Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 2
Save You


Notas iniciais do capítulo

Pois é.
Zurück.

Eu tinha dito que se não viesse muito retorno só ia postar a fic na semana que vem, mas decdi postar hoje por dois motivos:
1: adiar o capítulo ia dificultar a minha vida e distorcer todo o cronograma que eu fiz pra todos os capítulos que eu já tenho escritos.
2: por duas pessoas: a Nanny, que a uns minutos me emocionou no msn dizendo que eu sou a melhor autora desse site @.@ (te amo cunhada *------*) e a Vaah², que fez propaganda da fic ontem pra eu postá-la hoje (pena que não deu certo =T).

E esse capítulo tá muito melhor do que o primeiro.
Adorei escrevê-lo!
Agora Biu e Tomi dão o ar de sua graça! õ/ eeeee
Enjoy



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Tomo um fôlego

Eu vou me controlar

Só mais um passo

Até alcançar a porta

Você nunca saberá o jeito

Que me faz em pedaços

por dentro para te ver

Eu queria poder

te dizer alguma coisa

pra fazer tudo ir embora

Save You - Simple Plan

*-*-*-*-*

     Agora o desafio era: ir parar na mesma escola dos gêmeos.

     Eu já sabia qual era, pois quando cheguei aqui, estava perto de lá. Colégio Delta. Na primeira oportunidade, comentaria sobre isso com D. Silvíe.

     Enquanto isso eu vou me alojando no quarto. É lindo, grande, arejado, com uma decoração de muito bom gosto. Arrumei minhas coisas no guarda-roupa e tratei de esconder muito bem o trocinho do tempo, num lugar em que eu não esquecesse onde está. Quanto à escova de dentes, acho melhor guardar comigo por um tempo – é muito cedo pra marcar território. Está de tarde aqui, e eu tô meio cansada depois de andar tanto pela cidade. Eu vou dormir um pouco. Só não espero acordar de um sonho, pelo menos não ainda.

     Acordei com Brenda batendo na minha porta – hora da janta. Hmm, que fome... Durante o jantar, D. Silvíe me fez uma série de perguntas; nome completo, data de nascimento, nome do pai, nome da mãe, onde eu nasci, etc. etc. etc. Tive que mentir algumas coisinhas, claro; a data de nascimento por exemplo. Se na metade de 2003 eu tinha 13 anos, então eu nasci em 1989. Também inventei nomes pros meus pais, mas falei minha verdadeira aberração de registro; Maria Eurídice Garcia Albuquerque Duarte. Mas que mania que brasileiro tem de dar uns nomes enormes desses pros filhos. Prefiro que me tratem de Maria Albuquerque e olhe lá. Durante a conversa, comentei:

     - Quando eu vim pra cá passei em frente a uma escola... Qual era mesmo o nome? Colégio Alfa, Ômega...

     - Delta? – ela perguntou.

     - Isso aí. Sabia que era uma letra grega.

     - O Delta é uma boa escola... Um primo meu estudou lá. Quer ir pro Delta?

     - Tanto faz... – tentei ser indiferente – Não conheço nada aqui.

     - Bom, amanhã a gente vai tirar o seu documento, fazer a matrícula, essas coisas.

     Eureca, um passo a menos pra dar.

     Semana seguinte, segunda de manhã, meu aniversário. Vamos pra escola!

     Levantei, tomei café, me arrumei e Silvíe me levou de carro.

     Cheguei lá, procurei as listas de sétima série e achei meu nome na 7ªA. E bem na única coisa para a qual eu precisava de sorte: lá estavam, na mesma lista, os nomes de Bill e Tom. Só faltou eu sair pulando pela escola tamanho o meu frenesi. Belo presente, haha!

     Bateu o sinal, hora de entrar. Achei minha sala, não estava cheia, mas os gêmeos já estavam lá. Lembrei do que eu tinha ouvido de mim mesma, pra eu me aproximar o menos possível deles, então me sentei no lado oposto da sala.

     Primeira aula, Alemão, professora Sarah Frank. Lembrei da Anne Frank, é, eu já li o diário dela. Chamada. Ao ouvir o meu nome, respondi um presente sem o menor sotaque alemão, o que fez com que a profa (e a sala inteira) olhasse pra mim.

     - Quem é?

     - Eu – levantei a mão.

     - Você é daqui? – ela perguntou.

     - Não. Sou brasileira.

     - Explica-se o sotaque. Tem família aqui?

     - Não.

     - Intercambista?

     - Não, er.... É! – sorri.

     - Há quando tempo tá aqui?

     - Ontem fez uma semana.

     - Olha, pra quem tá aqui faz uma semana você já fala alemão muito bem.

     - Obrigada. Eu já sabia bastante coisa; costumava passar as férias numa cidade cheia de emigrantes alemães.

     - Bom, povo, temos uma estrangeira na sala. Seja bem vinda, Maria, né?

     - Aham. Obrigada.

     POV BILL

     Pra um primeiro dia de aula, tava tudo correndo tranquilo. TAVA, né, até a quinta aula: Educação Física. Fomos pro ginásio, e lá apareceu o professor Sean Backer. Ele não é o professor mais bem falado da escola, mas eu nunca tive aula com ele pra julgar.

