Wedding lost escrita por Kris Loyal


Capítulo 7
Capítulo 7 – Passo 3 : Ajudar de alguma forma.


Notas iniciais do capítulo

Alguém ainda por aqui? :)



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Fechou os olhos demoradamente e debruçou-se na cadeira.

A semana estava sendo de cão na empresa: negócios dando errado, transações negadas, funcionários demitidos por justa causa. Peeta suspirou ao lembrar-se dos dois ótimos publicitários de sua empresa que estavam brigando por uma rixa boba, porém insustentável. Agora seria um problema achar outros dois com parecidas qualificações.

Segurou entre as mãos o café que Clove trouxera; ainda estava quente e parecia, pelo cheiro, estar ótimo, porém ainda assim, não conseguia animar seu estômago que parecia embrulhado. A mente comanda: mente perturbada, corpo perturbado.

Tomou mesmo a contra gosto o café e decidiu deitar-se um pouco no pequeno sofá de couro da sala. Desfrouxou a camisa e sentiu que esse descanso era tudo o que precisava.

Há dias Peeta não dormia bem. E não era pela empresa ou qualquer problema com Cash, a secretária louca. Era pelo motivo de sempre: Katniss.

Já fazia um mês desde que a ouvira falar sobre aquela lista maluca e desde então ela não tinha feito mais nada. No fundo, o loiro tinha medo de que o fato do item anterior da lista ter sido um fracasso a tenha feito desistir por completo da ideia de salvar a união.

Katniss passou esse mês inteiro dançando, indo à casa de Mags e saindo para passear no parque com Will e Ryan, evitando o marido sempre que podia. Peeta lembrou-se de que nas vezes em que a encontrava em casa ela não parecia zangada ou triste. Até sorria, ás vezes.

O assustava o fato de que ela havia, aparentemente, parado de tentar, e mesmo assim continuava preocupantemente bem.

Será que havia decidido por Finnick de uma vez?

Balançou a cabeça. Devia espantar aqueles sentimentos demônicos de sua mente. Abriu os olhos e encarou sua aliança firmemente presa a seu anelar. Pelo menos algo de concreto que indicava que ele ainda tinha uma esposa.

Fechou os olhos e sentiu-se cochilar, entrando em um sono leve e bem vindo. Algum tempo depois, sentiu algo estranho, como se houvesse mais alguém ali, uma presença que só o observava, sem fazer movimentos. Deduziu que já sonhava e ignorou, aproveitando o sono e aquele perfume gostoso que sentia. Permitiu-se sorrir um pouco ao constatar que o sonho seria bom.

Katniss ajoelhou-se em frente ao sofá observando-o dormir, quase como se fosse uma criança. Ele respirava devagar e parecia até sorrir, ás vezes.

Veio à empresa depois de ligar para Clove e saber dela que Peeta estava tendo um dia difícil. Apartou uma briga, perdeu negócios, discutiu com funcionários... Vendo-o assim, sereno, porém com sinais de cansaço, ela sentia-se melhor por tê-lo ali, descansando.

— Meu Peeta... — sussurrou, depois completando em tom baixo e brincalhão — Sempre tão perigosamente adorável.

Afrouxou-lhe a gravata devagar, enquanto cantarolava baixo uma musica em espanhol.

Viu quando, atrás de si, Clove abriu a porta e entrou como um furacão.

— Clove! Devagar aí !

— Desculpe. Mas o senhor Mellark tem que ver isso.

— Ele está dormindo, Clove. Não vou acordá-lo.

A secretária parecia impaciente e passou seu olhar do patrão para a esposa dele muitas vezes antes de dizer:

— Então vê você.

Katniss se aproximou da mesa e sentou-se na grande e confortável cadeira. Sorriu um pouco por se sentir tão pequena nela.

— Essas são as tabelas de movimentação de custos. Com elas você sabe para onde e para quê o dinheiro foi gasto, no meses passados.

