Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 11
Capitulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hummm... Nada a declarar rsrsrs vejo vocês nas notas finais.



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[Mansão Sul]

 

 

Alguns dias já haviam passado desde o retorno de Sofia, o clima da mansão foi mórbido e triste nos três primeiros, mas, após os outros três. Max não estava nem um pouco conformado com os eventos anteriores; fora impedido de ajudar, nocauteado e quando acordou descobriu que durante o resgate Harry se feriu, Sofia tinha sido submetida a um ritual e agora tinham mais uma moradora na casa...
O jovem caçador estava passando sua manhã solitário no ala de treino e apenas realizando atividades leves devido a seus ferimentos, mesmo agora eles ainda não estavam fechados, o que quer que fosse a arma que aquelas bruxas usaram pra acerta-lo, ele não queria encarar tão cedo.
Enquanto suavemente nadava de um lado para o outro Max realizou diversas pausas, pausas para pensar. Pensou em Harry que o deixara pra trás e o jovem se sentia culpado por guardar ressentimentos do mentor, já haviam conversado sobre isso e ele sabia que a missão era mais importante, um líder deve cuidar dos seus. Harry sempre era muito mais franco e rígido com ele, a cobrança sobre si mesmo não se comparava as expectativas do mais velho, que por sinal andava distante do pupilo, talvez por vergonha ou arrependimento, mas, essa pergunta continuaria sem resposta. Pensou em Sofia e em como ele havia falhado com a parceira, ele deveria ter sido mais feroz, protegendo-a com sua vida se fosse preciso, mas não, ele não foi capaz de salva-la e depois durante seu resgate ele estava parado na mansão, ela voltou para a casa “conectada” ao fardo de agora ter de ajudar a criar uma criança desconhecida... Era demais para processar, encerrando seu treino o jovem foi para o quarto onde após uma ducha fria ele se jogou na cama ainda sem camisa e com suas gazes na costa, seus cabelos molhados deixando o lençol úmido, não tinha pretensão nenhuma de reagir a sua estagnação do momento.

 

— Max! Posso entrar? – Max escutou Sofia em sua porta, sabia do que se tratava...

 

— Entra. – respondeu rápido se deitando de bruços, sem se impressionar com o equipamento da mesma. Sofia estava tratando dos machucados em suas costas desde que voltara, sempre rápida e sempre silenciosa. Com rapidez a medica tirou a gaze velha da costa do jovem. Ele sentiu um arrepio na nuca no momento em que as mãos geladas dela tocaram sua pele, Sofia aplicou a pomada nos ferimentos e colocou novas camadas de gaze.

 

— Está melhor que ontem, dou um ou dois dias para fecharem completamente, mas, as cicatrizes vão ficar bem evidentes nas suas costas. – Ela usou um spray anti-bactérias por cima dos curativos. - E continue seu repouso sem altos esforços. – Declarou ela encarando os olhos azuis dele.

 

Essa era a nova sensação entre ambos, o desconforto... Estavam sem saber como interagir desde o ocorrido. Mal trocavam palavras durante os dias e quando tinham de estar juntos sem um proposito a situação se tornava estranha. Sem mais o que dizer Sofia se virou para sair do quarto...

 

— Sofia espera! – Pediu Max segurando a mão dela quando se virou. – Eu... Nós temos que conversar. – Não tinha caminho suave agora.

 

— Agora? – Sofia não sabia exatamente como reagir, mas, era melhor que manter o climão. Calmamente a medica se sentou ao lado dele em silencio.

 

— Bom primeiramente... Eu tenho que te pedir desculpas. – Max agora pegava as duas mãos de Sofia. – Eu sei que você não precisa de um segurança, ou que eu fique te protegendo, mas, eu não tive habilidade suficiente como guerreiro e nem como líder naquela hora e... – Sofia segurou seu queixo.

 

— Não foi sua culpa. Não foi culpa de ninguém! – Respondeu a loira sem deixar o outro terminar. – Nós sabemos de quem é a culpa. Eu confiei na pessoa errada! – Esclareceu ela nervosa.

 

— Você é a vitima aqui Sofia! Você não tinha como saber sobre os caçadores, bruxas, outros mundos... Você é quem menos tem culpa! – Max estava tentando conforta-la, mas parecia tão irreal. – “O que eu deveria fazer?” – Pensou ele.

