Presos Por Um Olhar escrita por Carol McGarrett


Capítulo 79
O Jantar


Notas iniciais do capítulo

E mais um capítulo fresquinho para vocês!
E dedico esse capítulo para a Andrea, fiel leitora das minhas histórias que está fazendo aniversário hoje!! Parabens para você Andrea! Muitos anos de vida e alegrias para você! Espero que o presente esteja de seu agrado! ;)
Boa leitura a todos!



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Creio que eu devo ter ficado mais tempo do que o necessário sentada, lendo os arquivos, pois quando dei por mim, meu pai me chamava da porta.

— KitKat... Conseguiu conversar com o pessoal nerd?

Claro que meu pai intitularia o pessoal dessa forma.

— É, eu consegui. – Respondi, fechei a tampa do notebook e me levantei, seguindo para a porta, sem falar nada.

Só que meu pai não é bobo e ele logo me impediu de sair da biblioteca.

— Que tipo de informação eles roubaram?

— Eu diria pegaram emprestado, pois todos os documentos já foram apagados. – Defendi os funcionários.

— Katerina, direto ao ponto.

— Cavendish está, estava tentando levar a empresa à Falência. – Murmurei. – Tem muita coisa ali, e tudo começou com Alberto Mancini, o ex-diretor do escritório onde estou agora. Descobri que ele desviava fundos e reportei para a Direção. Lembro-me bem de que Cavendish não gostou da descoberta, porém, nunca me ocorreu que ele estivesse por trás de tudo. Ele estava roubando a própria empresa... e iria fazer mais.

Meu pai fechou a porta da biblioteca.

— Você tem certeza?

— Sim. Os documentos foram tirados dos computadores das pessoas certas. São muitas provas, papai. Muitas. Eu... eu nunca imaginei que a NT&S pudesse, um dia, estar envolvida em um escândalo tão grande. É... é assustador. Revoltante.

— Você vai assumir a vice-direção?

— É meu dever. Não podemos deixar que acabem com a empresa. É o legado de uma família. Foram anos até que ele se transformasse no que é hoje.

— Você está preparada para ouvir os comentários?

Dei uma risada.

— Pai, Dempsey disse na frente de todos que eu só fui contratada porque sou bonita. Além de me chamar de vadia, disse que Alex só me defendeu da forma que fez porque eu estava dormindo com ele... Creio que não tem como piorar, tem? Talvez, tirando o palavreado, a ideia já foi dita em voz alta e clara. O que vier a partir de então, não deve ser tão pior assim.

Meu pai ficou rubro quando eu disse isso, depois respirou fundo e concordou comigo.

— É, acho que pior não fica.

— Acredite em mim, pai, as primeiras vezes incomoda ser chamada assim. Depois você se acostuma, afinal, homens, quando veem que não podem ser melhores que uma mulher, tratam logo de diminui-la e objetifica-la de forma sexual, como se isso fosse fazer uma mulher recuar. Não faz, e, a cada vez que uma de nós de chamada de vadia, nós ficamos mais fortes, pois sabemos nosso valor e sabemos que nosso talento e trabalho árduo está sendo bem feito, afinal, se incomoda, é porque está certo. Coisa que tem muito homem que precisa aprender, mas eu acho que nem se nascer de novo compreende o recado.  

— Mas me incomoda. – Meu pai disse sério.

— Incomoda o senhor, porque o senhor entende o que as mulheres passam. Mas, acredite, é raridade achar um homem que entenda nossa causa. E obrigada por se importar. Passe o pensamento para frente, quem sabe, assim, suas netas não tenham que escutar esses “apelidos”?

Papai só me abraçou de lado e foi me guiando até a sala de jantar, onde todos já estavam em seus lugares e nos olharam com expectativa.

— Gostaria de poder contar, porém, só sexta-feira.

— O pessoal que você jurou que era bom, não achou nada? – Kim me perguntou.

— Acharam, muita coisa por sinal. Porém, eu não posso contar. Sexta-feira todos ficarão sabendo. O assunto é mais delicado do que eu imaginava.

Pelas caretas que minha família fez eu percebi que eles tinham entendido o meu motivo, mas não aceitado o fato de eu ter ficado calada.

— Bem, já que Katerina não pode falar o que descobriu, vamos jantar. – Disse minha mãe.

A conversa no jantar variou de assuntos, parando no final de ano e os planos da família inteira de ir para a Finlândia. Vi Alex prestar bastante atenção nesse tópico e depois me olhar, pude ler em seus olhos que ele me perguntava onde eu passaria as festas.

Já quase na hora de ir embora, anunciei que o jantar de quarta à noite seria na nossa casa e as reações foram bem interessantes. Todos sabiam o motivo e não conseguiram esconder.

— Bem, nem vou falar o motivo, parece todos vocês já sabem mesmo...

Meus irmãos e cunhadas só começaram a rir.

