New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 5
7 Pontos




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Na manhã seguinte eu acordei cedo, apesar de estar me sentindo absolutamente bem Charlie havia insistido para que eu ficasse em casa, segundo ele eu poderia ter algum tipo de estresse pós traumático – Eu estou bem! Insisti enquanto tomávamos nosso café, Charlie olhou para Bela me fazendo compreender que eles já haviam elaborado a minha agenda do dia.

— Vocês não fizeram isso! Murmurei.

— Eu preciso lavar o carro! Charlie falou se levantando em um gesto de fuga, mas parou ao ouvi o som do telefone o atendendo logo em seguida – Sim ela está aqui! Respondeu me entregando o telefone – Seu salvador! Murmurou em um tom de voz desgostoso.

— Riley! Falei dando um sorriso ao pegar o telefone das mãos dele atendendo a ligação – Oi!

— Queria saber se está bem?

— Eu estou, obrigada.

— Fico feliz por isso Carlie.

— Eu preciso devolver seu casaco!

— Há claro meu casaco, bem, sábado é o meu aniversário darei uma festa em minha casa, então você me devolve meu casaco e vai a minha festa o que acha?

— Eu preciso ver com o meu pai.

— Não se preocupa eu falo com ele.

— Tudo bem!

Sorri e passei o telefone para Charlie que me olhou confuso, Bela colocou a colher em seu cereal o levando a boca com um olhar de curiosidade. Charlie caminhou falando ao telefone e após encerrar a ligação retornou à cozinha – Ele pediu para vir buscá-la no sábado! Anunciou com um semblante descontente.

— Você deixou?

— Sim, mas, ele não é um pouco velho para você?

— Tem um encontro? Bela perguntou dando um sorriso com o canto dos lábios – Legal.

— Não é um encontro, eu só vou ao aniversário dele, como forma de agradecimento por ele ter me salvado.

— É, não é um encontro! Charlie franzindo as sobrancelhas e bufou – Vou lavar o carro.

Bela e eu abaixamos a cabeça rindo, mas eu desfiz meu sorriso olhando de forma séria para ela – Então o que vocês andaram planejando nas minhas costas?

— Seu investimento está pronto! Bela respondeu se levantando e deixou sua tigela vazia dentro da pia, eu franzi as sobrancelhas me perguntando sobre o que ela estava falando – Termina seu café vamos encontrar o Jake.

Eu fiz uma cara de choro – Eu não quero sair com você e seu novo namorado!

— Jake não é meu namorado! Ela respondeu terminando a sua pequena louça – E ele tem perguntado por você!

Minha expressão mudou para surpresa, não que fizesse diferença em minha vida ser ou não notada por Jacob, mas era bom saber que ele havia simpatizado comigo, eu algum momento eu poderia tirar proveito disso – Acho que entendi! Respondi me levantando.

O telefone tocou novamente e Bela correu para atender, pelo seu empenho em atender aquela ligação ela já esperava, ela falou algumas frases, riu e após eu ouvir o seu estou indo para aí, ela largou o telefone e me puxou pelo braço.

Charlie estava lá fora lavando a viatura da polícia — Vai ver Jake? — disse ele quando passamos correndo por ele, pelo seu tom de voz não sabia se ela de fato uma pergunta

— É — Bela respondeu ao pular para dentro da picape.

 — Estarei na delegacia mais tarde — disse Charlie às minhas costas.

— Tudo bem — Bela gritou para ele, ligando a ignição.

Bela estacionou o carro ao lado da casa dos Black, perto das árvores, para que ficasse mais fácil retirar escondido as motos. Quando saímos do carro uma coisa chamou minha atenção, duas motos reluzentes, uma vermelha, outra preta, estavam escondidas sob um abeto, invisíveis da casa, havia uma fita azul formando um lacinho em volta de cada punho. Eu estava rindo disso quando Jacob saiu da casa.

— Pronta? — perguntou ele em voz baixa, os olhos brilhando, em seguida seu olhar se voltou para mim – Que bom ver você Nessie! Os olhos dele percorreram por meu corpo, como se fizesse uma breve análise, minhas sobrancelhas uniram-se em minha testa e então ele novamente olhou na direção do meu rosto – O seu cabelo, deveria usá-lo solto mais vezes.

Lancei um olhar de incompreensão para ele, mas ele novamente olhou para Bela repetindo a pergunta anterior.

— Prontas — Bela respondeu, mas eu não senti animação em sua voz.

