Indômita escrita por CM Winchester


Capítulo 15
Capitulo 14




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Quando chegamos na prisão segui ate o Carl que estava me esperando.

— Não trouxe chocolate.

— Não tem problema. Vocês estão vivos e bem. - Tirei seu chapéu de xerife e baguncei seus cabelos. - Para com isso. - Se afastou.

— Trouxe algo para você. - Tirei do bolso a medalhinha. - Se tem significado eu não sei, mas é para te proteger. Não te vejo mais como um menino.

— Ninguém mais usa isso.

— Eu uso. - Puxei meu colar. - Ganhei da minha mãe antes de me mudar para a faculdade. Onde eu fosse, eles estariam comigo. Por isso esta sempre comigo. E no mundo de agora ninguém liga para roubar joias.

Ele tirou uma foto do bolso e me entregou.

— Minha mãe. - Observei a foto da família Grimes. - Peguei ela em um bar com a ajuda da Michonne. Quero mostrar a Judith quando ela crescer.

— Vai ser bom. - Sorri entregando a foto de volta. - Quando me sentia sozinha ou tinha medo e pensava em desistir segurava meu colar e pensava nos meus pais. Parece deprimente, mas isso me acalmava. Eles não iriam gostar de me ver desistir. Meu pai disse que eu nasci para lutar. Na época ele dizia que era para lutar pelas minhas ideias, opiniões, salvar os animais. Hoje sei que era para lutar contra esse mundo.

— Obrigado. - Ele colocou a medalhinha no pescoço.

Carl se afastou e Rick parou ao meu lado com os braços cruzados observando o filho conversar com Michonne.

— Ouvi o que disse. Obrigado por isso.

— Não falei nada demais. Só queria que ele tivesse algo a que se agarrar.

— Por isso obrigado. - Apertou meu ombro depois se afastou.

Fui ajudar a organizar as coisas depois encontrei com Beth caminhando com Judith no colo.

— Maggie já me contou. - Sorriu animada.

— O que a Maggie contou?

— Que você foi demais contra os zumbis. Deixou todos impressionados.

— Não foi nada. - Sorri abrindo a mochila e entregando para Judith o urso. - Olha aqui o que eu encontrei para você. - A menina se abraçou ao urso.

— Que lindo. - Beth sorriu. - Todos falam que você atira bem e luta. Não quer me ensinar algumas coisas? O pessoal daqui me protege demais.

— Apesar de sempre cruzar por cima da regras do Rick, não posso fazer isso com o Hershel.

— Por que?

— Primeiro tenho medo dele. - Riu. - Você esta sendo uma adolescente Beth. Precisa dizer isso a ele, precisa tomar as rédeas da sua vida. Se quiser lutar, lute. Se quiser matar zumbis, mate. Mas você e só você pode falar isso com o Hershel.

— Por que ele é meu pai.

— Sim. Mas para mostrar que você cresceu, que quer aprender a se defender, a defender a Judith. Eu concordo que você precisa disso. Judith esta sempre com você, precisa aprender a se defender para o caso de ter um problema. Mas primeiro precisa mostrar para o seu pai e para o pessoal que você é forte. Comece se impondo.

— Obrigada. - Se afastou me deixando sozinha na cozinha.

Arrumei alguma coisa para comer depois segui para a minha cela, parei na porta não encontrando nada das minhas coisas. Voltei para o corredor e contei as celas. A minha cela era a segunda depois das escadas.

— Esta procurando algo? - Daryl perguntou parado na porta da sua cela.

— Minhas coisas... Você pegou? - Me aproximei dele que sorriu minimamente.

— Talvez eu queira você fazendo aquelas coisas entre 4 paredes comigo. - Sussurrou.

— Será um prazer. - Falei antes de beija-lo.

Entrei na sua cela e peguei uma muda de roupa. Fui para o banheiro tomar banho, Daryl se aproximou e entrou junto comigo.

— Vai tomar banho?

— Depois. - Beijou meus lábios.

Deixei as coisas caírem no chão esquecendo de tudo.

***

— Vai ser estranho. - Daryl comentou quando estava arrumando meu arco e aljava do lado da besta.

— Foi você que propôs isso.

— Me sentiria mais estranho se acordasse sem você.

— Acredite vai ser estranho para mim tambem.

— Nunca dividiu uma cama com alguém?

— Um beliche não. - Sua expressão fechou e eu sorri. - Brincadeirinha. Não. Eu sabia que aqueles idiotas do colegial só queriam tirar minha virgindade. E os babacas da faculdade só queriam transar com a inglesa gostosa.

— Você era...

— Não. Namorei um cara uma vez. Eu achava que gostava dele, mas... Ele me traiu. Depois de quebrar a cara dele e da garota que era minha colega de quarto descobri que não gostava tanto assim dele. Fiquei com raiva é claro. Mas... Não fiquei magoada. É estranho não acha?

— Completamente.

