My Medical Romance escrita por Alina Black


Capítulo 56
Renesmee - Bucatini all’amatriciana




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— Ei Swan, preciso da lista de pacientes do Quebra nozes, os medicamentos chegaram!

Disse Brad ao entrar na sala de médicos, meus olhos deixaram a minha bolsa e percorreram pela sala até encontra-lo parado próximo a porta pegando um copo descartável e o enchendo com café – Eu te passo por e-mail- respondi o observando sentar em uma das poltronas e pegar o controle da TV – Por acaso você não encontrou meus óculos na farmácia?

Brad fez uma careta e balançou a cabeça negando.

Suspirei terminando de fechar a bolsa e a pendurei em meu corpo, olhei para o aparelho celular que havia vibrado em minha mão e li a mensagem de minha mãe enquanto saia da sala “Não se atrase para o jantar.”

Fiz uma cara de dor ao ser lembrada do jantar de Carlisle, mas como havia prometido ir precisava me apressar, eu não pretendia ficar muito tempo na casa dos meus avôs Paternos, cumpriria a promessa que fiz a Carlisle e depois seguiria para a casa de Jacob para ver Jade.

 Após uma rápida passada em meu apartamento para mudar de roupa eu estacionei na entrada da casa de meu avô, sai do veiculo pendurando a pequena bolsa em meu corpo e caminhei subindo os três degraus da entrada principal sentindo o vento balançar o tecido leve do vestido estampado longo cor de rosa com um decote V, agradeci a empregada por abrir a porta – Boa noite! Falei dando um tímido sorriso ao ver que todos estavam reunidos na sala de estar.

— Chegou quem faltava! Disse Esme dando um largo sorriso – Bem vinda querida! Ela completou se aproximando.

Agradeci ao gesto de Esme, percebi que havia algo diferente com ela, estava mais magra e parecia abatida, não era a mesma Esme que eu havia visto poucas vezes mais o suficiente para não esquecer, ela parecia doente.

— Meu amor – mamãe se aproximou e me puxou para um abraço e eu retribui dando um sorriso – Estamos muito felizes que tenha vindo.

— É Paul cumpriu as ordens de Edward Cullen – respondi.

— Só quis me certificar que minha filha nos faria companhia essa noite – Edward se justificou aproximando-se de nós duas e apertou meu queixo – Seu avô ficará muito feliz.

— Realmente eu estou! Disse Carlisle descendo as escadas, mamãe se afastou para ajudar Esme com o jantar e eu olhei para Carlisle, me senti feliz por vê-lo bem, apesar de tudo, se seus erros eu não tinha magoa dele, ele havia pago por seus erros quando passou anos preso no vicio do álcool – Obrigado por vir – completou meu avô ao parar a minha frente e deu um beijo em minha testa.

— Eu disse que pensaria com carinho- respondi.

Meu avô sorriu e me ofereceu seu braço e caminhamos juntos até a mesa de jantar, agradeci Carlisle por puxar a cadeira para mim me fazendo sentar ao seu lado – A convidada especial chegou, finalmente! Disse Ella descendo as escadas e aproximando-se da mesa e puxou a cadeira entre nossos pais se sentando.

Dei um sorriso – Boa noite para você também Ella.

Ella deu um sorriso forçado- Ao invés de boa noite deveria me pedir desculpas pelo que fez no hospital.

— Ella se vai começar com infantilidades durante o jantar é melhor se retirar – Disse Carlisle.

Ella ergueu as mãos em sinal de “eu me rendo” e se calou.

Ignorei as provocações de Ella e olhei para meu avô – Fico feliz por estar a três meses sem ingerir álcool, tenho certeza que é uma luta diária.

— Eu sabia que ele conseguiria – Disse meu pai olhando para minha mãe que sorriu, confesso que achei estranho ver minha mãe ali, tão intima de todos os Cullen depois de tudo que havia acontecido, não que eu achasse ruim, mas só naquele momento percebi o quanto eu estava distante de todos eles até mesmo de minha mãe, eu não fazia a menor ideia do que tinha ocorrido para uni-los, o fato é que tudo ainda aparentava forçado demais ao meu ver e eu não sabia se estava certa ou errada em ver as coisas dessa forma.

As empregadas serviram a mesa e me surpreendi com o prato principal - Bucatini all’amatriciana – falei olhando para a massa a minha frente.

— Sua mãe disse que é seu prato favorito – Disse Edward.

— Não precisava – sorri timidamente.

— Há precisava sim- Disse Ella pegando uma quantidade pequena da massa e colocando em seu prato – Hoje você é a convidada de honra, eu não costumo comer massa comerei em sua homenagem.

— Ella – mamãe a cutucou a fazendo olhar para ela – Não é hora para isso, conversamos a tarde toda sobre isso

—Se você não consegue participar de um jantar civilizadamente é melhor se retirar – Disse meu pai.

Ella encarou todos na mesa, pegou o garfo em silêncio e começou a comer, porém ela já havia feito o que sempre fazia quando eu estava presente, tornado o momento insuportável.