— Sim, eu estou vendo.

— Então olha esse período aqui. — apontou Clove. — Algo parece errado?

Katniss analisou e não demorou a perceber a diferença.

— Parece... Nossa, esses custos estão muito mais altos que os anteriores...

— Sim. E se você olhar em que foi gasto, consta que foi com os mesmos itens das datas anteriores. Mas o fato é que isso não é possível. Não tem como gastar tanto dinheiro naqueles itens. Então isso quer dizer que...

— Que alguém estava roubando Peeta. Ou ainda está. — Completou Katniss.

Clove confirmou em um aceno e viu Katniss virar-se para Peeta e o fitar ali em seu canto, inerte, indiferente a tudo.

— Temos que descobrir quem foi.

 

~~~  ~~~

 

— Acho que terminamos.

— É o que parece.

Katniss suspirou e afundou-se na cadeira. Por incrível que pareça, Peeta não despertara de seu pesado sono nenhuma vez durante as três horas que Katniss e Clove trabalhavam aos sussurros ali perto, praticamente ao seu lado.

— O senhor Mellark vai saber o que fazer a partir disso. A pior parte já fizemos. — afirmou Clove.

— É, acho que partir dessa lista de possíveis suspeitos que fizemos, ele com certeza vai achar algum culpado. As pessoas tendem a achar que o que fazem não deixam rastros, mas sempre deixam.

Clove assentiu e a viu colocar os saltos pretos nos pés, que antes descansavam no tapete.

— Não vai esperar ele acordar?

— Não Clove, vou para casa. Ele também não vai demorar muito aqui, já que já está para anoitecer. Obrigada pela ajuda. Tenha uma boa noite.

— Boa noite, Senhora Mellark.

Clove acompanhou com os olhos enquanto ela pegava a bolsa e saía, e antes que tirasse sua atenção ouviu quando ela gritou lá de fora:

— É Katniss!

Organizou os papéis da mesa, que estavam bem espalhados pelo tempo que trabalharam. Separou-os de forma que estivesse de fácil acesso a Peeta e distraída com suas ações, levou o maior susto quando ouviu um baque surdo.

— Por Deus, Senhor Mellark!

Peeta se levantava do chão perturbado, parecendo tomar ciência da queda e Clove ainda se decidia se ria de sua cara de perdido ou da careta de dor.

— Caí desse maldito sofá outra vez?! — soltou um resmungo abafado enquanto passava a mão na costela onde visivelmente doía — Mas eu nem me recuperei da hematoma deixada pela última queda...

A baixinha segurou o riso e levantou-se da cadeira onde estava sentada, voltando a sua postura profissional, já que as notícias não eram nada boas.

— Acho que devia ver isso, senhor.

Peeta sentou-se em sua cadeira e quase podia jurar sentir um perfume diferente ali. Ignorou. Analisou os papéis que estavam à sua frente, e não pôde disfarçar a face de espanto quando percebeu o que significava aquelas informações.

— Mas isso é...

— Sim. Infelizmente. — completou Clove.

— Como você conseguiu esses nomes, Clove? Esse arquivo é pessoal da presidência, mais precisamente, desse computador.

— Bem, a senhora Mellark esteve aqui e...

— Katniss? — interrompeu ele — Katniss esteve aqui? Por que não me chamou? O que ela queria? Havia algo de errado com ela? Com Ryan?

— Não, não... Ela só me ligou e eu contei que o dia por aqui estava sendo difícil, então ela veio lhe ver.

“Ela veio lhe ver”

Pareceu tão simples para Clove dizer aquelas palavras, mas ao chegar aos ouvidos de Peeta tiveram um efeito tão peculiar, que ele quase sorriu, mesmo tendo consciência da situação que tinha nas mãos.

— Então — prosseguiu ela — como já estava aqui, ela decidiu dar uma olhada nos papéis. Ela parecia querer ajudar e tinha a senha do seu computador então eu não pensei que...

