Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 40
Already Gone


Notas iniciais do capítulo

Oi. Voltei.
Usei bastante referência da música nesse capítulo.
Aquela minha velha história, está na fic desde a primeira vez que vi a tradução no MultiShow. :B Preciso voltar a assistir MultiShow oO
Bom. Me ajudem a ganhar um iPod [aaa] http://letras.terra.com.br/promocoes/7anos/20820/ só abrir, pode ignorar o resto.
Falando no Letras Terra (euamoessesite), estou tentando montar uma playlist com todas as músicas da fic. Se eu conseguir, coloco o link no próximo capítulo *-*
Por enquanto, enjoy (:



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Eu não quis que nos queimássemos

Eu não vim aqui para te machucar, agora

Eu não posso parar

Eu quero que você saiba

Que não importa

Onde pegamos essa estrada

Alguém tem que ir

E eu quero que você saiba

Que você não poderia ter me amado mais

Mas eu quero que você siga em frente

Então, já fui embora

Already Gone - Kelly Clarkson

*-*-*-*-*

 

     Dei um abraço e um beijo na minha mãe, me despedindo, e saí.

     Mandei um tchau para Maddie e joguei um beijo para Anna ao sair do elevador.

     Conversar com a minha mãe me fez tão bem que eu até esqueci dos óculos escuros e um monte de gente me parou na rua no caminho de volta pra casa; pedindo foto e autógrafo, perguntando de Tom, Georg e Gustav, dizendo que nos amam e que eu sou lindo e que esperam ansiosamente o CD sair nas lojas, e novas músicas e novos clipes. Dei atenção pra todo mundo, agradeci sorrindo e continuei andando até chegar em casa.

     Tom até estranhou a minha mudança de humor, mas deve ter achado bom que eu tenha encontrado uma mola no fundo da fossa. Estarei bem, pelo menos por enquanto.

     BILL OFF

     Coragem... Era tudo do que eu precisava. Pois foi com um aperto enorme no coração que eu saí de casa rumo ao hotel em que se hospedara o Tokio Hotel. Respirei fundo e deixei os impulsos me guiarem. Já que foi assim que eu estraguei as coisas, talvez esse seja o jeito de consertá-las.

     Entrei no saguão do hotel toda pompa e me dirigi à recepção. Um rapaz me atendeu prontamente:

     - Pois não, madame.

     - Ahm... Eu preciso falar... com o Bill Kaulitz. Ele está hospedado aqui. Não está?

     - Está; mas a senhorita vai me desculpar... Não posso deixá-la subir até os quatro integrantes da banda, a menos que tenha uma autorização.

     - Pois bem, então interfone para o quarto onde eles estão e diga que a Maria Eurídice está aqui e gostaria de falar com Bill. Ele saberá quem eu sou.

     - Maria Eurídice é a senhorita?

     - Certamente.

     - Me desculpe, eu não posso incomodá-los para receber visitas de fãs.

     - Mas pelo amor de Deus! Eu não sou apenas uma fã; eu estudei com eles dezessete anos atrás!

     - Pelo amor de Deus digo eu. Não posso incomodar os hóspedes.

     - Incomodar?! Mas quanta empáfia só porque são famosos! Se eu pedisse pra chamar qualquer um José de Oliveira você obedeceria.

     - Mas a senhorita vem com essa história de que estudou com eles? Faça o favor! Eles são alemães, e a senhorita tem cara de brasileira!

     - Eu estudei na Alemanha, mas como se lhe devesse satisfações! Vai querer que eu prove? Ah, dá licença; se não vai chamar Bill ou Tom chame o gerente!

     - Não podemos resolver isso com calma? – ele ficou aflito.

     - Com calma? Agora você quer que eu tenha calma, se foi você mesmo que começou com a palhaçada de não querer me atender?

     - Mas eu tenho ordens para não anunciar visitas não autorizadas!

     - Você também deve ter ordens pra chamar o gerente se alguém solicitar! Então faça-o antes que eu comece a provar que estudei com os Kaulitz na Alemanha te xingando em alemão, português e com inglês misturado! – gritei já saindo do controle. – Como é que vai saber se a visita é autorizada ou não se nem interfonou ao quarto deles pra saber? Eu já te disse quem sou e a fim de que estou aqui, então ou o senhor me atende direito ou chame o gerente!

     - Senhorita, tenha calma, não precisa gritar...

     - Não precisa gritar? Eu tô sendo praticamente desrespeitada e o senhor diz que não precisa gritar?!

     - Ah, certo, então eu vou interfonar... Espero não ser demitido por causa da insistência da senhorita.

     - Pois devia! Você me deu um péssimo atendimento!

     Ele mexeu no computador e pegou o telefone e digitou um ramal.

     - Hello, who’s talking, please? – ele perguntou. – Oh, Tom Kaulitz. I’m sorry, but there’s a woman called Maria Eurídice here and she’s asking me insanely to talk with Bill Kaulitz. – pausa.

     - Who is insane is your grandma! – sussurrei.

     - Her name? Maria Eurídice. – pausa. – Oh, ok, I’ll send her. Thank you. Um a zero, madame, pode subir. Décimo sexto andar, quarto 161.

