Vital Signs escrita por CDJ


Capítulo 15
Parte 3 - Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

A Parte 3 acontece na quinta temporada, logo depois que Lúcifer é solto da sua jaula.



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Eve - Primeira Pessoa

 Droga, droga, droga, droga. Como eu fui deixar as coisas chegarem àquele ponto? Eu devia ter ido embora, eu não devia ter ido procurá-lo naquele bar, porque sabia que ele estaria lá. Eu simplesmente não devia... Eu não devia ter voltado, essa era a verdade. Eu não pertencia aquele lugar, eu estava morta, quieta no meu canto, até que alguém veio e me tirou de lá. Ou esse alguém realmente me odeia ou está tentando me dar uma segunda chance, mas adivinha? Eu estou jogando-a fora, como fiz da primeira vez. Meu destino, pelo menos nessa segunda vida, não é ficar com Sam. Meu destino é ter uma vida normal, com filhos e um bom marido. Ou algo de gênero, sei lá. Toda vez que eu chegava perto do Sam, as coisas de antigamente voltavam a acontecer e se ficar com ele significava ter meus poderes, eu preferiria me separar dele. Eu estava muito bem sem sair por aí explodindo partes do corpo das pessoas, obrigada.

 - Qual é o seu problema? Há um minuto você passou dois meses me procurando e agora quer que eu saia da cidade?

 Continuei andando, de costas para ele e me fazendo as mesmas perguntas. Sam caminhou até mim e me forçou a encará-lo me puxando pelo braço bom. Eu encarei novamente seus olhos, como fiz há dois anos atrás. As coisas não estavam melhores agora do que antes.

 - Eu queria te encontrar, mas tenho medo.

 - Medo do quê?

 - Medo de nós dois. Porque todo caminho que eu escolho, acabo te encontrando no final. Querendo ou não. E dessa vez eu não quero. Meus poderes sumiram, eu posso ter uma vida normal com um cara normal, eu posso viver do jeito certo dessa vez. Então, sim, eu queria te ver, eu queria falar com você. Agora que eu já o fiz, eu só quero ir para casa.

 Não percebi que estava chorando até ele secar as minhas lágrimas e me dar o abraço que eu pedia secretamente. Solucei em seus braços e me desvencilhei dele quando consegui controlar meu choro estúpido. Virei-me de costas novamente e cruzei os braços, secando as lágrimas insistentes em cair.

 - Eu vou te ajudar a encontrar as respostas. Vou pelo menos tentar, porque não sei se posso te prometer alguma coisa.

 - Não prometa. Tentar já está ótimo – respondi, ainda de costas.

 - Ok. Você tem algum endereço ou número de telefone para que eu possa te achar se eu conseguir alguma coisa?

 Eu assenti e me virei, esperando enquanto ele pegava um caderninho e uma caneta do bolso interno. Escrevi o número do celular e meu endereço em Park City, esperando que fosse o bastante. Devolvi o caderninho e a caneta e me virei novamente, voltando a caminhar.

 - Eve, espera.

 - O quê?

 Não tive a chance de virar rápido o bastante, pois Sam me segurou em um abraço apertado, quase acabando com meu fôlego. Continuamos abraçados, mas após cinco segundos eu retribuí o aperto, chorando novamente. Tive que ficar na ponta dos pés para alcançar seu pescoço e ele se inclinou um pouco.

 - É muito bom te ver. Mesmo – sussurrou ele em meu ouvido.

 Deixei mais algumas lágrimas caírem e molharem minhas bochechas machucadas.

 - É muito bom te ver também, Sammy – respondi, fechando os olhos e apertando-o mais em meus braços.

 Soltamo-nos por um momento e ficamos nos observando. Instantaneamente, eu quis cortar a distância entre nossos lábios e fazer o que estava sonhando há muito tempo. E não havia ninguém nos impedindo, não havia ninguém olhando, ninguém saberia. Mesmo se houvesse alguém impedindo ou olhando, não acho que eu teria parado. Coloquei minhas mãos em volta do rosto de Sam e comecei a aproximar meus lábios dos seus; ele não olhou para o outro lado e procurou uma saída, seus olhos encontraram os meus e suas mãos puxaram minha cintura, quebrando ainda mais a distância entre nós. Nossos lábios ficaram tão próximos que nossos narizes se tocaram e eu finalmente encostei meus lábios nos seus.

 O beijo começou sereno, mas algo dentro de mim se chocava e explodia, tamanha minha felicidade. Se eu pudesse, continuaria daquele jeito para sempre. Não importava o que eu sentia quando estava com Eric ou se essa minha vida era minha segunda chance; se Sam Winchester não estivesse nela, não teria graça. Sam puxou minha cintura de volta para trás, acabando com o beijo. Encarei-o confusa.

 - Você está vibrando – respondeu ele, ofegante.

 Era verdade! Meu celular no bolso de trás estava quase pegando fogo de tanto vibrar. Puxei-o para ver quem estava me ligando e pronta para desligá-lo, mas parei ao observar o nome da chamada. Era Eric. Abri o celular e coloquei-o no ouvido.

 - Eric? O que aconteceu? – perguntei, preocupada. Mandei um olhar de desculpa para Sam e me afastei dois metros dele.

