Recomeços escrita por Sophia Snape


Capítulo 23
The Wonder Of You


Notas iniciais do capítulo

Ai, que saudade de postar Recomeços! O que essa história está fazendo comigo? Oito matérias na faculdade e um segundo curso, e mesmo assim quero arranjar tempo pra continuar escrevendo. A vida ainda está uma bagunça, mas a escrita continua sendo meu bote salva-vidas.

Aproveitando... o grupo SSF lançou no ao3 uma Coletânea de contos severísticos, chamada "Conto de Fodas". Está incrível, gente! A cada semana saem duas fanfics, e a minha está agendada para o dia 20 de agosto. Então bora lá prestigiar os escritores? Não vão se arrepender, garanto.

Sobre este capítulo. Eu prometi a mim mesma que só voltaria a postar quando terminasse tudo, mas não consigo. Não dá. Então aproveitem um capítulo de puro fluff e cenas mais quentes. Escrevi com muita vontade e carinho. Espero que gostem!

P.s.: Indicação M hein galerinha!
P.s.2: Comentem!



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Severo acordou, sentindo o corpo dolorido. Ele tentou se espreguiçar, mas percebeu que havia algo quente e macio dormindo sobre o seu braço esquerdo, e ele sorriu. Olhando rapidamente ao redor ele franziu a testa ao perceber que de alguma maneira eles haviam acabado no tapete da sala, e as imagens deliciosas da noite anterior começaram a passar em flashs na sua cabeça.  

Severo mal podia acreditar na sua sorte. Pela segunda vez em menos de duas semanas acordara com Hermione nos seus braços, e a sensação era indescritível. Quando ela aparecera na sua porta, horas antes do horário combinado, Severo sentiu que seu coração podia saltar do peito. A imagem dela do lado de fora, com as bochechas vermelhas de frio, parecendo completamente adorável e beijável em suas roupas de lã, fez todas as suas barreiras ruírem como pó. Todo o seu nervosismo, insegurança, timidez, foram embora. Em seu lugar, ficou apenas o desejo apaixonado de fazer amor com ela. De trazê-la para perto. De abraçá-la. De beijá-la em todos os lugares.  

Oh, e ele fez. Ele a beijara em todos os lugares que havia desejado. Não havia nada como o gosto dela na sua boca. Seu cheiro agarrado a sua pele. A mistura inebriante do seu prazer, suor e perfume combinados juntos... Seria para sempre uma memória olfativa poderosa para ele. E a maneira como ele se sentiu dentro dela... sentindo as suas paredes se fechando no ápice do amor em torno dele. Deuses, Severo estava perdido. Completamente perdido de amor.  

— Bom dia. — uma voz rouca e suave o despertou, e Severo sorriu.  

— Bom dia, pequena feiticeira. — ele murmurou em troca, beijando a testa dela. Hermione fez um ruído satisfeito, beijando o peito dele. Ela levantou a cabeça para libertá-lo, e o cobertor escorregou um pouco, deixando os seus seios à mostra. Severo sentiu a boca salivar com a vontade de prová-los. De novo.  

Hermione percebeu o brilho malicioso nos seus olhos e mordeu o lábio inferior, não fazendo nenhum esforço para se cobrir. — Gosta do que vê, monsieur

Severo corou, envergonhado por ter sido pego. Hermione riu suavemente e distribuiu beijos doces pelo seu queixo, pescoço e peito, enquanto sua mão esquerda despretensiosamente escorregava para debaixo das cobertas. Severo riu, engolindo um gemido. — Você vai me matar, Hermione.  

Ela fez um biquinho. — De jeito nenhum. Preciso de você bem vivo para me satisfazer.  

— Hmm — ele murmurou, fechando os olhos, enquanto a mão dela passeava pela coxa, propositalmente evitando o seu membro que já estava desperto e pronto para ela. — Tenho 48 anos, Hermione. Vou precisar de uma poção para aguentar você. 

Hermione bufou, mal contendo uma risada. — Acho que o seu corpo discorda.  

