Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 4
Young Folks


Notas iniciais do capítulo

Voltei o/

Essa história de colocar os nomes das músicas como título dos capítulos pode deixar títulos pouco sugestivos, como é o caso desse. Tem teeempo que eu percebi isso, mas eu pensei, ah, que se dane. A maioria até que faz nexo e isso é o que importa..
Com certeza vcs conhecem essa música, tava na novela A Favorita.

Eu descobri que sou uma escritora compusiva... Ontem eu peguei o caderno só pra arrumar uma partezinha e quando vi tinha escrito MAIS UMA FOLHA! Agora tenho 50 páginas pra digitar deee nooovo. Só porque eu tinha digitado bastante ontem.

Heey galëre, amanhã faz dois anos que eu sou fã de TH! Wiii o/
Ninguém tá ligando pra isso mesmo mas tuuudo bem.
Vou dedicar o capítulo à Vaah de novo pq amanhã é aniversário dela.

Mas enfim. Espero que gostem do capítulo



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Se eu te dissesse coisas que eu fiz antes

Te dissesse como eu costumava ser

Você iria junto com alguém como eu?

Se você conhecesse minha história palavra por palavra

Tivesse toda a minha história

Você iria junto com alguém como eu?

Young Folks - Peter, Bjorn and John


*-*-*-*-*


     Quer saber? Cansei.

     Estou sendo neurótica. O que eu não posso fazer é alterar os fatos por aqui, o que não me impede de ser social. Olha só, eu já comecei ganhando a amizade deles dois de graça, o que é que eu quero mais?

     - Que aula você tem agora? – Bill repetiu a pergunta.

     - História. – respondi checando a folha.

     - A minha é Geografia... – ele disse cabisbaixo.

     - Eu tenho história também! – Tom entrou na conversa – Como você conseguiu fazer aquilo? Matemática pra mim é escrito em japonês!

     - Era óbvio. Eu sei a sequência de progressão geométrica por 2 até o 8192.

     - Sayonara! – ele soltou com cara de quem não entendeu lhufas.

     - Ah, não, me ajuda a ir pra sala, eu já me perdi duas vezes! – pedi.

     Tom riu de mim e assentiu meu pedido. Demos tchauzinho pro Bill e seguimos pra aula de História.

     - Ah, olha isso, nossa aula é com a Jane Gies! Ela me deu História no ano retrasado, é uma peça! Adoro ela! Sempre acha tempo no meio da aula pra inventar uma piada sobre a matéria. – ele euforizou quando entramos na sala.

     Eu costumava detestar História, até hoje. Que aula! Tom e eu ainda ríamos quando encontramos Bill no corredor dos armários.

     - Hey, Bill, como foi a sua aula de Geografia? – Tom perguntou.

     - Me decompus.

     - Ah, cara, você perdeu. Sabe quem a gente pegou em História? Jane Gies!

     - Sorte sua.

     - Mas que cara! Me dá aqui a sua folha de horários.

     Bill obedeceu, Tom comparou as duas folhas e concluiu:

     - Tudo igual. Só separaram a gente nas aulas de História e Geografia. São invertidas. E a sua, Maria?

     Entreguei-lhe a minha folha, ele olhou e devolveu:

     - Igual à minha.

     - Então agora tem aula de quê? – perguntei.

     - Artes. Vamos.

     Conforme o tempo ia passando, mais próxima deles eu ia ficando. Trabalhos em grupo, éramos sempre nós três (precisa dizer que nunca saía nada que preste?), mas eu tomei o cuidado de não me restringir a eles. Tenho bastante amizade com algumas meninas, como Gabi, Monica, Anne, Isabel e Hana. Mas, como o mundo é um mar de rosas (não estou sendo irônica quando digo isso), nem todo mundo daqui gosta de mim. É o caso de Sabine, Nicole e Ines. É aquela turminha as bambambãs da escola. Tenso.

     Pra falar bem a verdade, todo mundo aqui me olha torto, pelo fato de eu ter defendido o Bill no primeiro dia e de andar com eles. Ôh povinho de mente fechada.

     O fato de eu andar com Tom e Bill fez com que eu aprendesse, principalmente com o segundo, sobre esmalte e maquiagem; coisas com as quais, na minha antiga mediocridade, não costumava conviver. Que vergonha, uma mulher dizendo isso! Eu devia ser presa.

     Mas enfim, faz cinco meses que eu estou aqui, feliz e saltitante de férias. Eu já sei o caminho de casa pra escola, mas ainda é tenso eu andar por aqui.

     Que engraçado, eu vim pra cá meio que achando que sentiria saudade da minha vidinha anti-social. Que engano. Poderia passar o resto da vida aqui, é muito bom. Pela primeira vez na vida eu estou sendo a Maria Eurídice... enfim, eu mesma, sem me importar com o que os outros dizem.