Estava passando em frente à porta, quando a campainha tocou. Olhei no relógio, quase 22:30, depois mirei meu pai, como que perguntando se poderia atender.

— Vá em frente. – Ele me respondeu.

Destranquei a porta e assim que a abri, dei de cara com uma pessoa que eu não queria ver.

— O que vocês fazem aqui? – Mia praticamente gritou, apontando de ALex para mim e vice-versa. – Principalmente você, seu perdedor. – Olhou para Alex com desdém e buscou pela mão do atual marido, que não parecia muito interessado no que Mia falava.

— Bem, pai, mãe, vocês têm visita. – Anunciei. – Até amanhã à noite. – Despedi.

Minha mãe veio até a porta, olhou para Mia, para a barriga de grávida que ela ostentava e depois de permitir a entrada dos dois visitantes, se virou para mim e para Alex.

— Vejo vocês amanhã. Tenham uma ótima noite! – Se despediu com um abraço e um beijo em nossas testas, algo que Mia achou bem engraçado.

Antes que eu tirasse o carro da garagem, vi Kim e Vic saindo rindo na direção do carro deles e depois Ian, Tanya, que carregava Elena no colo, Tuomas e Liv, que vinha remendando a tia modelo, andando exageradamente e jogando o cabelo de um lado para outro.

— Só me aparece assombração quando venho em Londres! – Kim gritou já de dentro do carro.

— Isso porque não foi você quem abriu a porta! – Respondi.

— Uma coisa é certa. Ela sabe como esvaziar um ambiente. Estou até com pena de meus sogros. – Tanya falou.

Não pude escutar a réplica de Ian, mas ele deve ter dito qualquer coisa engraçada, pois até Liv disparou a rir.

— Desculpe por isso. – Comentei com Alex assim que já estávamos longe da casa. – Não fazia ideia de que ela estava na cidade...

Alex, que estava até muito confortável depois de ter visto a minha irmã, comentou:

— Fico até feliz de saber que não sou o único que não gosta da Mia. Parece que só a sua mãe gosta dela, no fim das contas. Porque até o seu pai fez uma cara esquisita quando sua mãe falou o nome da filha mais velha.

— Como eu te disse, a Mia é complicada...

— Já vamos para casa? – Ele perguntou mudando de assunto.

— Quer ir em algum lugar?

— Nada de me mostrar Londres?

— Agora??! – Lancei um olhar para o painel do carro com o intuito de ver as horas.

— Creio que essa Cidade Velha deve ser tipo Nova York, nunca dorme.

— Bem... algumas partes sim. – Comentei, fiz uma conversão um tanto proibida e comecei a mostrar alguns pedaços de Londres para meu noivo.

Quando chegamos em casa, quase duas horas e meia depois que saímos da casa de meus pais, e já estávamos na cama, Alex só comentou:

— Acho que da Londres que você tanto gosta só faltou um lugar...

— E como você sabe que faltou especificamente um lugar?

— Porque você não me mostrou o pub onde foi a sua despedida de solteira.

— Sério?! – Me virei em sua direção e quase arremessei meu travesseiro na cara dele.

— Claro! Lá tem que ser um marco histórico, algo mais ou menos assim: “Dentro das dependências deste estabelecimento, Katerina Elizabeth Nieminen, já com 29 anos de idade, tomou o seu primeiro porre, e ficou tão ruim que teve que descer do salto e ir embora à pé para casa.”

— Fala isso com o proprietário. – Disse sarcasticamente.

— Qual foi a data da sua despedida de solteira?

— 04/04. – Falei nem um pouco interessada.

 - É um dia que temos que guardar... afinal, o primeiro porre e a primeira ressaca a gente nunca esquece! Apesar de que a sua veio muito tarde...

— Você quer comemorar esse dia?

— Mas é claro! Você vai ver...

Encarei Alex. Ele realmente estava falando sério.

— O que eu não daria para te ver bêbada e sem os sapatos, andando por Londres, um tanto cambaleante e com a fala enrolada.

Balancei negativamente a minha cabeça.

— Você não existe, hein? – Reclamei. – Vai dormir, vai. – Virei para o outro lado e tampei a cabeça.

— Fico imaginando o que suas amigas vão aprontar para sua despedida de solteira de verdade... – Ele murmurou alto e, inconscientemente gelei. Pietra com certeza viria com algo muito, muito estranho, ou nas palavras dela, memorável.

Eu nem tinha marcado a data do casamento e já temia o que poderia acontecer antes dele...

Que Deus me ajudasse!

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Minha quarta-feira passou indistintamente, no escritório tinha um certo clima de que algo grande estava para acontecer, ninguém sabia ao certo o que era, ou quando viria, mas a sensação e as conversas murmuradas nos cantos davam este tom.

Tentei permanecer o mais afastada possível de qualquer fofoca ou insinuações. Eu sabia o que era... e ainda me custava a acreditar.