 

— Agora não temos mais o que fazer. Já estou conectada e Senna proibida de voltar ao mundo dela. Nem falar com os pais a coitada consegue! – Sofia tinha um pesar na voz, a culpa estava consumindo-a por essa situação com a garota. Mas havia um fator extra na história, fadas se conectam com emoções e agora Sofia estava mais ligada as sensações ao seu redor, o que a tornava sensível a culpa que Max também sentia naquele momento. – Vamos ficar nos sentindo culpados até quando?

 

— Eu não sei... – Max queria muito uma resposta, mas, no momento palavras não pareciam vir com facilidade. O loiro tocou o maxilar de Sofia, um toque que a medica aceitou enquanto segurava sua outra mão. – Mas podemos encarar isso juntos. – Max disse se aproximando dela, a distancia entre seus rostos parecia um caminho claro para ambos.

 

— SOFIA! MAX! – Tânia entrou sem bater procurando a medica e parando ainda na porta. – É... Interrompo? – Ela sabia que tinha entrado em má hora, mas agora já estava feito.

 

— Não. – Disse Sofia se levantando. – Já terminamos... O que você precisa? – Tentou parecer o mais seria possível diante da situação.

 

— Harry está chamando ambos lá para baixo. Ele quer conversar com vocês e mais tarde vai apresentar alguém. – Dito isso Tânia fugiu do quarto com um misto de confusão e culpa por ter acabado com o clima no quarto. – “Eu e Andromeda teremos assunto!” – Pensou enquanto ia até a sala onde estavam Harry, Andromeda e a pequena Senna. Sentou-se no maior sofá com Senna entre ela e Andromeda.

 

Sofia e Max não demoraram muito para descer também, o caçador havia colocado uma camisa apenas antes de acompanhar a loira, observaram Harry sentado em um dos sofás com sua tala no braço engessado. Os recém chegados sentaram-se de frente para ele em poltronas separadas.

 

— Ótimo Todos estamos aqui. – Começou Harry. – Bom eu serei direto com todos. Dado nosso ultimo acontecimento e as descobertas que fizemos, junto do outro grupo de caçadores a situação não está simples e tende a piorar! – Ele se aproximou de Sofia. – Eu não quero pensar nesse lado, mas, há possibilidade de elas terem colocado um parasita em você.

 

— Como é?! – Sofia mais uma vez fora surpreendida, mas agora havia um fato que o próprio Harry já havia contado para ela o que aumentou seu temor. – Igual o que colocaram na minha mãe? – Perguntou assustada.

 

— Não sei se seria do mesmo tipo, mas é possível. – Disse o mentor. – Eu pedi para Sadjenza vir até a mansão para analisar isso e se tiver alguma coisa dentro de você ela vai tirar!

 

— Por que você mesmo não tira isso? – Max perguntou ao mentor com um tom de julgamento.

 

— Não sou muito bom no uso de magias e também... – Ele apontou o braço. – Por isso eu não sou capaz de resolver. Dispensados.

 

O grupo se dividiu pela casa depois da discussão, Sofia, Harry e Max ficaram no escritório discutindo alguns assuntos a respeito do que seria feito. Andromeda se isolou em seu quarto onde estudava sem parar afinal a mudança de vida não iria parar nem sua faculdade e nem o seu estágio. Tânia e Senna estavam assistindo a um seriado juntas antes das pequenas aulas de coisas do mundo humano que estavam ensinando a pequena fada.
Não demorou muito para que escutassem o som de um carro e Harry retornasse da porta acompanhado por uma bela mulher, ela era alta, linda, estava muito bem vestida e tinha um cabelo que também era maravilhoso com seu tom de cobre puxando para o loiro.

 

— Pessoal eu peço desculpas pela demora, mas, esta é Sadjenza. Sadjenza estes são meus discípulos. – Harry gesticulava com o braço bom enquanto falava.

 

— É um prazer conhecer vocês crianças. – Ela disse calma e sorridente.  – Achei que eram quatro... – Disse ela para Harry.

 

— As outras estão pela casa. – explicou ele.

 

— Não trouxe seus aprendizes? – Sofia questionou.

 

— Mandei-os para um treinamento especial. – Disse Sadjenza sorrindo. – Eu então presumo que você foi a vítima da conexão? – Perguntou sem rodeios para Sofia.

 

— Eu falei pra ser mais suave. – Reclamou o mentor ao lado dela.

 

— Bom eu vou ter que analisar. Melhor sermos breves! – Ela ficou de pé. – Eai?

 

— Eu mesma. – Disse Sofia se levantando. – O que tanto você vai fazer mesmo?

