New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 110
Temporada final, livro 13, Carlie: Lembranças de outra vida




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—Meu Deus pai, não me olhe como se eu tivesse cometido um crime.

Desde em que Jake e Leah haviam saído, Charlie se manteve calado sentado diante da nossa pequena mesa da cozinha, sua expressão que antes era de espanto agora era de descontentamento.

Charlie deu um longo suspiro e seus lábios finalmente se moveram me deixando apreensiva – Bom – ele murmurou se levantando da sua velha cadeira – Me responda com toda a sinceridade onde você se encaixa nisso?

— Ham? Ergui as sobrancelhas um pouco surpresa com aquela pergunta – como assim onde eu me encaixo?

As mãos de meu pai pousaram sobre a madeira da mesa e seus olhos se prenderam nos meus – Não haja como se estivesse surpresa com a minha pergunta – disse ele.

— Seria porque estou surpresa?

— Nessie – Charlie murmurou caminhando em torno da mesa – Eu sou um policial, acha que consegue enganar a mim? Agora eu compreendo muitas coisas e principalmente as mudanças que você sofreu nos últimos meses, além disso acredita mesmo que eu comprei a desculpa de mudança de visual quando decidiu cortar seu cabelo?

— Pai eu...

— Você está igual a ela – ele continuou passando ao meu lado seguindo para a nossa sala.

— Do que está falando? Perguntei o seguindo.

Charlie se sentou em sua velha cadeira de balanço e bufou – As mudanças foram somente em sua irmã? Eu quero a verdade já chega de mentiras.

— Tem certeza disso? Perguntei passando por ele me sentando no sofá ao lado.

Meu pai suspirou – Na verdade não, eu ficaria mais feliz se você me dissesse que não está surpresa com nada do que ocorreu hoje por não existir segredos entre seu namorado e você.

— Me desculpe – respondi olhando nos olhos de Charlie.

Ele sacudiu a cabeça compreendendo que a resposta que ele tanto desejava eu já havia dado a ele – Certo – ele respondeu.

— Pai ainda sou eu – falei me levantando – Olha, não é tão fácil para mim, se isso serve de consolo tudo tem sido muito mais difícil para mim do que para todos vocês, nos últimos meses muitas coisas aconteceram, eu descobri muita coisa, eu – suspirei e baixei meu olhar.

— Tudo bem – Charlie sussurrou arrastando seu corpo em sua cadeira e suas mãos seguraram as minhas me fazendo olhar novamente para ele, sua expressão não era mais de irritação, era um pouco mais serena – Me conte apenas o que eu preciso saber.

Dei um tímido sorriso – Achei que tivesse interesse em saber todos os detalhes da real lenda quileute.

Charlie fez uma careta – Não.

— Então eu posso contar de uma forma resumida – respondi.

Meu pai torceu os lábios – É, me conte o que eu preciso saber e que não me faça enlouquecer.

Durante mais de uma hora eu expliquei a meu pai as mudanças que Bella e eu havíamos sofrido, não de forma tão detalhada pois o fato de Charlie não querer saber muito sobre isso facilitou as coisas para mim, quando nossa conversa terminou ele estava decidido, era hora de Bella encontra-lo e ele não se importava se ela se transformaria diante de seus olhos em qualquer tipo de animal, ele até sorriu quando ele disse que Edward Cullen se transformava em um cabrito.

Eu liguei para minha irmã com a missão de prepara-la para o seu grande encontro com nosso pai, ele sabia da existência de Eliot e embora eu tivesse confirmado a história dita por Leah do menino ser adotado sabia que ele apenas havia “engolido” essa história.

Tentei ganhar um pouco de tempo para Bella mas Charlie não me deu chance para isso, horas depois estávamos na estrada na direção da mansão mal assombrada, eu contava que Bella conseguisse se controlar ao rever Charlie.

— Me diga, a mudança física em sua irmã é tão grande assim? Charlie perguntou enquanto dirigia.

— Bom, ela está mais, bonita – dei um tímido sorriso.

— Bonita?

—É, ela não mudou tanto, é bem difícil de explicar.

— Bonita – Charlie repetiu em um tom de sussurro voltando a olhar para a estrada – A Bella bonita? Tá bom.

Baixei a cabeça e ri, eu achei que Charlie sempre tivesse achado Bella bonita.

Quando a viatura finalmente parou diante da casa Charlie olhou pela janela com uma expressão de apreensão, confesso que estava preocupada com ele, embora sua reação a tudo aquilo não tivesse sido tão ruim ele ainda era apenas o Charlie e estava preocupado com as duas filhas problemáticas que tinha.

Mas as preocupações foram esquecidas como novas memórias surgiram em minha mente...

Você irá se casar com o O’connell – Carlisle esbravejou.

— Você não pode estar falando sério – a garota ruiva se levantou da cama com uma expressão de horror, o senhor O’connell tem idade para ser meu avô.

— Preste atenção Renesmee Cullen, você não está em condições de escolher com quem casar.

— É minha vida pai, claro que eu tenho escolha.