Ela se inclinou sobre ele, parando a centímetros do seu rosto, enquanto sua mão finalmente segurou o seu membro. Severo gemeu, dividido entre a excitação e a vergonha por estar tão exposto. Era quase dia, e embora o tempo estivesse nublado e frio, a sala estava quase toda iluminada. Sua cicatriz no pescoço estava exposta sem o encantamento que ele geralmente usava perto dela, assim como as várias outras marcas no seu torso; ele também vagamente imaginou que os fios pratas no seu cabelo deviam estar mais visíveis agora sob a luz clara. E se ela- 

— Merlin, Hermione! 

Ele ofegou quando ela agarrou o seu saco, massageando com os dedos. Não havia espaço para nenhum pensamento coerente quando ela começou a masturbá-lo. — Sim? — ela o provocou, deixando a pergunta pairar perto dos seus lábios. Ela passou a língua sobre eles, pedindo passagem, e Severo cedeu. Ele ainda estava lânguido em seu despertar, mas o seu corpo estava aceso da maneira mais deliciosa. Severo queria durar, esperar mais tempo, vir novamente dentro dela, mas Hermione o surpreendeu interrompendo o beijo. 

Ele se forçou a abrir os olhos quando sentiu a coberta sendo puxada para o lado, revelando totalmente a sua nudez e a de Hermione. Ele resistiu ao impulso de se cobrir de volta quando viu o desejo inconfundível no olhar dela, mesmo que ainda fosse difícil para ele se sentir tão nu – em todos os sentidos.  

Severo molhou os lábios ao olhar para ela contra a luz fraca de um dia de inverno: seu cabelo encaracolado estava cheio e despontava para todos os lados, como uma deusa da sedução. Sua pele clara estava deliciosamente vermelha nos lugares certos, e os seus seios se empinavam para frente, intumescidos com os prazeres e o ar levemente frio da manhã. Pelos deuses, ele a queria de novo. Mas antes que ele pudesse se levantar, Hermione o impediu, espalmando uma mão no seu peito.  

Ele franziu a testa, confuso, mas cedeu. Curioso, Severo quis perguntar o que ela pretendia fazer, mas sua expressão divertida e sedutora o segurou. Ela parecia tão linda... E então ela beijou o lugar onde sua mão pousara, e seguiu com a ponta da língua até o umbigo. — Merlin. — ele gemeu. 

Hermione se posicionou entre as pernas dele e se abaixou, continuando a sua exploração pelo corpo dele com a língua até que ela encontrou os pelos púbicos. — Hermione — ele tentou protestar sem muita vontade, mas mesmo assim Hermione parou.  

— Posso te tocar, Severo? 

Ela perguntou, e sua voz estava rouca. Severo forçou os seus olhos a abrirem, e a cena dela ajoelhada entre as suas pernas, totalmente nua, com uma das mãos estimulando o seu pau, era demais.  

Ele assentiu levemente, suprimindo a vontade de gritar que ela poderia tocá-lo onde quisesse. De preferência para sempre. Mas ele não estava realmente preparado para o que ela pretendia quando ele sentiu seus cachos encostarem na pele da coxa.  

— Hermione? — ele perguntou, sustentando o corpo pelos cotovelos, ao vê-la se abaixar sobre ele, a bunda empinada no ar enquanto sua boca parava a milímetros do seu pênis. Quando ele entendeu o que ela queria, foi impossível esconder sua surpresa. Ninguém nunca havia feito sexo oral nele. Seria a primeira vez, e ele não sabia exatamente como se sentia sobre isso; havia uma timidez profunda, um pouco de vulnerabilidade, mas havia principalmente desejo. Muito desejo. Ele queria a boca dela o estimulando, mas era um cenário tão distante das suas fantasias que ele paralisou.  

— Está tudo bem, Severo. — a voz dela o acalmou — Não precisamos fazer isso se não estiver confortável.  

Ele fechou os olhos brevemente tentando absorver o presente que a vida lhe dera. Hermione era tão paciente, tão compreensiva... Ele se sentiu um tolo parecendo tão hesitante enquanto uma bruxa jovem e linda pedia permissão para tocá-lo.  

— Você confia em mim? — ela perguntou, e Severo assentiu. Ele não tinha a menor condição de formular uma frase simples naquele momento. Ela sorriu quando ele acenou afirmativamente, e então a boca dela desceu sobre ele. Foi apenas um toque, leve, suave, e ele estremeceu até o núcleo. A sensação dos lábios dela sobre a cabeça do seu pênis foi tão poderosa que ele se entregou totalmente a ela, desistindo de olhar e se resignando a fechar os olhos e aproveitar.  

