My blood thristy girlfriend escrita por Calpúrnia


Capítulo 6
Let's date and beat those bee!




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6.

Para que alguém considerasse Kushina burra seria necessário muito coragem e atrevimento, duas características fortes da personalidade de Naruto. Quando ele retornou depois de uma viagem para Akasaka ela o observou se longe, adotando uma estratégia diferente de abordá-lo diretamente. Talvez por isso ele não se tocou de como ela estava atenta aos sinais. Ela cheirava problemas de longe. 

Durante o jantar Naruto tagarelou sobre como o Suntory Museum era bonito e elegante. Ah, as obras de arte eram pedaços da história japonesa e ele estava apaixonado por todas elas! Minato parecia bastante interessado na conversinha fiada do filho, afinal de contas era bobo por Naruto, mas ela… Ah, ela não caía tão facilmente assim nas bobagens do filho. 

Quando Minato já estava dormindo, depois de combinar uma caçada para o dia seguinte no interior do país, Kushina foi atrás do filho. Ele estava deitado na cama, fazendo anotações e pesquisas no computador. Por mais que ela fosse rígida com Naruto e o xingasse algumas coisas ㅡ e com razão! ㅡ ela não podia negar o esforço do filho para fazer um bom trabalho como caçador. Seu treinamento tinha sido intenso desde criança, tendo a mira mais invejada da família, além do instinto forte para perceber quando um alvo estava por perto. Ela tinha que admitir que Naruto já era superior a ela e Minato e talvez toda a família. 

Mas também admitia que ele não sabia esconder muito bem as coisas dela. 

ㅡ Trabalhando, filho? ㅡ perguntou sentando-se ao lado dele. 

ㅡ Sempre, kaa-san. ㅡ sorriu encantador. ㅡ Segundo o que otou-chan falou, vamos encontrar alguns shape-shifter de novo. Um ninho. 

ㅡ São os mais fáceis para você, filho. Com isso não me preocupo.

ㅡ Nem eu. Mas me diga, tudo bem?

Kushina assentiu, fazendo os cabelos vermelhos brilhar sob a luz do lampião na mesa do filho. De repente, a raiva foi substituída pela preocupação. Naruto era cheio de amor e fantasias bobas na cabeça. Quase como uma criança de 1,80m e isso a deixava a flor da pele pensando nos perigos que essa vida de caçador traria para ele. No fundo, mesmo que ele fosse o melhor, Naruto ainda era seu filho. E uma mãe protetora é uma mãe protetora. 

ㅡ Naruto, você sabe que eu te amo, filho…

O rapaz franziu o cenho e assentiu, esperando que ela continuasse.

ㅡ Você não esconderia algo grave de mim, certo?

ㅡ Como assim, kaa-san?

ㅡ Algo como uma namorada perigosa. Ou um neto que eu não estou esperando agora. 

Ela viu o olhar do filho se suavizar e os braços quentes a trazerem para um abraço confortável. Kushina não gostava de como ficava vulnerável mediante sua preocupação com o filho. Ela gostava das coisas seguras, os problemas resolvidos e cada caça com sua cabeça devidamente longe de casa. Ela só queria sua família unida e bem, a salvo de qualquer perigo que a vida de caça poderia oferecer. 

ㅡ Kaa-chan, você está se preocupando a toa. De verdade. ㅡ fez uma pausa. ㅡ Se algo assim acontecer você vai saber, porque eu mesmo contarei. 

ㅡ Promete, meu filho? Eu não posso te perder. 

Naruto assentiu e deixou a mãe ficar em seus braços até adormecer. No meio da noite a levou para o quarto, para o lado de Minato, e voltou para o quarto. De repente, ele percebeu a enrascada que se envolveu. Como contaria para Kushina que ele estava apaixonado por uma vampira anciã, membro da família mais rica e poderosa do Japão? Era um problema dos grandes. E ele tinha quase certeza de uma relação assim não seria bem aceita. 

Quando contou o ocorrido para Hinata, ela ficou em silêncio do outro lado da linha. Durante alguns minutos ela não disse nada, ele mal podia ouvir sua respiração ou um respiro que fosse. Isso o deixou alerta para uma possível discussão, que não veio, na verdade. Ela apenas disse que entendia perfeitamente o que Kushina estava sentindo. Eles eram de universos completamente diferentes, eram inimigos por natureza. Os encontros e a relação que estavam construindo era um problema e não passaria despercebido. 

“Hinata, eu gosto de você”

“Eu sei. E eu de você, mas pense bem, Naruto… O problema pode crescer até um ponto irreversível”

“Podemos remediar, ‘Nata. Não é o fim do mundo”

“O único jeito de remediar é eu morrendo. Ou você se transformando”

A ideia, de repente, não parecia muito ruim para Naruto. Ela logo explicou sobre a dinâmica de um escolhido, um humano enlaçado a um vampiro. E todas as possibilidades de uma relação assim. Hinata começava a acreditar que ele talvez fosse seu escolhido e se assim fosse, eles poderiam contornar a história alegando a necessidade que tinham um pelo outro. Seria perigoso ficar longe demais, os sinais de rejeição poderiam levar à morte, de ambos. Tão trágico quanto Romeu e Julieta, mas uma tragédia completamente evitável. 

“Vamos nos encontrar de novo, Hinata. Precisamos conversar sobre isso.”

“Tudo bem. Qual é a sua próxima caçada?”