Se no escritório o clima não era dos melhores, o mesmo eu não poderia dizer da minha família.

Logo cedo, liguei para meus avós e os convidei para o jantar, dizendo que a presença de todos era de extrema importância e que eu levaria para o lado pessoal se algum deles não viesse. Com essa pequena ameaça, todos três confirmaram a presença.

O grupo da família estava impossível, mensagens chegavam a cada segundo, e todas elas insinuavam o jantar de noivado. O que deixou minha sogra bem feliz lá na Califórnia.

E, com Pietra já tendo desembarcado na Terra da Rainha e se encontrado com Vic e Mel, tudo poderia acontecer. E quando eu disse tudo, é realmente isso.

TUDO!

Pois a Italiana Louca resolveu que tinha que vir me visitar na hora do meu almoço e me arrastou para fazer compras neste intervalo.

— Eu preciso comer. Ainda tenho a parte da tarde de trabalho. – Resmunguei quando vi a fachada da loja que ela me rebocava.

— Nada disso! É o seu jantar de noivado, tudo bem o segundo, e você tem que estar bem vestida para o mundo e para Alex.

Senti meu rosto corar violentamente.

— A sempre puritana Katerina. Anda logo. Comece a escolher. – Ela apresentou a loja.

— Eu tenho lingeries assim. – Falei e tentei sair da loja sem chamar a atenção.

— Se você for fazer birra e querer ir embora, eu vou escolher para você e você terá que usar, ou, pelo menos eu vou fazer questão de comentar com o Surfista que você tem uma surpresinha para ele. Sei que ele vai entender. – Minha amiga italiana, que tinha horas que mais parecia minha inimiga, disse inocentemente apontando para uma peça que só de olhar me deixou com vergonha.

— Olha, Pietra... nem eu que já sou casada uso isso... – Vic comentou pegando a peça em suas mãos.

Concordei veemente com minha cunhada.

— Vocês duas... são duas estraga prazeres. Em todos os sentidos! Andem, vamos então atrás de roupas de vovó para você, a noiva mais tradicional dos últimos cem anos, aposto que até a sua avó fez um agradinho para seu avô! – Ela ia falando e procurando por algo específico. – E aqui está!

Mel só não gargalhou alto, porque estávamos no meio da loja, mas...

— Pietra!! Pelo amor de Deus! – Pedi.

— Entenda de uma vez por todas, Katerina, você vai me agradecer depois.

— Isso não tampa nada!

— Mas a finalidade não é essa...

Encarei Pietra.

— Você realmente quer que eu fale para que serve? - Ela perguntou inocentemente, com uma sobrancelha levantada.

Eu consegui tirar a peça da mão dela e colocar no lugar. Minha amiga estalou a língua e só me olhava como se eu tivesse arruinado a sua festa de compras, que claro não consistiu só em ela tentando me fazer comprar lingeries que me deixavam vermelhas só de pensar, fomos a outras lojas e minhas amigas me presentearam com todo o meu look para o jantar.

— Este é o nosso presente para o momento em que finalmente poderemos ver você desencalhando! - Mel comentou quando elas acabaram de pagar a conta.

— Eu não estava encalhada. – Chiei.

— Como queira! – Pietra sacudiu a mão em sinal de desdém. - Preciso ir ali, me encontrem no carro. – Ela avisou e saiu clicando os saltos na calçada, atraindo olhares de todos.

Quando ela voltou não tinha nada nas mãos.

— Onde você foi? O que você fez? E, o mais importante, por que não nos deixou ir junto? – Melissa perguntou intrigada.

— Precisava ir sozinha. E o resto é segredo! – A Italiana fez mistério.

Ainda tive que deixar as três na casa de Vic e depois voltei para o escritório, para a parte dois do meu dia que consistiu em fingir que prestava atenção no que falavam e preparar minha fala para o dia seguinte, que, pela agenda, eu apresentaria os números do Pacífico na parte da tarde.

Assim que a reunião foi encerrada, recebi uma mensagem, não conhecia o número, mas nem precisava, eu soube de quem era no momento em que a li.

Não se esqueça, Katerina, amanhã você deverá nos dar uma resposta.

Camila Grissom de seu jeito, tinha acabado de me pressionar. Olhei discretamente para os lados e assim respondi.

Não é necessária uma reunião, senhora, minha resposta é sim.

Pude ver o semblante dela, que já estava do lado de fora da sala, mudar e logo, ao invés de todos seguirem para os elevadores e irem para casa, mudaram seus rumos e voltaram para a sala de reunião.

Quando me levantei para ir embora, encontrei dois pares de olhos me fitando de forma colérica. Matti e Cavendish ainda não tinham saído da sala e me encaravam furiosos, como se soubessem que eu tinha, pelo menos por enquanto, o Conselho Administrativo do meu lado. Sustentei seus olhares e com um aceno de cabeça e um: “Tenham uma boa tarde, senhores!”, deixei a sala.

