Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 39
Alto Mar - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Eu passei um bom tempo sem postar, principalmente pelo fato de eu estar completamente sem idéia do que fazer. Mas agora eu voltei, e cá estamos com a segunda parte do arco que planejo fazer terem 3, então esperem uma terceira parte em breve.
Espero que gostem ♥
(btw, ainda tem 2 vagas pra Campista, se alguém lendo puder compartilhar a história pra preencher as vagas, ajudaria bastante)



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P.O.V Eve

 

Era revigorante sentir as gotas d’água batendo no meu rosto enquanto o jet-ski cortava as águas, ao invés da monotonia do cais. Aurora já tinha se agarrado em Maggie com medo do jet-ski tantas vezes que já estava ficando redundante, mas mesmo assim, Maggie nunca desistia de fazer curvas bruscas simplesmente para assustá-la. A comunicação era um pouco mais difícil agora que não tínhamos mais walkie-talkies, mas em pouco tempo Viren poderia voar de novo e facilitar a conversa.

Ha, ha, Dance! Boogie Wonderland!”, cantarolava Aylee, completamente ignorando o fato de estar totalmente desafinada. Infelizmente, seu toca-fitas estava em seu bolso enquanto os ciclopes destruíam nossos quadriciclos, então eu era forçado a ouvir seu canto desafinado o dia inteiro.

Viren e Nick faziam um dueto de alguma música irreconhecível pelo barulho dos jet-skis, e não pude evitar um sorriso: estávamos jovens zuando um com a cara do outro, como qualquer outra pessoa de nossa idade, ao invés de simplesmente viver diariamente em um mundo mitológico.

Tive que aguentar os vocais desafinados de Aylee por umas 2 horas até que parássemos para um descanso. Maggie havia feito algumas modificações nos jet-skis para eles não ficarem a mercê das ondas quando parassem, então os jet-skis mal se mexiam quando os paramos.

Apoiei meus pés nas laterais no jet-ski e me levantei, espreguiçando os braços para cima. O sol batia forte no meu rosto, e podia sentir um pouco de suor descendo da minha cabeça. O cheiro de sal do mar ficou muito mais notável com a falta de movimento, e só percebi que minha boca estava seca agora. Todos menos Nick procederam a se espreguiçar também, e dava para ouvir os estalos de nossas costas ao longe. Peguei uma bolsa de água em um compartimento na lateral do veículo, e dei um gole longo, e vi que Aylee fez o mesmo atrás de mim.

 Devido ao fato que saímos rapidamente do cais, eu não havia prestado atenção nas roupas de todo mundo até agora: Aylee vestia uma camisa longa, que ia até suas coxas, e um short curto, enquanto Maggie estava com o mesmo outfit de sempre: uma blusa cinza e uma calça, cobertas por um avental de mesma cor. Aurora vestia uma de suas infinitas camisas rosas, e uma saia que ia até o joelho de um tom um pouco mais avermelhado, além de uma leve maquiagem no rosto. Viren vestia uma camisa amarela, com mangas curtas que realçavam seus músculos, e Nick tinha uma camisa preta de Star Wars com shorts um pouco mais acinzentados. Eu acabei nem trocando de roupa, então eu ainda vestia a mesma camisa verde de ontem.

Com alguns movimentos desleixados, aproximamos os jet-skis , formando um círculo que mais parecia um triângulo. “O que vocês acharam?”, perguntou Maggie, e nesse ponto ninguém mais se surpreendia pelo fato de ela sempre ir direto ao ponto. “O motor podia ser um pouco mais alto, pelo menos eu não teria que aguentar o canto da Aylee a cada 15 milissegundos”, respondi, o que me causou um leve soquinho no ombro. “Acho que um silenciador de ego cairia melhor no jet-ski do Eve”, respondeu Nick, fazendo todos menos eu rirem alto. Por mais que eu estivesse com o orgulho ferido, era bom ver que Nick já estava em um bom humor, ao ponto de fazer piadas.

“Então gente… Pouco antes da gente sair, rolou uma coisa bem maluca enquanto eu dormia”, comecei a falar, um pouco sem jeito. Expliquei rapidamente o meu sonho, e todos ficaram em um silêncio agonizante enquanto julgavam os ocorrimentos. “Bom, dá pra gente diminuir um pouco os nossos tempos de pausa. A gente pode conseguir um dia ou dois de vantagem desse jeito”, sugeriu Aurora, com uma certa incerteza na voz. “Bom, eu ainda preciso avisar o Acampamento o que tá acontecendo. Alguém tem um dracma?”, perguntei, olhando para os rostos pensativos de todo mundo. Maggie jogou um em minha direção, e quase o deixei cair na água. Peguei uma lanterna na mochila, e aproveitei o vapor leve que saía dos motores para preparar a mensagem. 

