Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 8
Capture a Bandeira - Parte III


Notas iniciais do capítulo

Parte final do Capture a Bandeira! Espero que gostem, o conflito da história vai começar no próximo capítulo, tentei dedicar esse capítulo para terminar de desenvolver a personalidade dos personagens e já ter um setup pra história. Espero que gostem, deixem seus comentários ♥ (Texto em negrito é como se fosse traduzido de outra lingua[No caso, espanol])



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P.O.V Maggie

 

Olhei com raiva ao corpo caído na minha frente, vendo a figura inconsciente de Mevans no chão. Eu sabia que a faca ter acertado as costelas de Aurora foi um acidente, mas minha raiva por ele aumentou quando ele tentou pegar a bandeira. Eu estava prestes a acordá-lo e gritar com ele mas mudei de idéia quando olhei para o lado.

Minha raiva logo se transformou em preocupação, já que Aurora estava quase flutuando em uma poça de sangue. O mais preocupante era que ela nem sequer fazia um grunhido de dor, o que era um sintoma ruim. Eu me aproximei dela, ignorando a linha de defesa e vi o rosto dela perder a cor, ficando em um tom extremamente pálido. A faca conseguiu atravessar o couro da armadura e estava cravada lá.

Tirei meu peitoral e rasguei um pedaço da minha camisa para cobrir o ferimento ao redor da faca. Vi que a respiração dela estava ofegante e que ela estava quase fechando os olhos. Eu a chamei pelo nome várias vezes até ela me olhar. “Vai ficar tudo bem” eu disse, rezando para que fosse verdade. Segurei a mão dela e continuei reforçando que tudo ia ficar bem.

Tirei a faca das costelas dela, e torci para que ela não tivesse indo fundo o suficiente para acertar o pulmão. Usei o pedaço da camisa que rasguei para estancar o sangue, fazendo o tecido cinza ficar vermelho em segundos. Berrei “paramédico!” pela décima vez, esperando que alguém ouvisse ou ajudasse.

Infelizmente, a equipe azul estava muito ocupada comemorando ter ganhado a bandeira. A linha de “pré defesa” conseguia segurar a equipe azul impedindo-os de passar para o outro lado, mas depois de liberarem nossa prisão, conseguiram levar a bandeira para o outro lado do rio. Berrei “paramédico!” novamente, no mais alto que meus pulmões aguentavam, praticamente chorando pela falta de resposta. “Eu tô aqui…” disse, às lágrimas “Aguenta firme, a ajuda tá vindo…” eu comecei a soluçar, imaginando um cenário onde a ajuda não viesse “Por favor Aurora… Não morra… Não morra… Por favor…”

Uma menina de Hermes finalmente se aproximou e ajudou a estancar o sangue. Eu agradeci ela mais do que já agradeci alguém na vida, suspirando de alívio. “Chame Quíron!” ela disse, apontando para o rio. Esfreguei as lágrimas para fora do meu rosto e corri em direção ao rio, tentando achar Quíron no meio da muvuca de corpos comemorado.

 

P.O.V Nick

 

Ouvi a corneta tocar, avisando o término do jogo, distraindo a menina de Atena na minha frente, me dando a chance de derrubá-la. Andei até o rio, onde havia a equipe azul inteira comemorava aos pulos e gritos, abanando a bandeira vermelha no ar. Procurei Nard no meio da bagunça, querendo ver a cara de raiva dele por saber que perdeu.

Não o vi em lugar nenhum e comecei a me preocupar quando a multidão começou a se dispersar e ele não apareceu. Houve troca de cumprimentos e elogios, além de pequenas brigas amigáveis entre os Campistas de Ares. Procurei Quíron, já que ele estava supervisionando o jogo, mas ele não estava junto com o compilado de Campistas.

Decidi procurá-lo no campo da equipe vermelha, e o vi perto do local onde a bandeira vermelha estava, junto de um grupo de paramédicos. Corri para onde eles estavam e antes de eu puder ver quem havia se machucado Maggie apareceu na minha frente, chorando e sem o peitoral da armadura, estando apenas com uma blusa cinza, que eu vi estar rasgada na manga.

