Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 5
Qué Hay Detrás


Notas iniciais do capítulo

É, RBD. Eu ainda escuto RBD, me traz lembranças de uma boa época da minha vida: período integral no Copa!! õ/ Mó saudade *chora*
Galëre, tô ido viajar hoje. Malas prontas, só esperar a hora de chamar o táxi (ounão) chegar.
Dia... 29, acho, estou de volta.
Bgs bgs ;**



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E não me atrevo a começar

A te esquecer enfim

Porque me assusta decifrar

O que haverá atrás de você

Qué Hay Detrás - RBD


*-*-*-*-*


     - Almoçar na sua casa?

     - Algum problema?

     - Eu vou chegar na sua casa assim, sem avisar, nada?

     Bill fez uma careta, pegou o celular e suspirou.

     - Mas que mania de complicar as coisas. – disse enquanto digitava o número. – Mãe, é o Bill. Posso levar uma amiga pra almoçar em casa? – pausa. – Tá bom, eu já tô indo. Tchau. – desligou – Satisfeita?

     Assenti com a cabeça e ri.

     - Então vamos.

     - E o Tom?

     - Sei lá dele. A gente sai de casa junto e 5 minutos depois se perde.

     - Que tenso.

     - Fica fria, uma hora ele aparece.

     POV BILL

     Fui notar o que tinha feito quando saímos da loja. Mas era tarde: o convite havia sido feito e não tinha como voltar atrás. Eu não ia dizer “estou te desconvidando a almoçar na minha casa”.

     Disse pra mim mesmo, “relaxa Bill, é só um almoço” e no caminho me lembrei de uma curiosidade que ainda não tinha sido sanada.

     - Maria – chamei -, posso perguntar uma coisa?

     - Hm.

     - Naquele dia, lá na escola... 11 de agosto... Por quê? Por que você me... me defendeu do Backer? Se... você nunca tinha me visto na vida?

     Notei que ela teve um sobressalto. Decerto não tinha pensado em responder essa pergunta. Depois de pensar um pouco, ela disse:

     - Eu... Não achei certo o que ele fez. Não era minha intenção ser suspensa nem que ele suspendesse vocês, longe disso...

     - Você me fez um favor – a interrompi brincando.

     - É? Então tá.

     - Você ia dizer mais alguma coisa? Fala.

     - Er... – pausa. – Eu não consegui aguentar. Pode me chamar de louca, exagerada, qualquer coisa. É que... eu não consigo presenciar uma injustiça daquela sem fazer nada. Eu sou exageradamente politicamente correta, então...

     - Sem teatro, vai – cortei. – Fala sério. Se você nunca tinha me visto na vida, por que se colocou à minha frente diante de uma ordem dum professor?

     - Corrigindo, diante de uma ordem estúpida dum professor preconceituoso. Não deu, Bill. Eu não aguento uma coisa dessas. A gente vê na TV as notícias sobre a crise econômica dos Estados Unidos estar afetando o mundo inteiro e não pode fazer nada. Agora eu assistia a uma cachorrada daquela, podendo fazer alguma coisa e não ia agir?

     - Que história de crise é essa??

     - Bah, foi só um exemplo... Esquece.

     - Tá, mas enfim. Você não pensou que poderia ser prejudicada por fazer isso?

     - Bill, não era hora pra eu pensar no meu umbigo.

     - Por que não?

     - Porque não! Até quando você iria se submeter àquela humilhação se eu não tivesse intervindo?

     Não tinha o que responder. Realmente, até quando eu me submeteria àquilo? Tenho que admitir que ela tinha me feito o maior favor do mundo. E que tinha muita coragem em ignorar as consequências para defender a mim, que ela nem conhecia.

     Ficamos parados no meio da rua um olhando pro outro sem dizer nada durante alguns minutos. Ela esperava uma resposta que eu não tinha noção de qual era. Eu apenas percebera que um simples “obrigado” era um agradecimento fuleiro demais pelo que ela tinha feito por mim. Após essa reflexão, a única reação que eu tive foi abraçá-la ali mesmo, com toda a minha força.

     - Obrigado! Obrigado, obrigado, de verdade... – mal tinha voz para dizer. Minhas palavras saíram quase inaudíveis.

     - Bill, para com isso...

     - Não... Eu nunca vou te agradecer o suficiente, então eu faço o que está ao meu alcance.

     Ela então me retribuiu o abraço.

     - Hey, a gente vai ficar aqui feito estátua ou vamos almoçar na sua casa? – disse.

     Senti minhas bochechas arderem e a soltei do meu abraço de tamanduá.

     - Eer, vamos então.

     Ficamos em silêncio o resto do caminho. Só voltamos a trocar palavras na frente do portão de casa.

     - Entra aí – eu disse. – Minha mãe não vai fazer nenhum interrogatório. Eu sei que isso irrita.

     Ela riu enquanto eu punha a chave no lado de dentro da fechadura.

     - Vem, vou te mostrar a casa.

