Sons of Hunt escrita por Scar Lynus


Capítulo 10
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

eati pessoal. Aqui está o resultado da noite dos caçadores...



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Harry estava dirigindo com velocidade pela estrada, o limite permitido havia sido deixado de lado enquanto ele se mantinha a cento e vinte por hora, esquivando de um carro ou outro sem medo.

— Qual vai ser o plano quando chegarmos lá? – Tânia perguntou ao seu lado sendo brevemente ignorada antes do Mentor lembrar que ainda não tinha explicado nada.

— Ah perdão, esqueci de explicar. – Falou ele dando o celular com a planta da clinica na mão de Tânia. – Quando chegarmos nós vamos fazer uma entrada direta pela porta da frente, dessa vez eu vou liderar e vamos sair de lá inteiros e com a Sofia. Eu e Tânia vamos na frente enquanto você Andromeda nos segue e protege a retaguarda, vamos cruzar todo o térreo antes de descer e nada pode passar. Se virem um inimigo ataquem pra matar!

 

— É uma missão de resgate ou uma vendeta? – Andromeda perguntou analisando a planta do local.

 

— Ambos! – Harry falou pegando a saída. – Veja bem, as emoções não podem prejudicar a missão dos caçadores, se deixarmos ela falarem mais alto nós perdemos, o controle é o que vai nos diferenciar das feras. - Explicou ele a primeira parte. - Mas, na situação de hoje nós vamos encarar inimigos que são um pé no saco dos caçadores a gerações e eles machucaram meu filho e sequestram minha filha. Que tipo de homem eu seria se permitisse isso? - Nenhuma das garotas arriscou responder à pergunta o que resultou em silêncio no restante do caminho.

 

 

 

[Local desconhecido/Câmara Cerimonial – Sofia]

 

 

 

Sofia observava tudo ali na sala, a maca onde iriam deita-la estava contra a da garota, entra ambas um altar com um jarro, Draugrs nas entradas, pinturas nas paredes...
   Não sabia todos os detalhes dessa cerimonia, mas sabia que aquelas mulheres não queriam ser interrompidas por nada e assim seria se a loira nada fizesse.
    Juntando mais da sua vontade Sofia se debatia contra os captores, mas, seus resultados não foram dos melhores e quando a colocaram na maca a coisa piorou.

 

— Me tirem daqui!! – Reclamou enquanto se mexia ininterruptamente. Ela não iria permitir aquela atrocidade contra suas vidas.

 

— YBOD REH EZEERF! – Marta pronunciou a frase desconhecida para Sofia que foi tomada por uma energia azul e então teve seu corpo estagnado no espaço sem poder se mover. – Agora que ela já parou... Deite-se também criança! – Ordenou ela a pequena fada que obedeceu em silencio.

 

— Para suas posições. – Disse uma das bruxas. Em seguida cada uma das três se posicionou em um canto formando um triangulo. – TRATS STEL!!

 

Assim que aquela mulher falou a energia em toda a sala se tornou extracorpórea, como observar fumaça, as formas estavam no ar em tons de dourado, serpenteando de um lado para o outro enquanto giravam ao redor de todos. Sofia observava que a cada "volta" a sala parecia diferente, as paredes estavam se tornando mais Brutas assim como todo o local deixava sua aparência moderna de lado para se assemelhar a uma câmara de sacrifícios, apenas mais uma volta foi necessária para a energia parar de súbito revelando uma nova sala.
Ela agora se via outro local, as paredes de pedra bruta com inúmeras raízes que passavam entre elas, as luzes haviam diminuído, a maca que estava havia desaparecido dando lugar a uma solida rocha retangular com várias rachaduras, as bruxas antes em suas roupas sociais agora estavam com longos mantos marrons de pele, todas tinham adornos tribais com ossos em suas testas e pulsos, Marta estava com um cajado de Marfim em sua mão e um sorriso no rosto. Devagar ela se aproximou de Sofia, agora seu rosto estava com um semblante que automaticamente levou Sofia a um dia de seu passado.

