30 anos escrita por Ávida Leitora


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Postando mais um, para tentar mostrar que tenho futuro nesse ramo kkk.
Brincadeiras à parte, segue continuação.



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E pela porta passou a última pessoa que eu jamais poderia imaginar rever desta forma, completamente ao acaso. Bella Swan, Bella, Bella, Bella…

Ela estava diferente, mais velha e mais elegante, sua expressão corporal da época de sua adolescência aparentemente deixada para trás, onde agora, com roupas correspondentes ao seu cargo de professora universitária, emanando o respeito merecido a uma mulher que tão jovem alcançou um cargo de docente em uma Universidade dos EUA, com orgulho e graciosidade, características estas que eram inerentes a sua pessoa. Como uma deusa em terra. Minha Bella.

Estava ciente que enquanto estes pensamentos ricocheteavam em minha cabeça, meu rosto continuava congelado em uma expressão de choque absoluto, meu corpo rígido como mármore, incapaz de acreditar que aquilo era realmente real.

Ela não me viu. Após cumprimentar aos alunos de forma geral e escrever seu nome no quadro negro se voltou de frente para a sala e se apresentou de forma confiante.

— Bom dia novamente alunos, sejam bem-vindos a Universidade de Pitt e ao curso de Literatura Inglesa, sou a professora Isabella Swan e irei acompanhá-los lecionando a matéria de Introdução à Literatura, onde nosso foco será criar e desenvolver uma cultura literária neste primeiro momento - Ela parou de falar no meio da frase, pois enquanto falava corria seus olhos pela turma e finalmente seus olhos repousaram em mim, escondido no fundo da sala, pude ver minhas expressão de choque refletida em seus olhos chocolates, que expressavam o mesmo espanto que eu sentia, mas que continuavam como sempre foram, cheios de segredos que eu somente poderia sonhar em saber, com o poder de criarem uma curiosidade tão intensa em mim que se expandiu para uma necessidade desesperadora exatamente como tantas outras vezes no passado, olhos que se tornaram tempestuosos em um emaranhado de emoções que somente pude adivinhar superficialmente, ainda preso em meu estado catatônico, mas de forma rápida e obviamente antes de mim, ela se recuperou e deu continuidade a sua fala - neste primeiro momento de estudo para que tenham mais facilidade ao direcionar um olhar crítico para obras que venham a ter contato.

E ela seguiu com sua aula enquanto minha mente lentamente criava novos pensamentos, será que Alice sabia disso e forçou este momento? Não, ela não faria isso, há anos atrás ela prometeu que se manteria distante, que não influenciaria na vida de Bella. Estaria ela vendo este momento? Estaria prevendo o que aconteceria a partir disso? O caos que se estabeleceu em mim? Quis me concentrar em sua voz mental para poder antecipar alguma coisa, qualquer coisa além desde choque e maravilha ao ser capaz de ver Bella novamente, de beber a visão de sua presença como um homem perdido no deserto, sua presença diante de mim me trouxe um alívio e ansiedade como um fôlego de ar após longos minutos embaixo d’água para um humano.

Mas eu era incapaz de estabelecer uma linha de pensamento lógica, sobre o que nos trouxe para este momento quando tudo o que podia pensar era em como ela continuava exatamente a mesma, ainda dona de uma beleza estonteante como se o tempo que fiquei longe dela somente tivesse proporcionado um amadurecimento a sua aparência clássica e atemporal e completamente alheia a seu poder de sedução, enquanto os alunos ao meu redor tinham dificuldade em prestar atenção ao que ela falava agora, totalmente devastados por este bombardeio que ela impunha perante todos nós.

Gostaria de ficar aborrecido com a reação deles, mas eu não estava em situação muito melhor que a de meus colegas.

E assim seguiu-se a aula.

Ela continuou perfeitamente seu trabalho, esbanjando um profissionalismo invejável, mas isso não me surpreendia, ela sempre foi muito responsável e eficiente ao mesmo tempo que era atenciosa e prestativa, claro que em seu trabalho não seria diferente.

E eu fiquei ali, preso naquele momento, naquela carteira de faculdade, sem reação e sem pensamentos racionais, somente a observando enquanto a saudade que senti dela em todo esse tempo e que forcei constante para baixo, forçando que relaxasse o aperto esmagador que mantinha em meu coração mesmo que por poucos segundos, voltava com força total, ameaçando me levar em direções totalmente insanas, como de me levantar e arrastá-la para fora daqui, para um lugar onde só existiria somente nós dois, não importando o quão longe fosse, mas ao mesmo tempo meu lado racional divagava em como ela foi indiferente, em como pouco foi afetada pela minha presença, talvez ela tivesse me esquecido como tinha pedido a ela, talvez tivesse seguido em frente e estivesse feliz e satisfeita com a vida que construiu para permitir interferências da minha parte. 

Não conseguia decidir qual das duas possibilidades era pior, pois com uma percebi que todo esse sofrimento não valeu de nada, já que nunca deixaria de querer estar ao lado dela, e com outra percebi o quão patético eu poderia ser, pois nunca deixei de pensar nela e mesmo que negasse, de querer que ela ainda me amasse, enquanto aparentemente ela seguia seu caminho, como se o fato de estar comigo ou não, não a afetasse.

E foi nesse conflito entre emoção e razão, esperança e desespero que continue com meu papel, me forçando a aparentar o aluno que deveria ser.

Finalmente a aula acabou e ela dispensou os alunos, enquanto a sala gradualmente se esvaziava continuei no meu lugar, esperando o momento certo de me aproximar, minha batalha interna sobre o certo e errado deixada para trás e em seu lugar restou minha saudade e curiosidade.

Então, quando restou somente ela e eu na sala, me aproximei cuidadosamente, ela estava de costas para mim, provavelmente ignorando seus instintos que deveriam estar gritando alertas por das as costas à um predador em potencial, distraidamente arrumando suas coisas em 2 bolsas femininas grandes de couro preto.

— Bella? - falei suavemente, em um tom incerto.

Ela parou o que estava fazendo e começou a se virar lentamente.


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Notas finais do capítulo

E agora?