New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 102
O pacto




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Me levantei da cama com o livro nas mãos e caminhei lentamente por meu quarto e continuei a leitura: “A muito tempo, antes do homem branco povoar a terra , K´waiti criou o primeiro humano da tribo Quileute e havia cinco sociedades tribais que representavam o caçador de alces, o caçador de baleias, o pescador, o preditor do tempo e o curandeiro.  Nosso povo viveu por séculos no  A-KA-LAT e essa terra foi passada para cada um de seus descendentes durante os séculos, até a chegada do homem branco.”

Pausei a leitura e tirei os olhos do livro, aquilo era muito diferente de todas as historias que eu já havia ouvido, mas porque eles haviam a modificado tanto?

— Nessie, Nessie querida esta ai?

A voz de Sue me tirou de meus devaneios – Sim eu estou – Respondi deixando o livro sobre a cama e caminhei até a porta a abrindo – Oi Sue – falei dando um sorriso – Vocês chegaram agora?

— Acabamos de chegar, Charlie ouviu um ruído e imaginei que estivesse em casa, você já jantou? Eu comi com seu pai no restaurante, mas posso preparar algo para você.

— Não se preocupe, eu já comi em Port Angeles, programas de meninas.

Sue deu um sorriso tímido – Oh, tudo bem, se precisar de qualquer coisa estamos lá em baixo.

Retribui ao seu sorriso – Obrigada Sue – agradeci, Sue Clearwater era o tipo de madrasta que era legal de se ter, embora as vezes ela tentasse agradar demais eu gostava dela, saber que Charlie não ficaria sozinho me tranquilizava, Bella não demoraria a desaparecer definitivamente e eu tinha planos com Jacob, então ele teria alguém para acompanha-lo em sua aposentadoria, não que eu fosse sumir como minha irmã, mas eu sabia que minhas visitas a Forks não seriam tão frequentes.

Quando Sue finamente sumiu no corredor eu fechei a porta do quarto mas não a tranquei, Charlie ficava desconfiado quando eu passava a chave na porta e voltei para as antigas escrituras quileutes, precisava buscar respostas para todos os acontecimentos dos últimos meses, me sentei em minha cama e sorri ao ver a barra de chocolate ainda intacta que eu havia comprado na minha ultima ida ao supermercado, a segurei abrindo a embalagem e comi um pedaço enquanto voltava a folhear o livro.

“ O homem branco dizia ser o dono da terra e da terra ele tirava o seu poder, ele tinha nas mãos armas magicas que destruíam sem que ele precisasse estar próximo para matar.” – Deixei o livro sobre minhas pernas voltando a comer minha barra de chocolate e peguei um dos livros que eu havia comprado na biblioteca o lendo – Armas magicas – murmurei abrindo o livro de Historia nativa – A lenda está falando da expansão territorial Americana – murmurei voltando a ler o livro Quileute.

“Nós lutamos por nossa terra, mas nossas armas não eram magicas como as dos homens brancos, desesperados e temerosos por suas famílias os lideres oraram ao seu guardião, junto com o sol e Tsikáti (o universo), mas Tsikáti havia nos abandonado, os lideres tribais liderados por  Yellu o único líder que conhecia a língua falada por  K’waiti partiram até o topo do monte A-k-a-lat, Yellu então encontrou uma caverna com escritas em Chimakuan libertando aquele que Tsikáti havia condenado as trevas e em troca da liberdade o demônio deu a eles o poder para se defenderem dos brancos, Yellu o líder da tribo dos caçadores de alces,  Araetla o líder da tribo dos caçadores de baleias, Retlawraelc o líder da tribo dos pescadores, e  Kcalb o líder dos preditores do tempo aceitaram o poder, e eles beberam do cálice do demônio e naquela noite quando a lua nova alcançou o seu ponto mais alto no céu os lideres conheceram a magia, mas toda magia tem seu preço.”

Pausei a leitura tentando encaixar as peças daquele grande quebra- cabeça, a magia seria se transformar em um lobo? Deduzi que a história contada sobre Taha Aki não havia sido inventada era apenas a metade, pois Taha já tinha a magia.

Comi o restante do chocolate e o olhei para o meu celular que vibrou sobre o colchão, sorri ao ver o numero de Billy— Billy sabe que está ligando para um celular? Perguntei ao atender.

— Anjo me perdoe por ter sumido – A voz de Jake do outro lado da linha parecia aflito.

— Pensarei no seu caso, talvez uma punição— respondi.

— Dependendo da punição eu aceito— Ele respondeu em um tom de riso — Acredita que meu pai passou o dia seguindo meus passos?

— Marcação cerrada do velho Bil? O que você fez?

— Nada, apenas evitar que eu partisse em fuga.

Dei um suspiro e me deitei na cama, por mais que eu quisesse terminar de ler o livro Quileute eu estava com saudades de Jake – Você vem me ver? Sussurrei em um tom manhoso, eu sabia que ele não diria não se eu falasse dessa forma.

