Interativa - Enquanto As Estrelas Brilharem escrita por Allyssa aka Nard


Capítulo 11
Desaparecimentos e Paixões


Notas iniciais do capítulo

(afff titulo meloso)
Desculpem pela demora, minha cabeça estava ocupada com 4 coisas: Daredevil, EAD, Minecraft e She-Ra(e falando nisso, QUE FINAL BOM), então acabei ficando meio sem tempo pra escrever.
Esse capítulo era pra ser mais longo, mas pela situação que tive no final decidi deixar por onde estava. Infelizmente, a história não foi tão pra frente quanto eu gostaria, mas foi divertido escrever mesmo assim.
Espero que gostem ♥



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P.O.V Eve

Estava tendo um déjà vu enquanto passávamos pela ex-área de prisão, me lembrando de Nard me estrangulado. Eu, Quíron, Maggie e os outros conselheiros das Cabanas procurávamos por Nard, depois do completo sumiço dele. Me agachei e vi pegadas grandes no lugar onde ele saiu correndo, ainda estando fáceis de localizar.

Eu e Maggie fomos na frente, seguindo as pegadas cravadas na lama. Eu ouvi gritos na distância e corri na direção que ouví-los, esperando que fosse Nard. Os gritos foram ficando cada vez mais altos à medida que eu chegava mais perto, e pareciam estar cada vez mais desesperados. Acelerei o passo até ver uma árvore com marcas de sangue, que pareciam com dedos.

Indo um pouco mais para frente, vi Nard batendo a cabeça em uma árvore e corri na direção dele para o segurar. As luvas dele estavam manchadas de sangue nas partes que não protegiam os dedos, que julguei ter sido dele socando aquela árvore e na testa dele estava caindo uma cascata de sangue. Vi que havia lágrimas nos olhos dele, mas caía tanto sangue da testa dele que parecia que ele estava chorando sangue.

Olhei nos olhos dele e vi um desespero que eu nunca havia visto em nenhum outro ser humano e ele se desvencilhou de mim quando fiz isso. Ele estava chorando muito e tentava se afastar quando eu chegava perto. “Por favor… Fica longe… Eu não quero te machucar…” ele disse, beirando a insanidade.

“Relaxa, você não vai machucar ninguém…” eu disse, tentando acalmá-lo. “Você não entende!” ele gritou. “Elas não vão deixar!”. “Quem não vai deixar?” perguntei, preocupado. “AS VOZES!” ele berrou, a plenos pulmões. Ele pegou uma das espadas dele, a menor e começou a cortar o próprio braço, deixando sair cada vez mais sangue à cada movimento. Pulei no outro braço dele, tirando a espada do caminho. 

“Por favor” ele disse, em um tom baixo muito preocupante. “Faça elas pararem… Por favor… Por favor…” ele continuou, repetindo “por favor” várias vezes, com cada vez mais desespero na voz, falando cada vez mais baixo.

Eu e Maggie seguramos Nard enquanto o resto do grupo nos alcançava, todos com reações similares às nossas. Carregamos Nard até a enfermaria, com os berros dele atraindo muita atenção a ele, o que tentei dispersar, sem sucesso. Suspirei quando chegamos na enfermaria, aliviado de me livrar da enorme multidão de rostos curiosos do lado de fora.

Enquanto os enfermeiros tentavam acalmar Nard em sua cama, vi Aylee, a conselheira de Atena, se aproximar. “O que aconteceu?”, perguntei com uma certa preocupação na voz. Eu não conversava com ela havia um tempo, a última vez sendo quando encontrei os comprimidos de hormônios dela e nossa conversa foi nada mais que um “obrigada” e um “de nada”.

“Acho que temos um problema” ela disse, enrolando um pouco do cabelo ruivo com o dedo. Ela estava tendo algumas dificuldades em adaptar sua voz após a transição, mas ela estava bem melhor depois de nossa última “conversa”. Olhei nos olhos castanhos dela e vi que ela não estava de brincadeira. Ela tirou algo do bolso e logo reconheci o aparelho auditivo de Hanna, algo que apenas nós conselheiros e alguns amigos dela sabiam da existência.

“Ela já sumiu faz umas 2 horas, a última vez que alguém viu ela foi quando ela ajudou a novata de Afrodite na enfermaria, e eu não acho que ela deixaria o aparelho no chão desse jeito” ela disse, o que me deixou ainda mais preocupado. “Mais alguém sumiu?”, perguntei, com um óbvio tom de preocupação na voz. Ela suspirou e disse “Da minha cabana teve a Leigh e o Trevor, e em Hermes parece que sumiu um moleque também”. 

Coloquei meus dedos no meu queixo, pensativo e tentei achar uma explicação. Eu sabia que Hanna não era do tipo de sair sem avisar, principalmente sem seus aparelhos, e tudo foi muito súbito. “Algum outro conselheiro reportou Campistas sumidos?” perguntei, com medo da resposta. “Eu falei com an Hernold e com a Sophie, e por sorte, em Ártemis e Apolo não sumiu ninguém” ela disse, para meu alívio.

Chamei Maggie e falei com ela o que aconteceu, e avisei que ia falar com Quíron e com o Sr. D para tentar outra reunião de conselheiros. Vi ela entrar no leito da Aurora e vi os enfermeiros tentando sedar Nard no fundo, no meio de todos os espasmos que ele estava tendo.

Saí da enfermaria, dando de cara com a multidão de rostos curiosos de antes. “De volta ao que vocês estavam fazendo!”, falei. “Agora!” gritei, na falta de ação. A multidão começou a se dispersar, e alguns campistas já voltavam ao que estavam fazendo, jogando baralho e treinando com suas armas.

