Dezembro de 2032 

Residência Cullen-Black 

      Decisões e mais decisões.  

      Quando somos crianças queremos crescer. Mais quando crescemos queremos voltar a ser crianças. É o curso da vida não? Mais ninguém nos diz o quão difícil é a vida adulta. E o quão complicada é.  

       E quando crescemos temos que tomar decisões que as vezes não sabemos se é o certo ou o errado. E o problema é que não podemos chegar nos nossos pais e pedir para eles decidir por nós porque já somos adultos e cabe a nós decidir. E a questão é: Será que fazemos a escolha certa? Será que eu vou conseguir fazer a certa?  

        _Run run — Desvio o olhar do piano para minha direita vendo Edward parado de braços cruzados me olhando — Estava tocando lindamente. Mas se continuar a bater os dedos assim nas teclas, vão quebrar — Franzo a testa voltando a olhar para as teclas do piano vendo uma pequena rachadura onde meu dedo anela estava.  

       _Droga! — Sussurro tirando as mãos. Renesmee vai me matar. A parte ruim de ter super força é que as vezes eu esqueço dela e acabo pensando em outras coisas e quando vejo o estrago já foi feito — Se veio ver a Nessie, ela não está — Falo voltando a olhar para ele 

     _Eu sei. Eu não vim falar com ela— Edward fala me olhando com se tivesse me analisando  

     _Seus netos também não estão e nem o Jake 

     _Eu sei 

     Ergo a sobrancelha direita confusa — Então o que veio fazer aqui, Cullen? — Questiono voltando a me sentar em frente ao piano começando a toca outra vez. Confesso que sentia falta disso. 

https://youtu.be/XhQq0aXhEos?si=O3jK1rsPriRddgsA 

       _Só vim ver se você quer conversar — Viro a cabeça em sua direção erguendo a sobrancelha direita sem intender o que ele disse — Minha família diz que sou um ótimo ouvinte — Sorrio voltando a olhar os teclados sem parar de tocar  

  —Jacob te mandou aqui? — Pergunto sem olhá-lo. O escuto dá um pequeno sorriso vindo em direção ao piano parando ao lado deixando os braços em cima do mesmo me olhando.  

—Não. Nessie disse que você está estranha a algumas semanas. E bem, como da última vez que isso aconteceu você sumiu por dois anos 

—Aí você veio checar se estou aprontando algo? — Questiono o olhando. Edward discorda com a cabeça sorrindo. 

—Você não é mais uma adolescente, Sarah. É uma mulher adulta com responsabilidades, mas, ainda é jovem demais para tê-las — Edward fala tranquilo me olhando com compreensão, até mesmo carinho. Suspiro voltando a olhar para minhas mãos ainda tocando, parando em seguida o olhando sorrindo. 

—Você viu o Nik, não foi? A mente dele. — Pergunto mesmo sabendo qual seria a resposta. Edward concorda com a cabeça — É o que exatamente ele estava pensando? — Pergunto curiosa chegando para o lado no banco dando a ele a opção de se senta ao meu lado. Ao entender ele ficar surpreso mais se senta ao meu lado, passando os dedos pelas teclas do piano. Acabo me lembrando que ele fazia isso quando eu era pequena e o interrompia quando estava tocado. Ele ficava destilando a melodia enquanto conversávamos.  

—Só está preocupado com você. Ele também acha que essas responsabilidades não devia ser sua. — Edward responde me olhando parando de toca. Suspiro o olhando ‘o que acha que eu deveria fazer?’ pergunto liberando minha mente o deixando mais surpreso. — Como pai eu diria que você deveria focar em terminar o colégio, faculdade. Pensa no seu futuro humano, no que te deixa feliz. — ‘eu não sou humana'. Penso o olhando séria. O mesmo sorrir segurando minha mão direita que estava em cima do piano, o que fez meu braço arrepiar pela sua temperatura gelada, mas não tirei a mão — Uma parte sua é. E assim como eu, você tem a eternidade para assumir algo. Não tem que ser agora — Suspiro abaixando a cabeça concordando de leve. 

Nisso ele tinha razão, eu tinha a eternidade, mas, mesmo assim eu não sabia o que decidir — Obrigada. 

—O que está acontecendo? — Viro para trás tirando minha mão da de Edward ao ouvir a voz de Jacob. O mesmo estava parado na porta nos olhando estranho.  

—Só estávamos conversando, Jacob — Edward responde se levantando do banco. Faço o mesmo ainda olhando para meu pai, o mesmo franze a testa me olhando — Não se preocupe, não é nada demais. Bom, eu já vou indo, nos vemos depois. — Edward fala sorrindo, provavelmente por algo nos pensamentos do meu pai. — Ah Sarah, mais uma coisa — Edward volta a falar parando na porta me olhando — Minhas filhas dizem que eu dou ótimos conselhos. Coisa de pai. — Ao dizer isso ele sai rápido pela porta. Suspiro ao entender o que ele quis dizer com ‘coisa de pai’. 

—Do que ele está falando? — Volto a olhar para Jacob ao ouvir sua pergunta confuso. Respiro fundo indo em direção ao sofá me sentando com as pernas em cima as cruzando colocando uma almofada em seguida. — O que foi, filha? Aconteceu alguma coisa? — Jacob pergunta preocupado vindo em minha direção se sentando a minha frente.  

Escoro a cabeça no sofá o contando tudo, desde a conversa com meu primo na praia até essa com Edward. Meu pai não disse nada, apenas ficou parado me ouvindo — Eu não sei o que eu faço, Jake. — Falo sincera sentindo meus olhos arderem pelas lagrimas que eu segurava. Sem dizer nada ele coloca uma almofada nas penas batendo a mão de leve, em um convite mudo para me deitar ali. Viro deitando a cabeça na almofada fechando os olhos sentindo seu cafune.  

—Concordo com o Edward sobre você foca nos estudos. — Jacob fala depois de um tempo calado, sem para com o cafune — E você não está presa a La Push, filha. Você pode ir se for isso que você quer. Eu te amo, e jamais vou impedi-la de algo. Eu sou seu pai, e depois de tanto tempo longe de você, eu só queria te manter ao meu lado e ver você crescer a partir de agora. Recuperar o tempo perdido, o que perdemos quando fui embora quando você tenha dez anos. Mas eu sei que não posso fazer isso. Você não é mais criança que precisa de cuidados dos pais, é uma mulher que está começando sua vida e infelizmente eu não vou fazer mais parte dela, ao menos em tempo integral como era quando você era criança. —  Me sento no sofá o olhando séria.  

—Eu ainda preciso do meu pai — Sussurro sentindo minhas lagrimas saírem sem aviso. Jacob sorrir abrindo os braços num convite, me jogo nos seus braços o abraçando apertado, sentido seu cheiro de madeira — Eu preciso de você. Ainda preciso — Sussurro de novo sentindo seus braços se apertarem mais ao meu redor, e seu beijo no meu ombro. Não falamos mais nada depois disso. Não era preciso palavras ditas ali, ao menos não naquele momento, e assim como eu ele também chorava.