O Cargo Amaldiçoado escrita por Jace Jane


Capítulo 2
Capítulo 2 - Uma Sonserina em Apuros




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Eu planejava ter um ano tranquilo, tirei boas notas, estudei o bastante para ser reconhecida pelo diretor da minha casa, estudei feitiços em segredo, afinal conhecimento nunca é demais quando sem tem bruxos das trevas a solta e a carreira que pretendo seguir deve precisar de todo um pouco, afinal não tem um currículo fixo para ser um inominável. Então sempre dei ouvidos aos meus professores ao contrário das cabeças de vento da Grifinória e da Lufa-Lufa. Mas o meu desenho de ser uma inominável não veio do nada, meus pais tinham cargos burocráticos no ministério de magia e então um dia eles deixaram escapar, então uma ideia veio na minha cabeça, eu poderia me livrar da minha condição se tivesse ajuda deles, mas ser trazida para o meio do nada em uma floresta desconhecida acabou com qualquer plano que eu pudesse vir a ter.

Levantei do chão e bati nas minhas vestes para tirar a sujeira de terra que grudou em minhas vestes. Ao meu redor tinha alguns livros do professor Durett e um pedaço de madeira que um dia havia de fazer parte de sua mesa, recolhi os livros e olhei para os lados, já estava quebrando um tabu de fazer magia fora de Hogwarts, não posso colocar fazer magia na frente de trouxas na ficha, meu pai me mataria. Encolhi os livros e coloquei em meus bolsos, agora eu precisava descobrir onde eu estava em caso de eu me perder meu pai me ensinou a lançar um sinal vermelho no céu, os trouxas também faziam isso quando estavam perdidos.

— O artefato! – Quase que me esquecia do objeto que me trouxe para este lugar desconhecido, olhei a minha volta e o encontrei na grama imóvel, suspirei de alivio, aquilo poderia ser minha passagem para Hogwarts, não podia perder.

Já mais calma apontei a minha varinha para uma abertura entre as folhas das arvores, para que estivesse na regia pudesse ver a minha sinalização e vir ao meu socorro. Se eu andasse por aí vai saber os perigos que poderia encontrar. Lancei o feitiço e esperei, sentei na grama ao lado do artefato do professor de DCAT, demorou vinte minutos até que alguém aparecesse.

Um homem adulto, com mais de 17 anos, porte de atleta, vestia roupas trouxas, um pouco estranhas a meu ver, era um trouxa? Seu cheiro era estranho.

— Você esta bem? – Perguntou o homem. Eu levantei de imediato e apontei minha varinha em sua direção.

— Quem é você e onde estamos? – Retruquei usando toda a minha postura orgulhosa da Sonserina.

Ele olhou para minha varinha com estranheza, trouxas..

— Eu me chamo Stefan Salvatore, você esta na propriedade da minha casa, a mansão Salvatore, e como você se chama? – Respondeu com cautela, tentando não me assustar.

— Me chamo Madison Scrimgeour, sua propriedade esta localizada em? – Ele precisava ser mais especifico.

— Mystic Falls, Virginia. – Congelei ao ouvir suas palavras, como eu voltaria para Londres! E para Hogwarts?

— Farei aquele professor mequetrefe ser demitido, como ele pode deixar uma chave de portal aberta para a America? Como vou voltar para Londres? – O desespero estava começando a me tomar, minha pose de Sonserina forte estava se despedaçando.

— Talvez eu possa ajudar. – Sugeriu o Salvatore, ele tinha uma aparência amigável, mas nunca se pode confiar em gente desse tipo, eles são os primeiros a lhe dar uma facada nas costas.

— Você é só um trouxa, como poderia ser útil? – Abaixei minha varinha – Mas talvez eu consiga mandar uma carta para o ministério da América!

— Posso levar até a minha casa onde pode contatar sua família. – Sugeriu o Salvatore dando um passo cauteloso em minha direção.

— Se tentar qualquer coisa farei conhecer o abraço da morte, a minha especialidade. – Sorri maldosamente. Peguei o artefato com cuidado e segui o trouxa, se é que ele era um trouxa mesmo.