 

 

[Hospital St. Thomas – Anos atrás]

 

 

A novata Sofia havia acabado de chegar para seu primeiro dia como enfermeira no hospital St. Thomas, havia lutado para conseguir essa vaga e agora poderia ajudar as pessoas em seu dia-a-dia. Caminhando de forma hesitante a jovem chegou ao vestiário onde procurava o armário com seu nome, ela ficou levemente desanimada ao ver que seu armário era o menor de todos, menos da metade do tamanho dos demais. – “O novato sempre pega o que sobra.” – Pensou abrindo a pequena porta e pegando seu novo uniforme e verificando sua escala. Não parecia tão ruim a primeira vista, mas, logo ela viu que também tinha ficado com os piores trabalhos possíveis e sem nenhuma ajudante. Ainda sem desistir voltou ao vestiário onde haviam algumas outras mulheres a essa altura e todas conversavam animadamente até terem um tempo de analisar a novata e debocharem com perguntas sobre como foi o primeiro dia, se gostou das tarefas, Sofia não deu trela nenhuma para elas e continuou encarando bem a onda por algumas semanas, mas todo mundo tem seu momento de explosão onde foi necessário muito jogo de cintura para que não pulasse no pescoço de sua superior. Com os olhos lacrimejando a jovem foi ate o banheiro onde ficou olhando para o espelho encarando seu rosto antes de dar atenção para as bochechas vermelhas, estava esgotada e estourada.

— Dia difícil minha jovem? – perguntou uma senhora de semblante gentil enquanto entregava um lenço para Sofia.

— O... Obrigada. – Respondeu Sofia aceitando o lenço e secando algumas lagrimas teimosas que insistiam em cair.

— Sabe mocinha. Não tem nenhum problema em pedir ajuda de vez em quando ou em desabafar. Você não pode ficar blindada pra sempre! – Aquela senhora disse calma e sorridente enquanto afagava os cabelos da jovem

Sofia não se sentia com a guarda baixa desde que perdera sua mãe. Era estranho, se sentir vulnerável, não ser forte, não ser capaz... A armadura que a jovem tinha construído sobre si era maciça como uma montanha, inquebrável e poderosa, jamais imaginaria que poucas palavras gentis e um sorriso fossem o suficiente para trazer de volta uma adolescente fraca e dependente da mãe.
Aos poucos o peso caia, primeiro sentia seus braços mais leves sendo capaz de ergue-los para alcançar o céu, então foi a vez de suas pernas que finalmente eram livres para correr mais uma vez, finalmente seu peito ficou leve, leve o suficiente para sentir sua respiração passar, seu coração pulsando, sentir a vida dentro de si mais uma vez. Quem quer que fosse aquela mulher... Não importava seu nome, status, nível, trabalho. Para Sofia ela era apenas uma coisa, seu novo porto seguro, uma nova vida atrelada a própria e que iria guia-la em seu novo caminho.

 

 

[Câmara Cerimonial – Presente]

 

 

 

— Não me olhe com essa cara minha jovem! – Marta falou encarando o rosto imóvel de Sofia devido a magia. – Opa me desculpa, é a única que você pode fazer no momento. – Marta estava mais do que feliz e satisfeita com a loira a sua mercê. O mesmo não se dizia de Sofia, uma lagrima escapou de seus olhos, caminhando devagar por seu rosto até finalmente cair contra a pedra.

 

— Pare de tagarelar com ela e comece irmã. – Disse a bruxa na outra ponta. Após a chamada Marta voltou ao seu lugar e o trio estendia as mãos para o centro, devagar entoavam um cântico incompreensível antes de iniciarem suas falas sincronizadas do feitiço.

 

— SGNIEB DNA STIRIPS RIEHT...

— ENO ERA YEHT WON...

— NOITCENNOC EHT.

 

Agora as energias circulavam Sofia e a pequena Senna. Imóveis em seus lugares enquanto suas captoras nem pensavam em parar seu ritual.
A energia fluía, hora de Sofia para Senna e hora da fada para a caçadora, como uma troca sendo feita diretamente. A energia que fluía da loira era roxa e se comparada a algo, era como observar água se mover de um lado para o outro, "jogada" no ar. A energia da pequena fada era mais calma, como se dentes-de-leão fossem soprados ao vento, dentes-de-leão amarelo claro.

 

— SGNIEB DNA STIRIPS RIEHT...

— ENO ERA YEHT WON...

— NOITCENNOC EHT.

 

Continuaram agora mais rápido, mais alto e mais agressivamente. O ar no ambiente se tornava mais pesado agora, as luzes piscavam, e o vento revirava as coisas no local. – “Por favor...” – Sofia não sabia o que queria pedir em pensamento, mas agora o desespero tomava conta de si agora e ela apenas queria ser salva...

 

 

[Área externa da clínica – Equipe]

 

 

Harry liderou a partir do momento que saíram do carro. Palavras não eram necessárias, elas já sabiam o que fazer e com a orientação previa do mentor o trio estava sincronizado. Harry eliminou dois vigias próximos a porta em tempo recorde, virotes de prata velozes rasgaram suas gargantas antes de pensarem em agir.
Adentraram a cínica em formação, Andromeda ficava de olho na retaguarda o tempo todo enquanto Harry seguia com Tânia, vez ou outra abriam uma porta para garantir que não seriam pegos de surpresa em um dos corredores do local. Chegaram em silencio as escadas que levavam ao subsolo, não havia inimigos além dos vigias no térreo, o que significava que estariam com todas as defesas lá embaixo. Com silencio e cautela Harry desceu na frente seguido das alunas, as luzes eram brancas e fracas ali, o tom de prisão do lugar deixava todo o ambiente mais assustador para ambas, cruzaram diversas celas pelo longo corredor até subitamente cortarem o passo.