     - Eu não disse? Obrigada. E ah... eu não vou prestar queixa de você. – disse andando em direção ao elevador. Entrei, apertei o botãozinho do número 16 e o coração começou a acelerar. Quando eu saltei no décimo sexto andar e bati a porta 161, ele estava quase saindo pela boca.

     POV TOM

     - Tom, quem era no interfone? – Bill gritou de dentro do quarto.

     - Era do serviço de quarto, Bill. – menti.

     Maria Eurídice. Eu conheci uma dezessete anos atrás. Ela era uma viajante no tempo, com as palavras da própria, “uma clandestina dimensional”. E ela era brasileira. E nós estamos no Brasil.

     Antes de ir embora, em 2005, Maria praticamente me garantiu que nunca mais voltaríamos a vê-la. Mas como eu tenho quase certeza de que é a própria que está subindo aí, esta será só mais uma prova de que nunca se deve dizer nunca.

     Ouço batidas na porta. Levanto do sofá e vou até a porta apressado. Abro-a e vejo uma figura familiar. Cabelos castanhos escuros compridos, óculos redondos na cabeça e o mesmo rosto misterioso expressivo de quando viveu com a gente.

     - Tom... – ela sussurrou.

     Sorri. Uma fração de segundo depois estávamos abraçados na soleira da porta.

     - Maria!... É você mesmo! Juro que eu achei que nunca mais nos veríamos...

     - Eu também, mas não consegui permitir a mim mesma a fazer isso com vocês... Ah, Tom! – ela apertou o abraço.

     Depois de alguns segundos, nos afastamos um pouco e eu perguntei:

     - Maria... me responde uma coisa... quantos anos você tem?

     - Vinte e seis. Eu sou cinco anos mais nova que vocês.

     - Você não tá mais viajando no tempo?

     - Oh, não; esse aqui é o meu lugar agora. Mas pelo amor de Deus, não vamos voltar a isso mais do que eu já tô fazendo...

     - Ok... Que b... – minha fala foi interrompida pelo meu irmão, que chegou à sala perguntando:

     - Tom, com quem você tá fal... – ele se interrompeu ao vê-la (eu estava de costas para ele).

     Nenhum dos dois teve reação: ficaram parados se encarando com caras de paisagem enquanto eu saía do meio. Alguns longos minutos se arrastaram até que Maria resolveu se mexer e disse apenas:

     - Ah... Bill...

     Penso que o assunto que eles tinham pendente que causou tanta tensão nos primeiros minutos não seja da minha conta, então eu resmunguei “com licença” e saí em silêncio dali.

     TOM OFF

     POV BILL

     No momento em que vi com quem Tom conversava, a minha reação foi paralisar completamente. O corpo não se mexia e o cérebro não pensava. No instante seguinte fui invadido por um misto de sensações e incertezas: surpresa, alegria, desconfiança, desespero, nostalgia, lembranças; um nó na garganta, o embrulho do estômago e a disparada do coração. Pensei que estava prestes a ter um infarte. Mas de súbito tudo voltou ao seu ritmo normal quando ela disse:

     - Ah... Bill...

     Prendi a respiração antes de me permitir fazer qualquer coisa. Notei que o Tom saiu de fininho e, dois segundos depois, soltei o ar dos pulmões dizendo:

     - Mari...?

     Ela acenou positivamente com a cabeça bem devagar.

     - Eu... eu não acredito, Maria Eurídice, é você mesma?...

     - Sou eu, Bill.

     Tomei coragem e avancei alguns passos. Precisava ter certeza de que aquilo era real; de que não era sonho nem alucinação nem pegadinha. Cheguei ainda mais perto e toquei no rosto dela. Seus olhos se encheram de lágrimas.

     - Eu não disse que vocês chegariam até aqui? – ela disse.

     Foi a gota d’água para eu crer que eu não estava sonhando. Era ela, a Maria Eurídice, a minha Mari, a minha menina do Tempo, a mesma garota que eu amei perdidamente, que sumiu no ar na minha frente e que eu nunca consegui esquecer agora está aqui diante de mim de novo.

     - Você não tinha dito que eu nunca mais te veria?

     - Eu também achei... Mas eu não consegui fazer isso comigo mesma, e não consegui fazer isso com você.

     - Quer dizer que você nunca me esqueceu?

     - E como eu poderia? E você, apesar de tudo... pelo que vejo também não me esqueceu.

     - Nunca. Eu não só nunca te esqueci como também... ah, Mari... eu ainda te amo.

     Beijei-a do mesmo jeito como fiz na primeira vez que lhe disse isso – e ela não tentou se soltar, se esquivar, controlar, nem ignorar ou repelir. A correspondência foi exatamente a mesma: espontânea, sincera e direta. Novamente me arrepiei ao senti-la pondo as mãos em volta do meu pescoço, e novamente segurei-a pela cintura inspirando desejo e ao mesmo tempo respeito.

     Depois nos abraçamos, cada um com medo de que o outro pudesse evaporar.

     - Por que você fez isso?... – ela sussurrou ao meu ouvido.

