Eu me virei e corri em direção à porta da frente. Correr e chorar ao mesmo tempo nunca é uma boa escolha, pois quando corro minha visão fica turva. Acabo não pensando direito e sigo correndo em direção a floresta querendo apenas fugir daquele lugar. Sinto uma sensação desagradável e tudo aquilo que despejei em cima de Edward volta na minha cabeça como um filme e no noto que estou com medo. Medo daquilo que não posso controlar e isso é assustador demais. 

Não consigo definir qual é a pior parte de toda a situação apenas sinto que estou me afogando e pensar no quanto isso afetou a minha mãe durante anos e em como tudo teria sido diferente se ele tivesse falado a verdade. O que quer que tenha acontecido com ele não deveria ter mudado o meu futuro como filha e ainda mais em uma situação ao qual ele obviamente não teve controle. Um acidente? Uma doença? Qualquer uma dessas opções não lhe tiravam o papel de pai.

Quando eu percebi estava no meio da floresta e não fazia ideia de como voltar e nervosa ainda com toda situação sentei no chão e continuei chorando por alguns minutos até que ouvi o som de passos e todo o meu corpo se arrepiou com a ameaça. 

— Está perdida? — uma voz masculina soou alguns metros à frente.

Eu olhei para cima para ver quem estava vindo e pensei em algumas formas de correr mesmo sem saber para onde ir. O menino saiu de trás de uma árvore e embora tivesse algumas características infantis, como o formato do queixo arredondado, ele era muito alto e parecia alguns anos mais velho do que eu. Ele vestia roupas simples, shorts e camiseta, e seu cabelo comprido está preso em um rabo de cavalo. A cor caramelo de sua pele contrastava fortemente com seus olhos castanhos. Ele percebeu meu medo e ergueu a mão.

— Desculpa se te assustei — seu olhar era doce — Meu nome é Jacob Black. Trabalho na casa dos Cullens que fica perto do lago, conhece? Você precisa de ajuda? 

Eu balancei a cabeça e em poucos passos ele estava na minha frente. Sua mão se estendeu para me ajudar a levantar e embora eu ainda estivesse com medo aceitei sua ajuda. 

— Obrigada — agradeci limpando a roupa, pois minha calça jeans estava cheia de folhas e molhada.

— Então… Qual é o seu nome? — perguntou curioso e ainda muito próximo. 

— Renesmee. Mas todos me chamam de Nessie — indago cruzando os braços.

— Nessie? Como o monstro do lago Ness?

A risada dele ecoou pela floresta. 

— Minha mãe que escolheu esse nome — digo unindo as sobrancelhas e ele fingiu selar os lábios. 

— Tudo bem. As escolhas de mãe são sagradas. 

Reviro os olhos.

— Você disse que trabalha na casa dos Cullens, certo? Será que você pode me levar até lá?

— Será um prazer — ele fala e vira indo na direção oposta. Sigo seus passos apressados pela floresta — Você está de visita? 

— Na verdade eu sou filha do seu chefe — informo sem fazer muita questão. 

— Do senhor Cullen? —  ele franze a testa — Que velho danado. 

— Não do senhor Cullen, quero dizer… Do filho dele, Edward Cullen — esclareço — Eles já devem ter falado sobre mim.  

— Eu ouvi algumas histórias estranhas, sim —  ele fala como se não fosse nada demais.

— Como assim histórias estranhas? — questiono andando mais depressa.