E, deuses, o que era aquilo?  

Severo agarrou o tapete embaixo dele, enrugando-o, enquanto Hermione deslizava os lábios sobre o seu pênis. Ela subiu e desceu várias vezes, massageando o saco ao mesmo tempo, e Severo teve certeza absoluta de que morreria de prazer. Quarenta e oito anos de vida para finalmente entender de onde vinha a expressão, e ele não poderia concordar mais.  

— Hermione — ele gemeu, tentando conter um grito abafado de prazer. Ele precisava ver... precisava olhar para ela, ter essa imagem gravada na sua memória. E a imagem dela olhando maliciosamente para ele enquanto passava a ponta da língua pelo seu pênis, chupando e lambendo, o levou ao limite mais cedo do que ele gostaria de admitir. Era demais. 

— Porra, Hermione! 

— Se solte, Severo. Eu quero que você venha.  

— Mas eu vou- ele tentou dizer enquanto sua cabeça caía novamente no tapete. Ele queria avisá-la que estava próximo, que ela não precisava... bem, ele mal sabia como dizer isso, mas ela não pareceu se importar.  

Ela o soltou com um estalo, apenas para dizer que ele poderia gozar na boca dela, e isso o levou ao limite. Ele era humano, afinal de contas. 

Severo revirou os olhos enquanto atingia o orgasmo, gozando completamente. Ele mal conseguia entender o que estava acontecendo enquanto Hermione continuava a lambê-lo e chupá-lo. Era um sentimento tão poderoso, tão catártico, que mal parecia real. Severo tinha certeza que teria tempo para pensar em decoro depois, mas naquele momento ele não conseguia se importar menos. Ele tinha certeza que parecia uma bagunça completa, mas tudo que ele conseguia realmente pensar, ou melhor, sentir, era na bruxa maravilhosa lhe dando prazer. Severo nem sabia que podia sentir todas essas coisas, e era o paraíso.  

Ele tremeu várias vezes até que o seu corpo cedeu sobre o tapete persa num amontoado de braços e pernas exaustos de tanto estímulo. Seu coração batia tão rápido que ele vagamente pensou que pudesse estar sofrendo um ataque cardíaco, mas teria forma melhor de morrer? Ele achava que não, mas seria um tanto triste que ele finalmente pudesse experimentar o prazer da mulher que amava e morresse por isso. 

E ele a amava. Profundamente. Do que adiantaria negar? Estava em cada beijo, em cada carícia, em cada suspiro. E ele se perguntou se era isso que tornava cada ato tão prazeroso. Tudo era triplicado. O prazer era maximizado.  

Aos poucos ele recuperou o fôlego, sentindo a consciência voltar lentamente. Ele passou a mão pela testa enquanto acalmava o seu coração, e lambeu os lábios secos. Merlin. Ele pigarreou, chocado ao perceber que a sua garganta estava arranhando pelo esforço dos seus gemidos, e sua voz estava mais rouca do que o normal.  

— Hermione, isso foi... — ele começou, mas tudo que conseguiu fazer foi balançar a cabeça em descrença.  

Ela deitou sobre ele, puxando-o para um beijo lento e sedutor. Severo sentiu o seu gosto na própria boca e foi profundamente erótico. — Você gostou? 

Ele finalmente conseguiu olhar para ela, e Hermione parecia um pouco insegura, mordendo o lábio inferior como se a resposta dele fosse a coisa mais importante. — Se eu gostei? Hermione, isso foi... — ele mal tinha palavras para descrever a experiência. — Eu nunca, bem- ninguém nunca...  

— Oh? — ela perguntou, surpresa. 

— Não realmente. — ele podia sentir seu rosto ardendo com a humilhação. Em todos os seus encontros sexuais passados ele nunca tivera a coragem de perguntar. Ele nunca imaginou que alguma mulher realmente pudesse querer tocá-lo como a Hermione fizera.  

— Então estou feliz de ter sido a primeira mulher a te tocar assim. Acontece que eu posso ser bastante possessiva, Sr. Snape.  

— É assim mesmo? — ele deslizou os dedos pelas costas dela, agarrando o seu bumbum enquanto suas línguas trabalhavam num beijo intenso.  

