New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 4
Novos amigos




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Nós saímos de dentro da pequena casa e Bela parecia fazer questão que eu ficasse com eles, cortamos um terreno seguindo uma fila espessa de árvores e arbustos eu escondia uma pequena garagem. O espaço não passava de dois grandes telheiros pré-moldados que tinham sido unidos, com as paredes internas derrubadas, Bela a Jacob conversavam sobre algo relacionado a motor enquanto eu mantive meus olhos na direção do pequeno abrigo sustentado por blocos de concreto, algo me pareceu um automóvel inteiro.

Um sorriso se abriu em meus lábios e eu apressei meus passos — Que modelo de Volkswagen é esse? — perguntei, eu sempre ajudava Phil quando ele mexia no automóvel dele, por isso acabei aprendendo um pouco sobre carros e ferramentas, mas quase ninguém sabia disso.

— É um Rabbit antigo... De 1986, um clássico – Jacob Respondeu.

— Ele funciona? Perguntei tocando o metal do carro.

— Você entende de carros?

— Um pouco, ela sempre ajuda Phil na garagem! Bela respondeu.

— Legal! Jacob murmurou me olhando com um sorriso.

Um silencio se formou entre nós três — Jacob, o que você entende de motocicletas? — perguntei mudando totalmente o rumo da conversa.

Ele deu de ombros.

— Alguma coisa. Meu amigo Embry tem uma moto velha. Às vezes trabalhamos nela juntos. Por quê?

— Bom... Comprei há pouco tempo duas motos e elas não estão nas melhores condições. Pensei se você poderia colocá-las para funcionar – Bela explicou;

 — Legal! — Ele pareceu satisfeito de verdade com o desafio, o seu rosto se iluminou. — Vou tentar! Falou de forma animada.

— O problema é que Charlie não aprova motos, então não pode contar ao Billy! Bela falou em tom de desafio.

— Claro, claro. — Jacob sorriu. — Eu entendo! Completou ele, eu rolei os olhos, se eu desse um tiro em Bela naquele exato momento Jacob se jogaria na frente da bala, que garoto bobo e quando Bela falou que ia o pagar ele se ofendeu, Jacob estava se saindo pior que os atores dos romances de novela mexicana, eu ri comigo mesma imaginando uma cena de novela.

“O doce e maravilhosa Bela, eu te devoto todo o meu amor, eu Jacob Black, prometo ser sua eterna paixão.” Ri comigo mesma e Bela e Jacob me olharam confusa.

— Eu lembrei de uma piada! Disfarcei.

Contornamos devagar a garagem, fingindo um passeio despreocupada, só por segurança. Jacob descarregou as motos depressa da traseira do carro, empurrando uma após a outra para os arbustos, eu arregalei meus olhos, pareceu fácil demais para ele e pelo que me lembrava, as motos eram muito, muito mais pesadas do que pareciam agora.

— Não estão tão ruins! Jacob falou as empurrando.

 — Está aqui, na verdade, vai valer alguma coisa quando eu terminar... É uma Harley Sprint antiga.

— Então esta é sua.

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Mas vai custar algum dinheiro — disse ele, franzindo a testa para o metal escurecido. — Antes vamos ter que economizar para comprar as peças.

Bela me lançou um olhar seguido de um biquinho – Por que está olhando para mim? Perguntei desconfiada – Até onde eu sei você é a única que trabalha aqui.

— E você é quem tem economias.

— Não vou gastar nas suas motos!

— Eu posso ajudar, tenho algum dinheiro guardado. Do fundo da universidade, sabe como é.

— Não vai gastar o dinheiro da sua faculdade! O interrompi.

— Está decidido Nessie vai nos emprestar!

— Eu não...A palma da mão de Bela tocou meus lábios me calando, Jacob sorriu, vocês duas juntas são bem legais.

Jacob começou na mesma hora a desmontar a primeira moto — a vermelha, que seria da Bela, abriu a porta do carona do Rabbit para nos sentarmos no banco, e não no chão e enquanto trabalhava,  ele falou sobre o progresso de seu segundo ano na escola, falando sem parar das aulas e dos dois melhores amigos.