— Bom, que tal comermos, a massa vai esfriar – sugeriu Esme quebrando o silêncio, Carlisle concordou e deu um sorriso largo.

— Tem razão, faço questão de fazer as honras – Falou Carlisle pegando meu prato e servindo um pouco da massa e deixando a minha frente, olhei para mamãe e ela sorriu com uma expressão de “aproveite” e eu sorri em retorno, estava bem claro que a comemoração dos três meses sóbrios de meu avô era apenas uma desculpa, o jantar era mais uma tentativa de me incluir na família já que eu mesma fazia questão de me excluir.

— Obrigada! Agradeci ao gesto de Carlisle, peguei o garfo enrolando a massa e levei a boca, tinha que admitir que estava tão boa quanto as dos restaurantes italianos.

— Toda massa precisa de um bom vinho para acompanhar – disse meu pai pegando uma garrafa de vinho, olhei para Carlisle e ele sorri olhando para a jarra de suco a sua frente.

— Não se preocupe- ele falou compreendendo minha preocupação com o fato de meu pai estar com uma garrafa de vinho na frente de um dependente de álcool – Eu adoro suco de laranja – completou pegando a jarra de suco.

— Então eu o acompanho – falei pegando meu copo – Estou dirigindo.

— Fico orgulhoso de ter uma neta responsável – Carlisle falou derramando o suco em meu copo, agradeci tomando um gole – Não é atoa que vai me substituir no hospital.

Segurei o copo o afastando lentamente dos meus lábios – O que? Murmurei totalmente surpresa com o que ele havia dito.

— Seu avô e eu temos conversado – Disse meu pai enquanto servia a taça da minha mãe com vinho – Tenho repassado a ele todos os feedbacks dos médicos da equipe de liderança sobre você, todos são sempre positivos e achamos que em breve estará pronta.

Ella fez uma cara de insatisfação e balançou a cabeça de forma negativa.

Deixei o copo sobre a mesa, agora sim eu compreendia a real intenção do jantar – Bom eu me sinto lisonjeada mas eu basicamente ainda faço residência e eu acredito que tenha alguém muito mais merecedor do que eu.

Carlisle me olhou surpreso – Não almeja subir e se tornar presidente do hospital?

— Claro que sim, qualquer médico deseja, no entanto, eu quero subir os degraus, não quero pegar atalhos.

Carlisle deu um largo sorriso – Eu deveria ficar insatisfeito com essa resposta, mas apenas tive mais certeza que você é a pessoa certa.

Ella riu e todos voltaram a atenção em sua direção.

— Algum problema filha? Perguntou Edward.

— Vocês estão tratando minha irmã como se ela fosse a personificação da perfeição, eu também sou filha, neta, sou tão herdeira disso tudo quanto Renesmee, eu tenho uma faculdade, também posso administrar o hospital.

— Ella ninguém está dizendo que não é capaz – disse minha mãe.

— Não mamãe? Desde o momento que sentei nessa mesa meu pai e meus avós estão me tratando como se eu fosse invisível.

— Não diga bobagens Ella – Carlisle a repreendeu.

Soltei um suspiro e sorri me servindo novamente com a massa, definitivamente qualquer tipo de aproximação entre minha irmã e eu era algo descartado ao menos enquanto ela continuasse criando uma disputa desnecessária entre nós duas – Eu acho engraçado – falei comendo um pouco da massa.

Mamãe me olhou desconfiada – O que disse Nessie?

Engoli a massa e sorri – É que eu estava lembrando de quando eu era criança, você lembra de quando eu não sabia amarrar o cadarço do meu tênis?

Com um semblante confuso mamãe sorriu – Sim, Nessie tinha problemas com o cadarço.

Todos riram com exceção de Ella.

— Todas as manhãs eu fazia a mamãe ou meu avô Charlie se atrasarem porque eu descia as escadas correndo com os cadarços soltos, então um dia a mamãe me sentou no sofá e estava decidida a me ensinar.

— É sério que você quer falar da sua infância com a mamãe só para me mostrar que teve isso e eu não? Ella perguntou me encarando.

Novamente eu ri a ignorando – Mamãe disse, você tem que girar o cadarço no dedo indicador para formar um laço – Expliquei fazendo o gesto com o pequeno fio que detalhava o decote do meu vestido – Agora você faz um igual com o outro lado- repeti o gesto – e então você faz os passa.

Edward riu – E você aprendeu.

— De início não- respondi – eu fazia o laço folgado, errado, de uma forma estranha – dei um sorriso – Mas eu me sentia feliz porque desde aquele dia a mamãe e o Charlie nunca mais se atrasaram por minha causa, com o tempo eu aprendi a fazer o laço corretamente.

— Bom, é uma bela lembrança – disse Esme.

— Não é só uma lembrança – falei a olhando – Essa semana eu ensinei Jade a dar o laço no seu tênis.

