Mini World escrita por Spiral Universe


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Personagens de Stephenie Meyer, só estou brincando com eles...

P.S.: Obrigada pelos reviews, favs e etc :)



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Capítulo 17

Nos dias que se seguiram, as coisas se acalmaram. Bella ainda pensava em Alice cheia de tristeza, mas estava começando a se acostumar. A aceitar. E começava até mesmo a tentar ver o lado bom daquilo; Alice estava livre, em outro lugar muito melhor. Se estava bem, então Bella podia se conformar.

Com Edward, tudo estava muito melhor também. Havia algumas pequenas mudanças no relacionamento dos dois, um carinho mais aberto entre eles, uma leveza agradável. De resto, as brincadeiras e piadas permaneciam iguais ao que sempre foram, o que a deixou bastante aliviada. Tivera receio de ficar um clima estranho entre eles.

Ela mandou as cartas para as faculdades escolhidas, sabendo que teria de esperar algumas semanas para as respostas. Não estava particularmente entusiasmada, mas tinha prometido que tentaria, e, portanto, iria tentar.

Na verdade, pensando em manter sua promessa, ela chegou até mesmo a aceitar um convite de Mike; ele voltou a convidá-la para sair com a mesma frequência de antes. Parecia ter esquecido definitivamente a conversa desagradável na lanchonete, ou decidira não ligar para sua "doença". Fosse como fosse, Bella estava se arrumando para o tal encontro – por insistência de Edward, já que por ela teria usado suas roupas habituais – e aproveitou para usar um dos conjuntos escolhidos por Alice.

Bella escolheu com cuidado a roupa. Não queria se arrumar demais, mas estava bom o suficiente para um passeio e para mostrar que não tentaria sabotar nada.

— Está muito bonita – Edward elogiou.

— Obrigada – Ela encolheu os ombros – Mas acho que Mike não ligaria se eu estivesse usando um saco de batatas.

— Eu também não – Ele brincou – Agora vá lá e divirta-se.

Bella suspirou e desceu, indo esperar Mike no quintal. Entendia os motivos, realmente entendia, porém ainda a deixava um pouco chateada que Edward, mesmo dizendo amá-la de volta, a deixasse ir com outro tão facilmente.

Mike a levou para um restaurante recém-inaugurado. O encontro não foi de todo ruim; a comida era muito boa, o ambiente leve, e ele não fez nenhuma investida. Conversaram sobre a escola e as futuras faculdades. Apesar de tudo, Bella teve que admitir para si mesma que as chances de ter um relacionamento com Mike eram quase nulas. Queriam coisas muito diferentes, e não havia nada na personalidade dele que se encaixasse na dela.

— Bella, eu gostei muito de hoje – Ele disse quando estacionou em frete a casa dela, já mais tarde.

— Foi bom – Ela respondeu, procurando as palavras certas antes que ele se adiantasse – Mike, eu agradeço muito seu convite, e eu realmente gostei, mas acho que não daria certo entre nós.

— Por que não? – Ele parecia desapontado.

— Não somos... Compatíveis. Você é muito legal, de verdade, só não é o meu tipo de legal.

— E qual é o seu tipo de legal?

Bella fez uma leve careta. Edward era seu tipo de legal, bem oposto a Mike em várias coisas. Contudo, como poderia descrevê-lo sem insultar Mike?

— Acho que só não daríamos certo – Ela desviou – Sério, Mike, você é demais. Mas queremos coisas diferentes.

Ele ficou bem decepcionado. Bella suspirou enquanto observava o carro dele ir embora. Imaginou que Mike ficaria um bom tempo afastado dela na escola. Não queria tê-lo chateado, só não podia mentir para ele e para si mesma e dizer que havia a possibilidade de existir algo entre eles, pois não havia.

Edward estreitou os olhos conforme ela lhe contava sobre o passeio. Bella não se intimidou; fora sincera, tanto em sua tentativa quanto em admitir a falha dela.

— Ele quer morar em uma cidade grande, ir a festas, baladas e coisas assim – Ela contou – Não é meu estilo, você sabe disso. Eu não sei dançar, não gosto de música estridente e aglomerações.

— Não posso discordar quanto a música estridente e as aglomerações, mas dançar é muito bom – Ele comentou – Eu gostava. Era uma das poucas coisas que me animava em ir aos bailes chatos da alta sociedade, apesar das moças irritantes.

— Você as chamava de irritantes na cara delas?

— Não, era muito pouco educado apontar os defeitos das damas.

— E você ainda diz que era um perfeito cavalheiro – Bella o provocou.

— Eu era – Defendeu-se – Tinha pensamentos nada gentis, mas nada nunca saiu da minha boca, juro. O que elas não sabiam não podia ofendê-las.