— Eu sou estranha as vezes. - Riu. - Entendi que na verdade queria um namorado, estava avida para viver uma historia de amor. Ansiava por isso. Então vi que estava colocando a carroça na frente dos bois.

— O que?

— Quer dizer que eu estava me precipitando. Ficando com alguém sem sentir aquela paixão louca.

— E agora você encontrou?

— Sim. Você me deixava furiosa quando me enfrentava. Maluca quando não queria que eu o entendesse. Feliz quando mostrava se importar. Molhada quando chegava perto ou me beijava.

— Molhada?

— Muito molhada. - Ficou desconfortável como sempre e aproveitei para deita-lo na cama do beliche. - Esta tudo bem. Sei que te deixava duro de tesão tambem.

— Você é o diabo garota. - Gargalhei antes de beija-lo.

— Boa noite Daryl Dixon.

— Boa noite Elena de Troia.

Ficamos apertados naquela cama pequena, fui espaçosa o abraçando. Daryl ficou desconfortável, mas eu não deixei de lutar.

Quando adormeceu seu corpo relaxou, seus braços apertaram minha cintura e sua perna subiu por cima da minha em um abraço de urso em que eu não poderia fugir.

Os cabelos na minha bochecha enquanto sua barba passava por minha clavícula e eu sentia sua respiração no meu pescoço.

Eu era o diabo? Ele não sabia que podia ser assim tambem.

Me deixar louca de todas as maneiras possíveis. E ao mesmo tempo me fazer feliz. Eu não podia negar que estava feliz. Muito feliz. Tinha quebrado a muralha Daryl Dixon. Estava nos seus braços dividindo uma cela com ele.

Sorri olhando a cama de cima do beliche depois fechei os olhos me sentindo protegida pela primeira vez em muito tempo.

Acordei sozinha e não me surpreendi com isso. Não poderia esperar mais do que uma fuga.

Levantei e fui para o banheiro. Fiz minha higiene depois desci as escadas encontrando Glenn e Maggie no caminho.

— Estão dividindo a cela então. - Maggie me deu um empurrãozinho.

Sorri enquanto acompanhava eles. Quando cheguei no refeitório o vi tomando uma xicara de café enquanto conversava com Carol e Rick.

Eu sabia que aquela mulher arrastava um caminhão por ele. Mas não sentia nada sobre isso. Ele já tinha me dado a certeza que me queria. Nada mais importava.

Sentei com Maggie, Glenn e Beth.

— Falei com o papai. - Beth falou e eu parei a caneca de chá a uns centímetros da boca.

— Ficou muito bravo?

— Bastante. Mas fiz como você me disse. Me impus. Mostrei que não sou mais a garota tola que tentou fugir disso tentando me suicidar.

— Você tentou se matar?

— Cortei os pulsos uma vez. - Ela mostrou as marcas e eu arregalei os olhos.

Fui falar algo, mas fui interrompida por Hershel.

— Elena?

— Sim? - Virei no banquinho já ficando em pé para encara-lo de frente.

— Não pode se meter na vida dos outros.

— Não estou fazendo isso.

— Não pode colocar uma filha contra um pai.

— Não estou fazendo isso tambem. Mas ela tem o direito de ter opinião afinal já é maior de idade.

— Gostaria que não se metesse nesse assunto.

— Pai. - Beth e Maggie falaram juntas e receberam um olhar nada bondoso do seu pai.

— Faça como quiser, mas não pode mandar nela para sempre. E não pode defende-la tão pouco. Ela precisa aprender a lutar. Essa é a nossa vida agora. Senta e vira comida, ou levanta e luta.

— E mata?

— Ou você mata os zumbis ou eles te comem vivos. Se você quiser arriscar a vida dela, continue criando-a em uma bolha.

Todos ficaram em silencio nos observando. Ele era um velho sábio e sempre procurava conversar.

Eu teria que usar isso contra ele.

— Não disse para ela brigar, só disse para mostrar que tinha crescido. Você pode negar ou não aceitar, mas ela cresceu. E precisa se defender do contrario vai virar comida de zumbi. Essas grades poderiam ir ao chão com um ataque do Governador. Nós impedimos isso. Mas elas não são eternas. Terão zumbis e muitos outros Governadores batendo a nossa porta sempre. Infelizmente é assim que é. Ela só precisa aprender algumas coisas, ninguém falou em deixar esse lugar. Só por que sabe se defender não quer dizer que tenha que sair por ai matando.

Seus olhos me observaram um segundo depois assentiu antes de se afastar.

Lancei um olhar para a Beth.

— O que isso significa?

— Que ele deixou. - Ela gritou me abraçando.

Lancei um olhar para Maggie e Glenn que sorriram.


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Notas finais do capítulo

Oie. Tinha prometido postar semana que vem, mas vou estar ocupada, segunda é feriado na minha cidade e terça tenho dentista. Não sabia que dia poderia postar então resolvi postar hoje o final. Espero que gostem.



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