Ela assentiu, sorrindo. — Sou uma mulher muito ciumenta.  

Severo riu, achando tudo aquilo deliciosamente inacreditável. Ciúmes dele? Parecia impossível. — Garanto, Hermione, não há nada para ter ciúmes. Você é a única mulher louca o suficiente para bater na minha porta.  

Ela deu um grito indignado, batendo levemente no seu peito. — Com licença, senhor, mas não é legal chamar uma mulher que está completamente nua em cima de você de louca. Além do mais — ela ignorou a tentativa flagrante dele de distraí-la, girando-os para colocá-la embaixo dele.  

— Sim? — ele perguntou, distribuindo beijos pelo seu pescoço.  

— Além do mais — ela insistiu, tentando ignorar os dedos dele tocando o seu mamilo.  

— Tenho certeza que haviam muitas alunas com fantasias sobre você sendo o professor Snape.  

Assim que as palavras saíram da sua boca Severo parou de tocá-la, e a olhou em choque. Hermione temeu ter ido longe demais quando ele soltou uma gargalhada. Era a primeira vez que ele ria tão abertamente, e ela começou a rir junto com ele.  

— Hermione — ele começou, voltando a deitar de costas no tapete. Hermione sustentou a cabeça com uma das mãos enquanto o observava, divertida por vê-lo sorrir tão naturalmente. 

— O que eu disse de tão engraçado?  

Severo olhou para ela depois de um tempo, enxugando os olhos. Ele parecia tão surpreso quanto ela por ter se entregado a uma risada. — Você se esqueceu que eu era o Prof. Snape? O mais detestável, seboso, morcego das masmorras?  

Hermione deu de ombros. — Eu nunca achei isso de você.  

Severo piscou, de repente se sentindo autoconsciente. Era um assunto que ainda o deixava desconfortável. Ele sabia que não era um homem bonito, e grande parte disso vinha de todos os anos ouvindo os mais diversos apelidos dos seus colegas de classe e, claro, dos Marotos. Ele dizia a si mesmo que não se importava, mas não era verdade. Cada comentário cruel o atingia diretamente no peito, e as palavras ficavam cravadas na sua memória. Toda vez que ele se olhava no espelho, mesmo anos depois de ter terminado a escola, as únicas coisas que ele conseguia ver eram os seus defeitos. Seu nariz adunco demais, seus dentes tortos e amarelados, suas expressões afiadas e angulares, seu cabelo oleoso... por mais que ele se esforçasse, não conseguia ver mais do que a sombra de anos de comentários maldosos sobre a sua aparência.  

Um toque suave na sua bochecha o trouxe de volta, e Severo se mexeu desconfortável, puxando o cobertor para esconder sua nudez. — Sabe o que eu vejo quando olho para você? — Hermione perguntou, gentil. Seus olhos eram tão amorosos, tão carinhosos, que Severo não podia fazer nada além de negar e esperar que ela dissesse.  

— Eu vejo — ela começou traçando a ponta dos dedos sobre as linhas da sua testa — um rosto forte, angular, com sobrancelhas grossas e bonitas que se arqueiam elegantemente quando tem um ponto a provar. E acredite quando eu digo, Severo, que você fica tão malditamente sexy que mesmo quando queria te enfeitiçar por ser um idiota arrogante eu tinha de conter o desejo de te beijar.  

— Hermione — ele tentou interrompê-la, sentindo o rosto corar pelo seu escrutínio.  

— Não, não — ela o impediu, tocando os seus lábios com o dedo indicador — Eu mal comecei. Você tem um maxilar tão bonito que parece um deus escuro, pronto para seduzir uma dúzia de jovens inocentes. E esse queixo — ela mordeu, como se fosse incapaz de falar sobre ele sem tocar — tão perfeitamente redondo, formando essa curva deliciosa até o seu lábio inferior... Sério, Severo, se você não pode ver isso vou ser obrigada a beijá-lo até que não reste mais dúvidas do quanto você é — ela sussurrou próximo ao ouvido dele, baixinho — bonito pra caralho

Severo gemeu ao ouvir palavras tão incomuns saindo da boca dela. Ela poderia estar dizendo a verdade?  

— Vejo que você ainda não está convencido, então vou ser obrigada a ser mais... específica.  