 

— Só vou verificar se as bruxas usaram algum feitiço que as ajude a te encontrar ou se tem algum parasita magico em você! – Ela explicou se aproximando.

 

— Já entendi. – Sofia se sentou esperando ela fazer algo.

 

— Direta! Gosto dela. – Sadjenza falou antes de colocar as mãos sobre as têmporas de Sofia, passaram alguns segundos até a ponta dos dedos da mais velha começarem a brilhar na cor azul. – Não tem nenhum sinal de rastreador ou de alguma magia que as traga aqui. Agora pode deitar no chão garota!

 

— Como é? – Por qual motivo ela teria de ir para o chão?

 

— Eu preciso ver se há um parasita em você criança! – Explicou a mais velha. – Preciso que se deite no chão e fique parada.

 

Sofia a contragosto se deitou de costas e ficou em silencio observando o movimento da mulher, diferente das bruxas ela não recitava nada, os seus movimentos eram menos bruscos e ela passava suavemente os dedos sobre os braços e pernas de Sofia, não havia nada nessas áreas, mas quanto ao abdômen da jovem, a luz na ponta dos dedos da mulher se tornou vermelha imediatamente.

 

— Elas colocaram um parasita nela Harry! – Disse a mulher arregaçando as mangas da camisa e prendendo os cabelos. – Se segura criança porque vai doer!

 

Sadjenza tocou a região onde outrora estava o brilho, ela movia suas mãos como se segurasse algo e na mesma medida Sofia suspirava algumas vezes devido ao desconforto, seu corpo começou a sofrer um leve aumento de temperatura. Sadjenza agora usava todo o seu foco máximo enquanto a jovem sentia alguma coisa atravessar sua pele, parecia que uma pinça a atravessava, sentido fortes fisgadas dentro de si como se tentassem pegar o que estava dentro dela a todo custo, a dor estava ficando mais forte a cada minuto o que lhe causava espasmos esporádicos, fora o suor excessivo que seu corpo começou a produzir, pequenos gemidos de dor já estavam fazendo parte do ambiente.

 

— Está machucando-a! – Max falou e deu um passo a frente, sendo impedido por Harry.

 

— Não interfira Max... – Harry pediu. Mais uma vez o mentor era obrigado a ser rígido com o aluno, mas, o que fazer quando se tem baixas opções?

 

— Você vai me derrubar de novo? – Perguntou ele com ironia para o mais velho.

 

— Isso não é hora de discussão paralela! – Sadjenza respondeu sem perder o foco. – Garoto fica quieto e Harry... Faz o que quiser contanto que fique quieto.

 

Sadjenza continuava focada no processo, detestava ouvir de perto o som de alguém sofrendo e quando Sofia começou a gritar foi quando tudo ficou feio, uma pequena área do lado direito do abdômen da caçadora começou a avermelhar e parecia que um calombo se formava junto dele, a mão direita da mentora começou a se afastar da garota como se puxasse uma corda com muita força, dez centímetros, quinze centímetros, vinte! Nos exatos vinte centímetros a criatura saiu do corpo da jovem como se estivessem se separando de uma mistura perfeita. Sofia estava respirando pesadamente naquela hora e teve de ser auxiliada por Max para se sentar, o suor em seu rosto e em seu corpo era absurdos, assim como sua temperatura.

 

— Peça ara alguém levar a Sofia descansar ou para a piscina por favor. – Harry pediu a Max que correu para fora, voltando logo com as três garotas que saíram da sala quase carregando a loira. - Max você fica aqui com a gente! – Harry ordenou e foi obedecido. Assim que as outras estavam fora Max se aproximou da dupla de mentores em silencio.

 

— Esse é um parasita de Muspelheim! Por isso o calor na hora da retirada. – Sadjenza explicou segurando a pequena criatura entre os dedos, o pequeno ser vermelho brilhante se debatia enquanto seus quatro pequenos tentáculos se moviam ferozmente para fugir. – Como sei que vocês não vão estudar ele... – Ela esmagou a cabeça da pequena criatura e colocou os restos em uma ampola.

 

— Muspelheim é o reino de fogo certo? – Perguntou Max e a dupla confirmou. – Como elas conseguiriam algo assim?

 

— Esse é o motivo de só você estar aqui. – Harry falou. – Em meu estado atual eu não posso agir durante as suas missões ou em casualidades necessárias. O que significa que vai sobrar para você liderar a equipe noventa por cento do tempo Max.

