Por que você está aqui sozinha? – Ele tirava o pó de uma das mesas.

— Se concentre em limpar.

— Vamos Sarada, esse lugar é enorme, já faz uma semana e ainda não terminamos de limpar tudo.

— Você foi quem propôs o acordo.

— Eu sou um demônio, sabia?

— Demônios não horram acordos ? – ela o encarou.

— É só uma conversa, para ver se o tempo passa mais rápido. Você é muito chata.

— Se quiser ir embora, pode ir. – respondia despreocupada enquanto terminava de organizar é limpar mais uma das prateleiras da biblioteca.

— Espertinha. – ele riu. – no final das contas você também tem uma mente diabólica. – ele parou e encostou na madeira da mesa, agora limpa, para observar a garota, seu vestido branco e recatado estava cheio de manchas de poeira, mas ela pouco se importava.

Os cabelos essa vez estavam mais seguros do que das outras vezes, podia ver um pouco de suor escorrendo por sua nuca e se escondendo por entre a gola bordada do vestido. A sala estava quente, mas o vento gélido do lado de fora brigava com os vitrais da janela.

— Por que veio sozinha para cá? – pode ouvir o suspiro frustrado da moça.

— Por que continua com esse assunto? – Se virou para ele com um livro na mão.

— pensei que seu pai quisesse protege-la, ou arrumar-lhe um bom casamento.

— Meu pai? – seus olhos se estreitaram confusos. – acha que o padre é meu pai.

— Por que cuidaria de você, se não fosse? É meio óbvio. – ela revirou os olhos.

— o padre me adotou quando fui abandonada na frente de uma igreja, ele me criou com muito carinho e sou muito grata a ele. - passou a mão pelo decido do vestido, tirando o excesso de poeira e voltou a organizar as coisas.

— Ainda assim, ele não pretende casa-lá?

— e por que faria tal coisa?

— É isso o que as pessoas normais fazem.

— Talvez, se eu me casasse, é me apaixonasse por meu marido, você comeria minhas amadas lembranças. – Ele riu. Se divertia ainda mais quando via que ela não conseguia alcançar a estante um tanto mais alto que ela.

— Está com medo. – ela estava na ponta dos pés empurrando o livro para o seu lugar.

— penso que deve ser frustrante para você saber que jamais acontecerá, pois já sou comprometida, esse amor você não pode tirar de mim. – ele se aproximou sem q ela percebesse.

— Sarada...- pois os dedos longos sobre os dela e exerceu um pouco de força para poder colocar o livro em ordem como os outros. – Você faz o desafio ficar mais excitante... – virou seus olhos azuis como o céu e fitou os obers negros e imersivos como os confins da tentação que se poderia encontrar nos campos infernais.

Ela virou o rosto e tossiu colocando as mãos no rosto, ele percebeu estar próximo demais, mas não pode ver as bochechas femininas coradas.