— E você?

— Também! Respondi.

—Legal! Ele afirmou animado.

Com facilidade, Jacob levou as motos para a caçamba da picape, deitando-as de lado com cuidado para que não aparecessem — Vamos — disse ele, a voz mais alta do que o normal, de tão empolgado. — Conheço um lugar perfeito... Ninguém vai nos ver lá.

Fomos para o sul, saindo da cidade. A estrada de terra entrava e saía sinuosa do bosque, não havia nada além de árvores e depois, de repente, tínhamos um vislumbre emocionante do oceano Pacífico, estendendo-se no horizonte, cinza-escuro sob as nuvens.

Estávamos acima da costa, no alto do penhasco que cercava a praia, e a vista parecia se estender para sempre, quando a estrada se aproximava mais dos penhascos Jacob falava de como havia aprontado as motos, mas suas descrições estavam ficando técnicas e percebi que Bela não prestava muita atenção.

De repente Bela pisou no freio do carro fazendo o veículo para de forma tão brusca jogando nossos corpos para frente e para trás violentamente.

—Ai! Gritei.

— Não! — Bela Gritou.

— Que foi? — gritou Jacob em seguida, alarmado.

— Aquele cara... Ele acaba de pular do penhasco! Por que não o impediram? Temos que chamar uma ambulância!

Bela abriu a porta num rompante e saiu desesperada, Jacob riu e eu me virei para encará-lo, do que ele estaria rindo? Sai logo em seguida e ele logo atrás de mim.

— Eles só estão mergulhando do penhasco, Bella. Por diversão. La Push não tem shopping, sabia? — Jacob explicou em um tom de zombaria.

— Mergulhando? — Bela repetiu atordoada.

Enquanto os dois discutiam eu olhei na direção do penhasco, uma segunda pessoa se aproximava da beira, parava e depois, muito graciosamente, saltava no espaço. Ele caiu pelo que pareceu uma eternidade para mim, entrando com suavidade nas ondas cinza-escuras lá embaixo.

— Caramba. É tão alto. —Gritei com os olhos arregalados e ao mesmo tempo sorri surpresa, observando os outros dois mergulhadores. — Deve ter uns trinta metros.

— Bom, é, a maioria de nós pula de lugares mais baixos, daquela pedra que se destaca na metade do penhasco. — Jacob apontou para o lugar que parecia muito mais razoável.

— Esses caras são malucos – Bela murmurou.

— Devem estar se exibindo, mostrando que são durões. Quer dizer, hoje está congelando. A água não deve estar boa— Jacob fez uma cara de desgosto, como se a proeza o ofendesse pessoalmente.

— Você pula do penhasco? — Perguntei virando meu corpo de frente para ele, não tinha deixado passar aquele “nós” que ele havia dito.

— Claro, claro. — Ele deu de ombros e sorriu. — É divertido. Meio assustador, um tipo de adrenalina.

— Jake, você precisa me levar para mergulhar do penhasco.

Jacob e eu franzimos a cara para Bela , exprimindo reprovação — Bella, você agora mesmo queria chamar uma ambulância para Sam — Jacob completou rindo.

Quero tentar — Ela insistiu.

— Hoje não, está bem? Será que podemos pelo menos esperar por um dia mais quente?

 — Tudo bem, tá legal — Bela concordou

Eu mantive meus olhos no penhasco vendo os repetitivos saltos dados por eles tentando ignorar o DR do casal ao meu lado, olhei, fascinada, enquanto o terceiro cara corria e se atirava no ar vazio mais longe do que os outros dois. Ele girou e deu um mortal enquanto caía, como se estivesse praticando skydiving.

— Eu pularia do topo! Murmurei.

— Não vamos pular do topo! Jacob falou em um tom de correção.

— Eu pulo do topo e dou um duplo carpado! O encarei sorrindo.

Jacob suspirou. — Vamos testar as motos ou não?

Bela riu – Exibida!

— Tudo bem  — eu disse, tirando os olhos da última pessoa que aguardava no penhasco e os segui voltando para o carro, coloquei o cinto de segurança e fechei a porta. O motor ainda estava ligado, rugindo em ponto morto. Recomeçamos a descer a estrada.

— Então, quem eram aqueles caras... Os malucos? — perguntei

— Sam! Jacob murmurou — A gangue de La Push.

— Vocês têm uma gangue? — Bela perguntou e parecia impressionada.

