Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 38
Alto Mar - Parte I


Notas iniciais do capítulo

E cá estamos nós de novo com a missão, espero que gostem

(Musicas pra entrar na vibe:
Pro início: Dark Seaside, do Waterflame [https://www.youtube.com/watch?v=ggHN5ZJ8jkU]
Pra sequência de sonho: Lucas's Dream, do DJ Nardelli[yeye, self-praise] [ https://www.youtube.com/watch?v=G8L_UD-T0GY]
Pro final: September, do Earth Wind & Fire [https://www.youtube.com/watch?v=3cKtSlsYVEU]



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P.O.V Eve

 

Já faziam dois dias desde que havíamos chegado no cais, depois de tudo o que havia ocorrido nos últimos dias. Era estranho, nenhum monstro apareceu, nenhum monumento mitológico surgiu e parecíamos até estar tendo um dia normal. Maggie estava nos jet-skis, completamente imersa em seu trabalho de modificá-los, e Vi conversava com Aurora, ambos completamente abstraídos em seu diálogo. Nick estava sentado na ponta do cais, com um dos joelhos dobrado para cima, onde ele apoiava a cabeça para observar o sol refletir no mar. Ele tinha uma expressão que era triste e pensativa ao mesmo tempo, e decidi não incomodá-lo. Aylee tinha um livro de palavras cruzadas em mãos, enquanto mordia uma caneta ao pensar nas palavras. 

Eu estava lendo um livro barato que comprei em uma lojinha perto do cais, chamado “Lua de Larvas”. Era relativamente rápido, embora eu prestasse mais atenção na aparência dos personagens do que na história em si. Mesmo assim, ao chegar no capítulo 93, não pude deixar de lembrar de Nard. Eu pensava bastante nele, embora eu não soubesse se ele fazia o mesmo. O seu sorriso, e o beijo que ele me deu não saiam da minha cabeça. Como o livro tinha 100 capítulos, não tardou para que eu o acabasse, me deixando em um profundo tédio. Aurora riu de alguma coisa que Viren disse e Maggie murmurou alguma sugestão para si mesma.

“‘Aquele que se põe acima de todos’, dez letras, termina com ‘a’. Tu sabe?”, perguntou Aylee me pegando de surpresa. “Vê se cabe ‘narcisista’”, respondi, me virando em sua direção. Ela contou o número de casas com a caneta, e logo depois começou a escrever. “Valeu”, respondeu, absorta em seu passatempo. “Tu tem outra revista?”, perguntei, na falta do que fazer. Ela me passou um livrete que estava ao lado dela sem tirar os olhos do papel, e agradeci, me sentando em um degrau. Folheei as páginas até achar o meu passatempo preferido: jogo dos 8 erros.

Acabei o jogo em menos de dois minutos, esse era um dos passatempos que eu mais fazia quando era menor. Alguns dos “erros” eram tão óbvios que eu me questionava como algumas pessoas não conseguiam completar esse jogo. Em contrapartida, eu achava praticamente impossível as diretas sem diagonal, ou sem setas. Para mim só os filhos de Atena com o maior QI conseguiam completá-los, porque a quantidade de raciocínio para resolvê-las era absurdo. Aurora terminou sua conversa com Vi, e foi saltitando na direção de Maggie, que ainda estava inerte ao mundo exterior. 

Viren foi na direção de Nick, para logo depois se sentar ao lado dele, dando algumas palavras de consolo. Enquanto eu fazia uma das palavras cruzadas, a mesma página conseguiu ter “Michael” e “Evans” como palavras, e eu não pude evitar um aperto interno. Se ele só tivesse atravessado a porcaria da ponte…

Bom, era como Maggie dizia, pensar nisso não iria mudar o que aconteceu. Foi extremamente melancólico continuar resolvendo a revista, e simplesmente a deixei de lado. Fui em direção ao cais, até encontrar um bom lugar para me deitar. Não era como se eu tivesse algo a mais para fazer, então simplesmente fechei meus olhos e dormi.