"Oh Iris, deusa do arco-íris, por favor aceite minha oferta", murmurei, jogando a moeda na água. Depois de especificar o local destinado, respirei fundo, ainda pensando por onde começar. “Bom… Oi Nard, Hanna ou qualquer pessoa que esteja ouvindo essa mensagem, eu tô enviando isso literalmente do meio do oceano. Infelizmente a missão não tá indo tão bem e bom… A gente ficou com um a m-menos depois que um bando de ciclopes ficou seguindo a g-gente”, disse, tentando fortemente suprimir minhas lágrimas. “Ao mais, não tem muito a que dizer, a gente tá tentando apressar o passo, mas por favor, aguentem aí.”, completei, acenando para a mensagem acabar.

Um peso enorme parecia esmagar meu coração, mas eventualmente este sumiu. “Alguém aí gosta de chocolate com coco? Comprei um sem querer, e não quero jogar ele aqui no oceano, já que ninguém precisa de Poseidon puto com a gente”, disse Nick tentando animar o local. “Eu descobri que o chocolate que eu comprei tem amendoim, então eu vou praticamente ter uma parada cardíaca se eu comer. Quer trocar?”, respondeu Aylee, e os dois jogaram sua comida por cima do jet-ski de Maggie e Aurora. Viren pegava um bombom, provavelmente para trocar, mas quando foi tirar da mochila, o bombom caiu no oceano, quase levando a mochila junto. Ele praguejou baixinho, enquanto Aurora apoiava a cabeça no ombro de Maggie.

“Caramelo, alguém quer?”, perguntei, tirando uma barrinha da mochila. Aurora levantou a mão levemente, sem tirar a cabeça das costas da namorada, e acertei o alvo em cheio. Ainda havia uma atmosfera pesada em nós, mas pelo menos estávamos todos sorrindo, apenas tendo um momento calmo. Começamos a contar histórias engraçadas do Acampamento, enquanto enchíamos a barriga de doces. Eu contei sobre o dia em que meu leque ficou preso em um tronco de árvore por dois dias, e Maggie contou do dia em que ela armou uma armadilha simples para fazer um garoto de Hermes tropeçar, mas acabou caindo na própria engenhoca, justo quando Quíron passava por perto. Nick contou de quando pegou Nard e Hanna roubando morangos no flagra, dando um susto enorme em ambos, e Viren contou de quando apostou 20 dracmas em um jogo de “par ou ímpar”, no qual ele perdeu instantaneamente. Aurora infelizmente não tinha muitas histórias para contar, mas Aylee contou do dia em que Quíron perguntou se ela queria “roupas de menina”, aparentemente do nada, uns 8 meses antes dela sair do armário em público.

“O miserável sabia, não sei como, mas ele sabia. De uma certa forma foi bom, porque eu ainda tinha poucos conhecidos no Acampamento, e falar pra todo mundo parecia algo impossível como lamber o próprio cotovelo”, completou, com um pouco de vergonha. “E agora tu é uma das minas mais corajosas que eu conheço, então tu teve uma puta evolução. Eu tiro o chapéu pra tu”, disse Nick, o que resultou em um sorriso enorme no rosto de Aylee. Maggie começou a montar algum mini-circuito nas mãos, ainda com Aurora em suas costas, enquanto continuávamos contando histórias engraçadas ou vergonhosas, como o moleque de Hermes que deu um chifre em Nick, ou quando Vi conseguiu ficar discutindo com Rav por quase 3 horas, já que ela não queria limpar o refeitório depois de perder uma aposta a Rogelio. Obviamente, Viren acabou perdendo, e passou a noite inteira limpando a bagunça do refeitório em um dia de “Capture a Bandeira”.

Eventualmente, voltamos a nos mover, e eu até estava calmamente aceitando a tortura que era a cantoria de Aylee. Novamente os respingos de água me deram uma sensação boa, de paz. O ar salgado dava uma experiência única, e eu pude pensar no infinito e além enquanto andávamos. Um barulho diferente invadiu meus ouvidos: era um barulho de motor, mas não dos jet-skis que estávamos. Ao longe, um ponto preto começou a se aproximar lentamente, parecendo uma formiga na distância, ou uma mosca. Mas não era nenhum dos dois: uma lancha vermelha chegava cada vez mais perto, e mesmo ao longe era impossível não reconhecer a aparência física do ciclope que matou Mevans.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem seus comentários ♥



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