— Quil e Embry? — interrompi. — São nomes incomuns.

 Jacob riu explicando - Quil é nome herdado de família e acho que Embry foi uma homenagem a um ator de novela.

Eu gargalhei.

Então Jacob continuou- Mas não posso ficar comentando ele vão ficar furiosos se veem você rindo dos nomes deles, vão partir pra cima de você.

 — Amigos legais. — Bela ergueu as sobrancelhas.

 — Eles são, é só não mexer com o nome deles.

Nesse momento um chamado ecoou ao longe. — Jacob? — gritou alguém. E por falar no diabo, aparece o capeta! Jacob falou rolando os olhos.

Após um curto silêncio dois rapazes altos e morenos entraram na garagem. Um era mais magro e quase da altura de Jacob. O magro olhou rápido de Jacob para mim, enquanto o musculoso mantinha os olhos em mim, um sorriso lento se espalhou pelo seu rosto.

— Oi, rapazes — Jacob os cumprimentou.

— Oi, Jake — disse o mais baixo sem tirar os olhos de mim. Tive de sorrir também, o sorriso dele era bem malicioso. Quando sorri, ele piscou para mim. — Oi, e aí?

— Quil, Embry... Essas são minhas amigas Bela e Nessie – Jacob nos apresentou.

 Quil e Embry, eu ainda não sabia quem era quem, trocaram um olhar intenso.

— As filhas de Charlie, não é? — perguntou-me o musculoso, estendendo a mão para Bela

— É isso mesmo — Bela confirmou trocando um aperto de mãos com ele.

— Sou Quil Ateara .

 — É um prazer conhecê-lo, Quil! Bela respondeu.

— Oi, Nessie eu sou o Embry, Embry Call... Mas você já deve ter deduzido isso. — Embry deu um sorriso tímido e acenou, depois meteu a mão no bolso do jeans.

Lembrei o que Jacob falou sobre ser o nome do ator da novela, mas controlei meu desejo de rir, então assenti - É um prazer conhecê-lo também.

— O que estão fazendo? Perguntou Quil.

— Trabalhando em umas motos! Jacob respondeu.

Bastou Jacob falar em motos que os dois garotos se agacharam o enchendo de perguntas e falando sobre as peças, Bela lançou um olhar confuso sem entender nada da convers, Quil deu um sorriso largo para Embry e cochichou alguma coisa que não entendi. A mão de Jacob disparou para dar um tapa na cabeça de dele antes de expulsá-los da garagem.

O clima tenso se formou, Bela se levantou e me puxou pelo braço – Nós temos que ir está ficando tarde – A gente se vê amanhã Jacob! Ela completou e assim que nos afastamos pudemos ouvir a pequena confusa seguido e alguns “ai”, “para”, Bela aproximou-se da picape e só então eu percebi que ela estava rindo, o som fez com que meus olhos se arregalassem de surpresa, ela estava rindo de verdade, e não havia ninguém olhando, dei um sorriso me sentindo tão leve e desejei vê-la rir de novo, só para que aquela sensação durasse mais.

Como combinado chegamos em casa antes de Charlie, eu fui para o banho enquanto Bela preparava um frango frito, eu desci as escadas chamada pelo cheiro bom da fritura, Charlie entrou na cozinha.

— Oi Pai! Bela falou em um tom animado, Charlie a olhou surpreso enquanto ela colocava a comida sobre a mesa.

— Oi, querida você se divertiu com Jacob?

— É, eu me diverti.

— Isso é bom, o que vocês dois fizeram?

Eu fiz uma careta e olhei para Charlie colocando os pedaços de frango no meu prato – Eu tenho dever de casa! Falei me levantando da mesa.

— Fiquei na garagem dele, vendo-o trabalhar. Sabia que ele está restaurando um Volkswagen? Bela respondeu enquanto eu subia as escadas com um prato nas mãos, suspirei e sorri timidamente, ao menos eles estavam se dando bem.

