The Death's Journey to Answers escrita por Haruyuki


Capítulo 6
Ato 6




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"Este é seu plano, Minha Senhorita?" Eu pergunto, a servindo de uma xícara de chá com geleia e sanduíches.

"Sim." Viktoria responde, lambendo seus lábios ao beber um gole do maravilhoso chá que eu preparei. "Uma viagem de 150 dias de cruzeiro ao redor do mundo, com direito a visitar diversas cidades diferentes." 

"Muito bem." Eu abro um sorriso, a tocando na bochecha com seus dedos da mão direita enluvada. "Se me der licença, eu irei preparar nossas malas e os cachorros."

"Obrigado, Yuuri." Ela diz, comendo um sanduíche com um largo sorriso no rosto. "Eu irei chamá-lo caso precise de algo."

"Entendido." Eu digo, me curvando para ela e me afastando para realizar minhas novas tarefas.

Mas para a minha surpresa, um tempo depois, eu congelo ao ser abraçado por ela e sentir não só o nariz dela cheirar o meu pescoço como também que ela está se tremendo.

"O que aconteceu, Minha Senhorita?" Eu pergunto, liberando mais de seu odor para a acalmar a Ômega. 

Algo que funciona. Ela respira fundo o meu odor, se sentindo leve e protegida. Eu toco delicadamente os punhos dela e me viro, a abraçando e deslizando o meu punho direito no dela. 

"Eu escutei uma voz estranha. Era parecida com a minha, mas eu juro que não havia falado nada." Ela responde, relaxando nos meus braços. "Estou com medo, Yuuri."

"O que você precisa, minha senhorita?" Eu pergunto seriamente, observando ela levantar o rosto lentamente e me olhar nos olhos.

"Eu preciso de você. Dentro de mim. Me enchendo com sua semente e o seu nó." Ela sussurra, mordendo o lábio inferior.

"Entendido." Eu digo, a pegando facilmente nos braços e a levando para o ninho, onde finalmente eu decidi me render completamente para ela.

Na biblioteca, eu pego o livro deixado por ela e passo a ler, procurando entender os motivos daquele comportamento dela.

E eu arregalo os olhos ao começar a ler.

~x~

Há muito, muito tempo atrás quando o mundo estava na Idade dos Deuses, cada civilização tinha suas próprias divindades para serem respeitadas em troca de desejos realizados. Em uma dessas civilizações, havia um Deus que governava o Reino do Céus e outro, o Reino dos Mortos. 

Um certo dia, graças aos caprichos de um outro deus o Deus dos Mortos se apaixonou por uma Deusa do Reino dos Céus e a sequestrou até seu Reino, onde a obrigou a comer uma fruta dizendo que seria para saciar a fome dela.

Graças a essa fruta, a Deusa ficou incapaz de retornar para o Reino dos Céus, gerando a fúria de sua mãe. O Deus dos Céus, pai da Deusa sequestrada, foi ao Reino dos Mortos exigir que a Deusa retorne para o seu Reino. 

Após uma longa discussão, os dois Deuses decidiram que ela ficaria metade de um ano no Reino dos Céus e a outra metade no Reino dos Mortos, o reinando junto com o Deus da Morte. 

E durante anos, a Deusa conviveu assim. Sua presença atraindo vida e beleza para os dois Reinos que convive. Mas então, em uma suposta festa no Reino dos Céus, a Deusa acaba se apaixonando por um Deus de profunda Beleza e se recusa a ir para o Reino dos Mortos. 

Quando o Deus dos Mortos surge no Reino dos Céus atrás de sua esposa e descobre que ela está apaixonada por outro Deus, ele se enfurece e declara Guerra. 

Guerra que dura séculos, até que Deus dos Céus amaldiçoa seu irmão, antes de lançar uma magia de ressurreição no corpo dos Deuses mortos naquela Guerra e ser morto por ele. 

O Deus da Morte entrou em desespero por causa da maldição e da morte de sua amada, desaparecendo logo em seguida.

Muitos dizem que o Deus amaldiçoado vaga pelo Reino dos Mortos atrás da alma de sua amada. 

Outros dizem que ele destruiu os dois Reinos e vive solitariamente no Reino da Terra como Chernobog ou também como 'o Ceifador'.

