My blood thristy girlfriend escrita por Calpúrnia


Capítulo 5
I really like you (and your blood!)


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi!

Voltei com mais um capítulo. A partir de agora as coisas vão avançar bastante e rápido. Mais momentos NH e também o avanço para que todo mundo descubra sobre o relacionamento deles. Vou postar ainda mais um capítulo hoje.

Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/796588/chapter/5

5.

Akasaka era um lugar belíssimo e Hinata gostava do bom gosto do distrito. O que realmente a encantava era a elegância e calmaria do lugar. Por isso sempre se via andando por lá, fosse para encontros ou simplesmente para espairecer. O Suntory Museum era tão bonito e tinha tantas histórias para contar que ela às vezes se perdia nos corredores do local. 

Com o mesmo livro do dia anterior em mãos, ela entrou no museu e ficou sentada lendo e às vezes observando alguma obra. Coberta por um vestido vermelho de veludo e botas brancas, ela parecia realmente uma vampira gótica, mas a maquiagem leve nada tinha a ver com seu visual. Hinata era belíssima e sua aparência jovial entregava um ar de diversão que não deveria condizer com uma anciã como ela.

Pela página 60, ela encontrou outro trecho interessante, sobre como humanos percebem e convivem com vampiros.

“Os humanos têm uma tendência a sentir medo de vampiros, o que é natural levando em consideração que são possíveis alimentos para tais criaturas. No entanto, a mente humana convive exatamente no limbo entre admiração e medo, o que muitas vezes os leva a sentir também atração por vampiros e, em casos mais específicos, se apaixonarem. Há registros mais antigos e raros de transformações, realizadas com o único objetivo de que vampiros e humanos possam ficar juntos pela eternidade. 

Na maior parte das vezes, humanos não conseguem se controlar no início da transformação e evoluem diretamente para a morte. O descontrole é uma característica normal, em especial se não o humano não for um escolhido. Os escolhidos têm a vantagem do laço com o vampiro e, portanto, conseguem ficar sob controle por meio do já adquirido controle do vampiro companheiro. O vampiro pode, ainda, exercer comandos sobre o seu escolhido sem que tirar-lhe a autonomia, de modo que possíveis comportamentos violentos sejam evitados.

A força do laço também permite que o vampiro saiba o que seu escolhido faz e pensa, podendo assim remediar situações e até impedir que outras aconteçam. É importante, no entanto, que o vampiro e o humano saibam que mesmo o laço mais forte não impede que problemas surjam e um laço pode ser quebrado se for forçado a tal. Os humanos são mais apegados, portanto a quebra de um laço tem maior tendência a ser provocada por vampiros ou familiares de vampiros que tenham preconceito contra humanos e sua relação com vampiros.”

Para Hinata fazia sentido que seu pai nunca tenha contado nada para ela. E Harumi agia como uma ignorante quando claramente sabia o que poderia acontecer no mundo afora. Chocar-se com o mundo humano era perigoso por ser justamente atrativo e recheado com aventuras. Era um desafio conviver com outra espécie, especialmente uma tão viva como a dos humanos. E sendo imprudente como ela era, Hinata só poderia se envolver em confusão, como estava agora. 

Antes que pudesse virar mais uma página do livro, sentiu o cheiro de Naruto e viu-o sentando-se a seu lado. Ele estava discreto hoje, óculos escuros e todo de preto, exceto a jaqueta extravagantemente laranja. Ela sorriu quando ele tirou os óculos e os olhos azuis apareceram. Hinata gostava muito daqueles olhos, tão quentes e brilhantes, diferente dos delas que eram perolados e apagados e apenas radiantes quando se alimentavam e se transformavam num tom vermelho arroxeado tão anormal quanto possível para uma vampira. 

ㅡ Olá, vampira. ㅡ sorriu. 

ㅡ Olá, caçador. ㅡ gargalhou baixinho. ㅡ Não sabia que gostava tanto assim de Akasaka. 

ㅡ É elegante, como você. Impossível não gostar. 

Hinata apenas balançou a cabeça, reprovando divertidamente o flerte do rapaz. Naruto era assim, tão jovial e brincalhão que ela não conseguia resistir às investidas dele. Era como namorar pela primeira vez na vida, com o seu primeiro amor e tudo é lindo e perfeito. Ela sabia que ele não era seu primeiro amor, mas talvez… um dos únicos, se o laço continuasse a se formar como estava. 

ㅡ Muita encrenca em casa?

ㅡ Que nada. Eu sei me virar, Hinata. ㅡ sorriu malicioso. ㅡ Driblar dona Kushina não é tão difícil assim. 

ㅡ Pelo jeito que você correu do hotel não parecia ser assim. ㅡ insinuou. ㅡ Você só tinha um trabalho, que era me caçar e me levar como recompensa, e você falhou. 

ㅡ Eu falhei? ㅡ brincou ofendido. ㅡ Ora, mas a minha missão foi um sucesso! Eu consegui a minha caça. 

Hinata apenas gargalhou e o arrastou pelo museu. A conversa era tranquila, com assuntos aleatórios e que pouco tinham a ver com seus problemas nessa “amizade” nada comum. Depois do museu foram para um bar e beberam um pouco, sem exagerar, e finalmente foram para um restaurante para Naruto comer. 

ㅡ Então, vampiros realmente não se alimentam?

ㅡ Bom, mortos não precisam comer. ㅡ murmurou divertida. ㅡ Mas eu posso fingir se você quiser. 

ㅡ Você sempre pode se alimentar do meu pescocinho. ㅡ brincou. 