Joguei o prato sobre a mesa e peguei os cadernos, nos últimos dois dias Bela não havia me dado sossego e eu tinha dever acumulado, eu olhei o celular e sorri ao ler a mensagem de Morgan, senti meus olhos se encherem de lagrimas, eu estava com saudades dela.

O som da porta do quarto abrindo chamou minha atenção, Charlie entrou com uma pequena taça na mão – Você esqueceu a sobremesa.

— Obrigada! Eu sorri pegando a taça das mãos dele – Sorvete! Boa sobremesa – murmurei.

Charlie respirou profundamente e se sentou ao meu lado na cama – Não quero que se sinta como se eu não desse atenção a você.

—Não se preocupe pai, sei que Bela tem precisado da sua atenção.

Charlie sorriu timidamente e seus dedos tocaram suavemente minha bochecha – Apesar de mais nova você não me dar preocupações.

— Deixo essa parte para a Bela!

Charlie sorriu – Eu te amo menina.

— Eu também te amo, a propósito, amanhã eu vou para Port Angeles!

— Amanhã? Ele perguntou em um tom de curiosidade – Vou pedir a sua irmã para te acompanhar.

— Não é necessário, eu vou apenas comprar alguns materiais, e além disso, ela já tem compromisso, com o Jacob!

Charlie sorriu – Gosto do Jacob.

— Ele é legal, meloso mais legal!

— Certo, as 18 em casa amanhã, okay?

— Combinado! Respondi dando um beijo em seu rosto.

Charlie como sempre corou, em seguida se levantou da cama e caminhou até a porta – Boa noite menina.

— Boa noite pai!

Charlie fechou a porta e eu suspirei me jogando em minha cama, cansada acabei dormindo.

Pela primeira vez em mais de quatro meses eu tinha dormido uma noite inteira sem acordar, uma noite sem acordar com os gritos de Bela, no cafe da manhã, Charlie também foi cuidadoso, tentava esconder seu olhar minucioso, concentrando-se nos ovos.

— O que você vai fazer hoje?

— Vamos ficar com Jacob de novo! Bela respondeu.

Charlie olhou para mim.

— Ah eu não vou, eu vou para Port Angeles.

Bela me lançou um olhar descontente – Mas nós tínhamos combinado.

— Bela me desculpa, você combinou tudo com ele, eu não posso passar meus dias grudadas em você e no Jacob.

Ela suspirou – Tudo bem.

Eu parti para Port Angeles apenas a tarde, eu aproveitei a ausência de Bela e de Charlie para organizar a casa, Bela havia feito a parte dela na cozinha na noite anterior e eu precisava fazer as minhas, Port Angeles era uma linda armadilha para turistas, muito mais refinada e singular do que Forks, eu segui direto para uma das grandes lojas de departamentos da cidade, que ficava a algumas ruas da área da baía que agradava os visitantes, após comprar os materiais que eu precisava sai em busca de uma livraria, não tive problemas para encontrar mas não era o que eu procurava, eu olhei para o relógio e entrando na minha picape, precisava retornar para casa, estava em cima do horário estipulado por Charlie.

Mas meu carro morreu antes mesmo que eu saísse da cidade.

— Mas que droga! Eu murmurei pegando celular, mas revirei os olhos ao perceber que havia esquecido de carregá-lo, ele havia apagado.

Sai da caminhonete e segui para o sul a passos pesados, na direção de algumas lojas, buscava encontrar um telefone publico e avisar Charlie para vir me buscar, Ao atravessar outra rua, comecei a perceber que ia na direção errada, o número de pessoas havia reduzido, decidi voltar para o leste na esquina seguinte, depois contornar após algumas quadras e tentar minha sorte numa rua diferente ao voltar para o calçadão um grupo de quatro homens virava a esquina para onde eu ia, vestidos muito informalmente para estarem saindo do trabalho, mas sujos demais para serem turistas, ao se aproximarem de mim percebi que eram bem mais velhos do que eu, atravessei a rua buscando a outra calçada para não cruzar com eles, mas eles também atravessaram vindo na mesma direção que eu – E ai? Um deles falou ao se aproximar.

