Geisterfahrer - a Menina do Tempo escrita por seethehalo


Capítulo 10
All About Us


Notas iniciais do capítulo

Vou dedicar esse capítulo à Naomi... porque eu estava com mais de 50 folhas dessa fic pra digitar e ela se ofereceu pra me ajudar. E no mesmo dia, bingo, minha mãe me racha o pc. Se não fosse pela Nanni, eu não teria capítulo pra postar semana que vem.
Obrigada, Nanni! n_n

Geente, quê isso, só 2 reviews??? oO
Pode comentar, eu não mordo.

E não se esqueçam da campanha: http://screamin4tokiohotel.blogspot.com/2010/07/projeto-tokio-hotel-5-anos.html
Preciso de toda a ajuda possível.



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Se eles machucarem você

Eles machucarão a mim também

Então nós iremos nos levantar

Não pararemos

E isso é tudo sobre

Isso é tudo sobre

All About Us - t.A.T.u.

*-*-*-*-*

     Fui procurá-la; passei as últimas duas semanas hesitando em fazer isso, agora que tenho certeza, não posso perder tempo.

     Achei-a fuçando no armário e chamei:

     - Maria, preciso falar com você.

     - Pode falar. – ela disse sem parar o que estava fazendo.

     - Olha pra mim, caramba. É importante.

     - Hm. – ela abandonou o armário, dando-me atenção.

     - É sobre o que você disse... e sobre o que eu disse naquela festa.

     - Quê que tem?

     - Desculpa.

     - Como é?

     - Desculpa, cara. Você foi quase obrigada a dizer aquela minhocarada toda. E eu fui um imbecil acreditando naquilo e feito aquele discurso patético. Ainda mais porque eu precisei cair na mesma armadilha pra perceber... Podemos transformar nossa trégua temporária num tratado de paz permanente? – eu disse isso mesmo?!

     - Solicitação aceita, general. Só espero não termos que travar outra guerra. – ela disse e riu – Tá, parei.

     Estendi-lhe a mão para firmarmos o acordo – ela apertou e eu puxei um abraço.

     - Qual é o primeiro horário mesmo? – perguntei, ao ouvir o sinal batendo.

     - Alemão.

     - Argh!

     - Por que argh?

     - Detesto Alemão.

     - Afe! Frescura. Vamos pra sala.

     - Frescura! Aposto que você também detesta aula de Português no Brasil. É Português a língua de lá, né?

     - Aham. Mas português é um porre! A gente passa a vida inteira aprendendo sempre a mesmíssima coisa!

     - Alemão é igualzinho. Não dou dois meses pra você enjoar. – disse isso e entramos na sala. Me sentia com menos dois quilos na cabeça.

     Tudo ficou bem. Só estranhei o fato de que o Tom e a Maria ficaram se engraçando O DIA INTEIRO atrás de mim.

     Até que chegou a fatídica 5ª aula. Eu fiquei meio atormentado ao lembrar que voltaria a encarar o Backer: no ano passado, eu só usava lápis no olho; agora, aderi à sombra também.

     - Eu quero ir embora. Não tenho coragem.

     - Eu tô aqui, Bill, fica calmo – Tom tentou.

     - Calma? Você não lembra como ele me tratou no ano passado, quando eu só usava lápis e nem franja tinha? Olha bem pra mim e arrisca um palpite sobre o quê que ele vai achar!

     - O quê que é isso, criatura?! Você tá com medinho? – fiquei com medinho pelo modo que a Maria disse isso – Tá todo nervoso, querendo fugir... Onde é que tá o seu orgulho? Sua segurança? Olha isso aqui – ela estendeu um espelho no meu rosto. – Que tal? Gosta do que tá vendo?

     Balancei a cabeça afirmativamente e ela continuou:

     - Então mande o resto do mundo às favas e vai lá encarar o Backer!

     - Mas é que...

     - Mas é que o quê? Ele vai te xingar? E você com isso? Se fosse preciso, eu metia minha colher de novo, mas eu espero que não haja necessidade. A gente vai lá e se ele implicar com a sua cara você o manda ver se eu estou na esquina! Tá legal?

     - Você tem um jeito meio estranho de incentivo, sabia? Tá legal.

     - Na hora em que eu me pus à sua frente, no ano passado, eu não queria nada. – ela disse em tom mais calmo – Mas depois que você me deu a sua amizade, eu esperei que você tivesse ficado mais seguro de si pra não se submeter à ignorância de gente como o professor.

     - Maria...

     - Ham?

     - Valeu. Agora eu vou lá.