Era uma caverna escura, e bem suja. E era bem feia, sem nenhum sinal de decoração ou formação natural; um buraco cavado primitivamente no chão. Estava um caos: pessoas corriam de um lado ao outro, enquanto três figuras com rostos borrados tentavam manter a multidão de oito pessoas sob controle. Uma das três pessoas tentou estender uma faca como ameaça, mas neste momento uma outra pessoa passou em sua frente, fazendo um corte horizontal bem na altura dos olhos da mesma. Quando o caos finalmente foi resolvido, simplesmente deixaram a pessoa recém-cegada para trás,enquanto essa se arrastava para as sombras.

Um flash de luz me cegou momentaneamente, e notei que havia passado algum tempo, a julgar pelo silêncio e a falta de movimento. Eu ainda conseguia ver a pessoa cortada no canto, tentando desesperadamente limpar os olhos com a própria manga, sem sucesso. Tente me aproximar e acabei chutando uma pedra sem querer, causando um pequeno eco no local. “Quem está aí?”, perguntou, e logo o rosto de Sophie ficou menos borrado. “Tu consgue me ouvir?”, perguntei, ainda surpreso, pelo fato de estar em um sonho e poder interagir com outras coisas.

“Eve? Como tu veio parar aqui?”, ela perguntou, tateando o ar. Porém, quando tentei pegar na mão dela, a minha mão simplesmente a atravessou, como se eu fosse um fantasma. “Eu tô sonhando, mas não sei como tô conseguindo conversar com você. Eu não consigo tocar em outras pessoas, mas por algum motivo eu consigo falar com tu. “Bom, independente da lógica de como tudo tá acontecendo, e ignorando o fato que eu não consigo chorar mesmo com a dor insuportável que eu tô sentindo, eu preciso te falar algo muito importante: vocês precisam se apressar aí, porque o Odd, o Xavier e o Alan traíram o Acampamento e tão levando sete Campistas por um portal pro Everest”, disse, e fiquei um pouco abalado com a quantidade de informação. “O que falando nisso, como tá indo a missão?”, perguntou inocentemente, e engoli um seco. Agora não era o melhor momento para falar que um de nós havia morrido e que estávamos todos cansados e parados. “Fala pro Nard ir pro rio amanhã, eu vou mandar uma mensagem de Íris explicando tudo. 

“Tem alguma coisa que tu tá tentando esconder de mim?”, ela perguntou, o que gelou minha espinha. “Eve, acorda!”, ouvi alguém do exterior me chamando. “Preciso ir”, falei, olhando para seus olhos. As íris verdes estavam com uma linha vermelha as partindo ao meio. Eu não acho que ela fosse voltar a ver algo na vida, e senti um aperto no estômago. “Tu vai ficar bem?”, perguntei, enquanto os cenários começavam a esmaecer. “Eu me viro”, respondeu, dando um sorriso. “Se cuida, mané”.

Acordei com Maggie chacoalhando meu ombro, enquanto ouvia um barulho alto de motores ao meu lado. “Levanta belo adormecido, a gente tá saindo”, ela disse, me oferecendo uma mão apra levantar. “Só se meu príncipe vier me resgatar”, respondi brincando enquanto pegava a mão dela, e ela me jogou para trás como resposta. Rimos rapidamente, antes de eu me levantar, indo em direção aos jet-skis.

Aurora esperava Maggie no banco de trás de um deles, e Viren já sentava atrás de Nick em outro. Pulei no jet-ski remanescente, ouvindo o ronco dos motores. “Eu modifiquei eles pra eles irem mais rápido gastando menos gasolina. Mas assim… Eu talvez tenha feito eles rápidos demais.”, disse, um pouco envergonhada. “Poxa, se tu fizesse eles andarem devagar, qual seria a graça?”, respondi, o que lhe causou um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Se eu puder, eu posto a parte 2 ainda hoje, e também vai ser no P.O.V do Eve
Espero que tenham gostado, deixem seus comentários ♥



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