E os autores acreditam que ele está sim no Reino da Terra, vivendo entre seres humanos e ciente de que sua amada Deusa irá reencarnar ali a qualquer momento, desejando e rezando para que ele possa estar ao lado dela novamente.

~ The End ~

Chernobog.

Esse é o nome que as pessoas desta nação se refere a mim.

O Deus da Morte.

Esse sou eu? Mas…

Eu começo a sentir uma estranha dor de cabeça e fecho o livro, o guardando na prateleira de onde ele havia sido retirado.

~x~

O embarque no luxuoso cruzeiro ocorreu tranquilamente para nós dois. É claro que graças a mim, jornalistas e fotógrafos não tiveram a chance de ver Madame Viktoria embarcar no cruzeiro, escondendo o rosto e parte do corpo dela com o guarda-chuva, mas deixando exposta às costas do casaco cor de rosa dela. Em uma das suítes masters, Eu inicio o processo de cuidado dos cães primeiro e da organização apropriada do quarto enquanto Lady Viktoria toma um banho. Eu também peço para que chá e doces sejam entregues imediatamente, além de Kits para ninho de Ômega. 

Lady Viktoria sai do banho usando um grande roupão cor de rosa com seus longos cabelos prateados ainda molhados. Eu percebo que ela segura uma toalha com a mão direita e, pegando a escova de cabelo preferida dela, me sento no sofá com as pernas abertas. Lady Viktoria se senta entre as minhas pernas, e eu pego a toalha, começando a enxugar os fios e os escovar cuidadosamente.

"Muito obrigado, Yuuri." Ela diz, se virando e me olhando com um sorriso no rosto.

"Com prazer, Minha senhorita." Eu inclino o rosto, a olhando com todo o amor que eu tenho por ela.

Eu recebo as coisas que ele pediu, imediatamente servindo Lady Viktoria com os doces e o chá. Eu deixo os pacotes com os Kits ao lado da cama, para serem usados pela Ômega mais tarde. 

"Minha senhorita. Se me permite, irei tomar um banho e trocar de roupa. Depois disso, estarei lhe ensinando um pouco de etiqueta de cada país que iremos visitar." Eu revelo, para a surpresa de Lady Viktoria. 

"Isso é mesmo necessário?" Ela pergunta, fazendo bico.

"Infelizmente, há certas coisas que Ômegas podem ou não fazer. E mesmo que tecnicamente nós seremos turistas, respeitar isso não só significa evitar cenas embaraçantes como também faz a senhorita ser bem vista nos olhos de quem convive com esses costumes." Eu explico para ela, que se surpreende com o que escuta.

"Eu entendo." Ela afirma com a cabeça, com um olhar sério no rosto. "Me ensine, por favor."

E eu a ensino sim, de acordo com livros que eu encontrou na Biblioteca Central e com a rota principal que o cruzeiro está para realizar. 

Primeira parada: Reino da Coréia;

Segunda parada: Arquipélago Imperial do Japão;

Terceira parada: Colônia Inglesa da Austrália;

Quarta parada: Império da China;

Quinta parada: Egito;

Sexta parada: República da Itália;

Sétima parada: Reino do Canadá;

Oitava parada: Colônia Portuguesa do Brasil;

Nona Parada: Colônia Inglesa dos Estados Unidos da América;

Décima Parada: Império da Rússia (ponto de partida inicial do cruzeiro).

~x~

Enquanto fico a espera de Lady Viktoria, passo a reler novamente o misterioso livro, e solto um longo suspiro ao sentir a dor de cabeça retornando. 

Após os encontros com outras Ômegas, Lady Viktoria me conta sobre quem ela conheceu e histórias que ouviu delas. E uma delas me pega de surpresa.

"Madame Takemi Nishigori Toyomura, seu marido, e diversas pessoas da realeza e nobreza do Japão estavam em um navio indo para a Rússia em missão diplomática quando o mordomo, ao achar estranho o comportamento de tripulantes, descobriu que havia bombas espalhadas na sala dos motores do navio. Juntamente com os mais leais servos deles, quase todos conseguiram escapar do navio antes de explodir, exceto o mordomo, que acabou não conseguindo escapar a tempo." Lady Viktoria diz, sentada no meu colo.