Três dias haviam se passado. Faltavam dois. E pelo visto, eu seria a protagonista de um desses dias.

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Como tínhamos combinado, o jantar de anúncio do noivado seria às 20:30, o que me dava tempo de ir ao mercado, comprar tudo, me arrumar e ainda avisar para Alex que Pietra vinha com tudo.

Passei no mercado primeiro, já tinha percebido que Alex não era lá muito de ficar dando pitaco no que faço na cozinha e sabendo muito bem que ele deveria estar morto de fome – porque descobri tardiamente que Pietra o proibiu de ir almoçar comigo, decidi fazer algo que não só a família iria gostar, mas ele também.

Andei pelos corredores do supermercado, ora pensando em como ia ser o dia de amanhã, ora pensando no que Alex tinha preparado para falar, porque ele, querendo ou não, é o grande protagonista, eu só preciso dizer sim, sorrir e chorar na medida certa.

Peguei mais coisas do que seriam necessárias, até porque eu queria fazer uma sobremesa e depois de pagar, saí mordicando uma barra de chocolate, só me dando conta quão esfomeada eu estava depois que comecei a comer o doce.

Fui dirigindo devagar até minha casa, cantarolando as minhas músicas, comendo mais uma barra de chocolate e, assim que parei o carro na garagem, Alex abriu a porta de acesso à casa e me encarava de olhos arregalados.

— Eu juro, a Pietra é maluca. – Foi o que ele disse.

— Isso eu já sabia. – Comentei ao descer do carro.

— Foi ela. Eu te juro que foi ela! – Ele dizia veemente.

— Mas o que ela fez? – Questionei e comecei a tirar as sacolas de dentro do porta-malas. – Além de ter te deixado com fome e me arrastado para uma sessão de compras, é claro.

— Então você sabe o que é! – Ele disse mirando uma sacola em específico.

— Não, não sei.

— Mas você tem as mesmas sacolas na mão. – Alex apontou para a bolsa da loja de lingeries que ele tirou da minha mão para poder carregar.

Olhei para meu noivo um tanto vermelha e depois saí correndo.

— ONDE ESTÃO?! – Gritei enquanto tirava os sapatos e arremessava minhas bolsas em cima do sofá.

— No quarto. Ela pediu para entrar e foi direto para lá, achei que você tinha pedido que ela trouxesse as suas bolsas. – Escutei a voz de Alex sumindo à medida que subia os degraus de dois em dois.

Abri a porta do quarto quase sem fôlego e quando olhei para minha cama.

— AH! NÃO!! – Gemi em desespero. – Que ela é doida, eu sabia. Mas que tinha perdido a noção...

Alex entrou pouco depois e olhava da cama para mim e de volta para a cama.

Eu juro que tentei explicar o que aquilo significava ou não significava, mas tudo o que consegui fazer foi ficar vermelha, muito vermelha, enquanto encarava meu noivo, que estava parado do outro lado da cama, carregando as minhas sacolas, de volta.

— Eu... é... – Embolei a explicação.

Ele deu de ombros e, também, começou a ficar vermelho.

A cena seria hilária, cômica, se não fosse tão... constrangedor ficar encarando um conjunto de lingerie um tanto revelador demais que estava disposto na minha cama, como se fosse a peça que eu iria usar no jantar.

Em um rompante, caminhei até Alex, peguei minhas sacolas, me abaixei do lado da cama, embolei o conjunto em meus braços e saí correndo para o closet excomungando Pietra e sua péssima ideia.

Estava procurando uma gaveta bem cheia para enfiar aquilo e esquecer a sua existência, quando ouvi o seguinte comentário:

— Como eu vou tirar a sua imagem usando isso da minha cabeça, agora?

Deixei tudo cair no chão, sentindo meu rosto esquentar ainda mais e depois tudo o que eu ouvi foi a porta do quarto se fechando.

— Acho bom não pensar nisso durante essa noite, Surfista... ou você vai se meter em encrenca. – Murmurei baixinho.

Guardei o que tinha que guardar. Separei a roupa que eu realmente iria usar nessa noite e, depois de colocar algo mais confortável, desci para a cozinha para começar a preparar o jantar.

Alex estava sentado no sofá da sala, mexendo no celular e nem me ouviu passar. O que em partes foi bom, porque eu ainda não sabia como iria encará-lo depois do comentário que ele havia feito. O que era uma besteira, afinal nós dois já havíamos dormido juntos no sentido literal e figurado da expressão, várias vezes, então eu não sabia o motivo de um simples conjuntinho de lingerie ter me deixado com tanta vergonha.

Murmurava isso baixinho, à medida que ia preparando o jantar, até que escutei o banco da ilha ser arrastado com mais força do que o necessário.

— Bem, - Alex começou. – Tirando a sua sessão compras, como foi o seu dia? Espero que sem nenhuma emoção nova.