     - Eu precisava. – respondi.

     - Por que você não muda? Por que só faz as coisas impulsivamente?, que merda, Bill, até parece que você gosta de me ver sofrer!... As coisas não podiam ser assim... Você não sabe se eu estou bem, o que eu estou fazendo; você nunca soube!...

     - Então me conta, droga! Eu não sou adivinho! Como é que você quer que eu saiba as coisas a seu respeito se é você quem não fala nada?! De mim você sempre teve tudo, sabia tudo, desde o mais superficial até o detalhe mais íntimo!... E você pra mim sempre foi uma incógnita... como se fosse uma judia em plena Segunda Guerra fugindo da SS!

     - Me desculpe, Bill... Eu fiz tudo aquilo pra te proteger.

     - Claro, porque você sempre sabe de tudo e sempre tem o controle de tudo. Mas eu não estou agüentando mais isso, então pelo menos dessa vez vamos fazer as coisas do meu jeito! Senta nessa poltrona e me responda: quem é você?

     Ela baixou lentamente na poltrona e eu peguei uma cadeira com rodas e me sentei de frente para ela.

     - Ok. – ela começou – Meu nome... é Maria Eurídice Garcia Albuquerque Duarte. Eu nasci em onze de agosto de 1994 em Florianópolis, estado de Santa Catarina, no Brasil. Eu sou fruto de uma aventura entre os meus pais: eles se davam bem, tiveram uma relação e eu nasci. Nenhum deles queria um filho... minha mãe é uma pessoa egoísta e presunçosa que só pensa em trabalho, e meu pai é um hippie deixa-a-vida-me-levar. Eu morava com a minha tia, única irmã da minha mãe, e minha prima. Eu vim pra São Paulo pra fazer faculdade e moro aqui sozinha desde então. Me formei em Administração. – pausa. – E eu também sou uma ladra que entrou nos laboratórios do FBI e roubou um aparelho vulgarmente conhecido como “máquina do tempo” pra realizar uma quimera retardada da adolescência porque a História dizia que eu iria alterá-la. E surpresa: nada precisou ser alterado; porque tudo o que aconteceu, tudo o que passamos, faz parte da ordem natural das coisas. – nova pausa. – Quando eu fui pra 2009 e pedi pra mim mesma adolescente para não mexer em nada, foi com o intuito de alterar tudo, mas... bom, deu no que deu. Resumindo, tudo o que aconteceu e está acontecendo é a verdade, não houve alteração alguma... Enfim, hoje eu trabalho no setor administrativo de uma empresa multinacional. E eu tenho um filho.

     - QUÊ?! Mas... você não é casada... é?

     - Não, não sou. Tive a mesma história da minha mãe, quase. Eu achava que gostava dele... aí eu engravidei... Ele sugeriu que eu abortasse. Fiquei louca, eu não abortaria uma criança nem que fosse legalizado... Ele disse então que até assumiria e pagaria pensão, mas não queria saber de filho. Eu tive a criança; meu filho se chama Lucas, tem três anos e mora comigo. E hoje é a única razão pela qual estou viva.

     - Nossa... – não tive nem o que falar.

     - Bill, me desculpe por ter escondido de você quem eu era.

     - O quê?

     - Talvez se eu não tivesse sido tão idiota as coisas fossem diferentes. Eu nunca quis te fazer sofrer, mas o que acabei fazendo condenou a nós dois. – ela baixou os olhos. – Mas de qualquer forma... – tornou a falar após alguns segundos, erguendo o rosto e lutando contra as lágrimas – não era mesmo pra gente ficar junto.

     - Mas nós podemos agora, não podemos...?

     - Não, não podemos, Bill. E eu só vim aqui... pra tirar de uma vez por todas esse peso das nossas cabeças... e deixar você pra sempre.

     Não tive reação.

     - Eu quero que você saiba, Bill – ela começou a chorar -, que você não podia ter me amado mais.

     - Por que tá dizendo isso?! – gritei.

     - A gente sempre soube que teria uma hora do adeus. Algo sempre esteve errado. – ela disse e chegou mais perto, aproximando nossos rostos. – Você sabe que eu te amo... Eu te amo o bastante pra te deixar seguir em frente em paz.

     Ela me beijou. A princípio foi tão neutro quando inesperado, mas no terceiro segundo já tínhamos nos entregado um ao outro, profunda e ardentemente, como se voltássemos a ser dois adolescentes.

     - Por que... você tem que fazer isso comigo... de novo? – perguntei.

     Ela me soltou e disse:

     - Porque não há continuação para nós... A partir daqui a estrada se bifurca e cada um é obrigado a ir para um lado...

     - E não podemos ir para o mesmo lado...

     - Alguém precisa jogar a toalha – ela disse levantando do sofá e caminhando em direção à porta segurando os braços na frente do corpo. – Então eu já fui embora.


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Notas finais do capítulo

Sem mais,até segunda-feira. Lalalala
PS: gente, se tem alguém daqui me seguindo no twitter, avisa que eu sigo de volta ;z
Sou mega desligada com followers.
Té maais :*



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