Mini World escrita por Spiral Universe


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Personagens de Stephenie Meyer, só estou brincando com eles...

P.S.: Obrigada pelos reviews, favs e etc :)



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Capítulo 21

 Os dias de sol eram raros em Forks. Bella tinha se habituado a chuva e ao frio, mas a visão daquela estrela quente era sempre bem-vinda. A previsão do tempo estava prometendo um dia de calor razoável.

 — É o dia mais quente que me lembro desde que vim morar aqui. – Ela disse animada vendo a previsão na tv.

 — O sol é sempre bom. – Charlie concordou enquanto bebida sua cerveja.

 — Um bom dia para voltar a praia. – Edward comentou.

 — Sim. – Ela respondeu a ambos.

 Seria mesmo um ótimo dia para ir de novo na praia. Não seria nada mal ter mais uma pequena reunião com Harry, cheia de histórias e risos.

 Faltava apenas uma semana para o começo das férias. E dez dias para a audiência. Essa era a parte que evitava pensar muito. O nervosismo crescia contra sua vontade a cada dia, e a tensão também. Bella fazia de tudo para se distrair disso; não queria deixar sua imaginação desesperá-la outra vez.

 Vai correr tudo bem, dizia para si mesma o tempo todo. Não que fizesse muita diferença.

 Edward parecia saber a luta interna que ela estava passando, e ele arrumava distrações uma atrás da outra. Reorganizar as compras, arrumar as roupas por cor, limpar a picape inteira. Coisas que demandavam tempo e concentração, mas surtiam mais efeito do que qualquer outra coisa que ela tentava, e isso era bom.

 Bella também andava fazendo limpezas e organizações desnecessários no trabalho, aproveitando os últimos dias na loja. Seu serviço terminaria junto com a escola, e ela e Edward estavam procurando lugares para viajar.

 — Um lugar frio para esfriar a cabeça. – Ela tinha usado como base para definirem o lugar.

 Charlie fez algumas sugestões, e depois contribuiu com mais uma quantia em dinheiro.

 — Para se divertirem. – Ele disse com uma piscadinha.

 O pai andava mais relaxado com a presença invisível de Edward – e com o fato de que ele iria com Bella para qualquer lugar que ela fosse – embora Bella o visse fixar o olhar no ponto em que Edward estava com bastante frequência, seguindo os olhos dela, como se tentasse vê-lo. E ele se esforçava ao ponto de ficar vermelho, como se a insistência fosse dar resultados.

 Bella sorria para isso, feliz. Charlie tinha aceitado tudo que envolvia seu dom muito melhor do que ela jamais sonhara. Talvez ainda não soubesse com exatidão do que se tratava, mas aceitava. E a amava do mesmo jeito.

 Quando estava deitada de noite, quando não conseguia se distrair, seus pensamentos vagavam para Renée. Bella se perguntava se poderia ter sido diferente, de algum modo. Charlie tinha entendido, mesmo com poucas palavras. Não conseguia evitar de se questionar o que poderia ter feito de diferente para que Renée entendesse também, e logo depois se zangava com si mesma.

 Era só uma criança inocente e boba, não compreendia seu próprio dom, e não cabia a ela explicar para uma mulher adulta que não precisava ter medo.

 Não vou lamentar por ela, Bella jurou.

 Quer passasse o resto da vida na cadeia, quer não, Renée não merecia nenhuma consideração. Era Charlie que merecia, e Bella iria dá-la de todo coração.

 Eles tiveram uma noite juntos. Charlie pediu sua tradicional pizza, e na hora de servir as bebidas ele encheu um terceiro copo e o depositou na mesinha de centro.

 — Para seu amigo. – Charlie encolheu os ombros quando Bella o encarou.

 — Muito gentil da parte dele. – Edward falou olhando para a bebida que era sua. – Agradeça por mim, por favor.

 — Ele disse obrigado. – Bella transmitiu a mensagem ao pai enquanto bebia seu refrigerante.

 — Hm... De nada. – O pai disse sorrindo. – Está tudo pronto para a faculdade?

 — Sim, é só esperar o dia de ir. – Bella respondeu.

 — Vai ficar bem lá, filha?

 — Cheia de trabalhos para fazer, eu imagino.

 — Vai me ligar se precisar de alguma coisa, certo? – Charlie a olhou severamente. – Me preocupo com você ficado sozinha lá, tão longe.

 — Nunca estive sozinha e nem nunca vou ficar. – Bella afirmou olhando para Edward, que devolveu seu sorriso. – Vou ficar bem, pai, não se preocupe.

 — Que bom. – Charlie assentiu com seu sorriso cheio de pés-de-galinha.

 Na hora de ir se deitar, o pai segurou a mão dela e a olhou nos olhos.

 — Eu amo você, Bella. – Ele disse. – Se lembre sempre disso, tudo bem? Sempre vou acreditar em você, então se tiver algum problema, me chame e eu irei correndo, ok?

 — Eu amo você também, pai. – Ela o abraçou. Bella pensou que nunca se cansaria de ouvir que o pai acreditava nela. – Obrigada por acreditar em mim.

  Aquela era a noite que antecedia o prometido dia de sol, e naquela noite voltou a sonhar. Mas algo tinha mudado.