O que aconteceu?” perguntei, com um tom de preocupação na voz. Ela gaguejou palavras incompreensíveis e chorou mais, mas falei “Calma, respira fundo e fala de novo”, com uma voz tranquilizante. Ela enxugou algumas lágrimas e disse, com a voz falhando: “O Mevans… Tacou uma faca na Aurora…”. Ela encarou a figura inconsciente do Mevans a uns 5 metros de onde a gente estava e fiquei sem reação. 

Vi os paramédicos levarem Aurora em uma maca em direção à enfermaria enquanto Maggie olhava ela com um rosto desesperado. Eu a incentivei a segui-los e ela o fez, me deixando sozinho com Quíron e o corpo de Mevans. 

—Seja sincero comigo Quíron - eu disse, com um tom relativamente preocupado na voz - Você acha que ela vai conseguir se recuperar? - ele me encarou por alguns segundos, provavelmente estudando a expressão no meu rosto. Ele suspirou e encarou meus olhos por mais alguns segundos

—O machucado foi bem feio, mas por sorte a faca não acertou o pulmão. Com sorte, repouso, néctar e ambrosia, ela deve se recuperar em pouco tempo - ele disse, para meu alívio. Ele viu a expressão de alívio no meu rosto e sorriu, me dando um tapinha nas costas. Ele trotou de volta ao refeitório, para anunciar os vencedores e elogiar os participantes, enquanto eu fui na direção de Mevans.

 

P.O.V Nard

 

Corri o mais rápido que pude, tentando me afastar ao máximo de Eve. Minha testa havia suor frio de ansiedade e minhas mãos não paravam de tremer, de tanto medo. Eu ainda estava tentando entender o que havia acontecido, ao mesmo tempo que tirava a armadura. Em um momento eu estava casualmente batalhando com Eve e antes mesmo de eu perceber eu o estava enforcando.

Eu parei de correr e olhei ao meu redor: eu ainda estava na floresta, e parecia ainda estar dentro dos limites do Acampamento. Árvores se estendiam de todos os lados, cobrindo o sol e me deixando em uma leve penunbra.

“Tsk, tsk” ouvi uma voz dizer atrás de mim. Me virei com minhas espadas em mão, mas não vi ninguém. Enquanto eu tentava entender de onde a voz vinha, essa mesma voz surgiu do meu lado. “Clássico Nard...” disse. “Quem está aí?” berrei, com minha voz beirando ao desespero. “Tão covarde que não consegue nem matar alguém…” ouvi a voz dizer à minha esquerda, mas ao golpear a espada em direção à onde ouvi a voz, minha espada simplesmente cravou em uma árvore. “Quem é você?!” berrei ainda mais alto. “Ora você não sabe?” disse uma voz diferente. “Estamos todos na sua cabeça, bolinha” uma terceira voz disse.

Procurei desesperadamente meus comprimidos em meus bolsos, mas não consegui achá-los. “Olha gente, o bolinha tá tentando achar os comprimidos dele!” outra voz disse, causando várias risadas na minha cabeça. Comecei a chorar, parte por estar sendo ofendido, parte por raiva de ter perdido os comprimidos. “Awwwnnn, o bebê se ofendeu?” uma outra voz disse, em tom seboso… “Qual o problema bolinha, não aguenta as verdades?”. Berrei a plenos pulmões, tentando silenciá-los. Eles continuaram me xingando e soquei uma árvore em estresse. Outro xingamento. Outro soco. Outro xingamento. Soquei a árvore em estresse até meus dedos sangrarem. “SAIAM DA MINHA CABEÇA” berrei, sentindo minha voz arranhar minha garganta.

Mas eles não saiam. Continuaram falando, me xingando e me humilhando. Gritei. Gritei como se minha vida dependesse daquilo, segurando as laterais da minha cabeça enquanto gritava. No fim das contas eu era apenas um rolinho chorando no chão, ouvindo mais e mais xingamentos.


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Notas finais do capítulo

Para quem não entendeu o final, Nard é esquizofrênico e esquece seus remédios antes do jogo, e a dose de adrenalina dos jogos mais o fato que ele quase matou o Eve acabou causando um colapso nervoso nele. Espero que tenham gostado, deixem seu feedback(eu talvez edite esse capítulo depois, tive que terminar ele na pressa)