— Não Clove, está tudo bem. — parou por alguns segundos encarando a folha, vendo o resultado do trabalho de Katniss. Ela estava lá e o tinha ajudado. Devia ser um bom sinal, não? — Tenho certeza que vocês trabalharam muito até chegar a essa lista, então, obrigado.

— Por nada, senhor. Eu queria saber se já posso ir. O horário já...

— Ah, sim, você pode. — a interrompeu — Vou só dar uma outra olhada e também já vou. E mais uma vez, obrigado.

— Disponha.

Quando Clove bateu a porta, Peeta só conseguia pensar em duas coisas:

#Tinha que descobrir rápido quem o estava roubando.

#Tinha que ir para casa agradecer a Katniss.

O segundo pensamento o fez sorrir, se sobrepujando ao alto teor preocupante do inicial.

 

~~ ~~ ~~

Katniss estranhou quando viu um carro parado em frente à sua casa. Ela não lembrava de reconhece-lo, por isso se apressou em descer, andando o mais rápido que seus saltos finos permitiam.

Distinguiu uma risada assim que chegou perto da porta. “Ryan”, reconheceu.

Apressou-se mais e a cena que viu ao entrar foi, no mínimo, curiosa.

Ryan jogava cartas com Finnick, que ria das acusações do garoto que insistia em dizer, mesmo que sorrindo, que ele estava roubando. O cabelo dourado de Finnick estava grande e caía-lhe sobre os olhos todas as vezes que ele se agitava com o riso. Olhando-o assim, Katniss quase conseguiu ver nele o mesmo garoto por quem ela se apaixonara um dia.

Porém quando ele virou-se e olhou-a nos olhos, percebendo em fim sua presença na sala, ela soube:

Não, aquele não era o mesmo Finnick.

Seus olhos tinha perdido a pureza que ela tanto via nele quando eram apenas dois jovens bobos. Ele era um homem agora e podia ser besteira dela, mas a mudança não a tinha agradado.

— O que está fazendo aqui, Finnick? Como entrou?

— Ora como, meu amigo Ryan me deixou entrar. Certo, Ryan?

O garoto sorriu para ele, juntando as cartas e as embaralhando novamente para um novo jogo.

— O que quer que você queira falar, uma outra hora você diz. Peeta está chegando e não quero ter problemas com ele por sua causa.

— Ah, então eu causo problemas entre vocês? — sorriu minimamente, sentindo-se um pouco a frente no placar — Eu não devia abalá-lo se ele fosse tão seguro quanto quer aparentar sobre você.

— Não ouse... — começou ela, logo depois voltando seu olhar para o filho — Ryan, vá para seu quarto. Preciso falar com Finnick a sós.

Ryan olhou-a com cara de tédio antes de recolher suas cartas e subir. Ao passar perto de Finnick, recebeu dele um ligeiro toque nos cabelos, deixando-os um pouco bagunçados. O menino sorriu e saiu.

— Eu não estou entendendo o motivo de sua visita. O que quer, Finnick?

— Sério que você não sabe? Vim atrás de você, Sunshine.

Sunshine. Aquele apelido outra vez. O apelido que um dia fez Katniss sorrir como uma boba, agora havia perdido qualquer sentido que já tenha tido.

— Não me chame assim.

— Chamo. Claro que chamo. Você nunca deixou de ser minha Sunshine. — respondeu sorrindo, como se todos os anos que se passaram não fossem absolutamente nada.

— Olha, Finnick...

— Não, olha você. — Interrompeu ele — Tá’ fazendo o que nesse casamento furado, Katniss? Você é tão bonita... Eu diria que até mais do que quando estávamos juntos. Você merece muito mais, merece...

