New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 34
2ª Temporada, livro 3 - Carlie: O Intruso


Notas iniciais do capítulo

Olá;
Como a Alina esta na fase final do seu TCC vou postar alguns capitulos enquanto ela retorna, beijos.

Liz.



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— Charlie andou lavando roupa?

O som da voz de Bella se misturou ao ruído da carne fritando na frigideira ao entrar na cozinha, eu mantive minha atenção nos pedaços os mexendo em meio ao óleo enquanto minha irmã se encostava no balcão.

— Não é algo típico dele! Respondi a olhando de soslaio.

Ouvi o som de um huf vindo de Bella e logo seu tom de voz aumentou quando ela deu as costas e passou pela porta— Pai, você começou a lavar roupa? — gritou ela.

— Hmmm, não — gritou ele, parecendo culpado. — Quer que eu lave?

— Não, eu lavo! Respondeu ela passando novamente pela porta da cozinha parando ao meu lado no balcão mais uma vez -   Por acaso você andou procurando por algo no meu quarto?

Minha mão livre girou o botão do fogão enquanto a outra colocava a tampa ao lado na frigideira, minhas sobrancelhas se ergueram quando eu finalmente dei a minha irmã mais velha toda a minha atenção.

— Não. Por quê? Respondi pegando um guardanapo e enxugando as mãos.

— Não consigo encontrar... uma blusa... sussurrou ela

— Eu nem estive lá!

Bella novamente suspirou dando as costas, enquanto eu mantive minha expressão confusa passando pela porta da cozinha logo atrás dela, rapidamente ela subiu as escadas indo na direção do seu quarto, pensei em segui-la, mas o som da voz desconhecida vindo de fora junto com a de Charlie chamou minha atenção.

Tranquilamente caminhei até a porta que estava semiaberta, Charlie tinha em mãos a mangueira que jorrava água sobre a viatura enquanto respondia ao homem misterioso que estava próximo a ele, curiosa passei pela porta me aproximando deles.

— O almoço está pronto! Eu disse ao encontra-los em um tom animado de voz tentando disfarçar que aquilo era apenas uma desculpa para ouvir a conversa deles.

O homem me lançou um olhar de curiosidade, já meu pai não pareceu muito confortável com a minha presença – Essa moça linda quem é? Perguntou o homem com um semblante gentil em seu rosto.

— Essa é Carlie! Respondeu Charlie – Eu já estou indo, pode me esperar lá dentro se preferir – Completou ele sem conseguir disfarçar que queria se “livrar” o quanto antes de mim.

O homem pareceu surpreso, mas manteve o sorriso em seus lábios – Muito prazer Carlie, Joshua Uley! Respondeu ele se apresentando.

Uley? A minha curiosidade aumentou ao ouvir o seu sobrenome – Por acaso é algo de Sam? Perguntei. Charlie me lançou um olhar estranho desligando a torneira.

— Sim! Respondeu Charlie antes que Joshua pudesse responder – Mas ele já está de saída não é mesmo?

O clima ficou estranho.

Charlie e Joshua trocaram olhares, mas o fato de o Uley desconhecido manter seu olhar sobre mim como se fizesse uma breve analise pareceu incomodar meu pai – Carlie porque não vai ajudar sua irmã a encontrar o que ela está procurando? Murmurou Charlie ao passar por mim enquanto enrolava a grande mangueira com ambas as mãos.

Eu conhecia muito bem meu pai e logo compreendi que ele queria ficar a sós com o homem, como não havia mais clima para conversa eu concordei com a cabeça, o homem acenou sorrindo e eu apressadamente caminhei até a porta olhando para trás antes de passar por ela, Joshua manteve o mesmo olhar de minutos antes sobre mim, enquanto Charlie parecia querer estrangula-lo.

Aquilo era muito estranho.

Após entrar em casa subi as escadas seguindo para o quarto de Bella parando na porta e a observei em silêncio enquanto ela revirava o  seu cesto de roupa suja atrás da bendita peça de roupa.