 

— E também vai ser preciso que mais alguém saiba das nossas suspeitas atuais. – Sadjenza falou e deu um pequeno caderno de anotações para o jovem. – No esconderijo que meus filhos investigaram havia muita informação inútil, mas, algumas delas indicam que essas bruxas têm conexões e alianças, alguns dos reinos não estão muito felizes no momento o que pode resultar em conflitos grandes e provavelmente esse parasita foi dado a elas para a exata finalidade de...

 

— Matar a Sofia! – Max respondeu apreensivo.

 

— Exato. – Harry explicou e colocou sua mão sobre o ombro do jovem. – Eu sei que falhei contigo, mas, não muda o fato de que você é o líder que elas vão precisar... Pode ir agora e lembre de guardar segredo do que conversamos. – Max acenou com a cabeça, saindo rumo ao quarto de Sofia ou a piscina.

 

Assim que o garoto estava a alguns cômodos de distancia a torta de climão no ambiente estava servida.

 

— Obrigado... – Harry disse a mulher. – Estou devendo muito a você ultimamente.

 

— Eu sempre tenho que livrar a sua bunda da enrascada querido! – Ela disse e apertou a bochecha dele. – Lembro daquela vez em Luxemburgo... Se não tivesse que te salvar tantas vezes seriam as férias da minha vida! - Suspirou.

 

— O que eu me lembro de Luxemburgo é bem diferente pelo visto! - Comentou Harry.

 

— Enfim querido... Esse seu aluno Max, ele me lembra muito o Tom! – Comentou. – É o seu candidato a líder então!?

 

— Sim ele é meu candidato! – Respondeu Harry com firmeza.

 

— Isso é interessante! – Ela agora estava com um sorriso atrevido.

 

— Não me diga que você tem um também?! – Ela não respondeu, o sorriso no rosto era tudo que Harry precisava. – Sadjenza nem comece!

 

— A pare vai ser divertido! – Ela disse se jogando no pequeno sofá. – Ao menos para um de nós dois.

 

— Eles não vão lutar pela liderança! Esse é um método errado e arcaico! – Harry reclamou.

 

— O seu aprendiz me lembra o Tom e o meu... Infelizmente me lembra de você mais jovem! – Ela colocou as pernas sobre a mesa de centro. – Você limpou o chão da arena com o Tom!

 

— Não! Não vai conseguir me fazer cair na sua pilha. – Harry a empurrou para o lado e se sentou. – As equipes vão decidir!

 

— Eu acho que está certo... Eu também não acho que ele daria conta de vencer alguém treinado por mim! – Ela continuava determinada a provoca-lo.

 

— Você falou sério quando disse que mandou eles para um treino especial né! – Harry já tinha notado que ela não panejava ir embora cedo. - Caso contrário não iria continuar aqui para me provocar. – Harry queria fugir do assunto atual o mais rápido possível.

 

— Claro querido! – Ela respondeu rápida. – E você ainda não me fez um café! – Ela sorriu e fechou os olhos, a mesma cara que ela fazia desde os dezessete quando queria alguma coisa dele.

 

— Ta bom! Eu quebro seu galho. – Ele disse se levantando e saindo da sala.

 


A relação da dupla era complicada. Por mais que tivessem tido um desentendimento terrível um sempre amaria o outro, eram caçadores já velhos, passaram décadas juntos e não iriam nunca conseguir quebrar os laços entre si, assim seria com a nova geração e com a futura.

 

 

Tal como o próprio Deus Ullr tinha uma família disfuncional, mas ainda sim completa. Ullr era um dos vários deuses que não tinha um pai confirmado, mas, pai é aquele que se mantem contigo em todos os momentos e para o deus da caça foi o poderoso Deus do Trovão Thor!
Para um caçador o mentor era seu pai e para o mentor os aprendizes eram seus filhos, a partir do momento em que o primeiro contato é feito entre ambos é chamado de “Familiarização”.
Automaticamente todos dentro do circulo se tornam uma família, a geração será toda de irmãos que irão sempre se amar e se defender, mesmo que haja diferenças, desavenças ou complicações. Família é para sempre.

 

 

[Local desconhecido]

 

— Eles morderam a isca. – Disse uma das mulheres sentada ao lado da fogueira, as três estavam ali. - Três dias até a lua nova irmãs! Então poderemos ataca-los!

 

— Harry está ferido e Sadjenza afastada, o garoto não se recuperou completamente, assim como o psicológico de Sofia ainda estará abalado! – Marta falou no centro do trio. – Iremos acabar com isso pela força!!


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram?? Aguardo por vocês rsrsrs
até breve