 Ainda estava no quarto, com nada mais do que o silêncio do lado de fora. Contudo, a porta estava aberta, e dela emanava tanta claridade que não podia ver nada além da luz. Ela queria sair do quarto, daquele quarto que fora sua prisão, porém ficou assustada com o que poderia ter lá fora. Se lembrava muito bem dos choros de agonia e dos gritos, e temia sair e encontrar a fonte desses sons, mesmo que tudo estivesse em silêncio.

 Foi uma claridade diferente que a acordou. Mais suave, mais amarela. Bella saltou da cama e correu para a janela, animada.

 — Olhe só. – Bella abriu a janela para poder apreciar melhor o verde brilhando com o amarelo.

 — É mesmo uma beleza. – Edward concordou. – Vamos para a praia?

 Bella considerou a ideia. Era boa, e bastante, e poderiam ver Harry... Mas ela estava sem vontade de sair de casa.

 — Vamos ficar aqui. – Sugeriu. – Podemos descer e fazer um piquenique lá fora.

 O quintal já estava parcialmente banhado de luz, e em pouco tempo ficaria completamente tomado por ela. Podiam se deitar e aproveitar o dia ali mesmo.

 — Tudo bem. – Edward concordou. – Mas me sirva ao menos um copinho de água, sabe. Tantos anos juntos, e nada. Seu pai nem sabe meu nome e me ofereceu refrigerante logo de cara.

 Bella riu e tacou a primeira coisa que encontrou nele.

 — Como se você pudesse beber, não é mesmo? – Ela devolveu a provocação.

 — Não posso, mas é educado oferecer. – Ele disse em um tom sofrido. – E é feio ser gulosa.

 — Seu...

 Edward riu e correu, fugindo dela. Bella foi atrás. O perseguiu até o andar de baixo, com ambos rindo.

 — Não vale. – Ela se queixou quando ele atravessou a mesa. – Não posso fazer isso.

 — Anjo, você poderia correr atrás de mim em uma rua reta e sem nada além do asfalto, e ainda sim não poderia me pegar. – Ele apontou, mas ainda tinha um sorriso provocador.

— Vou pesquisar o número de um caça fantasmas qualquer dia desses. – Ela brincou. – Vamos ver se você vai conseguir fugir dele.

 — E você me acusa de trapaça! – Ele gritou quando ela subiu as escadas de volta, fazendo-a sorrir.

 Ela se arrumou e voltou a descer, e foi fazer alguma coisa para o piquenique. No fim, acabou fazendo só dois sanduiches e pegando duas maças. Não tinha muita fome. Pegou também um copo de água para Edward e um cobertor para sentar em cima.

 — Obrigado. – Ele disse quando se sentaram do lado de fora e ela colocou o copo na sua frente.

 — Quer alguma coisa para comer? – Bella ofereceu inocentemente.

 Ele estreitou os olhos.

 — Não, obrigado. – Respondeu como um menino malcriado.

 Bella riu.

 — Você fica fofo quando está com raiva. – Ela disse pegado o primeiro sanduiche e colocando o segundo junto ao copo.

— E você é uma gulosa. – Ele mostrou a língua. – Uma árvore gulosa.

— Você gosta dessa árvore gulosa, não se esqueça disso.

— Eu poderia discutir mais, mas é verdade. – Ele cedeu e deu risada.

 Bella não se incomodou com os vizinhos e com o que eles poderiam pensar. Estava verdadeiramente despreocupada com isso. Que vejam, ela pensou, e que falem, pouco me importa.

 Ela terminou de comer e ergueu o rosto para o sol, apreciando. Charlie também estaria aproveitando o dia quente enquanto pescava, ela não tinha dúvidas. Ela tinha ido com ele uma vez, no lugar que ele sempre ia, e era uma vista muito bonita mesmo com o tempo fechado. Com o sol brilhando do jeito que estava, o lugar ficaria ainda mais bonito.

 — Vai mesmo pesquisar um caça fantasmas? – Edward perguntou.

 — Depende de você. – Bella se divertiu. – Vai ser bonzinho?

 — Posso fazer inveja no Gasparzinho se eu quiser, anjo. – Ele afirmou. – Mas acontece que eu não quero.

 — Sério? Então vou precisar mesmo daquele caça fantasmas.

 Voltaram a rir. Ainda estavam rindo quando Edward olhou por cima de seu ombro e seu sorriso congelou.

 — Edward? – Ela o chamou. – O que foi?

 Bella viu o sorriso de Edward derreter e seu rosto assumir uma expressão preocupada. Ela se virou. Era Renée... Que quase não se parecia Renée. O cabelo estava uma bagunça emaranhada, as roupas rotas, a maquiagem tão borrada que dava para ver mesmo de longe. Ela estava com a mão dentro da bolsa lateral e encarava Bella em completo horror. As duas se encararam por um momento.

 Bella abriu a boca para falar algo no mesmo momento que ela puxou a mão, trazendo algo de dentro da bolsa. Foi muito rápido. Rápido demais. Bella não chegou a ver direito o que era, mas viu o brilho prateado que o raro sol de Forks fez ao refletir no objeto. Ouviu um barulho alto, estranho. Ela sentiu um impacto um pouco acima da testa, seguido de um formigamento desagradável que se espalhou rapidamente por todo o corpo. Ouviu Edward chamando-a antes de tudo escurecer.


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Notas finais do capítulo

Deixo vocês com o penúltimo capítulo de Mini World e com o coração apertado por estar acabando. Até semana que vem.