Eu imediatamente percebi a mudança no comportamento dela comigo durante a viagem, algo que me faz muito feliz internamente.

Ela me ama.

Mas antes que pudéssemos discutir sobre isso, algo chocante acontece.

Alguém me chama pelo meu nome.

Alguém sabe o meu nome.

"Yuuri?"

"Sim?" Eu pergunto, olhando para a Omega usando belíssimas roupas tradicionais japonesas seriamente. "Posso ajudá-la?"

"Yuuri, você está vivo?!" A Omega exclama, em japonês, chocada. "Nós achamos que você tinha morrido!"

"Queira me perdoar, mas como sabe o meu nome?" Eu pergunto, me sentindo desconfortável na presença da outra Ômega.

"Não, não pode ser verdade. O Katsuki Yuuri que eu conheço me reconheceria logo de cara…"

"Katsuki… Yuuri?" Eu a interrompi, com a testa franzida. "Yuuri… Katsuki…"

"Madame Toyomura, queira nos perdoar, mas por que não entra e se junta a nós. Eu acredito que temos algo importante para conversar." Lady Viktoria comenta, a acompanhando até a mesa, onde as duas Ômegas se sentam.

Eu às sirvo chá e biscoitos, antes de me colocar ao lado de Viktoria e observar atentamente a Ômega japonesa.

"Antes de permitir que você fale alguma coisa, eu irei revelar algo muito importante de Yuuri para você." Viktoria diz, olhando para mim e mordendo o lábio inferior ao ver o meu aceno com a cabeça. "Yuuri foi encontrado inconsciente, bastante machucado e sem memórias há três anos atrás no litoral da Rússia."

Nós dois observam Madame Takemi arregalar os olhos, chocada com o que acabou de escutar.

"A única lista sobre a possível identidade dele se encontrava nos farrapos que mal envolviam o corpo dele, que continham o nome Yuuri e a letra K." Lady Viktoria se assusta ao ver Madame Takemi em lágrimas, emocionada.

"Queiram me perdoar. Eu estou no início da minha gravidez, o que está me fazendo ter dificuldade de controlar minhas emoções." Madame Takemi declara, para a nossa surpresa. "Yuuri K. Yuuri Katsuki. Eu mesma bordei essas letras para ajudar a segurar o bolso interno do paletó de Yuuri."

"Yuuri Katsuki." Viktoria repete, testando o nome estranho.

"Antes de eu contar sobre Yuuri, eu preciso me apresentar formalmente. Eu sou a Princesa Consorte do Império Japonês, Madame Takemi Nishigori Toyomura. Meu marido é Yuuki Katsuki Toyomura, filho do atual Imperador japonês." Ela se curva, e ergue o rosto para Yuuri, abrindo um sorriso tímido. "Nishigori é o sobrenome principal da minha família, enquanto Toyomura vem de meu marido."

Ela respira fundo, não tirando os olhos de Yuuri.

"No caso de meu marido, Toyomura vêm da família e Katsuki é o sobrenome da mãe verdadeira de Yuuki, que na verdade era empregada do Palácio Imperial. A família Katsuki, desde o início da história japonesa, tem servido lealmente a família Toyomura e a mesma coisa aconteceu quando eu e Yuuki nos casamos. Um membro da família Katsuki foi apontado como nosso mordomo. O nome dele é Yuuri Katsuki."

"Então o mordomo que salvou vocês da explosão foi Yuuri?" Lady Viktoria pergunta friamente, me fazendo a olhar com surpresa.

"Explosão?" Eu pergunto, franzindo a festa ao sentir uma estranha dor de cabeça.

Madame Takemi conta novamente o incidente de três anos atrás, e Viktoria percebe que eu estou me tremendo.

Algo está errado…

"... eu não posso esperar para revelar para meu marido e para Lorde Minato que você está vivo!" Lady Takemi exclama, animadamente.

"Yuuri?" Lady Viktoria pergunta, mas já é tarde demais.

Minha visão escurece e a última coisa que eu sinto é o meu corpo caindo no chão.

~x~

Meu nome é Katsuki Yuuri.

Eu me lembro.

Mas esse não é meu nome verdadeiro.

Eu me lembro de tudo…

Meu nome é Hades. E eu estou a procura de minha Deusa. Perséfone.

Mas… e quanto a Lady Viktória?


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