— Oi! Eu respondi desviando de um deles, tentei apressar meus passos, porém pude ouvi-los rindo a todo volume atrás de mim.

— Ei, espera! Um deles gritou, eu apressei meus passos e mantive a cabeça baia virando na próxima esquina, estava escurecendo, percebi, as nuvens finalmente voltavam, acumulando-se no horizonte a oeste e criando um pôr do sol, comecei a sentir frio e só então lembrei que havia esquecido o casaco no carro.

A rua ficou vazia, percebi novamente os passos atrás de mim, meu corpo enrijeceu e novamente apressei meus passos, olhei rapidamente para trás e eram apenas dois do grupo de homens que havia falado anteriormente comigo, após cortar a próxima esquina e um prédio revelou que era um beco sem saída, dei meia volta com a esperança que eles estivessem longe mas os dois me encaravam.

— Se afaste de mim! Alertei tentando parecer forte e destemida, mas a voz saiu baixa e fraca quase que sem som algum.

— Não fique assim, docinho! Um deles falou enquanto eu dava dois passos para trás, então eu corri, corri o mais rápido que eu consegui, podia ouvir o som dos passos dos dois homens logo atrás, senti o impacto do corpo do primeiro homem sobre mim e então gritei, as luzes de um farol de um carro acenderam sobre no homem, a porta se abriu e um rapaz saiu de dentro dele, e o homem foi tirando de cima de mim.

O homem avançou para cima do rapaz que desviou do golpe lhe acertando um soco, o outro homem apenas se afastou e correu.

— Você está bem? O rapaz perguntou me ajudando a levantar.

Eu balancei a cabeça tentando respirar, eu estava em pânico, não sabia o que fazer, o rapaz tirou o casaco que usava e colocou sobre meus ombros – Qual é seu nome? Tem o número de alguém para que eu possa ligar?

— Minha caminhonete morreu! Eu respondi me engasgando em minhas palavras.

— Certo, vamos até sua caminhonete e você me dá o número dos seus pais para eu ligar.

Eu estava em pânico mais concordei, a chuva começava a ficar mais forte quando ele parou o carro ao lado da minha picape, em seguida me entregou o celular pedindo para que eu digitasse o numero da minha casa, meus dedos trêmulos digitaram o numero em seu celular e então ele falou com Charlie me passando seu celular.

— Nessie, você está bem?

— Estou!

— Certo quero que fique na linha, enquanto estiver com essa pessoa entendeu?

—Sim! Eu respondi.

— Vou pedir para alguém buscar seu carro, não saia da linha.

— Está bem!

Eu entrei no carro do rapaz desconhecido, e durante o retorno para casa eu avisava Charlie de onde estávamos, quando finalmente o carro estacionou Charlie correu ao meu encontro e me abraçou forte, havia algumas viaturas da polícia estacionadas na frente da casa.

— Alguém te machucou? Charlie perguntou me fazendo olhar para ele.

— Não! Eu respondi com os olhos cheios de lagrimas, Bela se aproximou e me tirou dos braços de Charlie me abraçando e falou que estava tudo bem, meu olhar se voltou para o rapaz enquanto Charlie o agradecia com um aperto de mão.

Bela segurava minha mão quando eu me aproximei do meu salvador, ele ainda era novo, aparentemente tinha a idade de Bela – Obrigada! Eu finamente consegui falar ao me aproximar.

Ele sorriu – Não há de que, Carlie.

— Como é seu nome? Eu perguntei.

— Riley! Ele respondeu apertando meu queixo em seguida deu as costas e caminhou na direção do carro dele.

Bela passou um braço em volta dos meus ombros e me puxou na direção da porta, eu olhei para trás antes de entrar, Riley piscou o farol do carro e sorriu antes de arrancar, apesar do grande susto eu sorri.

Riley, repeti em minha mente enquanto era puxada para dentro de casa por Bela.


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