O namoradO escrita por Agome chan


Capítulo 1
A moça da cafeteria




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/792910/chapter/1

Eijirou Kirishima é um rapaz com muitas qualidades, muito amado pelos amigos, risonho e divertido.

Os anos só lhe favorecem, entretanto ele parece ter zero noção da sua capacidade de atração. Ele não se tornou melhor nesse aspecto mesmo já sendo um jovem adulto. Está namorando, nada do que se preocupar a essa altura.

É o que ele pensa.

Não necessariamente o que seu namorado acha.

Katsuki Bakugou acha o namorado lento demais.

Chega a ser adorável olhando Eijirou por esse lado, mas por outro… dá muito trabalho.

Quando o gato sai, os ratos fazem a festa — algo assim.

Por exemplo, quando saíram para tomar café entre amigos.

Kirishima estava na mesa com Mina, Sero e Kaminari, empolgados que ela arrumou o novo apartamento que tanto queria, e trocavam ideias sobre a decoração que ela planejava. Mina estava apaixonada por um conjunto novo de panelas rosas e mostrava as fotos para os amigos e o chuveiro da mesma cor que Kaminari prometeu ir instalar.

Distraído, Kirishima não estava lendo as intenções da mulher que se afastou de seu grupo de amigas e puxou papo, começando a pedir por uma cadeira da mesa deles que todos concordaram, só que ela não se afastou logo em seguida e dado momento estava sentada nela, olhando diretamente para ele o tempo todo.

Ela sorria e estava cheia de toques nos braços fortes deles, relando de vez em quando. Passou ao incomodar quando ele notou a frequência que ela fazia isso e que começava a se demorar em aperta-lo. Kirishima foi se afastando, tomando sua vitamina de frutas vermelhas, olhando para o copo para ver se o assunto cortava entre os dois, já se arrependendo de ter ficado a todos sorrisos.

Mas era o seu natural, ele era assim.

Tinha dado bandeira verde sem querer? Se perguntava em seus pensamentos, frustado. O seu squad estava até sentindo pena olhando para sua carinha triste de canto.

A mulher prosseguia ignorando todos esses sinais.

— Seu cabelo é tão legal, que cor vibrante, posso tocar? — pediu ela já erguendo a mão e ele rapidamente se desviou.

O bom de ter reflexos rápidos.

Denki Kaminari pegou sua cadeira, deu a volta a mesa e se pôs entre os dois, contra vontade da moça. Quando ela lhe fuzilou com o olhar, Denki só lhe deu uma piscadinha se fazendo de desentendido e ainda a elogiou.

Sero também se aproximou dela na outra ponta, dizendo como era bonita. Ela prosseguia fazendo cara de desinteressada.

Mina Ashido tomava seu milk-shake só observando.

— Meninos, — disse a mulher invasiva — eu queria ter uma conversa em particular com seu amigo…

— Ele não quer — cortou a Mina.

— Eu acho que ele poderia responder por si mesmo.

— Kirishima, tesouro vermelho, — brincou Denki se virando para o amigo — quer ficar numa mesa só com essa beldade estranha garota?

Eijirou negou forte com a cabeça, dando goladas na vitamina. (A mulher admirou a forma como mexia o pomo de adão dele. Era másculo e atraente, elogios que deixaria Kirishima nas nuvens… se não viessem dela)

— Viu? — mostrou Kaminari.

Mas ela parecia convicta:

— Kirishima é seu sobrenome? Que bonito.

Mina bateu a mão na mesa assustando todo mundo, o que dificultava ela manter a pose de séria, tentava não rir. Bakugou é tão bom nisso…, pensava. Ele naturalmente não tinha problema algum de fazer cara feia amarrada e manda os outros vazarem.

Só que ele não estava ali agora, então ela tinha que fazer a vez pelo Eijirou que era pior que ela nisso.

— Garota, se estiver interessada no Kirishima saiba que ele namora.

Kirishima deixou até, de propósito, a mão que tinha um anel de compromisso em cima da mesa para a flertadora ver nesse momento.

— Você? — sugeriu a mulher, encarando Mina com deboche.

Ashido chegou a ficar irritada com aquele olhar, mesmo não tendo esse tipo de interesse no seu amigo, não significava que aquelazinha podia vir querer lhe diminuir nada não. Ora! Abuso.

— Não. Ele tem um namorado!

Finalmente arrancou uma reação da moça.

Ela olhou para Kirishima que desviou o olhar e passou a vigiar lá fora da cafeteria pela janela.

Olhou para os rapazes sugestivamente e eles fizeram sinal de negação; não eram o namorado.

Ela deu se ombros para admirar a beleza do rapaz musculoso, — mesmo usando uma blusa, era perceptível pelos ombros largos e peito grande — alto, de olhos vermelhos bonitos e doces.