Hermione o beijou suavemente, depois passou a língua pelo lábio superior. —  Você sabia que quando está sendo — ela procurou pelas palavras certas — positivamente malicioso? Não, isso não saiu bem. É quando você quer ser maldoso, mas sem ser cruel. Quando você só está sendo um bastardo sonserino, mas da melhor forma. Sim, soou melhor dessa maneira. Então você torce a boca e... sim, exatamente assim.  

Severo desviou o olhar, corando. Não foi intencional fazer exatamente a expressão que ela estava descrevendo, mas ninguém havia dito isso a ele antes. — Deuses, Severo, é... quente. Você poderia me fazer vir apenas olhando para mim desse jeito. 

Ele deixou uma risada escapar. — Preciso testar essa teoria em breve.  

Hermione concordou. — Serei, com prazer, sua serva. Mas continuando... — ela tocou o nariz dele com o dedo indicador, e Severo se mexeu um pouco desconfortável. Seu nariz sempre o incomodara. A maior parte dos seus apelidos vieram daí, e ele não suportaria se Hermione fosse condescendente com ele apenas para agradá-lo. — o seu nariz é... Merlin, se eu já ficava imaginando como seriam... certas partes da sua anatomia se comparadas a ele, o que dizer agora que sei o que é tê-lo na minha boceta quando você está me chupando?  

— Porra, Hermione. — ele fechou os olhos, ficando duro só com as palavras dela.  

— Seu nariz é lindo. É perfeito. Combina perfeitamente com o seu rosto, e eu adoro cada pedacinho de você. Então não cometa o erro, Severo Snape, de achar que não é bonito. Porque você é o homem mais bonito e mais sexy que eu já conheci. E isso porque ainda nem cheguei na sua voz. Se você fosse professor em alguma universidade bruxa, garanto que muitas alunas adorariam implorar por uma detenção com você. Merlin sabe que eu adoraria.  

Severo engasgou, olhando alarmado para ela. Ela não queria dizer que... Não, não poderia ser. Ele ousava perguntar? — Detenção?  

Ele estremeceu com a sua própria inaptidão. Ele era o que, um adolescente? De repente ele perdera a capacidade de se articular, porque todo o seu sangue havia escorrido diretamente para o sul. 

Hermione segurou um sorriso, dando de ombros. — George fez uma piada sobre isso no Natal, e confesso que fiquei pensando.  

— Oh? E o que ele disse? 

Ela desceu dois dedos pelo peito dele, fazendo um caminho provocativo em torno do mamilo direito. — Que eu não me importaria de ter algumas detenções com você hoje em dia. E é verdade, eu não me importaria nem um pouco.  

Porra. Ele passou a língua pelos lábios secos, sentindo o seu coração disparar no peito. Ela poderia estar dizendo o que ele achava que era? Ele se sentiu incomumente tímido de repente, querendo desesperadamente perguntar, mas com muito medo de parecer um idiota. Por fim, ele decidiu arriscar, perguntando baixinho. — E quais — ele pigarreou — quais detenções você teria em mente? 

Hermione quase gemeu olhando para ele, vagamente se perguntando como ele conseguia ser tão profundamente sexy e tímido ao mesmo tempo. — Bem — ela deu de ombros, soando provocativamente despretensiosa — eu pensei em algumas envolvendo a mesa do escritório, a bancada do laboratório, eu deitada no seu colo enquanto você — ela sussurrou no ouvido dele.  

— Deuses, bruxa. Você quer realmente me matar.  

Hermione mordeu o lábio. — De jeito nenhum, professor Snape. 

Bem, era isso. Severo pensou. Ele havia morrido e de alguma forma tinha acabado no paraíso. — Então a Srta. Granger é uma menina travessa? O que eu devo fazer? Tirar pontos da sua casa?  

Hermione ofegou. Depois negou com a cabeça.  

— Não? — ele perguntou, fazendo ela se deitar de bruços no tapete. — Então talvez eu deva pedir que você limpe caldeirões sem magia?  

Severo sentou no tapete ao lado dela, percorrendo a ponta dos dedos ásperos pela pele macia das costas, descendo pela coluna e mergulhando no vale da lombar, fazendo-a estremecer. O toque era tão suave que ele quase não encostava realmente, e ele podia ver o quão sensível ela ficava a cada segundo.  

