Narrador: Eragon

Eu estava indo para a tenda do Roran, quando um soldado chegou correndo.

 - Nasuada requer sua presença na tenda dela.

- Obrigado por me informar isso, Já estou indo. - Falando isso ele foi embora. Segui na direção da tenda da Nasuada. Chegando lá, enconto-a sentada com três soldados a frente dela e uma garota, que devia ter mais ou menos 15 anos, ao seu lado.

- Eragon, que bom que chegou! Esses três soldados afirmaram que viram um animal estranho, que eles não reconheceram, fora do acampamento e essa garota estava junto dele. Eles afirmam ser um animal alado, e quando ele viu os soldados, fugiu em uma velocidade incrível. Acham que pode ser um dragão. - eu olhei para a menina, que agora encarava o teto da barraca, mas ela parecia ver além dele.

- É verdade garota?

- Não vou dizer que não, mas eu não conheço nenhum dragão além de Saphira, Thorn, Glaedr e o dragão do rei.

- Eu vi! Não adianta negar, garota! - um dos soldados reagiu

- Calma! Como é seu nome garota? - Tentei controlar a situação.

- Emerald. - Ela respondeu com um pequeno sorriso nos lábios. Bem que o nome fazia sentido, já que os olhos dela pareciam duas esmeraldas de tão verdes. - E eu não neguei! - ela falou irritada com o soldado.

- Então quer dizer que existe mesmo uma criatura? - perguntei.

- E se existir, o que você tem haver com isso? - ela falou ríspida comigo.

- Eu sou um cavaleiro de dragão, não acha que você tem que me respeitar?

- Há! Eu posso estar em um lugar mais elevado do que você agora, e eu tenho como provar isso, mas irei mostrar apenas a você e você terá de prometer na língua antiga que não ira contar para ninguém sem minha permissão. - Ela falou como se eu duvidasse dela. Claro que eu não iria levar desaforo para casa!

- Então prove!

- Você terá que sair do acampamento e... - ela olhou para os outros e continuou - E eu quero que isso se mantenha em segredo. - Ela fez um movimento com a mão e os outros pararam de se mover, parecia que estavam paralisados, me surpreendi com aquilo e ela pareceu notar - Não se preocupe, eu acelerei o tempo para nós, eles não podem nos ver ou escutar... Onde eu estava? Ah, sim, você terá que sair do acampamento hoje, quando o sol se por, vá em direção da floresta, eu estarei te esperando lá. Se quiser, pode levar Saphira, mas ela também terá que prometer que não contará nada a ninguém sem minha permissão!

Depois que ela me contou onde encontra-la, o tempo voltou ao normal, e ela foi embora. Contei tudo a Saphira, e ela insistiu em ir junto, e eu não neguei. Era quase o por do sol, falei com a Saphira para ela ir voando, para chamar menos atenção e sai do acampamento, quando cheguei lá, não vi ninguém.

Ela vem mesmo?

Vem, tem que vir

- Até que enfim vocês chegaram! - levei um susto quando a garota simplesmente se vaporizou do meu lado.

- Não vi você chegando! - tentei me explicar pelo susto.

- Haha! Venha, vou mostrá-lo o que eu prometi! - ela se virou e olhou para Saphira, que estava analisando-a - Olá, Saphira! - ela se virou e começou a andar floresta a dentro. Não tinha percebido que ela andava rápido, mesmo assim, não fazia barulho.

Chegamos a uma clareira, ela fez um gesto para que eu e Saphira esperássemos nas árvores e foi para o meio da clareira. Olhou para os lados, como se estivesse procurando algo, então fixou o olhar no topo de uma das árvores. Segui seu olhar e vi uma grande criatura lá, devido estar escuro, eu só podia ver sua silhueta e seus olhos verdes brilhantes.

Ela então desceu voando e parou na clareira, e pude ver o que era. Tinha uns dois metros e meio de altura, asas grandes, um bico afiado e patas que poderiam cortar uma pessoa no meio em um único golpe. Tinha o corpo de um leão, asas e cabeça de uma águia.

- Eragon, Saphira, conheçam o Tygor! - então a criatura, que tinha o nome de Tygor olhou para Emerald e voltou o olhar para nós.

O que é isso?

Com a pergunta de Saphira, Tygor começou a rosnar, e uma grande voz falou em minha cabeça.

Não aceito ser chamado de "isso", mas para você, que não me conhece ainda, vou dar uma chance.

- Calma Tygor! - Emerald colocou uma mão na cabeça da criatura acalmando ele. - Como vocês, que são um cavaleiro e um dragão, eu e Tygor somos guardiões. - Temos uma ligação também, apesar da nossa ser bem mais forte.

- Como assim guardiões? Guardiões do que?

- Você chegou no ponto certo! Somos Guardiões da Natureza. Cada planta e cada animal desse mundo estão sendo protegidos por mim, mas não posso deixar todos viverem, para um viver um precisa morrer, é a lei da Mãe da Natureza!

- Guardiões... da... Natureza? Mas como assim?

- Todos os elementos têm guardiões, o Fogo, a Água, a Terra e o Ar, mas para por juízo na cabeça de todos eles e para controlar tudo para que eles não façam somente o que querem existe alguém maior, o Guardião da Natureza.

Mas você quer dizer que podem controlar tudo e fazer o que quiserem?

Não, ainda tem uma força maior ainda, que é a Mãe da Natureza, temos todos que respeita-la, pois foi ela que criou tudo. Podemos usar nossos poderes para coisas pequenas que sabemos que não irá afetar nada as leis.

- Que leis? - eu perguntei curioso e a criatura abaixou a cabeça balançando ela de um lado para o outro como se a resposta fosse obvia.

- As Leis da Natureza. A Mãe da Natureza não deixa nós quebra-las, mas a muito tempo atrás uma das leis foi quebrada, e a magia foi liberada, estávamos tentando resolver isso de onde nós viemos, mas descobrimos que o problema surgiu na Alagaesia, então viemos para cá.

- Mas então de onde vocês vieram?

Do leste, os povos que vivem aqui não exploraram para lá ainda, é por isso que vocês não sabem da existência dos guardiões.

- Quero te mostrar o local para lá, pois você é a chave de tudo. "O cavaleiro do dragão azul, que o pai se sacrificou por ele, deverá vir para a grande pedra e fazer o ultimo encanto, para que a magia volte a apenas aqueles que podem usá-la, mas ele deverá ter ajuda de quem seu pai dividia a mente para isso" diz a Mãe da Natureza, e nós achamos que pode ser você.

- Como pode ser eu? Como vou encontrar o dragão do Brom?

- Isso você vai ter que descobrir – ela olhou para o céu – Tenho que ir!

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela pulou no lombo do Tygor e ele saiu voando em uma velocidade incrível. Só então percebi que estava quase amanhecendo. Eu e Saphira voltamos para o acampamento, como se estivéssemos passado a noite lá.