Suspirou:

— Hmm… não vejo nenhum namorado aqui.

E então ouviu uma voz grave, áspera, num tom duro de ordem:

— Vira pra trás.

Todos o fizeram.

Bakugou estava com uma mão no bolso de sua jaqueta preta, a única peça não preta que usava era sua camisa branca do All Might (tinha ganhado do Kirishima inclusive). Na outra mão tinha seu café preto quente.

Ela até estremeceu vendo aquele outro rapaz alto, loiro, também parrudo, só que com um olhar de bem poucos amigos. Expressão dura, veias saltavam das têmporas dele e o sorriso que ele abriu só piorou. Estava claramente descontente.

Ele tirou a mão do bolso e mostrou o punho. Uma forma bem esquisita de mostrar o anel que ela notou ser igual ao que o Kirishima usava.

— Agora você vê.

Só aí ela notou que tinha uma garota acompanhando toda a situação, também com café preto quente, se segurando para não rir atrás dele. Também usava muito preto. Era a Jirou.

Os amigos da mesa estavam na mesa situação, Kaminari chegava a ficar roxo para conter a risada, enquanto a menina se levantava, pedindo desculpas, fez diversas referências ao Bakugou que se observava bebericando o café. Ele tinha toda postura de poderoso chefão, os amigos não aguentavam.

Kaminari já pulou para cadeira que ela estava sentada para o Bakugou se sentar ao lado do namorado dele. Chegou a puxar a cadeira para ele, brincando como se fosse o mordomo dele, o chamou até de “senhor” e Katsuki agiu normalmente entrando na brincadeira, claro, todos estão ali pra lhe servir. Mina chegava a gargalhar.

— Você pôs a guria pra correr — dizia Kirishima, desacreditado, dando uma cotovelada nele.

Bakugou fingiu de inocência de forma debochada:

— Como assim? Eu não fiz nada.

Sero girou os olhos:

— Só de ver essa cara feia, ela podia ter mijado nas calças!

Bakugou nem se incomodou e deu mais um gole no café depois de dizer:

— Seria bem feito. Ela devia ter aceitado o "não" de primeira.

Jirou zombava, ficando agora ao lado de Kaminari:

— Ela nunca mais vai vir pra essa cafeteria!

— #traumatizei — brincou Mina também.

— Pobrezinha, — dizia Sero — está indo até embora.

E ela estava mesmo junto as amigas.

Kaminari disse mexendo a sobrancelhas, sugestivo:

— Kirishima é popular!

— Não sou!

— É! — em uníssono disseram todos com exceção de Katsuki que bebia.

Eijirou olhou para ele, preocupado e sem jeito.

— Não sou… — murmurou pegando a mão do namorado dentro do bolso dele.

Recebendo uma olhada de Katsuki, que entrelaçou seus dedos e levou a mão de ambos sobre a mesa.

Se fosse no começo da relação, os amigos fariam até um alvoroço para provocar os dois que eram mais tímidos na época, mas já não era assim a muito tempo. E o grupo já estava falando de outra coisa, os lanches pedidos tinham até chegado.

Katsuki se inclinou na direção do Eijirou e lhe disse num tom baixinho:

— Então você é popular?

Tinha um sorriso sacana, queria provoca-lo e conseguiu.

— Para — murmurou Kirishima apertando mais a mão alva de Bakugou contra a sua de tom bronzeado.

— Hm, você sempre foi. Não é?

— Eu não sei… você que é popular desde a época da escola.

Bakugou revirou os olhos. Kirishima achou graça.

— Só me importo em ser como herói. Pra isso, quem liga? Extras que só me enxiam o saco.

— Eu também nunca liguei. Quem queria ser muito eram o Sero e o Kaminari, lembra?

— Dois galinhas.

Eijirou deitou a testa no ombro do namorado, para rir e ser escondido dos demais pelas costas dele.

E o ouviu sussurrar:

— Só ganho dor de cabeça, nesse cacete. Um saco ter bom gosto…

Como Kirishima podia evitar de se sentir todo abobalhado ouvindo aquilo?

Apoiou o queixo no ombro do Bakugou, vendo-o relaxado.

— Concordo. Sempre tentam pegar o que é meu, também pudera, um cara másculo e tão bonito…

Bakugou lhe olhou sem saber o que respondeu, por fim bufou cuspindo um "idiota".

Ele podia não ruborizar tanto quanto na adolescência, mas ainda o fazia ao receber um elogio tão simples quando não esperava. E Kirishima sempre notava as orelhas de Bakugou se avermelhado.

Puxou uma, o provocando e levou um rápido tapa na mão.

Tão fofo ~

Pensou Eijirou Kirishima sobre seu namorado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!