***

Quando Dumbledore foi informado logo mandou chamar o professor de poções, afinal ele era chefe da casa da aluna desaparecida, e provavelmente seu algoz. Sua chegada foi silenciosa, mas conforme sua permanência uma fúria foi desencadeada.

— Seus trabalhos não tinham sido confiscados pelo ministério? – Perguntou o professor de poções com uma leve cor vermelhada em sua face, provavelmente de raiva.

— Foram, mas no meu tempo livre eu gosto de criar coisas, eles não me proibiram de criar nada novo, só de não ficar com os antigos. – Respondei encolhido na cadeira, nem olhava para sua face que a essa altura daria medo no bicho papão.

— E graças ao seu brinquedinho, uma aluna se encontra desaparecida! – Ouvi sua capa deslizar pelo chão nervosamente.

— Teremos que informar aos guardiões dela e tentar resgatar a senhorita Scrimgeour o mais rápido possível. – Falou Dumbledore com seu tom serio, porém compreensivo, acidentes acontecem, não é?

— Rufus Scrimgeour vai adorar saber que um ex-inominável do ministério fez para sua afilhada. – Falou Snape com tom provocante.

— Olha Snape eu já sei que estou encrencado! – Falei me levantando e encarando o bruxo. – Não precisa lembrar-me que além da minha demissão garantida, se eu não recuperar a garota Askaban é o que me espera.

— Askaban vai ser o menor dos seus problemas. – Falou se aproximando perigosamente do meu espaço pessoal. – Você conseguiu perder a única aluna que não podia, ou se esqueceu de que ela é uma maledicthus? – Seu tom de voz ferino conhecido por dar medo nos alunos estava a todo o vapor para me empurrar para o abismo da escuridão sem fim.

— Maledictus...? – Perguntei quando recuperei minha voz que tinha desaparecido por alguns segundos.

— Já será um problema acha-lá em sua forma humana, se ela ficar presa em sua forma animal precisará de um milagre! – Eu estava condenado, sem a menor duvida.

— O que o seu aparelho faz? – Perguntou Dumbledore com uma calma impressionante.

Aí eu quis chorar.

— O aparelho pega partículas soltas do universo e cria uma fenda levando tudo ao seu raio para algum lugar. – Expliquei em quanto engolia minha própria saliva a seco.

— Algum lugar? – Falou Snape alterado de braços cruzados. – Se não a recuperarmos eu irei de lhe jogar aos lobisomens e seus ossos servirão de palitos de dentes.

— Eu irei contatar meus antigos colegas para me ajudar com isso, iremos recuperar a garota, ou morrerei tentando, esse é o meu destino mesmo. – A ultima parte falei para mim mesmo. Deixei a sala de Dumbledore e corri de volta a minha sala, tinha varias cartas para escrever.

***

A caminhada foi longa, mas logo que chegamos à mansão fomos recepcionados por um lindo trouxa de olhos azuis e cabelos negros. Ele tinha uma pose naturalmente irônica, acho que ele se daria muito bem com os alunos da minha casa, poderia ser amigo do Snape.

— Trouxe um lanche para mim, fico emocionado. – Comentou em claro deboche.

— Damon! – Repreendeu Stefan ao trouxa gato.

— Só estava brincando, irmão. – Disse em quanto dava passagem para a gente passar pela porta. – Mas não temos tempo para dar uma de babá, ou se esqueceu da Elena?

— Eu só preciso de uma coruja para enviar uma mensagem para o ministério. – Falei, Damon olhou para mim como se eu fosse uma completa esquisita e que só tinha reparado agora.

— Em que ano você pensa que estamos? Mande um email. – Falou com um olhar analítico, ele me observava.

— O que é um email? – Devia ser alguma coisa trouxa.

— Eu sei que isso é um pouco antigo para as pessoas da sua geração, mas é como uma carta eletrônica, mas a maioria das pessoas usa celulares neste século. – Falou como um típico adulto dava para ouvir direitinho “Na minha época...”