 

— Sofia estava aqui! – Harry apontou uma cela vazia. – Não sei o que farão, mas sei que não é bom! Apressem o passo. – Ordenou e o trio correu para a próxima área. – “Bingo”. – Pensou Harry quando viu os primeiros Draugrs a sua frente.

 

Disparando contra os inimigos a sua frente a dupla de flecheiros eliminou os primeiros inimigos, um terceiro vinha ao fundo rugindo ferozmente e chegaria a eles antes de um novo saque, restando para Andromeda passar a frente. Usando seu Bidente como uma vara de salto ela tomou impulso para chutar o inimigo com as duas pernas, o Draugr se defendeu com um escudo, mas, foi lançado para longe da mesma forma. Dando tempo para mais um tiro certeiro do mentor.

 

 

[Câmara cerimonial]

 

 

 

Todas as três bruxas já sentiam o desequilíbrio no ambiente, mas agora ouviram o rugido de seus lacaios. Elas conheciam Harry Peterson e ele não estaria fora da ação, no passado três bruxas não seriam nada para ele sozinho, no presente talvez tivessem chance, porém, sabiam que ele não estava sozinho e que vinha rápido, três urros já haviam sido ouvidos, quatro... Não tinham tempo nem para ponderar, precisavam fugir e era urgente!

 

— Esqueçam a garota! – Gritou a última delas quebrando seu colar. – EMOH NRUTER LLIW EW!!

 

Um portal se abriu no local, as duas bruxas desconhecidas rapidamente pularam nele enquanto Marta ainda encarava Sofia agora com raiva e seus dentes trincados. Ela gritou algo para os Draugrs antes de pular no portal e o mesmo se fechar.
As criaturas se moveram assim que o portal fechou, as seis estavam ao redor das duas garotas com suas armas em punho. Sofia nem fechar os olhos ou se mover podia, condenada a observar o movimento dos seus carrascos até o último segundo.

 

— FOGO NO BURACO!!! – Ouviu-se um grito de uma voz feminina e aguda, Sofia conhecia a voz e agora só queria pular de alegria.

 

Uma explosão branca partindo de um dos Draugrs deixou Sofia desorientada e sem visão por alguns segundos.
Tânia foi a primeira a entrar na sala chutando a porta. Sua primeira flecha continha massa plástica de alta densidade, assim que se chocou contra o Draugr o impacto o lançou a parede onde ficou preso sem suas espadas. Harry foi o próximo e entrou atirando no crânio de mais um, com a mão livre jogou um dos virotes no cotovelo de outro que não pode erguer seu machado, usando seu próprio corpo o mentor se chocou contra mais dois inimigos e todos foram ao chão. Andromeda foi a última a entrar, empalando o inimigo que teve seu braço inutilizado por Harry, em seguida derrubando outro com o bidente antes de subir entre as mesas de pedra onde ficou controlando para que os inimigos não se aproximassem das reféns, seus movimentos graciosos eram como uma pura dança, Andromeda e seu bidente eram como um só a partir do momento em que ela entrava no combate. Essa é a característica dos donos deste bidente. O domínio veloz da “Dança do Urso”.

 

Os oito animais sagrados nórdicos estão conectados com o mundo e seus habitantes, os caçadores são aqueles que foram escolhidos por tais. As armas dos Filhos de Ullr tem suas bênçãos originadas dos animais sagrados nórdicos;
O Machado do Campeão foi abençoado pelas Baleias com sua força e espirito de união.
As Presas de Jörmungandr abençoadas pelas Serpentes com sua astucia e habilidade.
O Arco de Ullr abençoado pela Águia com sua graça e leveza.
Os Martelos de
 Níðhöggr abençoados pelo Dragão com sua agressividade e resistência.
As Lâminas do Caçador Abençoadas pela Raposa com sua velocidade e temperança.
Ørnespiker abençoada pela Ursa com seu poder e determinação.
As Garras de Fenrir abençoadas pelo Lobo com seu zelo e sua fúria.
As Espadas Gêmeas abençoadas pelas libélulas com seu equilíbrio e calmaria.
Todas as armas únicas com seus modos de uso únicos, mas, todos respeitavam a uma regra principal que era a tradição ao seu animal e assim cada caçador era responsável por dominar a sua “Dança de Batalha”.

