouvido antes de ir.

Dessa vez os dois não estavam quase se agredindo como eu imaginei que estariam, mas podia ouvir a voz de cada um deles de longe. Era incrível como só Rafael apontava o dedo perto do rosto de Kevin e não recebia um golpe mortal de volta. Coisas que apenas o amor pode conseguir.

Outra coisa que era fruto do amor, eu vir visitar a pessoa mais cruel do mundo e que merecia toda a distância que eu pudesse manter dele. Fiz isso por amor ao meu irmão, pois eu sabia que a ameaça que ele recebera era real. Muito real. Mas Kevin era corajoso demais para se preocupar com isso.

Yuri Narrando

A minha cabeça fervia. Muita coisa acontecia ao mesmo tempo, e eu só queria alguém para conversar. Esse alguém era Giovana. Ela representava a amiga que eu sempre tive e podia confiar, mas estragamos tudo nos envolvendo.

— Para de batucar os dedos. – minha irmã reclamou pela terceira vez. – Insuportável!

— Você que é. E não é pouco irmãzinha. – virei os olhos.

— O que tanto te incomoda hein?!

— Eu tenho um pai com uma longa ficha criminal. Isso não seria o suficiente?

— Sempre soubemos disso Yuri. – sua voz se amenizou, mesmo que ela não tivesse feito voluntariamente.

— É diferente quando todos sabem e quando ele está pagando pelos crimes. Além disso... – pensei um pouco. Não havia outra pessoa com quem desabafar. Alice estava estudando.

— Não precisa dizer. Eu já sei. Sophia ou Giovana? – baixei os olhos. – Tá. Não quer dizer. Seja por qual das duas esteja sofrendo, esqueça. Nenhuma é para o seu bico.

— Não é nenhuma das duas, burra. Em que mundo você está Otávia? – franzi a testa de um jeito inconformado.

— Ah! Esqueci que já está pegando a nossa outra prima. – revirou os olhos como se aquilo fosse irrelevante. – O que é então? Enjoou e quer largar? Vocês são tão previsíveis.

— Larissa ama Arthur. Você sabe disso. Eu sei. Todos sabem. E mesmo assim... – passei a mão no rosto. – Qual é o meu problema?

— Depois a burra sou eu. – ficou me encarando. – Você está mesmo se apaixonando pela Larissa, Yuri? – concordei um pouco envergonhado. – Qual o seu nível de carência para te darem um pouco de carinho e você já achar que a pessoa é o amor da sua vida?

— Não é isso. Eu a ajudei a superar o “término” com ele. Todo aquele caso estranho que eles tiveram. – contei com insatisfação. – E nos aproximamos tanto. Ela é fofa demais, quase tanto quanto Giovana e tem um pouco da malícia da irmã.

— Pronto. Juntou seus dois amores que não deram certo em uma pessoa. Você quer um conselho? – sorriu amargamente. – Cai fora.

— Está parecendo o Kevin. – me arrepiei. – Só queria desabafar mesmo. Não queria conselhos. Já você está precisando.

— Isso aqui não é sobre mim. – nossa mãe desceu as escadas e tirou os óculos escuros do rosto.

— Vou ir até o hotel, quero estar por dentro dos negócios agora que meu ex marido está... – parou de falar. – Gustavo é imprudente e Vinicius ausente. – reclamou.

— Ex marido? Não é mais fácil falar o nome dele? – Otávia perguntou só para provocar. – Por falar nisso vai visita-lo quando?

— Eu NUNCA pisarei em um lugar daqueles minha filha. N u n c a.

— E se meu pai fosse preso? – olhei para a minha meia-irmã sem entende-la.

— Ravi não é Caleb. Não é alguém que comete crimes. – a sardenta abriu a boca e ela apontou a mão para se calar. – Porém, se fosse o caso, dependendo do motivo eu poderia pensar em ir.

— Vocês sempre fizeram vista grossa para algo errado que Caleb fazia. Agora quando ele sair vão exclui-lo dessa família né? – ela riu com a pergunta.

— Sair? Com tantos crimes? Nem sei e nem quero pensar nisso. Os reis da família nessa ocasião vão ser Arthur e Alice, e são eles que vão mandar em todas as decisões.

Ela saiu e eu fiquei olhando a garota a minha frente tentando entender como ela enchia sua cabeça de pensamentos aleatórios e tão futuros e incertos, apenas para não pensar no óbvio. Sua própria vida. Otávia virou uma espécie de heroína em queda livre. Ela não reconhece sua fragilidade, quer ser forte o tempo todo e, além disso, passou por um processo doloroso para aprender a respeitar os limites das pessoas. Não era culpa dela. Porém, ela devia se auto avaliar e entender que ela afastou muita gente assim, principalmente Ryan.

Agora era mais uma preocupação em minha cabeça. Já estava com uma que eu não queria dividir com ninguém. Desde que me vi pensando demais em Larissa e sentindo meu estômago gelar a qualquer sinal dela, procurei Rafael para conversar e... Não sei. A reação dele assim que o vi chegar do trabalho e me encontrar o esperando na cobertura, não foi legal. Ele se assustou muito. E se tem algo que aprendi com Kevin é que devemos observar as pessoas. O celular em sua mão mostrava uma conversa que ele rapidamente fechou assim que me levantei do sofá. Rafael escondia algo. E se o namoro dos dois estava indo tão mal, por que não uma traição?!

Nem queria pensar nisso. Aconteceria uma desgraça. O fato é que depois disso inventei uma desculpa que esperava Arthur e fui embora. Guardar aquilo comigo já me consumia. Agora ver que Otávia precisava de ajuda, só fez com que essa sensação crescesse.

Havia uma pessoa que eu podia recorrer. Arthur. Era o melhor amigo dele. A situação mais difícil do mundo, mas... Era Kevin e se acontecia algo, o melhor era que Rafael terminasse para ninguém sair ferido. E Arthur também podia ser útil com Otávia.

— Não posso agora Yuri. – falou antes que eu dissesse qualquer coisa.

—  O que foi? – me atentei ao ver seu estado.

— Kevin está em perigo! – era sábado de manhã e com certeza o nosso meio-irmão chegaria. Pedi explicações, mas ele apenas se despediu, indo não sei para onde. E agora eu tinha mais uma coisa para me importunar.


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Notas finais do capítulo

acho que até domingo tem post ♥



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