     Começou a aula pedindo que todos ficassem em fila e se apresentassem. Normalzinho, até que chegou a minha vez. Ele me olhou... e perguntou:

     - O que é você?

     Senti o sangue do Tom ferver, ele estava á minha esquerda.

     - Meu nome é Bill – respondi, tentando passar ao meu irmão uma mensagem para que ficasse calmo.

     - Você vem pra escola... assim?! – ele me mediu sem a menor descrição.

     - Venho. Algo errado?

     - Tudo errado. Eu me recuso a dar aula pra você desse jeito.

     - Desse jeito, como?

     - Ainda pergunta? Pois eu respondo! Eu não vou dar aula para um moleque que pinta as unhas e usa maquiagem na cara! Vá se limpar agora, e tire esses pinos da língua e da sobrancelha também!

     Eu abaixei a cabeça.

     - Anda, tá esperando o quê?

     Eu saí da fila e me pus a andar em direção ao vestiário, enquanto Tom parecia querer voar na cara do professor.

     - Hey! Bill, né? – ouvi de repente alguém me chamar. Me virei e vi que era uma menina lá do fim da fila.

     - É. O que foi? – perguntei.

     - Tá indo pra onde?

     - Vestiário. Eu tenho que me lavar.

     - No seu lugar eu não ia não.

     Olhei pra ela arregalado enquanto o professor entrou na conversa.

     - primeiramente, quem a senhorita pensa que é pra contestar uma ordem minha?

     - Maria. E com todo o respeito, professor, mas eu acho que o senhor não tem o direito de fazer isso.

     Ela é louca? Como assim, enfrentando o Backer por minha causa? É a tal estrangeira, por que ela tá fazendo isso se nunca me viu na vida?!

     - Por que eu não tenho o direito? Aqui sou eu quem manda. Ou você quer ser suspensa da aula?

     - Não é isso, professor, eu apenas disse o qu eu acho. Por que não quer dar aula pra ele? É um educando como o resto de nós.

     - É um aluno desequilibrado! E você também deve ser!

     - Desequilibrado? – disse Tom com bastante ênfase na palavra.

     Depois dessa até eu me irritei e disse em bom tom:

     - O senhor me conhece pra dizer que eu sou desequilibrado?

     - Você não se intrometa e vá se limpar! – ele gritou apontando o vestiário.

     - Você vai? – a menina perguntou de novo.

     - Cala a boca, garota! Não vem querer dar uma de sabichona aqui não

     - Eu só tô perguntando se ele vai.

     - Chega, saia daqui! Você tá suspensa da aula!

     - Tá bom. – ela deu de ombros e saiu andando na direção dos campos.

     Olhei a cena atônito parado no meio da quadra.

     - Professor, quer me suspender também ao invés de mandá-lo ir tirar a maquiagem dele? – Tom perguntou.

     - Por que, você namora com ele? – Backer perguntou com tom nojento de deboche.

     - ELE É MEU IRMÃO! - Tom berrou. – Se tu quiser dar aula pra ele sem a maquiagem dele vai querer me dar aula pelado também!

     - O que é que você tá pensando, moleque?

     - Eu tô pensando que ele não vai ir tirar porra nenhuma!

     - Agora chega! Fora daqui os dois! Tem mais alguém querendo me desafiar aqui?!

     Ninguém respondeu. Tom veio andando em minha direção, mas eu o fiz dar meia volta e fomos para os campos também. Queria falar com aquela menina, perguntar o que deu nela pra me defender daquele jeito. Será que de onde ela vinha os alunos interferem sempre nas ordens dos professores, apenas por achar que estão errados?

     BILL OFF

     Eu sei, não devia ter feito aquilo, mas não deu. Eu lembro qual foi a minha reação quando eu li que Bill passava por aquela situação: não chorei na hora, apenas fiquei com um aperto enorme no coração. Mas quando fui dormir, passei a noite em claro, não preguei o olho, e levantava da cama de cinco em cinco minutos por causa do ataque de rinite que deu e o nariz ficou escorrendo. Não conseguia tirar aquilo da cabeça; e em outras palavras, naquela noite eu chorei pelo nariz.

     Quanto a presenciar aquela cena, então... Eu não aguentei assistir àquilo calada. Então interferi. Eu posso ter me ferrado, mas pelo menos fiz o que achei certo. Enquanto isso, vou ouvir Coldplay no mp3 pra ver se eu me acalmo. Deitei a arquibancada, pus meus óculos de sol redondos (fico parecendo uma vespa mas eu gosto deles), os fones no ouvido e fiquei sentindo a brisa gelada de fim de inverno na Alemanha.

     De repente uma sombra bloqueia o solzinho no meu rosto, eu abro os olhos e ouço alguém perguntar:

     - Qual é o seu nome mesmo?


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Notas finais do capítulo

Tá... Agora é sério, até terça que vem.
E eu espero algum reviewzinho de vocês, pra que eu deixe de me sentir a triúltima das criaturas! *cry oceans*