Invisible Play - Checkpoint escrita por Douglastks52


Capítulo 2
Infantilidade e Agressão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Kurokawa balança seu braço com força e suas garras fazem vários coelhos se desintegrarem em pequenas partículas brilhantes: 

—Que estranho, existem vinte e seis jogadores dentro desse calabouço, mas não encontramos nenhum até agora. -Comenta Takeda. 

—Como você sabe quantos jogadores existem aqui dentro? -Pergunta Kurokawa. 

—Está tudo na interface, incluindo quanto tempo falta para o chefão renascer. Você nunca jogou jogos online antes? 

—Jogos online implicam ter que interagir com outras pessoas, jogar é algo que eu faço para me divertir e interagir com outras pessoas é o completo oposto de diversão. 

—Típica mentalidade antissocial do Kurokawa. 

—De qualquer forma, quão longe estamos do chefão? 

—Eu não sei. -Respondeu Takeda. -No mapa só aparece as zonas pelas quais já passamos. Esse calabouço não é muito grande, mas toda vez que o chefão morre o interior muda. 

Kurokawa, que corria na frente de Takeda, subitamente para: 

—Eu estou escutando alguma coisa... 

—Eu não estou ouvindo nada. -Diz Takeda olhando seus arredores. 

—Metal batendo contra metal, não muito longe daqui... 

—Devem ser jogadores, é provável que eles estejam perto da sala do chefão, o barulho vem de onde? 

—De trás dessa parede. -Diz Kurokawa apontando para sua direita. 

—Tudo bem, então se continuarmos até o fim do corredor onde estamos, e depois virarmos à direita é possível que... 

Antes de terminar sua frase, Takeda é pego de surpresa por uma pequena explosão que faz poeira levantar e pedras serem arremessadas em várias direções. Ele, assustado e confuso, olha na direção da explosão para ver Kurokawa retirando seu braço da parede destruída: 

—Isso...também...funciona... -Afirma Takeda. 

Os dois atravessam a parede através do buraco criado por Kurokawa e rapidamente se deparam com outra parede. Takeda suspira e cobre seus ouvidos com suas mãos. Outra pequena explosão é criada: 

—Estamos perto! -Diz Kurokawa ficando animado. 

—A tua audição não é normal. -Comenta Takeda. -Eu ainda não estou ouvindo nada... 

Os dois voltam a movimentarem-se rapidamente até que os ruídos de uma batalha se tornam claros até mesmo para Takeda: 

—Kurokawa, lembra, nossa prioridade é chegar na sala do chefão! 

No mesmo instante, duas pessoas trocando golpes usando espadas entram no campo de visão de Kurokawa. Ele acelera sua velocidade e se aproxima. Sem tempo de reagir ou de sequer entender o que aconteceu, um deles tem o seu crânio afundado numa parede enquanto o outro é arremessado para longe em direção ao fim do corredor: 

—Sim, vamos derrotar o chefão, depois de eu descer a porrada em todos os jogadores aqui dentro. 

—Temos quinze minutos. 

—Não preciso de mais. 

Takeda e Kurokawa retomam a corrida e um pouco a frente acham o homem que Kurokawa havia arremessado caído no chão. Ele tenta levantar-se e tem seu corpo esmagado por outro ataque de Kurokawa, sangue escorre pelo chão. Takeda segue logo atrás enquanto observa aquela cena: 

—Você não está usando um pouco de força demais? 

—Quem se importa? -Responde Kurokawa. 

Kurokawa percebe a presença de outra pessoa e mais uma vez aumenta sua velocidade. Quando Takeda aproxima-se o suficiente para observar, a luta já havia acabado e o inimigo de Kurokawa estava inconsciente: 

—Porque as pessoas aqui são tão fracas? 

—Você que é forte demais para o teu nível. -Responde Takeda. 

Os dois finalmente atingem o final do corredor e se deparam com uma grande sala. No lado oposto da entrada existe um grande portão vermelho com adereços dourados. Do lado direito da sala está um grupo de cinco pessoas enquanto que do lado esquerdo existe um grupo de quatro pessoas. Os dois grupos discutem sobre alguma coisa. 

Na frente do grupo de cinco pessoas está um jovem magro e alto usando roupas folgadas e carregando uma longa katana. Ele, ao perceber a presença de Kurokawa e Takeda, suspira levemente irritado: 

—Ótimo, mais pessoas. 

Liderando o outro grupo está um homem com uma armadura pesada juntamente de um escudo e uma espada. Ele sorri quando entende que mais pessoas entraram na sala: 

—Parece que você acabou de perder sua vantagem numérica, samurai! 

—Eu prefiro evitar batalhas desnecessárias se possível, paladino. -Responde o homem com a katana. -Você realmente acha que vai conseguir vencer pegando emprestado a força de duas pessoas que você não conhece? 

O homem de armadura completa reflete sobre a situação mais uma vez: 

—Realmente, mesmo que esses dois que acabaram de aparecer sejam fortes, vai ser difícil conseguirmos lutar juntos de forma coordenada... 