     Eu falo do Tom, mas não pude deixar de imitar a performance dele pra entrar no ginásio. Assim que me viu, o Backer já começou com o deboche infame:

     - Ah, mas bem que eu tava achando bom demais. Chegou o trio parada dura, o esquisito e os disturbiados!

     - Esquisito e os disturbiados? – Maria disse – Isso me lembra nomes daqueles programas de humor ridículos da tevê. Assim você ofende, professor.

     - Era mais ou menos essa a intenção.

     - Então vamos montar um trio de música erudita com esse nome, gente. Vai fazer sucesso – debochei.

     - Boa ideia, Bill! A gente veste fraque e a Maria um daqueles vestidos longos cheios de pedras! – Tom completou – Balela!

     - Olha, eu não conheço muito bem todas as leis da Alemanha, mas aposto que se eu processar o senhor por danos morais eu ganho a causa. E eu não tenho medinho. Então eu sugiro, Sr. Backer, que tratemos uns aos outros com respeito a fim de evitar dores de cabeça futuras.

     - Você é muito abusadinha, sabia, menina? – Backer disse. – Quer passar mais um semestre suspensa da Educação Física?

     - Sabia. Pra mim não teria problema nenhum. Vou vir com a nota média mesmo...

     - E você, moleque sei-lá-o-quê? Resolveu se pintar mais ainda?

     Sabendo que se referia a mim, cruzei os braços e fiquei encarando.

     - E o outro?

     - Estou com os dois. Bill e Maria têm nomes. – Tom disse, delicado como sempre.

     - Olha, eu não vou perder tempo nem a minha paciência com vocês três.

     - Então a gente pode sair andando, pra não precisar perder o NOSSO tempo aqui? – na hora eu não acreditei que disse isso.

     - SUMAM! – ao ouvi-lo dizer isso, nos viramos e fomos embora.

     BILL OFF

     Saímos do ginásio cantando vitória, Além de falar umas pro Backer, levamos de brinde mais um semestre livres da Educação Física!

     - Eu consegui... – disse Bill, sentando na arquibancada de madeira.

     - É, Bill, você conseguiu. Parabéns. – falei.

     - E se não fosse por você eu teria fugido... Que covardia.

     - A única coisa que eu fiz, Bill, foi te chacoalhar pra você encarar a situação de frente. Ele não tem o menor direito de querer dar aula pra você ou não só pelo fato de você usar a sua maquiagem. Daria no mesmo se ele tivesse se recusado a dar aula pra mim só por eu não ser daqui.

     - A coisa não é bem assim, Maria. Minha maquiagem não tem nada a ver com o lugar onde você nasceu.

     - Afe, Bill, quer saber? Deixa de neurose. Pare de se importar com os outros falando merda de você por ser diferente. Ria deles por serem todos iguais.

     - Filosofia legal – Tom comentou.

     - Do Bob Marley – informei. – Adoro essas coisas que ele disse. – virei para Bill – E você tinha que aderir a ela. Mas por enquanto, você conseguiu.

     Bill me abraçou.

     Ficamos jogando conversa fora o resto da aula. E quando voltamos para a sala, uma nossa conhecida deu-nos o ar de sua desgraça.

     - Posso sanar uma curiosidade? – Sabine chegou perguntando, sendo seguida por Ines e Nicole – Vocês dois tão namorando? – apontou para mim e Tom.

     - Não é da sua conta, honey. – respondi em tom de deboche.

     - Deixa que saiba, Maria – Tom me repreendeu. – Sim, nós estamos, mas que tal você ir cuidar da sua vida?

     Ela fez uma cara de espanto com indignação e disse, cínica:

     - Bill, vai deixar seu irmão falar assim comigo?   

     - Hã... e por que eu deveria fazer isso? – cortou, tirando os olhos do livro que folheava. – Eu não mando na boca do Tom.

     - Deixa estar, Kaulitz. Deixa estar. – ela disse e saiu andando. Bill voltou a folhear seu livro, mas bastou perceber que a garota ia longe para explodir:

     - Que história é essa, vocês dois?!

     Ops... pensei que ele soubesse disso. Só olhei pro Tom, que tratou de explicar rapidinho. Se bem que “explicar” não é bem o termo:

     - É isso aí mesmo que você ouviu, mano. Estamos juntos.

     - Hm... cadê a câmera? – Bill perguntou, incrédulo – É pegadinha. ‘Cês combinaram, né?

     - Para de besteira, Bill. É verdade. – confirmei.

     - Ah, tá – ele continuou debochando. – Vocês não têm nada a v...

     Ele não conseguiu terminar a frase – e eu, o pensamento. Tom ia me agarrando quando a profa entrou na sala e ele foi obrigado a me largar. Que medo! Mas esse nosso namoro não era de mentirinha???