— Será que não esqueceu na casa dos Cullen na sua ultima festa do pijama com Alice? Perguntei cruzando os braços.

— Não uso essa blusa a algum tempo! Respondeu ela passando por mim com o cesto de roupas, novamente a segui descendo as escadas e juntas seguimos para a lavanderia, decidi ajudá-la a procurar.  Olhei a máquina de lavar e estava vazia. Olhei a secadora também, e nada da blusa.

— Achou o que estava procurando? — gritou Charlie da sala.

— Ainda não – Respondeu Bella.

Voltamos ao segundo andar e decidi procurar embaixo da cama, não encontrei nada a não ser rolos de poeira, enquanto Bella vasculhava sua cômoda pensando que talvez eu tivesse guardado a blusa vermelha ali e esquecido, mas logo desistiu quando a campainha tocou a fazendo esquecer da blusa e sai do quarto correndo.

— A porta — informou Charlie do sofá enquanto ela passava correndo

por ele e eu descia tranquilamente a escada, Bella abriu a porta com um sorriso gigante em seus lábios.

Me aproximei do sofá onde Charlie estava sentando olhando alguns papéis e pensei em perguntar sobre o seu amigo que eu conhecerá minutos antes, mas minha atenção se prendeu ao virar para a porta e ver os olhos dourados de Edward arregalados, as narinas inçadas, e seus lábios repuxados por sobre os dentes.

— Edward? — Bella murmurou — O que...

Edward tocou carinhosamente seus lábios a calando — Me dê dois segundos — sussurrou ele. — Não se mexa.

Bella ficou paralisada na soleira da porta e ele... desapareceu. Passou ao meu lado tão rapidamente que Charlie ocupado com os seus papéis e tentando fugir de minha curiosidade nem sequer o viu passar.

Antes que Bella e eu pudéssemos contar até dois, ele estava de volta. Pôs o braço em torno da cintura de Bella e a puxou depressa para a cozinha. Seus olhos disparavam pelo cômodo e ele a mantinha junto a seu corpo como se estivesse a protegendo de algo. Lancei um olhar para Charlie no sofá, mas ele nos ignorava e então segui para a cozinha atrás deles dois.

— Alguém esteve aqui — disse ele a Bella enquanto eu entrava na cozinha.

— O Jake... — comecei a dizer.

— Não — ele logo me interrompeu, sacudindo a cabeça. —Um de nós.

Respondeu ele, e seu tom de voz me deixou claro que ele não queria dizer um membro de sua família.

— Victoria? — Perguntou Bella com a voz embargada.

— Não é um cheiro que eu reconheça.

— Um dos Volturi — novamente Bella perguntou.

— Talvez.

— Quando? Sussurrei me afastando da porta da cozinha.

Não faz muito tempo, de manhã cedo, enquanto  dormiam, quem quer que tenha sido, não o tocou em Carlie e nem em Charlie,  então devia ter outro propósito.

— Procurar por mim – Disse Bella com um semblante de pavor em seu rosto, ela não estava presente na noite anterior, havia dito a Charlie que tinha uma festa do pijama com Alice, mas eu sabia que era apenas uma desculpa para ficar um pouco mais com Edward.

Edward manteve-se em silêncio com o corpo paralisado, parecia uma estátua, mas logo seus olhos pararam na direção da porta da cozinha.

— O que vocês estão cochichando aí? — perguntou Charlie, mas ao perceber a tensão entre Bella e Edward a expressão de Charlie mudou. De repente, ele estava sorrindo — Se vocês dois estão brigando... bom, eu não quero interromper, e você também não deve interferir Nessie.

Ainda sorrindo, ele pôs a tigela na pia e saiu da cozinha.

Apesar da tensão eu não segurei meu riso, de repente uma mistura de pavor e vontade de rir me dominou, um vampiro tinha estado na casa procurando por Bella enquanto Charlie e eu dormíamos, tinha absoluta certeza que quem quer que fosse sabia que naquela noite Jacob não viria passar a noite comigo como sempre fazia nas noites que não tinha ronda.