Virei na direção dele.

— Por incrível que se possa parecer, foi um dia tranquilo. – Respondi. – Sem nada de marcante. O que eu credito como um milagre, dada as circunstâncias.

— É amanhã que irão discutir os números do seu escritório, não é?

— Sim. – Mordi o lábio.

— Nervosa?

— Claro! A administração quer a minha cabeça, o Conselho me quer de aliada. Tudo pode acontecer. Para o bem ou para o mal. – Voltei minha atenção para o jantar.

— Acha que vai ser tão ruim assim? – Alex parou do meu lado para poder ler as minhas expressões.

— Não sei o que esperar. – Fui sincera. - Não faço ideia.

Ele só me abraçou de lado e deu um beijo no alto da minha cabeça.

— Eu sei que você vai se sair bem, Kat. Para falar a verdade, são eles quem devem estar com medo, não você. São eles quem tem a perder, no fim das contas.

Levantei minha cabeça e encarei os olhos azuis que me fitavam com interesse.

— É essa a sua previsão para o futuro?

Alex deu uma risada.

— Sim. Essa é a minha previsão. E vou mais longe...

— Longe até?

— Os Dois Patetas restantes vão sair correndo e chorando depois de verem os números que você irá apresentar.

Tive que rir do otimismo dele.

— Bem, agora que eu já te fiz sorrir. Em que posso te ajudar aqui? Porque teremos uma turma bem boa hoje à noite.

— Já que perguntou... – Comecei a explicar o que ele tinha para fazer.

Íamos conversando sobre um monte de coisas sem sentido e sobre as vindouras gravações que se iniciariam em menos de um mês, ao mesmo tempo em que mexíamos nas panelas, corríamos para deixar a mesa pronta e, claro, especulávamos o que Mia queria ontem.

— Essa última é fácil. É só perguntar para o meu pai. – Afirmei.

— E ele vai falar?

— Mas é claro. Ainda mais se for algo muito absurdo! Entenda, Alex, Mia é sempre assunto nessa família e quase nunca é por bons motivos.

Meu noivo fez uma carranca e eu ia trocar de assunto, porém a campainha foi tocada.

Conferi as horas no pulso de Alex, já que ele estava mais próximo e, claro, ele teve que dar um sorrisinho.

— O que?! – Perguntei intrigada.

— Nada... só me lembrando que você fez exatamente isso na primeira vez que nós saímos para correr.

— Está nostálgico, é?

Vi ele dar de ombros e corri para atender à campainha, pensando quem poderia ser tão cedo. Olhei pela tela da câmera e vi que eram meus avós.

— Olá! Boa noite!! Por favor, entrem e saiam desse frio! – Falei antes de cumprimentá-los propriamente. – Porque não me ligaram que eu abria a garagem. Está praticamente vazia! – Continuei enquanto ajudava minha avó Claire a tirar o casaco.

— Está tudo bem, KitKat. Tudo bem! – Minha avó me disse ao me dar um beijo na bochecha. – E como está indo a semana?

— Até agora, diria mais ou menos. Muito aconteceu, mas tem mais por vir. – Foi a minha resposta.

— Ou seja, eu já quase esganei alguém, quis matar outro, mas me mantive no salto! – Meu avô completou.

— Bem assim. Exatamente assim, vovô. – Concordei rindo.

— Onde está Alexander?

— Ajudando na cozinha, vovó.

E foi então que os dois me olharam.

— Por que você ainda não está pronta?

— Ainda está cedo e eu tenho que terminar o jantar...

— Nada disso, mocinha. Vá se arrumar e leve Alexander junto. Eu termino seja lá o que vocês estão fazendo. – Vovó começou a me empurrar para longe da porta, contudo, teve que parar, afinal, a campainha tocava novamente.

— Fico feliz em saber que nós não somos os únicos que desrespeitamos os horários e chegamos cedo. – Meu avô falou já se fazendo confortável no sofá.

Corri para a porta no instante em que Alex aparecia para cumprimentar meus avós.

Hei, isoäiti! Hyvää iltaa![1]— Falei assim que abri a porta e vi minha avó Mina.

Hyvää iltaa, kultaseni![2]— Ela me respondeu e me abraçou. – Sei que estou cedo, mas queria te ajudar com o jantar. Não é justo que só você cozinhe para a família inteira quando está aqui.

— Não ligo! – Respondi e, assim como tinha feito com vó Mina, ajudei-a a tirar o casaco.

— Sei que não, mas esta é uma noite especial e você precisa estar deslumbrante.

— Pelo visto todo mundo já sabe! – Falei com um muxoxo.

Minha avó abriu um sorriso e apertou uma das minhas bochechas.

— Você já foi melhor para guardar um segredo, porém, ao lado de Alexander, você simplesmente não consegue. Seja por esse lindo anel que já está no seu dedo, seja por suas atitudes. Eu nunca tinha te visto assim, minha criança, tão apaixonada, tão feliz. Foi fácil de deduzir o que vocês queriam fazer nesta noite.