     POV BILL

     Tá bom, eu juro que pensei que aquela cena toda era só uma armadilha pra eu me tocar da burrada que tinha feito, mas parece que isso foi só uma consequência de alguma coisa maior. Nah, eu não acredito que aqueles dois estejam namorando, eles não têm nada a ver. Eles estão é aprontando alguma, isso sim. E eu pago pra ver o que é.

     Colei neles a partir daquele dia. Puxava assunto, jogava umas indiretas, dei até pra ouvir conversa, mas tá difícil. Tom é o tipo de pessoa que faz esse tipo de coisa só pra causar; já a Maria, não sei.

     Mas espera aí, e se ele estiver achando que eu... er... gosto dela e inventou isso pra fazer ciúme? Bom, nesse caso, ele teria que ter dito alguma outra coisa pra ela também, porque eu duvido que contaria uma suspeita tão séria assim, e para a própria. Mas de que isso é uma farsa, já estou convencido, nunca vi os dois se beijando... ainda mais se considerar como o meu irmão é exibicionista, egocêntrico, narcisista e modesto.

     Tinha que levar em conta o lado dela... Isso é difícil, a Maria é tão fechada, faz mistério em tudo. E eu não tô com ciúme. E eu não... er... Ah, ela é minha amiga.

     BILL OFF

     Uma coisa que eu não entendi ainda é o que exatamente o Tom quer fazer partindo de um namoro falso. Se era pra provocar o Bill, creio que não precisa mais, porque a gente já se acertou no primeiro dia de aula. E isso já tem duas semanas, e eu continuo boiando.

     Bill tinha ido comprar alguma coisa na cantina; aproveitei a oportunidade para perguntar a Tom o que tem me atormentado:

     - Tom...

     - Han?

     - Me explica uma coisa... O que exatamente você queria com esse nosso pseudo-namoro, hein?

     - O que a gente já tá conseguido: tirar a Sabine do sério fazendo-a pensar que a cilada que ela armou pra você não deu certo.

     - O pior é qu esse é o problema. Deu certo.

     - Como assim?

     - Quer dizer, em outro sentido, porque nós dois brigamos com ele... A minha briga não foi por causa dela, e já foi resolvida; mas eu percebo que vocês dois ainda estão se faiscando por causa disso.

     Ele suspirou profundamente e disse:

     - É mesmo. Eu não consigo por na minha cabeça que foi armação dela, e com terceiros fins; porque poxa, foi mancada dele sim, ele sabia que eu já tinha ficado com ela e se jogou.

     - Mas você já olhou pelo lado dele? Que ele também é vítima nessa história toda?

     - Realmente, não pensei nisso. Você tem razão.

     - Ele tá voltando, olha, por que não pergunta?

     - Bill – ele tornou a dizer quando o irmão se aproximou -, posso te fazer uma pergunta?

     - Faz – Bill respondeu oferecendo-nos seu lanche.

     - Por que você ficou com a Sabine depois de mim naquela festa idiota?

     Tom perguntou com o olhar baixo, e também notei a insegurança do Bill diante da pergunta. Decerto não lhes era um assunto fácil.

     - Er... com licença – falei e ia saindo.

     - Fica – eles pediram em uníssono.

     - Meninos, isso é assunto de vocês, eu não tenho nada a ver com isso.

     - Mas fica – Tom pediu.

     Obedeci e me sentei de novo. Nenhum dos dois disse nada durante mais meio minuto, e foi Bill quem se manifestou:

     - Eu... Tom, primeiro eu peço que você me ouça até o final; a minha versão dos fatos e o que eu tenho a dizer. – levantou a cabeça – Tá bom?

     - Aham.

     - Bom, o que aconteceu foi o seguinte... Depois que eu briguei com a Mari eu fiquei muito triste... Achei que, pelo que ela tinha dito, toda a nossa amizade era uma farsa. Agora eu sei que não é bem assim – ele olhou pra mim e eu sorri -, mas enfim. Saí do salão pra tomar um ar. Lá estava eu, sentado na grama, sensível e vulnerável a qualquer coisa, quando a Sabine chegou... Ela me envolveu tão rápido com uma conversa, me senti hipnotizado... E a gente se beijou. Daí quando você berrou eu meio que acordei. Tom, aquilo não foi voluntário. Eu estava fácil e caí na rede. Você não imagina como eu fiquei por causa disso...

     Tom ficou sem dizer nada.

     - Tom... fala alguma coisa.

     - Infeliz.


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Notas finais do capítulo

Uuhl, terminou tenso..
Espero que tenham gostado.. Até semana que vem, folks ;**