— Eu sou a primeira da minha turma e não entendi uma palavra do que disseste. – O vi bufando incrédulo.

— De que evento cosplay você saiu? Da para voltar à realidade senhorita Harry Potter. – Agora sim algo que eu entendo.

— Você conhece o bruxo Harry Potter? – Perguntei admirada

— Ta me zoando? – Ele trocou olhares com o irmão e depois me encarou de perto, olhando nos meus olhos. – Quem é você?

Como uma compulsão eu respondi.

— Sou Madison Scrimgeour, estudante de Hogwarts.

— Em que ano você acha que estamos? – Perguntou com seus olhos hipnóticos

— 1988.

— É Stefan, temos outro problema em mãos, como se Elena sem humanidade e Silas não fossem o suficiente. – Falou Damon jogando os braços pro ar, tirando o seu da reta.

— Ei! Como fez isso? Isso é magia sem varinha e é magia negra! – Questionei perplexa.

— Ela é toda sua, irmão.

Stefan me guiou até o segundo andar e me levou para o quarto de hospedes, como o irmão ele me olhou com aqueles olhos hipnóticos.

— Fique no quarto e não saia, independendo do que ouvir. – Pisquei um pouco confusa.

— Você e seu irmão tem uma mania irritante, depois quero que me explique como você faz isso! – Reclamei aborrecida, será que tinha me metido em encrenca com bruxo das trevas? Eles usavam o imperius sem nem dizer o nome do feitiço ou uso de uma varinha!

— Por que não aproveita e toma um banho? – Sugeriu antes de fechar a porta. Foi exatamente o que eu fiz. O mecanismo da banheira não era diferente da que eu tinha em casa, então coloquei a banheira para encher em quanto mexia nos objetos estranhos do cômodo.

***

Depois do banho me sequei com as toalhas que achei, estava limpas e cheirosas, o que era incrível levando em conta que eram dois homens morando naquela mansão, será que tinham alguém que os servia? Alguns bruxos possuem elfos domésticos, eles devem ter algo do tipo. Quando voltei para o quarto comecei ouvir gritos vindo do andar debaixo.

— Será que eu realmente estou segura aqui? – Os gritos vinham de uma mulher, será que era da tal Elena que o Damon Salvatore mencionou, hum. Vesti minhas roupas de baixo e o uniforme, menos a capa, estava quente por aqui.

Os gritos não pararam, então resolvi me distrair com os livros do professor que vieram comigo, espalhei na cama e comecei a ler um sobre vampiros, era de se esperar que um vampiro tivesse livros sobre sua própria espécie.

— [...] Alguns vampiros possuem sensibilidade ao contato com a luz direta do sol.. – Será mesmo, será que o professor Snape era um vampiro? Ele é pálido, vive nas masmorras e nunca o vi pegar sol fora do castelo, curioso. – [...] Como o acônito é usado para enfraquecer os lobisomens à verbena é usada para enfraquecer os vampiros, podendo machuca-los e proteger aqueles que tiverem a erva de suas manipulações mentais.

Uma coceira começou a atacar no meu pescoço e foi descendo pelas costas. Minhas unhas foram direto para os locais.

— Serio? Uma transformação justo agora? – Ser uma jovem amaldiçoada a virar uma cobra era desconfortáveis certas horas, convenientes em outra, a pior parte era quando a maldição chegava ao seu auge e o amaldiçoado fica preso em sua forma animal para sempre, não era a toa que minha maldição se chamava maledictus. Senti todo o meu corpo se envergar para trás e meus braços e pernas se esticarem e virarem uma longa calda de cobra.

Maravilha era tudo o que eu precisava agora, virar uma cobra na casa de trouxas com poder de compulsão, mas será que eles eram trouxas mesmo? Trouxas não possuem habilidades, e se forem bruxos? Ainda assim não são confiáveis, eles provavelmente estão torturando uma garota lá embaixo. Preciso saber o que esta acontecendo.