Andei em direção à Casa Grande, tentando organizar os pensamentos frenéticos na minha cabeça. Eu sabia que Nard já tinha algum problema mental, porque já tinha visto ele tomar comprimidos durante um treino, mas não achei que fosse algo tão grave quanto o que ele demonstrou.

Quíron estava na varanda da Casa Grande, provavelmente vendo meu rosto preocupado, e se aproximou quando cheguei perto. “Problemas?” ele perguntou. “Infelizmente, sim” respondi. “Quatro Campistas sumiram, e Hanna é um deles”. Ele me encarou por um longo tempo, provavelmente pensando no que fazer. Quebrei o silêncio pedindo para ele organizar uma reunião. 

 

P.O.V Maggie

 

“Como assim ‘sumiram’?”, Aurora perguntou, me encarando com seus olhos azuis demonstrando uma enorme confusão. Me esforcei muito para não me distrair com aqueles olhos hipnotizantes, provavelmente um efeito por ela ser filha de Afrodite, e respondi “Os conselheiros de Hermes e Atena não viram os quatro já faz muito tempo e conhecendo Hanna, eu sei que ela não é do tipo de sair correndo sem avisar”. Eu tenho uma certa dificuldade para mentir ou ocultar fatos, então suei um pouco ao evitar mencionar os aparelhos de Hanna.

“Como tão suas costelas?”, perguntei, tentando desviar o assunto. Se ela percebeu a mudança súbita de assunto, ela não demonstrou. “Eu tô quase conseguindo me levantar, mas minhas costelas ainda tão doendo feito o Tártaro” ela disse, com uma cara de dor, mas sorrindo depois, como se tivesse dito uma piada.

“O que foi?” perguntei, tentando decifrar o sorriso na cara dela. Ela mexeu a mão pra baixo, como se pedisse pra ignorar o assunto e depois disse “É que eu tava pensando: a gente se fala mais agora que eu levei uma facada do que quando a gente tava ‘de boa’”. Me senti um pouco mal com o comentário, mesmo que essa não tenha sido a intenção dela, mas logo respondi “Se você quiser, eu posso ir ali dar uma porradas no Mevans, caso isso te faça sentir melhor”. Falei brincando, mas uma parte de mim realmente queria quebrar alguns ossos do Mevans. O sorriso no rosto dela aumentou, sendo ainda mais hipnotizante que os olhos dela.

“Não precisa, eu já me resolvi com ele”, ela disse, também brincalhona. Sentei na beira da cama e perguntei se ela precisava de alguma coisa. “Não, só sua companhia já é ótima” ela respondeu, o que fez minhas bochechas arderem de vergonha. Ela viu a vermelhidão no meu rosto e caiu na risada. “Gotcha!” ela disse, e eu acabei rindo junto. “Você fez de propósito né?” perguntei, ainda um pouco vermelha. “Óbvio” ela disse, com um sorriso malicioso. Vi ela morder o lábio inferior e ela depois acrescentou: “Não significa que não seja verdade”.

Ela se sentou, ficando do meu lado e pegou a aljava que eu fiz para ela, e logo depois segurou minha mão, o que me fez dar um pequeno pulo de susto. Ela virou a aljava de cabeça para baixo, mostrando o coração que costurei no fundo. Comecei a suar um pouco, já que eu achei que ela ia demorar um pouco mais para achar, mas pelo menos explicou o coração que eu recebi no bilhete dela.

“Você que fez?”, ela perguntou, com um tom de voz doce. “Sim” respondi, encarando o chão com vergonha. “Ficou horrível né?”, perguntei, mentalmente xingando minha “caligrafia”. Sou boa com soldas e pregos, não com desenhos e escrita. “Eu achei fofo” ela respondeu, para meu alívio. 

Vi o rosto dela se aproximar lentamente do meu, e ela disse logo depois: “É verdade que você ficou toda chorosa quando eu levei a facada?”. “Claro”, respondi, vendo o rosto dela ficar cada vez mais perto. “Pra te contar um segredo, eu tenho medo de ficar sozinha, então qualquer coisa que aconteça com algum amigo, eu me preocupo demais” acrescentei.

 O rosto dela estava tão perto que eu conseguia sentir a respiração dela, com aqueles olhos azuis tão perto que parecia que eu estava encarando uma noite enluarada. “Mas eu acho que foi algo além das barreiras da amizade” ela disse, e comecei a me aproximar dela também. Senti a mão dela no meu queixo e nossos lábios ficarem cada vez mais perto. Eu estava fechando meus olhos, mas ouvi a cortina do nosso leito se abrir, e fui para trás rapidamente.

Vi Aylee na entrada, e tentei esconder o máximo a minha vergonha, e vi que Aurora estava tentando fazer o mesmo. “Quíron marcou outra reunião, vai ser daqui a 5 minutos”. Ela olhou para nós duas e disse “Espero não estar atrapalhando nada” em um tom que não soube dizer se era sério ou brincalhão. 

Vi uma tempestade vermelha nas bochechas de Aurora, e passei minha mão rapidamente pelos cabelos dela. “Preciso ir” disse, e dei um beijo na testa dela, esperando não ter sido um gesto muito invasivo. Saí da enfermaria com um sentimento quente, feliz e jurava que o dia parecia estar mais bonito e o cheiro de morangos do acampamento estar mais forte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado(tive uma dificuldade em deixar o final """""realista"""""), deixem seus comentários e até a próxima! ♥