“Estou em uma. Devo retornar para Tóquio até amanhã.”

“Vou esperar, então”

E ela esperou, enquanto fazia pesquisas incessantes sobre o assunto. Ela queria poder ficar com Naruto sem os problemas difíceis de serem de naturezas tão diversas. Hinata queria acreditar que Hiashi não teria grandes problemas aceitando sua relação com ele, desde que pudesse provar que estava sob controle. Para vampiros, o descontrole mediante o sangue humano era imperdoável, um erro e uma mancha para o resto da vida. Por isso era tão arriscado se jogar numa relação assim. E mesmo assim, ela não conseguia fugir. 

Num dos livros sobre a história dos vampiros, ela encontrou uma passagem sobre uma das guerras entre vampiros e caçadores. E não gostou nada de como tudo aquilo terminou. 

“Há mais de 500 anos vampiros e caçadores se enfrentaram numa guerra de intermináveis 50 dias. É a chamada Guerra das 50 Sombras. O tema até hoje é tratado com tabu, porque o motivo principal para a guerra foi nada mais do que um engano que os caçadores se recusam a admitir. Uma jovem de pouco mais de 16 anos foi encontrada morta na aldeia de … e como era uma aldeia tradicional que já enfrentava problemas com animais mortos, logo o acusado foi um vampiro. Até o momento do assassinato da jovem, humanos e vampiros conviviam em paz ou algo próximo disso. 

Após a acusação, vampiros tentaram se defender, o que levou a um julgamento e a condenação por assassinato e conspiração. O rapaz acusado foi queimado, assim como sua família. A guerra, então, foi declarada e durante longos 50 dias todos os vampiros e caçadores se enfrentaram. Os números de mortos são imprecisos até hoje, mas pesquisadores estimam pelo menos 10.000 mortos para ambos os lados. A guerra terminou sem um lado vencedor e durante alguns milênios tanto caçadores quanto vampiros se esconderam. Nenhuma atividade era detectada até que cada lado resolveu retomar suas vidas sem se atrapalharem. 

As marcas da guerra foram muitas. Assim sendo, os líderes de cada família de vampiros e de caçadores se reuniram num grande encontro chamado de Acordo Japonês para a Paz das Espécies. No final foi assinado um enorme acordo que determinava os territórios que os caçadores poderiam trabalhar sem atrapalhar a vida dos vampiros. Cada um foi para seu canto sob a condição de que se alguma morte fosse provocada e um dos lados fosse suspeito haveria uma grande investigação até que tudo fosse provado e julgado devidamente, evitando assim os erros do passado e mais uma guerra sangrenta.”

Após a leitura, Hinata entendeu todas as preocupações de Hiashi e principalmente os cuidados que ele tomava. Durante suas aulas sobre a história de vampiros ela não tinha aprendido sobre a primeira grande guerra entre vampiros e caçadores. Ninguém falava sobre aquilo. E por enquanto ele não precisava saber que ela sabia sobre isso. Para ela fez sentido que vampiros e caçadores andassem separados. O modo de julgar as situações e fazer os julgamentos varia entre as duas espécies. Separados era mais seguro, ela admitia. 

Ainda assim, devido ao acordo, ela não estava impedida de ver Naruto. Ele não a atrapalhava nem a machucava e ela não interferia em seu trabalho como caçador. Hinata acreditava na conduta de Naruto e sabia que ele só caçava as criaturas mais problemáticas. Quando um vampiro ou outra espécie causava problemas pela cidade, ele entrava em ação para evitar mais problemas. E ela não o julgava por isso, porque era o que ele precisava fazer. De certa forma era uma grande vantagem para ela e sua espécie. 

Ela suspirou. A história estava ficando mais complicada do que ela esperou. Talvez fosse o momento perfeito para falar com Naruto sobre isso e definirem o que fariam. Esconder a relação não resolveria por muito tempo, até porque o laço estava ficando forte e em breve toda sua família seria capaz de sentir o cheiro de Naruto nela. Os perfumes não fariam todo o trabalho sozinho por mais do que alguns meses. E em alguns meses eles precisavam ter uma resolução sobre o assunto. 

Quando Naruto retornou da caçada e a ligou, ela foi bem clara. 

“Vamos resolver isso, Naruto. Precisamos tomar uma decisão se quisermos ficar juntos”

“Hinata, isso não precisa ser um problema. Você quer ser minha namorada?”

Ela sorriu. 

“Sim, eu quero”

“Então, temos uma decisão. Ainda temos tempo, então podemos aproveitar antes de contar a sua família. E à minha”

“Você… Você se transformaria?”

Naruto não respondeu de imediato. Era óbvio que adorava Hinata e queria ficar com ela. No entanto, transformar-se era uma outra história e ele não tinha certeza ainda se estava disposto. Não que ele se negaria se ela pedisse, mas havia muitas coisas em jogo naquele caso. Ele era caçador, tinha uma família, amigos e se tornar vampiro incluía excluir algumas dessas coisas. 

Parecendo perceber a dúvida em Naruto, Hinata resolveu deixar claro que as consequências não seriam tão graves. 

“Naruto, num laço eu terei total liberdade para te ensinar a se controlar e conviver com humanos sem ceder à sede. Não quero te forçar a nada, claro, mas se você quiser eu sempre posso te ajudar com isso”

“Claro, hime. Eu sei que sim.”


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