Rastejei meu corpo pela cama e fui até a porta tentar abri-la com a ponta da minha calda, ainda bem que era longa, ou não teria alcançado a maçaneta. Com cuidado para não me machucar girei o objeto metálico e consegui abrir uma fresta e passei minha pequena cabeça por ela, aparentemente estava livre da compulsão na minha forma de réptil. Tento mais trabalho do que eu queria consegui descer as escadas rastejando meu longo corpo, tendo muito cuidado para ser silenciosa, me esgueirei atrás dos moveis e observei os irmãos Salvatore.

Um deles desapareceu, vai saber onde, mas algumas pessoas começaram a chegar, um garoto loiro que deveria estar no colegial, uma mulher loira muito bonita naquele vestido preto, mas parecendo uma meretriz com uma roupa tão curta, pela luminosidade artificial já estava de noite e foi quando eu pude retomar o controle do meu corpo e voltar à forma humana, mas preferi observar uma mulher morena conversando com o Damon Salvatore na biblioteca.

— Não tem nada haver da Elena ter falado da sua ultima decepção amorosa tem? Desculpa não tive como não ouvir. – Suas desculpas eram obviamente falsas, seus olhos mostravam o quanto guardavam rancor daquela linda mulher.

— Já pensou que a Elena estaria melhor se nunca tivesse conhecido você? – Ela era das minhas, começava com uma brecha em quanto se preparava para dar o bote.

— Esta tentando me provocar? Minhas emoções estão ótimas, eu amo a Elena e desprezo você.

Espera, essa mulher tem a mesma voz da outra, e se são pessoas diferentes, ele estava torturando a própria namorada? Como dizem os trouxas... Ele precisa ser internado!

— Humm.. Que romântico... Fadado ao fracasso. – Com a delicadeza de uma serpente ela se aproximou do Damon como se o cortejasse falando mal da atual, com um copo de bebida na mão. – Assim que ela voltar como era vai voltar direto para o Stefan.

Os dois irmãos cortejaram a mesma mulher? E eu achando que a família Black era complicada.

— Essa é a sua tragédia, você nunca fica com a garota. – Essa garota sabe como mexer com o coração de um homem, tenho muito que aprender com ela.

— Ela fugiu! – Disse Stefan aparecendo e quebrando o adorável clima de veneno sendo destilado.

— O que? – Perguntou o Damon sem entender.

— Ela não esta na sela e nem a garota Madison. – Respondeu Stefan. Ia até me transformar, mas estava tão divertido observa-los. – Vou procurar na casa, descobre o que ela fez.

— Opa, será que eu esqueci de trancar? – Falou com falsa preocupação, Damon a olhou como se quisesse mata-la, o que eu não duvido. – Digamos que perdi o interesse na recuperação da Elena, eu preciso que ela acabe com criancinhas, imagina tentar voltar de uma espiral como essa.

Assim que Damon deixou a sala eu apareci, e a mulher se virou para mim com estranheza.

— Digamos que eu posso ser bem silenciosa quando quero. – Falei para a mulher. – Eu acabei de chegar e estou meio perdida, você é a vilã e os Salvatores são os mocinhos?

— Você não faz ideia no que se meteu. – Ela parecia querer me atacar, mas se conteve quando um tal de Matt apareceu junto com o Damon e a loira.

— Olha! Uma a menos para procurar. – Falou apontando para mim.

— Eu nunca saí daqui, estava aqui o tempo todo. – Falei tirando o meu pescoço da reta.

— Porque ele tem que ir? – Perguntou a loira preocupada.

— Porque a Elena fugiu e esta com fome e perdida pelo menos uma vez a vida dele pode ter um propósito, anda. – Eu to cercada no meio de um bando de malucos, vou buscar a minha varinha.

Arrumei os livros no meio da distração.

— Como eu não pensei nisso antes, só precisa fazer magias e o ministério vai identificar magia por um menor de idade! – Eu sou um gênio! – Hora de colocar em pratica tudo o que me foi ensinado.


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Notas finais do capítulo

Sonserinos, sempre escutando a conversa dos outros, mas uma coisa ela esta certa, ela esta cercada com um bando de malucos.



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