— Isso não é nada cavalheiro do mesmo jeito – Bella riu – Não consigo imaginar você como um daqueles homens da sociedade, de gravata e cartola e aquelas roupas com várias camadas.

— Nunca usei cartola – Ele riu também – A gravata, porém, não consegui fugir. Não era tão ruim, só nos dias de muito calor.

— Enfim, Mike e eu nunca seriamos um bom par. Ele gosta de uma vida agitada.

— Me surpreenderia muito se desse certo na primeira tentativa. Terá outros.

Ela fez cara feia pra ele.

— Não se incomoda nem um pouco em me ver com outros caras? – Bella indagou.

— Eu não disse isso – Edward apontou – Anjo, nós já tivemos essa conversa.

— O jeito que você fala me deixa incomodada. Parece que você nem sequer liga.

Edward abriu um sorriso malicioso.

— Você diz que eu não sou nada cavalheiro... Bella, se eu fosso vivo e pudesse te tocar, garanto-lhe, você teria muito mais motivos para não me achar nada cavalheiro.

Ele riu da cara chocada dela. Piadas desse tipo eram raras, mas ela se recompôs. Se ele queria brincar, ela também podia brincar.

— Desonraria uma dama? – Fingiu-se de ofendida.

— Como se a dama em questão não quisesse ser desonrada, não é mesmo?

— Por um fidalgo como você? – Ela torceu o nariz.

— Sim, eu a sequestraria e nos casaríamos com a ajuda de um padre bêbado e corrupto.

— Que romântico – Ela resmungou – Seus pais me aprovariam? Você sabe, a vida não costuma ser gentil. Eu provavelmente nasceria com as mesmas condições financeiras de hoje, talvez bem piores.

— Minha mãe sim, se ela visse que eu não iria para a guerra por você. Não sei direito quanto ao meu pai. A prioridade dele era que eu me formasse, não falávamos muito de casamento.

— Fazer você ficar em casa seria o suficiente para sua me aprovar? Mesmo que eu fosse completamente desproporcional a você?

— Minha mãe tinha pavor que eu fosse para a guerra – Os olhos dele assumiram um tom opaco, lembrando-se do passado – Ela tinha amigas que perderam filhos, maridos e pais de forma brutal durante as lutas. Ela temia por mim. Eu cresci muito próximo dela, e éramos muito unidos. Ela tentou de tudo para que eu ficasse. Eu já te falei da procissão de moças em nossa casa, a última tentativa desesperada dela de me fazer mudar de ideia. Mas nenhuma delas era a certa.

— Sua mãe parecia ser uma boa mulher – Bella notou.

— Ela era – Ele sorriu – Uma dama como era esperado da época, mas uma pessoa e uma mãe maravilhosa também.

— Uma mãe como se deve ser – Bella comentou lembrando-se da sua.

— Renée não pode ser chamada de mãe. No máximo, a mulher que trouxe você ao mundo.

— Que ainda é mais do que ela merece. – Bella reparou na hora – Vou tomar um banho, me espere aqui.

— Como eu tivesse algum compromisso – Ele revirou os olhos e foi para a cama.

Charlie ainda estava acordado, assistindo um jogo qualquer no andar de baixo. Ele ficou bem surpreso quando Bella anunciou seu passeio com um rapaz. E também bem aliviado que ela tivesse chegado cedo em casa, aparentemente sem marcas no pescoço e com o cabelo bem arrumado. Ela vagamente se perguntou como o pai reagiria se soubesse que ela gostava de alguém morto há quase cem anos. Duvidava que seria uma reação boa.

De volta ao quarto, ela pediu mais histórias sobre a mãe de Edward. Queria ouvir sobre ela. Era quase besteira comparar entre os dois. A mãe dele, Elizabeth, foi tudo o que Renée nunca foi. Carinhosa, cuidadosa, compreensiva.

Bella se pegou imaginando como seria se Renée, por um milagre, começasse a ver os mortos também. Engoliria seu orgulho e admitiria que estava errada? Ou se faria de sonsa e continuaria em sua teimosa ignorância? De um jeito ou de outro, era pouco provável que se desculpasse. A própria Renée admitira isso. Na cabeça dela, nenhuma das coisas que fez foi errada, ou ao menos assim parecia.

Quanto mais os dias se passavam, mais aliviada Bella ficava. A sombra que Renée projetou com seu retorno indesejado se afastava cada vez mais, e a probabilidade baixa de voltar a vê-la era reconfortante. Tudo parecia estar entrando nos eixos de novo.


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Notas finais do capítulo

A história está entrando em sua reta final. Grandes acontecimentos chegando.



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