Kurokawa dá um passo à frente: 

—Vocês entenderam a situação toda errada, eu não vou me aliar a nenhum de vocês. Eu vou destruir qualquer pessoa que entre no meu caminho e sinceramente, seria mais divertido se vocês todos tentassem me derrotar juntos. 

A tensão presente na sala imediatamente duplicou. Até mesmo Takeda estava surpreso com a ousadia que Kurokawa possuía: 

—Somos nós dois contra nove pessoas, Kurokawa...tem certeza disso...? 

Kurokawa deu outro passo à frente: 

—Vamos logo, falta pouco tempo até o chefão renascer. 

Os dois homens que antes conversavam olharam-se por alguns segundos e em seguida os dois grupos dispararam na direção de Kurokawa. Um pequeno feitiço é disparado, Kurokawa desvia-se e vê o projétil explodir ao tocar o chão. Um grande corte diagonal é feito pelo homem carregando a katana, mas Kurokawa afasta-se para fora do alcance. Uma flecha é disparada, Kurokawa consegue ver a trajetória, mas vários outros ataques estão se aproximando. Ainda pensando como faria para desviar de tudo, Kurokawa é surpreendido quando a flecha é interceptada: 

—Foque-se em atacar, eu vou te proteger. -Diz Takeda com um escudo em seu braço. 

Kurokawa dispara na direção do inimigo sem hesitação. Duas pessoas usando armaduras pesadas tentam bloquear seu caminho, Kurokawa desfere um chute forte o suficiente para amassar a armadura de um deles e o projetar para longe. O outro tenta acertá-lo com um ataque, mas Kurokawa rapidamente desaparece do seu campo de visão. O guerreiro ao perceber que havia sido ignorado por Kurokawa, rapidamente muda sua estratégia: 

—Não posso deixá-lo se aproximar dos membros mais frágeis da minha equipe. 

Ele tenta seguir Kurokawa, mas é rapidamente nocauteado: 

—Desculpa, mas não posso deixar você fazer isso. -Diz Takeda. 

Kurokawa vê-se de novo dentro do alcance do portador da Katana. Um ataque é feito, muito mais rápido e preciso que antes, mas Kurokawa consegue esquivar-se sem se afastar: 

—Alguém está usando um feitiço para aumentar a força dele... não que faça diferença... -Pensa Kurokawa. 

Outro ataque é desferido, ele desvia-se, mas não consegue se aproximar. Outras pessoas rapidamente começam a cercá-lo: 

—Você é bastante forte, mas não vai conseguir desviar para sempre. -Diz o homem com a katana. 

Ele desfere mais um ataque, com mais convicção do que nunca. Kurokawa não tenta esquivar-se. A lâmina choca-se contra seu corpo e quebra-se. Kurokawa aproveita o momento de confusão sentido por seu oponente e agarra seu crânio: 

—Eu estava desviando porque achei que você fosse forte, mas parece que eu estava errado.  

Vários projéteis são disparados na direção de Kurokawa. Takeda intercepta-os todos sem muitas dificuldades: 

—Kurokawa usar manipulação de mana contra eles é meio injusto... 

—Isso é uma batalha, não vou pegar leve só porque eles são insignificantes. 

Kurokawa começa a exercer mais força em sua mão e seu oponente rapidamente perde a consciência. O outro líder percebendo o estado da situação rapidamente interfere: 

—Nós desistimos, você pode passar. 

—Tch...-Respondeu Kurokawa soltando a cabeça que tinha em sua mão. -Entediante... 

—Você esperava o quê depois de termos derrotado metade deles em menos de um minuto? -Retruca Takeda. 

—Eu esperava inimigos competentes, mas parece que isso é pedir demais. 

Os outros jogadores presentes na sala ajudam um aos outros a moverem-se em direção à saída enquanto Kurokawa e Takeda esperam os minutos restantes: 

—Takeda...eu estou entediado... -Reclama Kurokawa. 

—Faltam só dois minutos. 

—Takeda...lute comigo... 

—Você acabou de lutar contra pessoas e daqui dois minutos vamos lutar contra o chefão. -Responde Takeda. 

—Mas esses dois minutos que estamos vivendo agora são muito entediantes. -Continua Kurokawa. -E outra, eu não tenho certeza se podemos chamar as vitórias que tive hoje de luta. Meus oponentes não tiveram sequer a mínima chance de vencer. Então...para compensar...você devia lutar comigo... 

—As lutas terem sido unilaterais é culpa sua por ser forte demais, não tente me convencer com essa tua lógica distorcida! 

—Takeda... 

Subitamente o grande portão abre-se, como se estivesse vivo. Uma aura intimidadora começa a preencher a sala no mesmo instante. Kurokawa levanta-se e sorri: 

—Parece que vamos ter que deixar nossa luta para mais tarde, Takeda. 

—Eu nunca aceitei lutar com você... 


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Notas finais do capítulo

Kurokawa descontando 101% da frustração dele em pessoas aleatórias? Típico Kurokawa...



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