     Apesar da indicação que eu dei para que ela me seguisse, ela parou no meio da sala e ficou olhando. Passei a mão na frente do rosto dela.

     - Ooi. ‘Cê tá aí?

     - Tem uma lareira na sua casa.

     - É, tem. A gente acende nos dias mais frios. Vem. Bom, aquela porta ali do lado do sofá é um lavabo. Aqui tem o corredor, um quarto livre, o do Tom, o meu e esse último é o da minha mãe e do Gordon. Aí tem um closet e uma hidro.

     - Uau.

     - Aqui... é a cozinha, Oi, mãe. Essa é a Maria Eurídice, minha amiga.

     - Eurídice não, Bill! Por favor. Ah, e muito prazer.

     - Prazer, querida. Simone. Bill e Tom falam de você toda hora. Aliás, cadê o Tom?

     - Aqui! – respondeu meu irmão, entrando em casa pela cozinha. Tom tem preguiça de rodar uma chave e sempre entra pela porta que está aberta. – Oi, Maria. Vai almoçar aqui?

     - Aham.

     - Ér, vem, Maria, vou terminar de te mostrar a casa. Bom, ali é a lavanderia e depois a despensa. Acabou a casa. Mãe, vai demorar muito o almoço?

     - Dez minutos.

     - Tá bom, vamos ver tevê. – Tom disse.

     - Com você, Tom?

     - O quê que tem? Vai ver tevê no seu quarto então. Eu já peguei o controle. – ele disse ligando a tevê.

     - idiota! – resmunguei – Não quero ver tevê no quarto. Ok, vamos ser dois irmãos amigos e democráticos que assistem MTV.

     - Taaanto faz. – ele mudou de canal.

     Ficamos quietos e depois de cinco minutos, Maria me cutucou, dizendo:

     - Não vai dar as notas fiscais das compras pra sua mãe?

     - Depois – respondi.

     - E aquele papo de “eu entrego as notas do que eu comprei quando chegar em casa”? – ela perguntou irônica fazendo sinal de aspas.

     Levantei calmamente e tirei as notas do bolso enquanto caminhava para a cozinha, ela vinha atrás de mim.

     - Mãe – chamei -, aqui está seu cartão e as notas fiscais do que eu comprei. Uma delas é a jaqueta que eu comprei de aniversário pra Maria, tá?

     - Tá bom – mamãe respondeu sem nem olhar.

     - Bill, meu aniversário... – Maria tentou dizer, mas eu tapei-lhe a boca com a mão.

     - Chiu. Seu aniversário nada. Foi presente.

     - O que é isso, Bill? – minha mãe interveio – Deixe-a falar.

     - Não é nada! – eu disse olhando bem na cara da minha amiga, buscando ter uma cumplicidade.

     - Foi há quatro meses – ela continuou, me olhando arregalada do mesmo jeito que eu fiz. – Seu filho não tinha nada que me dar presente.

     - Bill, vai chamar o Tom que o almoço tá pronto. Ele é assim mesmo, Maria. Romântico incorrigível. – senti minhas bochechas arderem enquanto ela falava e tratei de ir chamar o Tom como pedira. – Mesmo que seu aniversário tenha sido há dez meses, assim que ele lembrasse ou descobrisse te daria presente...

     - Por que tá vermelho desse jeito, Bill? – Tom perguntou quando eu debrucei no encosto do sofá.

     - Não interessa, besta. Vamos comer.

     A fim de evitar mais um constrangimento, sentei na mesa mudo e permaneci sem dizer uma palavra. Só depois que todos terminamos de comer, minha mãe começou com a sessão interrogatória.

     - Você não é daqui, né, Maria? – perguntou.

     - Não. Sou do Brasil.

     - Tá na Alemanha tem quanto tempo?

     - Cinco meses.

     - Fez curso de alemão antes de vir pra cá? Você fala muito bem.

     - Obrigada. Mas curso eu não fiz não. O que eu já sabia quando cheguei aqui eu aprendi com os emigrantes alemães da cidade onde eu costumava passar as férias.

     - Falando em férias, vai passar o Natal por aqui mesmo?

     - É, eu meio que acho que vou passar dormindo. A D. Silvíe vai viajar com a Brenda, e eu tô com as mãos abanando.

     - Passa com a gente! – engasguei quando Tom disse isso – Pode, né, mãe?

     - Claro – engasguei de novo quando ela respondeu. – O que foi, Bill?


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Notas finais do capítulo

Alguém achou que eu fosse ficar sem postar a fic por duas semanas?
Sem desespero, por favor.
Eu não sei se no ass-of-world pra onde eu vou poderei usar a internet livremente, porém vou TENTAR manter a periodicidade de postagem da fic. Não posso garantir nada, mas eu realmente estou REZANDO pra poder postar normalmente (até porque eu já deixei tudo pronto pra isso), porque me apavora a ideia de ter que congelar uma fic.
Conspirem por mim.
Bgs ;**