Jacob riu — Não desse modo, eles são como inspetores de colégio enlouquecidos, porém não começam as brigas, mantêm a paz, Embry também soube por Leah Clearwater que eles se chamam os “protetores” ou algo assim.

— Você não gosta muito deles – Bela falou.

— Parece mesmo? — perguntou ele com sarcasmo.

 — Bom... Não parece que estejam fazendo algo ruim – Completei.

— Só uma espécie de gangue de santinhos irritantes – Bela falou concordando com ele.

— É. Irritante é uma boa palavra. Eles estão sempre se exibindo.

— Sam não é meio velho demais para esse tipo de coisa?

— É. Ele devia ir para universidade, mas ficou. E ninguém deu a mínima para isso. Todo o conselho quase teve uma síncope quando minha irmã recusou uma bolsa parcial e se casou. Mas, ah, não, Sam Uley não faz nada de errado.

— A sociedade é machista, até nas tribos! Falei dando um sorriso irônico – Acham que garotas não podem nada, nem mesmo pular penhascos.

Jacob me olhou com cara de poucos amigos e eu ri ao perceber que ele havia compreendido minha provocação.

— Tudo isso é bem irritante e... estranho. Mas não entendo por que leva essa história para o lado pessoal. — Bela nos interferiu.

 Espiei seu rosto, na esperança de que não o tivesse ofendido. Ele de repente ficou calmo, olhando pela janela. — Você perdeu a entrada — disse ele a bela numa voz monótona.

Bela manobrou o carro num U largo, quase batendo numa árvore quando a volta tirou metade da picape da estrada.

— Obrigada por ter me avisado – Ela reclamou.

— Desculpe, eu não estava prestando atenção.

Ficamos em silêncio por um breve minuto.

— Pode parar em qualquer lugar por aqui

Bela encostou o carro e desligou o motor, saímos e Jacob foi para a traseira pegar as motos. Tentei ler sua expressão, algo mas o incomodava. Ele sorriu pouco animado ao empurrar a moto vermelha para o lado de Bela — Feliz aniversário atrasado. Está pronta para isso?

— Acho que sim – Ela respondeu.

— Vamos começar devagar —Disse ele pegando a outra moto e parando ao meu lado me entregando, eu parei ficando para trás propositalmente deixando que eles conversassem a sós, olhei a paisagem e retirei o celular do bolso tirando algumas fotos, ambos pararam por alguns segundos e os braços de Jacob envolveram o corpo de Bela lhe dando um abraço, direcionei a câmera do celular na direção deles e tirei algumas fotos rindo, mas bela se afastou depressa e ao perceber que ela me olhava joguei o celular no bolso do short e disfarcei com um sorriso.

— Desculpe quase fiquei para trás! Falei sorrindo e passando por eles.

— É difícil acreditar que sou dois anos mais velha do que você!

Fiz uma careta ao ouvir o que ela havia dito, não acreditava que ela ia usar a idade como desculpa para dar um fora nele.

— Bom ao menos ele é mais alto!

Jacob riu.

— Falou a pessoa mais alta da família! Bela me provocou.

— Ah, é verdade. Ele afagou minha cabeça bagunçando meus cabelos. — Você parece uma bonequinha — debochou ele. — Uma boneca de porcelana.

Eu rolei meus olhos e Bela riu.

— Vamos começar logo com isso! Reclamei tentando mudar o assunto, eu deveria ter ficado calada e evitado isso.

— Muito bem onde está a embreagem? Bela perguntou apontando para a alavanca em seu punho esquerdo, a moto pesada balançou embaixo dela, ameaçando a derrubar de lado, ela agarrou tentando mantê-la reta.

— Jacob, não vai ficar de pé — Ela reclamou.

 — Vai, quando você estiver em movimento — prometeu ele. — Agora, onde está seu freio?

Bela olhou para mim e eu apontei para ela onde estava o bendito freio.

— Atrás do meu pé direito – Ela respondeu.

— Errado – Jacob reclamou.

Eu comecei a rir e ela me olhou enfurecida.

A aula do Jacob estava começando a me entediar, o mais engraçado era que ele estava ensinando a nós duas, mas desde o momento em que havíamos começado ele só tinha dado atenção a Bela, eu rolei os olhos, olhei o longo trecho de estrada de terra, cercada dos dois lados pelo verde espesso e indistinto. A estrada era arenosa e molhada. Melhor do que lama, puxei a embreagem para baixo apertando em meus dedos, pisei no pedal e houve um som breve, cortante, Bela e Jacob me olharam enquanto eu dava partida na moto seguindo em linha reta, parei alguns metros a frente dando a curva e retornei parando ao lado deles.