ㅡ Naruto, não diga uma infâmia dessas. Eu provavelmente vou acabar presa e morta, dessa vez para sempre. 

O loiro assentiu e voltou a comer, sem parar de falar. Cada pergunta era uma curiosidade em relação a como era ser uma vampira. Ele contou que durante todos os anos sendo caçador ele nunca teve uma oportunidade de conhecer de verdade a vida das criaturas que caça. Então, era uma boa descoberta saber sobre como é ser uma vampira. Seus belos olhos azuis se arregalaram quando ela contou a idade ㅡ duzentos anos tendo 24 anos. E quase se engasgou quando Hinata contou sua história de transformação. 

ㅡ Nós morávamos numa cidade pequena do interior do Japão. Não havia praticamente nada nesse país, além de peixes, navios e coisas estranhas acontecendo a todo momento. Minha família já era grande naquela época, mas não éramos um clã ainda. Só quando otou-san começou a fazer negócios pela cidade é que ganhamos dinheiro e status. Os Hyuuga logo cresceram em número e conta bancária. Até que uma doença se abateu e eu fui a mais prejudicada. Pode-se dizer que eu morri, mas conhecemos Orochimaru nesse meio tempo. Ele é o homem mais louco que eu já conheci e foi responsável por me transformar quando eu não tinha mais chances de sobreviver. Na verdade, eu fui transformada mais por insistência da kaa-san, porque otou-san me considerou perdida. 

Ela fez uma pausa para analisar a reação de Naruto. Ele estava sério, mas ouvia tudo com calma e atenção. 

ㅡ Bom, Orochimaru me transformou e me ajudou na fase de adaptação. Quando eu aprendi a me controlar, ele enfim foi embora. Eu consegui conviver com a fome durante anos até encontrar uma moça chamada Yumi. O sangue dela era maravilhoso e eu me apaixonei loucamente por ela. ㅡ sorriu com doçura. ㅡ Eu a adorava e ela a mim. Obviamente ela nem sonhava que eu fosse uma vampira, por isso nosso romance se prolongou por tempo suficiente. Até que eu perdi o controle, algo que eu ainda não consigo entender bem. E eu a suguei até a morte. Foi horrível, mas o tempo me ajudou a entender que ser uma vampira é correr riscos de machucar alguém, mesmo sem querer causar danos. Depois disso, otou-san me obrigou a adotar uma dieta vegetariana ridícula de sangue de animais. Não matamos os animais, mas os levamos para casa e vamos tomando de seu sangue. Não é a mesma coisa de um humano, mas nos mantém calmos por tempo suficiente. 

ㅡ E você nunca conseguiu viver com um humano? Ou humana?

ㅡ Além de Yumi? Não. Eu nunca mais tive coragem de tentar algo com outro humano. Era perigoso demais. Minha única vontade era poder controlar a sede pelo sangue. Naruto, eu nunca soube muito sobre a relação entre humanos e vampiros. Depois do que aconteceu, otou-san praticamente me proibiu de conviver com humanos. É solitário e triste, na maior parte do tempo, mas eu sei que foi a melhor decisão para mim. Mesmo assim… é difícil ficar longe de um humano quando vejo um. ㅡ terminou num sussurro olhando intensamente para Naruto. 

O loiro segurou sua mão, sentindo a frieza das pequenas mãos da Hyuuga. Ele não sentia dó dela, mas se compadecia do que ela passou. Talvez ele devesse sentir um ódio mortal, no entanto Hinata não havia feito nada grave contra ele ㅡ claro que Kushina jamais concordaria com isso. Hinata só queria ficar com a garota que gostava e tudo saiu controle sem que ela pudesse fazer nada. Ele se perguntava se teria sido diferente se ela tivesse sido devidamente educada a se controlar e conviver com sua fome, como ela consegue agora. Mesmo tão perto dele, ela não parecia afetada. 

ㅡ Você me machucaria, Hinata?

ㅡ Eu jamais poderia, Naruto. ㅡ fez uma pausa. ㅡ Eu me mataria antes disso. 

Ele sorriu e a beijou calmamente, sentindo as presas raspando em seus lábios. Era engraçado como ele se sentia com Hinata. A doçura dela, a calma com que falava e discorria sobre diversos assuntos, mas do outro lado, o modo selvagem com que o sugava pelo pescoço e transava após se alimentar ou durante a alimentação. Era quase como um feitiço e ele não conseguia se ver livre disso de modo algum. 

ㅡ Sua família sabe?

ㅡ Não. E espero que não saiba tão cedo. Otou-san me mataria, provavelmente. Talvez okaa-san não fosse tão rígida. Mas nii-san com certeza criaria uma Terceira Guerra Mundial. ㅡ suspirou. ㅡ Eu acho isso tudo tão desnecessário. Não sou a mesma menina de antes. E eu não te machuquei. 

ㅡ São as marcas, Hinata, do passado que deixam a sua família preocupada. ㅡ disse tranquilamente. ㅡ É óbvio que eles farão de tudo para te proteger. As coisas mudaram. Existem mais caçadores por aí. Mesmo o seu melhor traço de discrição pode não ser suficiente para te esconder.

ㅡ Eu sei, mas… ㅡ lamentou deitando a cabeça no ombro de Naruto. ㅡ Eu realmente gostaria de ter uma vida normal, ser uma jovem normal, tendo um encontro normal com o cara que eu gosto.

ㅡ Ora, mas você está fazendo isso exatamente agora! ㅡ exclamou antes de uma pausa. ㅡ Espera. Eu sou o cara que você gosta?

Hinata apenas riu e enfiou um garfo cheio de macarrão na boca do loiro. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My blood thristy girlfriend" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.