— Não para os pontos, não para os caldeirões. Me diga, Srta. Granger, como posso punir você?  

Ela ofegou, involuntariamente abrindo mais as pernas. — Por favor, senhor.  

— Por favor, o que? 

— Por favor, me toque.  

Severo empurrou suavemente o cabelo dela, deslizando a língua da nuca até as homeopatas. Hermione gemeu, e Severo sorriu contra a pele dela. A mão esquerda seguiu na frente, passando pela bunda até apertá-la com força. — Eu não quero que você venha até eu mandar, fui claro? Se não vou ser obrigado a castigá-la. E não queremos isso.  

Hermione soltou um gemido que era metade prazer, metade frustração. — Ou queremos? — Severo completou, adorando ouvir aqueles sons vindos dela.  

— Você tem uma bunda linda, sabia? Adorei vê-la no ar enquanto você me chupava. Deuses, Granger. Essa visão vai ficar para sempre na minha cabeça.  

— Eu adorei chupar você. Faria isso para o resto da minha vida.  

Severo hesitou um pouco com isso. Para o resto da minha vida. Ele poderia pedir isso a ela? Que eles ficassem juntos para sempre? Mas certamente ela não disse a sério. Era apenas o prazer falando, e ele estava sendo tolo. Ele engoliu em seco, deixando esse pensamento errante para trás. Ele a tinha agora, e era isso que importava. A hora que ela quisesse ir embora, que se cansasse dele, ele a deixaria partir. 

— Bom — ele engoliu em seco, se concentrando nela. Com magia sem varia ele acendeu a lareira e fechou um pouco as rotinas, preservando o calor da sala. Ele baniu completamente o cobertor, jogando-o em cima do sofá. Ela relaxou mais conforme o calor ia se infiltrando na sala, e Severo parou para apreciá-la.  

O cabelo dela estava cheio, e se espalhava em cascatas pelo tapete; eram de um castanho claro tão lindo que pareciam fios de ouro. Os seus cílios eram um pouco mais escuros, mas olhando de perto Severo pode reparar em como eram longos e bonitos, variando entre a cor do mel derretido e o cobre. As sardas pontilhavam aqui e ali o seu pequeno nariz arrebitado, e seus lábios vermelhos marcavam um sorriso relaxado e de puro prazer.  

Suas costas eram estreitas, e ele pode ver sardas em algumas partes dos ombros também. Descendo mais o olhar, Severo reparou em como sua cintura se afinava para depois alargar na altura do quadril, formando as curvas mais deliciosas por onde ele desejava traçar com a língua. E assim ele fez. Percorreu todo o caminho do seu corpo como se estivesse traçando um mapa com a língua.  

— Você sabe como é linda, Hermione? Você sabe como é maravilhosa? Perfeita, tão perfeita... 

Eu amo você... Merlin, como ele queria dizer isso.  

Então ele mostrou. Percorreu as covinhas na altura da lombar, e desceu mais e mais, até pressionar vários beijos na sua bunda. Ele queria agradecê-la por, bem... tudo. Talvez até pelo que ele nem sabia ainda.  

E então uma coisa estranha aconteceu. Ele se sentiu sobrecarregado com tanto sentimento. Era tudo muito. Muito prazer, muito amor, muita intensidade. Ele achava que poderia sobreviver se um dia ela partisse, mas agora ele já não tinha tanta certeza. Tudo que ela o ajudou a construir dentro dele, cada escombro, cada parede trincada em torno do seu coração, cada pedaço irregular dos pedaços que restaram, se esvairiam como pó, e ele seria só a casca de um homem.  

— Hermione, eu sinto muito. Não posso- 

Ele se levantou, recuperando a varinha que estava caída próxima a lareira. Ele convocou as suas roupas rapidamente e se recusou a olhar para ela. Cegamente ele colocou a calça de pijama, ignorando o quão excitado ele ainda estava.  

— Severo?  

A voz dela o dominou, e Severo se virou imediatamente. Parecia tão ferida, tão preocupada, que ele se forçou a sair da sua miséria para olhar para ela. Hermione parecia tão vulnerável parada no meio da sala, o cobertor puxado rapidamente para envolvê-la, que Severo xingou baixinho.  

— O que aconteceu? Olha, se foi sobre essa brincadeira estúpida de detenção, me desculpa. Nós nunca mais precisamos falar sobre isso. Foi idiota.  