Jake riu – Pensei em algo melhor, em te sequestrar.

— E se Charlie prender você.

— Serei condenado por amor eterno?

Rimos juntos.

— Só vou esperar Charlie dormir, e quando estiver saindo te aviso.

— Estarei esperando ansioso, não esquece que te amo.

— Eu também amo você.

Mordi meu lábio inferior e dei um sorriso largo deixando o celular sobre a cama novamente e me levantei pegando o livro quileute terminando de ler a ultima parte antes de dar uma pausa: “ Naquela noite enquanto retornavam do topo da rocha os lideres das tribos sentiram o queimar em suas gargantas, desesperados para saciar a sede que os consumia eles beberam a água da nascente do rio Quileute mas o queimar não diminuiu, desesperados ele correram pela floresta sendo dominados pelo cheiro do liquido quente correndo nas veias da matilha de lobos que estava próxima a eles, quando o ultimo animal caiu morto os cinco ajoelharam-se e seus corpos mudaram para a forma dos animais que eles haviam assassinado, e enquanto os lideres quileutes em forma de lobos caminhavam desorientados pela escuridão Tsikáti surgiu diante deles – Porque não confiaram em mim? Perguntou Tsikáti – nos ajude— implorou Kcalb o líder dos preditores - Tsikáti aproximou da matilha – vocês beberam do Cálice da morte, eu darei a vocês o direito de voltarem a forma humana quando assim o desejarem, e a magia dos lobos caíra sobre seus descendentes, vocês não poderão se comunicar com outras matilhas a não ser a sua, e eles escolherão suas parceira da mesma forma que os lobos as escolhem, quando os olhos deles se cruzarem pela primeira vez com aquela que o lobo escolheu ele pertencerá a ela e nada poderá fazer para mudar isso.”

Meu corpo paralisou e parei de respirar por alguns segundos, agora tudo fazia sentindo, quando eu estava no hospital e havia despertado naquela dimensão com os antepassados eles haviam dito que eu era a origem, porque dentro de mim corria o sangue de um guerreiro quileute e o veneno de um vampiro, eu tinha uma escolha a fazer e se no dia em que me transformei em loba tivesse escolhido atacar o mochileiro eu me transformaria no demônio que havia os amaldiçoado.

Eu precisava conhecer as escrituras e só poderia se conseguisse ler na língua Chimakuan, tive um estalo, deixei o livro sobre a minha mesa de estudos e peguei meu caderno e uma caneta voltando a ler o livro e fazendo algumas anotações:

Yellu o líder da tribo dos caçadores de alces era o único que sabia a língua Chimakuan – Yellu – murmurei escrevendo na folha do caderno – Yellu, Y-e-l-l-u – Olhei fixamente para aquele nome e arregalei meus olhos voltando a escrever  a palavra ao contrário – U-L-L-E-Y.

Araetla – Fiz mesmo que havia feito com o nome anterior – A-L-T-E-A-R-A

Retlawraelc – C-L-E-A-R-W-A-L-T-E-R

Kcalb – B-L-A-C-K.

Atônica fechei meu caderno e o livro me levantando e caminhei pelo quarto, Elle era guardiã do livro porque os Ulley sempre foram aqueles que entendiam da língua de Tsikáti, Ellen era minha bisavó e eu sendo sua descendente e tendo sua aparência me torno sua sucessora, mas ainda havia uma peça a ser encaixada, a moça chamada Renesmee e porque ela havia dito que Jacob havia escolhido?

Minha mente foi invadida por novas lembranças, fechei meus olhos tentando em concentrar em cada uma delas, elas não eram de Ellen eu tinha absoluta certeza disso, era La Push mas estava diferente, haviam muitos homens correndo para ambos os lados e casas em chamas, atordoada eu corri até a porta do meu quarto e passei pelos corredores descendo as escadas de forma apressada.

—Nessie – Charlie que estava a frente da TV em sua cadeira na sala me chamou mas o ignorei, peguei o molho de chaves pendurado ao lado da porta e a abri saindo apressada.

— Nessie – Charlie gritou novamente.

Parei diante de nossa casa e várias imagens surgiram diante de mim, como se eu tivesse em um tempo diferente, pessoas correndo de um lado para o outro em desespero, e o som de vários tiros.

Senti o queimar em meu abdômen e gemi passando a mão sobre o lugar que começava a ser invadido por uma forte dor, olhei para minha mão e ela estava suja de sangue.

O ar pareceu ter desaparecido e meu corpo caiu sobre a grama molhada.

—Nessie – Charlie gritou aproximando-se e senti suas mãos tocando meu corpo me pegando em seus braços.

Eu vi o rosto de Jacob com uma expressão de dor antes da escuridão surgir completamente diante de mim.


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