— Vamos — disse Edward numa voz baixa e severa me tirando de meus devaneios enquanto puxava Bella.

— Mas Charlie e Nessie! — Disse Bella com o medo dificultando a respiração.

Ele pensou por um curto segundo, e logo estava com o celular na mão — Emmett — murmurou no aparelho falando tão rápido que eu não entendi o que dizia. Durou meio minuto. Ele começou a puxar Bella para a porta.

— Emmett e Jasper estão a caminho — sussurrou ele quando sentiu sua

resistência. — Vão passar a noite no bosque. Charlie e Nessie ficarão bem.

Eu observei a cena em silêncio.

Respirei fundo, se um vampiro havia estado em nossa casa significava que aquele lugar não era mais seguro, caminhei até o telefone e senti meus dedos trêmulos ao digitar o numero da casa de Billy Black, e como imaginei Billy atendeu dizendo que Jake estava dormindo.

Durante o restante do dia Bella e Edward desapareceram, foi um pouco difícil explicar a Charlie que eles haviam saído pelos fundos escondidos, e para fugir do assunto decidi incomoda-lo com o assunto anterior ao aparecimento de Edward, o seu amigo Joshua Uley.

— Porque está tão interessada em saber quem é ele? Perguntou Charlie enquanto se levantava do sofá indo para a cozinha e pegando um prato e os talheres.

— Uley não é um sobrenome comum! Eu respondi pegando um prato e colocando sobre a mesa.

Charlie bufou – Sim ele é pai de Sam!

— Sério? Respondi surpresa, havia ouvido uma vez uma conversa entre Quil e Embry sobre o pai de Sam, segundo eles o pai de Sam havia abandonado sua família quando ele ainda era um menino.

— Sim respondeu ele colocando um prato com os bifes sobre a mesa – Parece que depois de todos esses anos ele decidiu retornar.

— Vocês eram amigos? Perguntei colocando um bife em meu pato.

— Um pouco! Murmurou ele se sentando a mesa – Mas isso é um assunto que não nos diz respeito – completou ele tentando mudar o rumo daquela conversa com um tom de voz que denunciava que faltava pouco para que o tom se tornasse mais rude.

Eu enfiei um pedaço de bife na boca e me calei;

Bella e Edward retornaram e Charlie estava de bom humor pois podia ver a tensão entre eles interpretando que estavam brigados, arrumava suas bolsas de pesca com um sorriso largo em seus lábios, naquela tarde ele havia marcado de ir pescar com o subdelegado Mark, Edward pediu licença por um momento, para fazer uma inspeção, imaginei, mas Charlie não esperou até que ele voltasse para sair de casa.

— Carlie! Sussurrou Edward aparecendo na sala – Preciso que chame o Jacob.

Olhei para ele surpresa, eu achava que Edward  era ant-lobisomens, como ligar para Jacob já fazia parte dos meus planos eu apenas concordei tirando o telefone do gancho e alguém atendeu antes do segundo toque, então não devia estar muito longe do telefone.

— Alô? — disse uma voz apática.

— Jake...

— Pequena! — exclamou ele. — Ah, anjo, me desculpe! — Ele tropeçou nas

palavras, na pressa de colocá-las para fora. — Eu juro que não tive a intenção de sumir hoje, Sam teve alguns problemas e eu...bom eu sei que isso não é desculpa, então me perdoe, me perdoe... Não fiquei chateada comigo, por favor. Por favor. Te ofereço uma vida inteira de escravidão de prêmio... Só o que tem que fazer é me perdoar.

Eu baixei a cabeça rindo — Não estou chateada Jake, mas se precisa disso está perdoado.

— Obrigado. — Ele respondeu enquanto respirava com fervor.

— Não se preocupe com isso, eu compreendo.

Ele riu, uma risada que eu sabia que era de alívio. — Passa o dia comigo amanhã — pediu ele. — Quero compensá-la.