Ele balançou a cabeça. — Não! Hermione, não tem nada a ver com isso. Você pode e deve me falar qualquer coisa que quiser, qualquer fantasia. Eu só... — ele passou a mão pelo cabelo, mal sabendo o que dizer.  

— O que? Por favor, Severo, você está me assustando.  

— Eu sinto muito. Não posso — ele vestiu a camisa apressadamente, se afastando do toque dela.  

— Severo?  

Ele se sacudiu dos seus devaneios ao encontrar o olhar preocupado de Hermione. 

— Está tudo bem? — o cobertor estava firmemente enrolado nela, e Severo queria espantar aquela preocupação do seu rosto com vários beijos e carícias, mas ele não podia.  

Severo apenas assentiu, passando os dedos trêmulos pela testa.  

— Sim, eu- ele começou, mas foi incapaz de continuar. Seu coração batia tão rápido que por um momento ele achou que estivesse morrendo. Era isso, Severo pensou, quase rindo da ironia de tudo. Nem vou ter a chance de me declarar, vou morrer antes disso. — Eu só preciso de um momento.  

Ele murmurou mais alguma coisa que Hermione não conseguiu entender antes de sair apressado pela porta da cozinha que dava para o pequeno jardim. Ele inspirou o ar gelado de uma manhã fria de inverno e fechou os olhos, tentando se acalmar. Era muito sentimento para processar. Severo queria uma manhã agradável, com um bom café e croissants, conversa e risos. Ele queria que tudo fosse perfeito para que ele pudesse dizer a ela o quanto e o quão profundamente ele a amava, mas tudo que conseguiu foi ter um ataque de pânico e largá-la sozinha na sala. — Muito bem, Severo. Você é um grande idiota. 

Depois de vários minutos sozinho, ele ouviu a porta da cozinha se abrindo e Hermione saiu, agora vestida. Severo a observou se aproximar de relance e seu coração começou a disparar novamente. 

— Ei — Hermione disse suavemente, entrelaçando os seus dedos nos dele — O que está errado? Achei que estávamos bem, mas você saiu tão ansioso.  

Severo ficou em silêncio, mal sabendo por onde começar. 

— Por favor, converse comigo. — Hermione pediu, tocando o rosto dele delicadamente para que se virasse para ela. 

Severo finalmente olhou para os olhos castanhos dela, e pela primeira vez viu uma expressão tão profundamente carregada de preocupação que ele quase recuou, assustado. 

— Não é nada. — ele finalmente conseguiu falar, se sentindo tão inseguro e perdido em como prosseguir que ele mal conseguia continuar sustentando o seu olhar. — É bobagem.  

— Nada — ela disse com firmeza — que você diz, fala ou sente é bobagem. Agora, por favor, me diga o que está acontecendo. Foi pelo que o George disse? Ou sobre eu ter mencionado a  —  ela corou — detenção? Era só uma brincadeira. Não precisa se preocupar com isso. Sério. Você sabe como o George é, estava só brincando. Não vou falar mais nada sobre- 

— Eu amo você, Hermione. — ele finalmente disse — Amo você com tudo o que eu tenho. Com todo o meu corpo, toda a minha alma. Mas eu não amo levianamente. Quando amo alguém sou dedicado a esse sentimento, mas eu nunca me senti assim antes. Nunca amei ninguém como amo você. E é assustador.  

O silencio caiu entre eles e Severo quebrou o contato, se afastando. Ele se sentia nu, vulnerável. Exposto. 

— O que é tão assustador? 

Ele estava de costas para ela, mas Hermione podia sentir o quão angustiado ele estava.  

— Tudo. — a voz dele estava trêmula, e ela se aproximou devagar para encorajá-lo a continuar. — Você tem toda a vida pela frente, Hermione. Um futuro brilhante, com uma carreira brilhante. Você pode fazer o que quiser. É injusto te pedir para ficar comigo. Não sou a melhor companhia. Você é a pessoa mais bondosa que conheci, e merece alguém que te trate da mesma maneira. E eu nem sempre vou conseguir fazer isso. Vai ter dias em que minha boca simplesmente dirá o que a minha mente ferina produz. Vou te magoar.  