— Muito bom — ele me elogiou.

— Quando aprendeu a andar de moto? Bela me perguntou descrente.

— Há alguns meses com o Phil! Respondi.

— A Reneé permitiu isso?

— Vamos lá, Bela você consegue! Jacob a encorajou.

— Não é difícil! A ajudei.

— Certo! Bela seguiu novamente a explicação de Jacob e então finalmente deu partida na moto.

— Isso! Jacob e eu gritamos juntos, trocamos olhares mas eu voltei a olhar para Bela, mas meu sorriso se desfez ao ver a moto dar um pinote embaixo de Bela, joga-la  para a frente, desabando no chão logo em seguida

— Bela! Jacob e eu gritamos e corremos em sua direção.

— Bella? — Jacob tirou a moto pesada de cima dela com facilidade. — Você se machucou?

— Bella? — A sacudi pelos ombros; .

— Estou ótima! — disse, entusiasmada.

— Acho que não. — Jacob falou preocupado. — Acho melhor levar você ao hospital primeiro.

— Eu estou bem.

 — Hmmm, Bella? Você tem um corte enorme na testa e está sangrando, informei a ela.

Bela levou a mão a testa e ao perceber o sangue em seus dedos olhos para mim e para Jacob — Ah, me desculpe.

— Por que está se desculpando por sangrar? Ele perguntou a ajudando a levantar.

— Vamos eu dirijo! Falei pedindo a chave a ela.

— E as motos? — Ela perguntou entregando a chave da caminhonete e ele.

— Esperem aqui e ajude ela — Ele tirou a camiseta, já suja do sangue dela , e a atirou para mim, eu a embolei e segurei com força na testa de Bela que o olhou com um ar de surpresa, Jacob estava muito maior, até eu mesma que não o via todos os dias notei a diferença, os músculos estavam cada vez mais definidos, os ombros mais largos, as costas, eu tentei disfarçar que eu estava olhando para ele mas foi em vão.

Jacob subiu na primeira moto e seguiu até a caminhonete colocou ambas as motos em cima e ligou o carro vindo ao nosso encontro.

Nós levamos Bela para emergência pensando na desculpa que daríamos a Charlie, enquanto retornávamos para casa não pude fingir não olhar para Jacob, parecia ter mais de 16 anos, não exatamente 30, mas talvez mais velho do que Bela. Quil não ficava lhe devendo muito no quesito músculos, os músculos eram do tipo magros e longos, mas sem dúvida estavam ali, sob a pele macia. A pele de Jacob era de uma cor tão bonita que me deu inveja.

Jacob percebeu que eu estava olhando. — Que foi? — perguntou ele, constrangido.

 — Nada. Só não tinha percebido antes. Sabia que você é até bonito?

Depois que as palavras saíram, fiquei preocupada que ele pudesse entender minha observação impulsiva da maneira errada. Mas Jacob só revirou os olhos. — Eu pensei que Bela é quem tivesse batido forte com a cabeça e não você.

— Eu concordo com ela! Bela falou.

— Bom, então, eu até agradeço.

— Por nada – Respondi envergonhada.

Bela levou sete pontos na cabeça, após sairmos do hospital deixamos Jacob em casa e voltamos para casa, tínhamos que preparar o jantar de Charlie que pareceu engolir nossa história sobre a queda na garagem, afinal, Bela já tinha ido parar no pronto-socorro antes sem precisar de nada além de seus pés.

Após preparar o jantar Charlie insistiu para que Bela repousasse com medo que ela tivesse algum tipo de convulsão, Charlie se jogou no sofá assistindo TV e eu apaguei as luzes da cozinha após terminar de organizar tudo, senti que algo passou rapidamente pela janela, talvez um pássaro pensei  comigo mesma indo para a sala.

Desliguei a TV e chamei Charlie pedindo para ir para o quarto, o ajudei a subir as escadas e nos despedimos no corredor, Charlie foi para seu quarto e eu para o banheiro, tirei minha roupa entrando debaixo do chuveiro e fechei meus olhos relaxando.

Pensei em Jacob.

Abri os olhos tossindo após me afogar com a água do chuveiro, passar muito tempo com Bela estava me afetando gravemente.


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