Carlisle sorriu, mas era um sorriso irônico – Você quer ter o direito a escolha? Então escolha Renesmee ou casa-se com o O’connell ou eu a mando para o convento – Foram as ultimas palavras de Carlisle antes do bater forte da porta.

 

— Nessie...

— Nessie...

Abri os olhos e Charlie me olhava com um semblante de preocupação – Você está bem?

—É, sim eu estou – dei um tímido sorriso.

— Mesmo?

— Eu estou sim pai, acho melhor irmos.

Os lábios de Charlie se moveram, mas ele nada disse, sai do carro e olhei para a casa dando alguns passos ao lado de Charlie que ansioso tocou a campainha insistentemente.

— Pai, eles já ouviram – rolei meus olhos.

Segundos depois Carlisle atendeu. Porque diabos tinha que ser ele?
—Olá Charlie - Disse o médico - Olá Carlie.

— Onde está a Bella? Charlie perguntou ignorando a pergunta cortês de Carlisle.

Meus olhos prenderam-se nos do vampiro médico, mas eu disfarcei seguindo Charlie que entrou de forma apressada passando pela sala, Bella estava do outro lado acompanhada de Edward, mesmo de longe eu podia sentir o sofrimento dela.

Eu não prestei muito atenção na conversa que eles tiveram, depois das ultimas lembranças de Renesmee ficar no mesmo ambiente que Carlisle me trazia angustia e tristeza, mesmo que dentro de mim houvesse alguém querendo xinga-lo eu só conseguia encara-lo.

— Algum problema anjo?

A voz de Jake me trouxe de volta a realidade, eu tentei disfarça dando um sorriso tímido direcionando o meu olhar para Edward. Me perguntei se ele se lembrava do seu passado.

— O que acha de irmos lá fora? – falei de forma carinhosa puxando Jake pela mão, eu precisava respirar algo que não me trouxesse as lembranças da outra vida que eu havia tido.

— Está tudo bem mesmo? Jake perguntou enquanto eu o puxava.

— Eu ainda preciso de respostas, sobre o que me disse hoje pela manhã – respondi.

— Nós podemos dar – Respondeu Carlisle.

Mas que merda.

Não consegui disfarçar meu descontentamento- Quero saber a real situação, porque se Leah chegou a ponto de contar a verdade ao meu pai é porque é mais grave do que imaginei – falei em um tom mais sério.

— Os Volturi estão vindo, temos poucos dias - Explicou Carlisle - Nós pensamos na possibilidade de reunir o máximo de testemunhas possíveis e provar que Eliot não é uma criança imortal, mas não sabemos se seremos escutados.

Volturi.
Eu já havia ouvido aquele sobrenome muitas vezes mas dessa vez ele parecia mais “familiar”,

— Caso não sejam? Perguntou Jake

— Infelizmente não estamos tão otimistas - o médico vampiro explicou - Caso haja um confronto a possibilidade de vencermos são mínimas.

— Por isso Alice e Jasper fugiram?

— Não temos certeza mas acreditamos que nossas chances diminuirão se você estiver presente.

Sorri ironicamente, só se me colocassem correntes eu deixaria de comparecer.

— Nessie você tem gene vampiro apesar de ser uma loba, não sabemos qual será a reação deles.

— Era isso que estava tentando me dizer hoje cedo? Vocês acham que vou me esconder enquanto minha irmã e meu sobrinho correm riscos? Perguntei a Jake.

— Ness .

— Estamos tentando evitar um confronto - Disse Carlisle- Compreendo que queira protegê-los, mas estará fazendo isso não estando presente.

— Ness escute eles – Jake insistiu segurando minha mão.

— — Eu sinto muito, mas não posso prometer nada quanto a isso – Respondi soltando a mão de Jake e entrei novamente na mansão.

Apesar do aborrecimento eu estava preocupada, ainda existiam muitas peças do quebra-cabeça chamado Renesmee que eu precisava desvendar, durante todo o restante da tarde em que Charlie e eu ficamos na casa de Carlisle eu mantive distancia o que deixou Jake ainda mais desconfiado, quando finalmente Charlie decidiu que era hora de voltar para casa me senti aliviada.

Charlie aceitou que Jake nos acompanhasse e ficamos alguns minutos conversando na porta de casa, ele tinha certeza que poderia me convencer a não participar daquele combate mas ele sabia que não conseguiria.

Após dar um beijo de boa noite em Jake eu entrei em casa, Charlie já estava jogado no sofá da sala, dei um sorriso tímido ao perceber que aquela visita havia sido boa no final das contas.

— Sua irmã irá trazer o menino no final de semana – Ele disse em um tom de animação – Ele é muito esperto.

Ergui as sobrancelhas – E o medo de ser avô?

— Não é tão ruim – ele respondeu se levantando – Sua irmã está bem, isso é o que importa.

— É verdade! Concordei com a cabeça.

Charlie se jogou no sofá pegando o controle da TV, eu sorri novamente e subi as escadas correndo.

No final tudo havia ficado bem, ao menos por enquanto tudo estava.


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