Senti meu rosto corar diante do que minha avó havia falado.

— Bem... já que é assim. – Comecei. – Eu realmente estou muito feliz, vovó. E, eu sou completamente rendida por ele. – Olhei por sobre o ombro dela para Alex que conversava algo com meu avô. Isoäiti olhou na mesma direção e depois para mim.

— Ele realmente é um bom rapaz. E é tão apaixonado por você quanto você é por ele. – Ela disse certeira. – Agora, vá se arrumar, que eu tomo conta da cozinha.

— A senhora vai ter concorrência, afinal, vó Claire já está lá.

— Claire é fácil de ser tirada da cozinha. – Disse Dona Mina.

Ela chegou na sala e na mesma hora Alex se levantou para recebê-la e pedir desculpa por não estar arrumado.

— Então vá se arrumar, rapaz. – Disse minha vó.

— Antes que eu bata nos dois com o rolo de macarrão que eu sei que a Kate tem aqui em algum lugar! – Completou minha avó Claire.

Parei no meio da escada e antes que eu pudesse respirar, meu avô falou:

— E pode ficar despreocupada que eu abro a porta.

— As meninas vêm também.

— Deixem a Pietra do lado de fora até que Kat e Victoria estejam no mesmo lugar!! Ninguém controla aquela italiana! – Dona Claire soltou lá da cozinha.

Subi o restante dos degraus rindo das palavras de minha avó e, quando vi, Alex me esperava escorado na parede do corredor.

— O que foi? – Questionei assim que parei ao lado dele.

— Com toda essa bagunça de organizar esse jantar para dar um anúncio que todos já estão sabendo, esqueci de fazer uma coisa.

— Fazer... – Não terminei, pois meu noivo me puxou pela cintura e me deu um beijo que me deixou de pernas bambas. – Uau... por que de tudo isso? – Consegui falar enquanto ele praticamente me levava para dentro do quarto, já que eu ainda não tinha recuperado o movimento das pernas.

— Fiquei o dia todo longe de você e, pelo visto, não teremos muita privacidade nesta noite, assim, estou aproveitando o momento. – Ele disse com um sorriso nada bento no rosto.

— Ah... claro. Aproveitando o momento... então venha aqui. – Puxei-o pelo pescoço e fiz questão de trancar a porta, nunca se sabe quando uma criança de cinco anos vai entrar correndo pelo quarto, chamando por você.

Logicamente Alex conseguiu ficar pronto antes de mim, as facilidades de ser homem e não precisar de mil acessórios ou de maquiagem. A grande diferença deste jantar para o do Dia de Ação de Graças é que desta vez, não importasse o que falassem, eu não calçaria nenhum sapato.

Uma última conferida na minha aparência, eu estava bem aceitável para quem tinha trabalhado o dia inteiro e mal dormido na noite passada, e abri a porta para descer, já escutando lá de cima que quase toda a minha família tinha chegado, e como sempre, cedo demais.

— Não acredito que a pessoa mais importante do jantar vai estar descalça! – Vic reclamou.

— Minha casa, minhas regras. E você também está descalça, cunhadinha! – Remendei.

— Mas estar sem seus saltos astronômicos, em uma ocasião especial, é novidade para você!

Fiz uma careta para minha melhor amiga e fui para a cozinha ajudar minhas avós.

— Nada disso! – Me colocaram para fora em um átimo. – Hoje não. Deixe por nossa conta.

— Mas...

— E nada de protestar, Katerina!

— Sim, senhora! – Respondi e obedeci à ordem de Mina Nieminen, voltando para sala até com medo.

— Colocaram você para fora da cozinha, na sua própria casa?! – Kim riu da minha cara.

— Sim... e dessa vez eu só não perdi a cabeça porque estou na minha casa, caso contrário, esse jantar viraria um velório. – Respondi à brincadeira de meu irmão ainda um tanto abismada.

— Deixa as duas lá... não sei, Mina, mas Claire não parou de falar que não iria te deixar fazer nada hoje. – Meu avô disse.

À medida que ia chegando o horário marcado, o restante de minha família foi chegando, e a falação foi aumentando.

— Eu não sei para que um anúncio de noivado, sendo que todo mundo já sabe que vocês estão noivos! – Kim falou debochado.

Olhei para Alex e ele para mim. A grande verdade era que para nós dois o anúncio não importava, até porque já estávamos morando juntos, porém, era mais para formalizar perante as famílias, era por respeito aos nossos pais e avós.

— Porque, às vezes, seguir algumas tradições faz bem, Joakim. – Meu pai respondeu por nós.

Porém, Kim, que não é de ficar quieto por muito tempo, logo soltou.

— Ah, claro. Tudo isso é para tentar fazer com que o senhor se acostume com a ideia de que a Kat agora realmente vai se casar e vai deixar de ser a queridinha do papai.