 - Cadê você, Liz? Eu preciso de você – respondeu ele. Parecia que havia acabado de levar uma picada de abelha na língua.

 - Onde você está?

 - No bar em que nos conhecemos, bebendo algumas doses de uísque e dando uma olhada nas prostitutas. Eu estava pensando em levá-las para casa.

 Suspirei e bufei ao mesmo tempo, raivosa e preocupada. Eric bebera demais, mais do que devia. Não fiquei brava por causa das prostitutas, fiquei brava por ele ter bebido feito um bezerro desmamado. Esfreguei os olhos fechados e abri-os novamente, encarando Sam na minha frente e com o cérebro funcionando a mil.

 - Eric, porque você está fazendo isso?

 - Porque você está fazendo isso comigo, Liz? Eu amo você! – gritou ele, alto o bastante para qualquer pessoa em um raio de cem metros escutar.

 Fechei os olhos e respirei fundo.

 - Não dirija para casa, ok? Eu estou indo te buscar, portanto não saia do bar! Chego aí em meia hora. Nós vamos ter uma conversa muito séria, Eric Daniel Reagan! – e desliguei o celular antes que ele pudesse protestar.

 Guardei-o novamente no bolso de trás e voltei meus olhos para Sam.

 - Tenho que ir – murmurei.

 - Quem é Eric? – ele perguntou com as mãos nos bolsos.

 - Meu namorado – respondi timidamente.

 - Você é rápida – disse ele, debochando.

 - Tchau, Sam. Vejo você por aí – acenei para ele e me virei, caminhando calmamente até meu carro e desligando o alarme.

 Sam acenou quando entrei no carro. Acenei de volta e sorri fracamente, dando a partida e saindo do estacionamento. Quando finalmente cheguei à estrada, me permiti alguns momentos de felicidade enquanto me lembrava do beijo. Tive de me controlar para não pegar o retorno e voltar ao bar para beijá-lo novamente. Eu não podia me dar ao luxo de ter esse tipo de pensamento; eu só havia conversado com ele por dois dias, praticamente apenas dois dias e já me comportava assim quando nos encontrávamos de novo? Não importava o que já acontecera entre nós, eu tinha que me esforçar para fazer o certo dessa vez. Apertei as mãos no volante e pisei fundo, aumentando a velocidade. Eu tinha que amar Eric e ia continuar com ele, porque eu passei dois meses ao seu lado, muito mais tempo do que passei com Sam Winchester. A lógica dizia que eu devia gostar muito mais de Eric do que de Sam, mas por que não era assim? Porque não era assim? Droga. Eu estava questionando a lógica sobre o amor, logo eu, a garota que voltou da morte, se questionando sobre lógica.

 Quando finalmente cheguei à porta do bar, Eric estava sendo carregado por Bill e outro cara. Ele parecia tão triste e bêbado que fiquei com pena; seus braços estavam em volta do pescoço de Bill e do outro, como se mal conseguisse andar. Desci do carro com pressa, esbaforida.

 - O que aconteceu, Bill? – perguntei e me inclinei um pouco para ver se Eric estava bem.

 - Ele arrumou uma confusão lá dentro com um cara grande, aí resolvemos tirá-lo de lá – explicou Bill, dando de ombros.

 Abri a porta do passageiro para eles no meu carro e esperei que o colocassem lá. O trabalho foi árduo; Eric abriu os olhos por um momento e quando me viu, começou a lutar contra os amigos para chegar até mim. Eles conseguiram colocá-lo no carro, mas ele ficou batendo no vidro e acenando para mim.

 - Desculpa te incomodar, Liz. Quando eu vi, ele já estava com o celular na mão.

 - Está tudo bem, Bill. Vou levá-lo para casa e lhe dar um bom banho quente; talvez queimá-lo com a água, mas isso é opcional.

 Bill riu e se aproximou, praticamente sussurrando.

 - Ele me contou que vocês terminaram. Acho que ele ainda não superou muito bem – e Bill olhou para Eric dentro do meu carro, acenando feito um bobo para mim.

 Retribuí o aceno e o sorriso afetado, mas voltei meus olhos sérios para Bill.

 - Nós não terminamos! Tudo o que eu pedi foi um tempo, porque nós tivemos uma discussão ontem e eu precisava pensar. Ele precisava pensar! Não terminei com ele. Eu nem peguei todas as minhas coisas da casa, passei a noite em um motel e estava em Salt Lake City. Como isso podia ser um término de namoro?

 Bill respirou e me deu o mesmo tapinha masculino que Benny horas antes.

 - Cuide-se, Liz. E cuide do garotão aí. Ele pira sem você.

 - Obrigado pela ajuda, Bill. Pode deixar, nós vamos ter uma longa conversa hoje.

 Entrei no carro, dei a partida e fui direto para casa. Banho quente, longa conversa. Pelo que mais eu teria que passar? As coisas podiam ser invertidas: um longo banho e uma conversa quente seriam bem melhores.


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Notas finais do capítulo

Caraca, eu demorei muuuito tempo para postar, mas é porque achei que meus leitores não estavam mais interessados. Enfim, eu nunca esqueci dessa história aqui, ok? Tenho ela escrita até o fim da Parte 3, que é enorme, então ainda tenho bastante coisa pra postar. E, só pra avisar, estou de volta :DD



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