— Ela já aprendeu? É tão pequena – Disse mamãe olhando para Ella que apenas sacudia a cabeça, eu sabia que se ela ainda não havia dado seu show era por temer ao nosso pai e nosso avô.

— Sim ela se saiu melhor do que eu- alarguei meu sorriso ao lembrar da cena – Deve ter herdado isso do Jacob, o fato é que com um simples laço de cadarço a mamãe me ensinou uma lição que eu trouxe para toda a vida e eu repassei a Jade.

— Qual lição? Indagou meu pai.

— Que as pessoas não estão a minha disposição, que elas não podem abrir mão de seu tempo de suas responsabilidades por minha causa, que o mundo não gira em torno de mim, Isabella Swan foi excepcional ao me ensinar, mas parece que perdeu o tato – olhei para Ella – Ou minha irmã é adulta demais para aprender lições que deveriam ter sido dadas a elas quando era criança.

Ela bateu palmas e sorriu com ironia – Nossa que lindo discurso senhorita moralidade, minha irmã é o exemplo de perfeição e virtude.

— Ella pare com isso, será possível que nunca teremos um encontro de paz nessa casa? Disse Esme em um tom elevado de voz.

—  Não teremos Esme – respondi me levantando – Porque eu incomodo minha irmã, eu a incomodo porque diferente dos nossos pais e de vocês eu não cedo aos seus caprichos, e Ella Cullen me transformou em sua maior rival por isso, Ella eu não quero tirar Jade de você, nossos pais, nossos avôs, sua herança, porque nada disso é sua propriedade e é isso que não consegue enxergar.

A mão de Edward Cullen bateu forte sobre a mesa – Chega!

— Ella nos conversamos- Mamãe falou com um olhar de indignação.

— Por favor mamãe, será que vocês não veem que desde que Renesmee soube da minha existência ela tem feito de tudo para ser o centro das atenções? No fundo ela tem inveja por eu ter sido criada com o papai, de eu ter uma família, uma filha um marido...

Dessa vez fui eu quem ri – Ella não seja ridícula, todo mundo aqui sabe que nunca deu valor a nada nessa vida muito menos a Jade e ao Jake.

— E por isso você quer tira-los de mim? Minha filha a chama de mãe, ela me agrediu diante de um hospital todo e vocês fazem um jantar para ela, e como isso não é o suficiente ela agora quer o Jacob, ou acha que não vi a forma que vocês se olhavam no almoço?

— Já chega eu não tenho que aturar isso – falei afastando a cadeira e me retirei da mesa passando apressada pela sala de jantar sendo seguida pelos gritos de meus pais.

— Renesmee espere!

— Renesmee!

Desci os degraus e parei diante de meu carro – Nessie eu estou falando com você- disse mamãe me obrigando a olhar para ela.

— Olha mamãe eu não sei o que está acontecendo com você, eu juro que tenho tentado entender mas não consigo.

— Sua irmã precisa de ajuda, eu só quero ajuda-la, ajudá-la a mudar.

— Você só está piorando a situação, não enxerga que não tem como mudar o passado?

—Nessie...

—Ela tem razão Bella – Disse meu pai – me deixe a sós com a nossa filha, por favor.

Mamãe concordou com a cabeça e se aproximou fazendo carinho em uma mexa do meu cabelo- Eu te amo, não esqueça disso.

— Eu sei – murmurei a olhando.

Meu pai sorriu e olhou para mamãe ao passar ao lado dele e entrar na casa nos deixando sozinhos.

— Eu tenho tentado fazer sua mãe enxergar que não vai mudar as atitudes da sua irmã se ceder aos caprichos dela, a culpa cegou sua mãe por isso eu decidi deixa-la enxergar isso sozinha, uma hora ela vai perceber que a Ella não vai mudar.

— Tomara que a mamãe enxergue isso a tempo.

Meu pai tocou meu ombro – Ela vai e eu tenho certeza que você estará de braços abertos quando ela perceber os erros que tem cometido, da mesma forma que seus braços estavam abertos para Carlisle e até para Esme, e que espero que se abram para mim um dia.

Dei um tímido sorriso – Eles já estão abertos para você, mas até para dar um abraço é preciso ser no momento certo.

Edward Cullen deu um largo sorriso – Eu espero ansioso por esse momento.

— Boa noite Edward – Falei abrindo a porta do meu carro.

— Boa noite filha – Ele respondeu antes do bater da porta do veículo, fechei os olhos e suspirei, apesar de tudo eu não estava surpresa com a forma a qual o jantar familiar havia terminado, no fundo eu já esperava por isso.

Tirei o aparelho celular da bolsa e coloquei no suporte enquanto dava partida no carro, haviam algumas mensagens de voz de Jacob, preocupada abri a primeira e uma pequena surpresa iluminou minha noite.

“ Mamãe vai conta a histolia da lapunzel?”

Aproveitei o sinal fechado e respondi a mensagem.

“ Oi meu amor, a mamãe está chegando e vai contar muitas histórias para você”


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