Katniss parecia ter sido petrificada quando viu Finnick cair por cima do centro de vidro da sala, quebrando-o no impacto. Tampouco teve alguma reação quando viu Peeta cair por cima de seu ex, deferindo-lhe incontáveis socos no rosto. Quando a morena voltou a si, forçou seus pés a mexerem-se em direção ao marido e ao ver Finnick molhado de sangue no rosto, sua garganta que estava fechada de espanto se abriu em um grito estanho e distorcido:

— Peeta! Para! Você vai matar ele! Vai matar ele!  

Todavia, Peeta não parecia estar ouvindo. E a sequência de golpes que devia parar, estava aumentando. Finnick apenas gemia por entre os dentes. Katniss chegou até o marido, puxando-o pela camisa e rasgando-a no processo. Mas a briga só acabou mesmo, quando o grito de Ryan se fez ouvir da escada, de onde ele descia.

— Para pai! Para! Ele é meu amigo!

Peeta parou e encarou o filho que tinha o rosto molhado de lágrimas. Ryan parecia estar com medo, mas mesmo assim descia as escadas, enquanto soluçava.

— Por que está batendo nele?! — perguntou aos berros, enquanto tremia-se por estar muito nervoso — Finnick não fez nada! Ele só estava conversando! Ele ia pedir a ela para que fossemos ao jogo, ele me disse!

Peeta levantou-se devagar, deixando Finn no chão. Katniss estava se achando meio louca, mas ela jurava que conseguiu ver um pequeno sorriso nos lábios machucados dele. Não parecia um sorriso sarcástico, então a morena deduziu que era pela defesa de Ryan.

— Ryan, eu...

— Não! Não fala comigo! Não sei por que eu ainda estou perguntando por que você fez isso se eu já sei. É porque você sempre destrói tudo! Você deixa essa casa infeliz e quando não está em casa todos estamos mais contentes! Por que não vai embora de uma vez?

Katniss que tinha a atenção em Ryan, conseguiu virar-se para Peeta a tempo de ver uma lágrima grossa e dolorosa cair. Como se estivesse achando pouco, Ryan ainda disse, baixo, mas ainda audivelmente:

— Queria que Finnick ou Tio Gale fosse meu pai.

Peeta virou-se para Katniss e quando a olhou, ela já sabia que aquilo o tinha ferido de uma forma que nada que ela dissesse melhoraria. Ele virou-se, pegou a chave do carro do chão e ia em direção à porta, quando Katniss o parou.

— Não.

Não falou mais nada. Apenas olhou-o nos olhos dizendo todo o resto que queria dizer “por Deus, não vai. Vai ser muito pior se você for.”

Ele passou um tempo olhando-a, ponderando se valia a pena acatar a aquele pedido. Por fim, deixou a chave no aparador de sala e subiu em passos lentos para o quarto. Não demorou muito, Katniss ouviu o barulho da porta sendo fechada com força.

— Mãe... Ajuda ele.

Katniss olhou para o menino e depois para Finnick. Ele respirava devagar, com os olhos fechados, sem mexer-se. Ela deu graças à Deus, quando viu Mags e seus dois netos chegarem para ajudar, por terem ouvido os gritos.

— Ah Mags...  — foi tudo o que ela conseguiu dizer antes de desabar, caindo em um choro alto, sendo acolhida pela senhora que a arrastou para o sofá.

A última coisa que Katniss viu antes de apagar foi Finnick sendo tirado de sua sala, arrastado com cuidado por Kevin e Benny* para algum lugar que sua mente não exigiu saber.


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Notas finais do capítulo

Benny * - Homenagem ao primeiro e único amigo vampiro do caçador Dean Winchester ♥ (Supernatural)


E nesse ringue vcs ficaram torcendo pra quem? ashdiasij
Tensooo!
Ainda tão por aqui? Deixem suas presenças conhecidas nos comentários, pleasee

O título do próximo capítulo é "Pesadelo" e eu o amo, pq não posso evitar amar climax's tensos hdsuahd

até logo ;)



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