Papai encarou Kim, eu arremessei uma almofada nele e só não arremessei meu celular também, porque a coisinha estava dentro do quarto, carregando.

Com pouco, o restante dos convidados chegou. Ian, Tanya e os filhos e, por último, Pietra e Mel.

— Encontrou a surpresinha no seu quarto, Katerina? – Perguntou a italiana.

— Não precisava daquilo. – Sibilei.

— Espero que seja de bom uso... sabe como é... – Ela disse sorrindo e parou o assunto ao ver meu pai. – Salva pela presença do Sr. N.

Não faltava ninguém mais, agora era só esperar que Alex tomasse a coragem para anunciar.

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Já estávamos à mesa, vários assuntos eram discutidos ao mesmo tempo, tornando difícil acompanhar todas as conversas paralelas, o que estava me deixando um tanto perdida e confundindo a cabecinha de Elena, que, como estava sentada do meu lado, só virou para mim e disse:

Täti, por que todos estão tão felizes? Por conta do Natal?

— Não hoje, pikkuinen[3].

— Então qual é o motivo? – Ela tombou a cabecinha e me olhou, seus olhinhos brilhavam de curiosidade;

— Espere só mais um pouquinho que você já vai saber, tudo bem?

— A senhora é quem vai contar?

— Não, será o Alex.

Elena esticou o pescoço para encarar o perfil de Alex.

— Ele bem que podia contar logo, né? Eu tô ficando nervosa! – Ela falou toda inocente.

— Sim, eu também estou, Leninha. Agora volte a comer, tudo bem?

— Tá joia... – Minha sobrinha me respondeu e se voltou para o prato.

Alex esperou pelo momento certo, que era no meio da sobremesa, assim, ele se levantou e pediu um pouco de atenção.

Todos olharam para ele, ao meu lado, Elena começou a balançar as perninhas, ela era a única que não sabia o que iria acontecer, então não continha a ansiedade.

Alex respirou fundo e, antes de mais nada, se virou para meus pais:

— Senhora Nieminen, Senhor Nieminen, sei que não é novidade para ninguém o que estou prestes a fazer, porém, antes de anunciarmos de forma oficial, antes que toda a família fique sabendo, gostaria de pedir a benção dos dois. Gostaria que me concedessem a mão de Katerina e a aprovação dos dois para que eu me case com ela.

Olhei para meus pais, pude ver minha mãe buscar pela mão de meu pai e apertá-la. Pelo canto do olho, vi Vic e Mel chorando, Pietra levantava a cabeça, se fazendo de forte, porém, estava quase deixando uma lágrima escorrer. Liv tinha um sorriso enorme no rosto e olhava com expectativa para meus pais. Meus avós se olharam, e minha avó Mina encarava o filho, alertando-o que era muito bom que ele não se atrevesse a estragar a minha felicidade. O único desinteressado ali era Tuomas, que não ligava para isso.

— Você já sabe a minha resposta, Alexander. – Meu pai começou. – E me surpreende que você tenha feito esse pedido a nós. – Ele olhou para minha mãe. – Como te avisei, só quero que você cuide muito bem da minha Katerina e espero que a promessa que me fez seja verdade. – Disse seriamente e se virou para mim. – Tem certeza disso, KitKat?

— Sim, papai, nunca estive tão certa quanto alguém na minha vida ou quanto a uma decisão. É o que eu quero. – Respondi firme e olhei para Alex, já que ele olhava para mim.

— Vocês têm a minha benção para esse casamento. E já sabem o meu conselho. Os dois têm tempo, nada de apressarem ainda mais esse relacionamento.

Senti meus olhos começarem a arder, eu ia chorar, com certeza, ou melhor, eu já estava chorando.

Minha mãe foi a próxima e, com um sorriso, disse.

—  Vocês têm a minha benção desde o dia em que os vi naquela videochamada. Aprecio que você tenha feito o pedido a nós, Alexander, isso só mostra o que eu já sabia sobre você e seu caráter, só te peço para tomar conta da nossa KitKat. E, quanto a você, minha filha, é hora de ser feliz, não acha?

Eu só consegui balançar minha cabeça, pois não tinha voz para respondê-la.

Alex se virou para mim e estendendo a mão, me ajudou a levantar. Antes que ele falasse algo, primeiro resolveu secar as lágrimas de felicidade que escorriam de meus olhos.

— Vai fazer o pedido de novo? – Perguntei rindo.

— Sabe como é, para garantir. Vai que depois de dois, você mudou de opinião... – Ele deu de ombros, sorrindo.

— Mas é a terceira vez!

— Dizem que a terceira é a vez da sorte. E então, Katerina Elizabeth Nieminen, você aceita se casar comigo?