 

 

Tânia que auxiliou Harry a levantar, esquivando-se com velocidade ataque de um dos inimigos que se aproximou antes do seu saque, Tânia não tinha vantagens em batalhas próximas o que resultava em constantes esquivas e tentativas de se desvencilhar da batalha. Harry vendo o apuro da aluna correu ao resgate acertando a nuca da criatura, em seguida girou 180° graus disparando contra um dos caídos que mesmo após a flechada continuou a avançar na direção do mais velho. Andromeda conseguiu eliminar outro inimigo ao cravar a ponta de seu bidente no alto da cabeça dele.
Infelizmente para os caçadores, números dão uma ajuda e o Draugr antes acertado na nuca por Harry o golpeou com toda a força no braço direito, obrigando o mentor a soltar sua besta, o mais velho soube na hora que foi atingido que agora ele era o peso morto ali, um braço quebrado mudaria todo o cenário da batalha. Agora ferido o mentor rolou para o canto evitando os dois inimigos mais próximos apenas para ver a dupla focar sua atenção nele.

 

— É claro que eles vão pra cima... Do elo mais fraco! – comentou para si sentindo a dor em todo o membro atingido, mas, apesar da situação um sorriso confiante foi estampado em seu rosto quando o primeiro caiu aos seus pés com uma flecha na nuca e o segundo foi transpassado pelo bidente. – Foi exatamente para isso que as treinei! – Disse orgulhoso ao se levantar e enfiar uma flecha com o braço bom na cabeça do inimigo preso a parede.

 

O trio então se aproximou das pedras, ainda havia energia circulando as duas jovens, a mais nova parecia estar sofrendo muito enquanto Sofia continuava incapaz de se mover ou falar.

 

— Eai Harry o que está acontecendo e o que fazemos? – Perguntou Tânia receosa sobre tocar ou não a amiga.

 

— Se deixarmos assim a Sofia morre, mas... – O mentor encarou a criança, ele sabia o preço do que aquelas bruxas estavam fazendo e era muito alto para aquela jovem. – Se continuarmos essa jovem fada nunca mais vai poder voltar pra casa.

 

— Não podemos deixar a Sofia morrer em nome da ética! – Andromeda respondeu. – Como finalizamos?

 

— Deixem comigo. Apenas peguem minha besta e vigiem a porta para mais inimigos possíveis. – Dito isso a dupla obedeceu enquanto o mentor finalizou o ritual com pesar, ele conheceu uma criatura conectada no passado, sabia da dificuldade enfrentada por elas, piorando muito a situação esta era uma criança, uma criança longe de casa e que nunca poderia voltar para a família, mas, a vida não é justa e os fins as vezes justificam os meios, um pai não julga esforços para salvar seu filho e ele faria o melhor para salvar Sofia.

 

 

[Lado de fora da Clínica – Sadjenza]

 

 

 

A Mestra Caçadora estava relaxada sentada ao banco do motorista de sua caminhonete, o som desligado e o silêncio apesar da aprendiz ao seu lado e do aprendiz inquieto na caçamba. Sadjenza havia proibido seus pupilos de participarem da batalha ou da missão de resgate dessa noite. Ela notou o som de alguém correndo até a caminhonete e observou seu outro aprendiz vindo em sua direção com velocidade até parar ao lado da janela.

 

— Eai? Ele conseguiu? – Sadjenza sabia que era uma pergunta idiota, seu antigo parceiro de caça não iria falhar em uma missão de resgate.

 

— Eles salvaram a caçadora e uma criança fada, mas, no processo o seu amigo quebrou o braço e foi obrigado a completar um ritual de conexão entre a caçadora e a fada. – Disse o jovem para ela antes de subir na caçamba junto do outro.

 

— Por que nós não pudemos lutar hoje? – Questionou a aprendiz ao seu lado. Sadjenza suspirou com a pergunta, era difícil manter predadores fora de uma luta.

 

— Bom era algo pessoal, se fosse um de vocês preso eu não deixaria Harry intervir, vocês são as minhas crianças e elas as dele. Vão entender mais à frente! – Respondeu piscando para a aluna.

 

— Se tivéssemos ajudado seria mais rápido e ninguém sairia ferido. – Uma voz mais grave foi escutada na Caçamba. – Só pontuando é claro.

 

 Sadjenza olhou pelo retrovisor para os dois jovens na caçamba que estavam quietos apenas sentido o vento tocar suas peles durante a viagem de volta. – “Eu pedi filhos com personalidade para Frigga e ela me deu três. Obrigada Deusa mãe”. – Pensou ela sorrindo.


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Notas finais do capítulo

eai goxxtaram?? rsrsrs
grandes mudanças estão a caminho a partir de agora.
vejo vocês nos comentários