Novamente eu ri olhando para Bella e Edward que pareciam conversar próximo a janela — Como?

— O que você quiser. Mergulhar do penhasco — sugeriu ele, rindo de novo.

— Ah, eu vou adora Jake – Respondi mantendo meu sorriso tímido, mas minha tensão ao ver Edward se aproximar me denunciou.

— Algum problema anjo? Perguntou ele mudando seu tom de voz, era incrível como Jake me conhecia, uma simples mudança em uma nota por mais que pequena no som da minha voz era notada por ele — O que foi? — insistiu ele.

Edward estendeu a mão para o telefone. Olhei seu rosto com cuidado. Ele

parecia bem calmo, Bella apenas assentiu.

— Amor? — perguntou Jacob.

Edward suspirou, estendendo a mão para mais perto.

— Oi Jake é... se importa-se de falar com Edward? — perguntei, apreensiva. — Ele quer conversar com você.

Houve uma longa espera.

— Tudo bem — Jacob concordou. — Deve ser interessante.

Passei o fone a Edward eu esperava que ele pudesse ler o alerta em meus

Olhos, eu não achava muito seguro uma conversa entre eles.

— Olá, Jacob — disse Edward, como sempre tão educado.

Houve um silêncio, então mordi o lábio, tentando adivinhar qual seria resposta de Jacob, no mínimo uma piada, ou talvez duas.

— Alguém esteve aqui... Não é um cheiro que eu conheça — explicou Edward. — Seu grupo cruzou com alguma novidade?

Houve uma nova pausa.

— Desculpe  Jacob, não vou deixar Bella sumir de vista até que consiga resolver isso. Não é nada pessoal...

Jacob o interrompeu, e eu pude ouvir o zumbido de sua voz no fone. O que quer que estivesse dizendo, ele estava mais exaltado do que antes. Tentei, sem sucesso, discernir as palavras.

— Pode ser que tenha razão... — começou Edward, mas Jacob estava discutindo de novo. Pelo menos nenhum dos dois parecia ter raiva. — É uma sugestão interessante. Estamos dispostos a renegociar. Se Sam for receptivo.

A voz de Jacob se elevou um tom e me pareceu que ele tentava ser convincente. A pausa desta vez foi mais curta.

— Não é uma ideia de todo ruim. Quando?... Não, está bem. Gostaria de ter a oportunidade de seguir o rastro pessoalmente, de qualquer forma. Dez minutos... Com certeza — disse Edward. Ele estendeu o fone para mim. — Carlie?

Confusa e curiosa peguei o telefone.

— O que foi isso ? — perguntei a Jacob com um tom de diversão.

— Acho que é uma trégua— sugeriu Jacob. — Preciso que me ajude a convencer sua irmã e o sanguessuga que o lugar onde ela estará mais protegida é na reserva comigo e com você.

— Era do que tentava convencer Edward?

—Sim anjo, e é provável que Charlie que melhor aqui também. Na medida do possível.

— Então vai colocar o Billy nisso! Sussurrei sorrindo apesar do clima de tensão – E o que mais devo saber?

Jake riu.

— Só vamos reagrupar em algumas fronteiras, para podermos pegar qualquer um que chegar perto demais de Forks. Não sei se Sam vai concordar com isso, mas, até que ele apareça, vou ficar de olho na situação.

— O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que se você vir um lobo correndo perto de sua casa, não atire nele.

— É claro que não – Ri baixinho – mas se cuida é arriscado demais.

Ele bufou.

— Não seja boba. Eu sei me cuidar anjo.

Eu suspirei- Promete que vais e cuidar?

— Que tal se eu prometer pessoalmente? — disse Jacob.

— Você virá aqui?

— Sim. Vou ter que pegar o cheiro de seu visitante, para podermos rastreá-lo, se ele voltar.

— Então até daqui a pouco! Sussurrei.

— Até daqui a 10 minutos, eu te amo – Disse ele desligando telefone.


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