Eu achava que era impossível ficar ainda mais feliz em dizer sim para ele do que fiquei naquela tarde, quando ele me fez o pedido na Fazenda, mas não era. Agora sim o pedido estava completo. Agora toda a família sabia. Todos que importavam sabiam.

— Sim! Mil vezes sim! – Falei olhando em seus olhos.

Alex me levantou pela cintura e eu abracei seus ombros e depois dei um selinho nele.

Ao fundo, minha família aplaudia. E, logo depois, vieram nos abraçar, recitando todos os desejos que eles queriam.

— Me fizeram chorar! Quero ver quem vai arrumar a minha maquiagem! – Pietra chegou perto de nós e nos deu um tapa. – Que nada! Esquece! Estou muito feliz por você, Kat, conquistou o Surfista Tatuado de Venice Beach de vez! – Ela me abraçou forte. – E, se me permite, que upgrade que você fez! – Claro que Pietra teria uma frase de impacto para marcar o momento. – E quanto a você, Tatuado, saiba que esse aqui é o pacote que vai com a sua noiva, e agora não tem como correr. - Ela levantou o dedo indicador e indicou todos os presentes na sala, como se fossem um pacote.

Depois de cada um vir nos abraçar, nos sentamos para continuarmos com o jantar, e foi a vez de alguém, que até então estava caladinha, soltar uma pérola ainda maior do que a de Pietra:

— Tudo bem... mas o que tudo isso significa? – Elena olhou para mim e para Alex. – Eu não entendi nada!

— A täti vai se casar com o setä, Elena. Agora o tio Alex vai fazer parte da nossa família e a tia da dele. – Liv explicou.

— Então agora nós somos uma família só? Nós aqui e meus avós Americanos e o setä Will e a täti Pepper? – Ela me perguntou com os olhinhos brilhando de felicidade.

— Sim. Seremos uma família. Uma família bem grande! – Confirmei.

Elena pulou no meu pescoço e me abraçou apertado.

— Teremos as melhores festas agora! Com todo mundo junto. Vai ser igual ao GP dos Estados Unidos, só que melhor.

— Sim, só que melhor. – Garanti.

Diferente dos Pierce, aqui não teve perguntas sobre os preparativos, então, a única pessoa que começou a planejar o futuro foi Elena, já que ela queria que todos ficassem juntos por todo o tempo.

Ninguém disse a ela que todos tem seus afazeres e que todos morarem juntos era impossível, mas, com o tempo, ela iria entender que uma família pode continuar sendo uma família, mesmo que morando longe.

Minha família não demorou muito para ir embora, apesar de que eu queria que meus avós passassem a noite em nossa casa, porque ir para o haras era longe, eles resolveram ir, com certeza dormiriam na casa de meus pais. Os últimos a deixarem a casa foram meus pais, depois de nos alertarem para desacelerarmos com esse relacionamento e aproveitarmos o tempo para realmente conhecermos um ao outro, saíram me desejando sorte para a manhã seguinte.

— Obrigada. – Falei e não era só por conta do que haviam dito por último. – Por tudo o que fizeram por mim até hoje. – Falei ao abraçar minha mãe.

— Só seja feliz, minha Loirinha. E já estará fazendo a sua mãe extremamente feliz também.

E, depois de acompanhar o carro de meus pais até que o portão da garagem se fechasse, olhei para minha companhia, que estava parada do meu lado, um braço envolto à minha cintura.

— Está feliz agora, Alexander? – Apoiei minha cabeça em seu peito, já que era fora de cogitação que eu alcançasse o seu ombro.

— Por que diz isso? – Ele me olhou nos olhos.

— Era você quem estava com pressa para anunciar o noivado. E então, nossas famílias já sabem. Está feliz?

Alex fingiu pensar e antes de falar alguma coisa, me pegou no colo.

— Eu estou mais feliz por você ter confirmado que me ama, do que por ter contado para nossas famílias. Claro que ter a benção do seu pai faz com que eu tenha a sensação de que ele não quer me matar, porém, a única resposta que eu queria ouvir, eu a escutei por três vezes.

— O meu sim?

E lá estava o sorriso de novo.

— É, essa palavrinha aí. – Ele me beijou e me levou para o quarto. E eu entendi o motivo de meus avós não terem ficado... não tinha como não comemorar um anúncio como esse. Ainda mais deixados às sós.

— Acho então que você não vai se importar com as palavras que tenho para te dizer agora, mas vou dizê-las mesmo assim...

Alex, que beijava meu pescoço, me olhou intrigado.

— Sabia que eu te amo? – Falei com um sorriso e roubei o primeiro de muitos beijos nessa noite.

 

[1] Oi, vovó! Boa noite!

[2] Boa noite, minha querida!

[3] Pequena


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Aproveitem a calmaria antes da tempestade, porque as coisas vão esquentar por aqui.... a treta tá chegando!
Espero que tenham gostado do capítulo!
Sábado que vem tem mais um!
Obrigada por lerem até aqui!
xoxo



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