     Em casa, eu vou mudando e as pessoas em volta notam isso, e como eu odeio aparecer acabo tenho medo de mostrar essas mudanças. Aqui é outra coisa, ninguém me conhecia, não sou da mesma cultura, não há nada estranho no fato de eu fazer coisas diferentes do resto do povo.

     Eu como boa anti-social, não sou de ficar falando da minha vida pra ninguém, ainda mais aqui, na minha clandestinidade dimensional. Mas por eu ser uma “forasteira”, todo mundo sempre tem uma curiosidade insaciável de saber alguma coisa sobre mim. Bill, por exemplo, todo dia tem uma pergunta nova. E a de hoje foi:

     - Por que você nunca fala nada de você?

     - eu devia falar? – brinquei – Porque eu não tenho o que contar. Ou você imagina que só porque eu não sou daqui vivo uma vida insólita e cheia de aventuras?

     - Bom... Ah, sei lá!

     - Que nada – eu ri -, minha vida é tão ou mais comum do que de qualquer um por aqui... Aliás, é bem melhor que certas coisas permaneçam sem ser ditas.

     - Por que você tem esse ar de mistério?

     - Por que você faz tanta pergunta?

     Ele corou.

     - Não queira saber. – continuei – Mas eu vou te dar um conselho. Não queira se apaixonar por mim.

     Ele corou mais ainda. O que eu tinha dito sério saiu em tom de brincadeira, e Bill me cortou:

     - Se conselho fosse bom não se dava, se vendia.

     - E quem disse que é de graça? Você me deve dois euros! E se ditados populares prestassem, seriam patenteados.

     Nós dois rimos e entramos numa lojinha legal, passeando pelo centro da cidade.

     Depois de olhar aqui e fuçar ali dentro da loja, Bill ergueu uma jaqueta num cabide pra me mostrar:

     - Olha, Maria, isso aqui é a sua cara.

     - Você acha, é?

     - Aham

     - Gostei também. Mas acho que o dinheiro que eu tenho só dá pra pagar o ônibus e uma coca.

     - Hahaha! Vamos ver... Quando é seu aniversário?

     - 11 de gosto.

     - Mas 11 de agosto já passou e... Espera aí... 11 de agosto?

     - Siiiiim.

     - 11 de agosto não foi o dia em que a gente se conheceu? O primeiro dia de aula?

     - Foi sim.

     - Por que não me disse antes?!

     - Você não perguntou, oras.

     Ele fez careta.

     - Ok, brincadeira. Mas data de aniversário não é lá a informação mais essencial para se ter de alguém recém-conhecido, né?

     - É, verdade.

     - Tanto é que você não me disse o seu.

     - Meu o quê? Aniversário?

     - Do que a gente tá falando mesmo?

     - Aniversário. Er. 1º de setembro. Mas e aí? Vai querer a jaqueta ou não?

     - Bill, eu não tenho dinheiro.

     - Dãr, eu te dou ela, bobona. – ele me deu um peteleco na testa.

     - Quê isso, Bill, não precisa. Além do mais como você vai pagar? Não é muito cara?

     - Não tem problema, minha mãe me emprestou o cartão de crédito.

     - Vai falsificar a assinatura da sua mãe? Quem vai acreditar que você se chama Simone Kaulitz? – eu disse sarcástica.

     - Como sabe o nome da minha mãe?

     Poutz, que fora! Gaguejei por uns segundos e inventei uma desculpa convincente:

     - Erm... é que, bom... Tom me disse um dia desses.

     - Ah tá. Mas eu não vou falsificar assinatura nenhuma, até porque não tem necessidade. O cartão da minha mãe tem chip, não precisa assinar nada. Só digitar a senha e pronto.

     Veja bem, aqui é 2003 e Bill me fala sobre um cartão com chip como se fosse a coisa mais banal do mundo. A primeira vez que um desse apareceu na minha casa era... 2007. Ôh paisinho atrasado esse em que eu fui nascer. Tsc tsc tsc.

     - Nunca viu um desse? – ele continuou.

     - Não... Isso deve ser um perigo na mão de certas pessoas que gastam o que não devem...

     - Hey, eu digo pra minha mãe que comprei um presente de aniversário pra uma amiga.

     - Bill, meu aniversário foi há 4 meses atrás. Além do mais a gente tá mais pra Natal do que pra aniversário, não acha?

     - Natal nada, chiu. E a minha mãe não precisa saber que o seu aniversário foi há 4 meses atrás.

     - Mas como você é teimoso.

     - Minha mãe não vai brigar. Eu chego em casa e já dou todas as notas do que eu comprei pra ela.

     - Duvido.

     - Duvida mesmo?

     - Sim.

     - Então almoce lá em casa e confira você mesma.

     - Almoçar na sua casa?


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Notas finais do capítulo

Então... Bom resto do que sobrou do feriado (aqui em Sampa hoje é feriado).
Volto no dia 13.
Bgs!



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