Hermione sentiu os olhos marejarem quando ele tocou o cabelo dela, levando um cacho perdido para trás da orelha. Ele estava terminando tudo? Não podia- 

— Mas eu amo você, e não posso viver sem você. Sou um homem egoísta. Não posso te prometer que vai ser fácil, mas prometo com tudo o que eu sou e tudo que eu tenho que vou tentar. Por Merlin, Hermione, eu vou tentar.  

— É suficiente! É mais que suficiente. Eu amo você, Severo. 

Ela o abraçou, e Severo mal sabia o que fazer consigo mesmo. — Você... o que- eu não entendo.  

— O que você não entende? Severo, você não pode ser tão cego. Como eu poderia não amar você?  

— Mas — ele queria dizer que ela não poderia amá-lo. Que não poderia ser possível, visto que ninguém o havia amado em toda a sua vida. Ele fizera coisas terríveis, não tinha direito a esse presente. Mas, deuses, como era maravilhoso ouvir isso. Sentir isso. Ele nunca imaginou que experimentaria esse tipo de sensação na sua vida. Ele nunca se sentira digno. Não havia nada ali para alguém se interessar, para alguém amar. Ou pelo menos ele pensava assim. Mas agora... olhando para ela, para as lágrimas que escorriam do seu rosto, como ele poderia duvidar? 

— Não há mas, Severo. Eu te amo. Achei que você nunca poderia sentir o mesmo e- 

— O que?  

Ela corou, mordendo o lábio inferior. — Não achei que poderia se interessar por mim. Quer dizer, olha para mim. — ela riu nervosamente.  

— Eu estou olhando, Hermione. Estou olhando desde o seu primeiro dia aqui.  

— Parece que nós dois fomos idiotas.  

Severo riu, sentindo o peso no seu coração indo embora aos poucos. Ele limpou as lágrimas dela com o polegar, beijando a ponta do seu nariz de maneira carinhosa. Merlin, ele poderia se sentir mais feliz? Era um sentimento tão novo para ele que parecia estranho. Severo Snape e felicidade não existiam na mesma frase.  

— Parece que sim. — ele sorriu, beijando-a completamente. Ele a levantou no ar, girando-a, e Hermione riu e gritou ao mesmo tempo. Ele se sentia tão livre, tão leve, como se pudesse ser outro homem. Ele sentia que, com ela ao seu lado, podia tudo. — Fala de novo.  

Foi mais forte que ele. Severo precisava ouvir da boca dela. Hermione sorriu, cruzando as pernas na cintura dele enquanto ele a sustentava com facilidade no ar. Os braços dela passaram em volta do pescoço, as pontas dos dedos causando arrepios na pele da nuca. — Eu amo você, Severo Snape. Eu te amo, te amo. — ela murmurou, pontuando cada palavra com um beijo.  

Ele caminhou de volta para o chalé, se sentindo o mais sortudo dos homens, enquanto Hermione o beijava de todas as maneiras: no nariz, na bochecha, na boca. Ele não queria soltá-la nunca mais. — Então, o que acontece agora? — Severo perguntou, colocando-a suavemente no chão da cozinha.  

— Bem — seus olhos brilharam divertidos. Ela sabia que a pergunta era mais profunda que isso, mas eles já tinham percorrido um longo caminho até ali. — estou pensando em algo na linha dos croissants e cafés quentes. Mas antes, que tal um banho? 

Severo a puxou pela cintura. — Eu gosto do jeito que você pensa, Srta. Granger. Talvez possamos até terminar aquela detenção?  

Hermione se levantou na ponta dos pés, mordiscando o queixo dele. — Eu acho que é uma ótima ideia... 

Ela se afastou, tirando cada peça de roupa numa lentidão deliberada. Depois do seu pequeno show ela se virou por cima dos ombros e piscou. — Professor Snape. 

Era o paraíso, de fato.  

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Notas finais do capítulo

Isso NÃO é uma crítica, é apenas um comentário meu enquanto ~leitora. Eu sempre sinto falta de momentos de mais interação no pós-sexo em fanfics SSHG, então acho que esse capítulo é muito importante. Talvez até mais do que anterior.

Sobre a declaração... Ela já estava escrita a meses. Em uma call cheguei até a mandar um trecho dela para alguns leitores, e estou muito feliz por finalmente poder colocá-la dentro da história. Espero que tenha ficado a altura.



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