Decreto Matrimonial escrita por Dri Silva


Capítulo 9
Capítulo 7




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—Meu pai tem culpa nisso? - questionou o loiro se inclinando na poltrona em direção ao Sonserino esparramado no sofá do seu escritório. 

—Não propriamente dito, mas os Sagrados sem uma liderança acabaram ficando expostos a urubus sanguinários, e estar à frente dos Sagrados significa literalmente ser o poder por trás do poder e muitos querem isso. Não é hereditário, mas os Malfoy estiveram à frente dos sagrados até o seu pai fazer a sucessão. 

—E aquele pavão bufante resolveu que seguir Lor...Voldermort era a melhor ideia. - Draco começou a andar de um lado para outro indignado com a estupidez de Lucio. - Quem está à frente dos sangrados? Quem está por trás desse Decreto? 

—Ai é que ta, meu amigo. - respondeu Blaise se servindo do Whiskey na mesa de centro. - Ninguém está à frente, quando seu pai fez a sucessão ele já estava envolvido com Você-sabe-quem e na primeira guerra ele usava sua posição para manipular o ministério. Depois disso, sangue puros estavam sendo monitorados e os Sagrados não estavam em condições de serem ativos. 

—Por que agora então? 

—Eu ouso dizer que eles ficariam dormentes não fosse o fato de seu pai ter sido preso, Lucinho pode ter falhado em vários departamentos- ele ergueu um copo em saudação. - e como falhou, mas ele sabia jogar o jogo. Ele tinha podres contra quase todos os membros, e ainda era um membro ativo e influente da sociedade bruxa antes de você sabe quem voltar, ele mantinha uma atividade regular no ministério e na câmara dos Lordes.  

—Isso é tudo que você descobriu? - Perguntou Malfoy voltando a se sentar na poltrona de frente para o amigo. 

—Você fala como se fosse pouco. Faz menos de um dia que eu me tornei lorde Rosier, eu consegui descobrir tudo isso- enfatizou o moreno de forma dramática. - Apenas com algumas poucas palavras com possíveis membros na minha ida ao ministério. 

—Sem certezas? 

—É uma sociedade secreta, mais antiga que a própria sociedade bruxa que fizeram um pacto de sangue, você acha mesmo que eles não têm algum tipo de juramento para manter segredo? 

—O talento para drama da sua mãe está começando a aparecer em você, Blaise. -  Retrucou o loiro. - Você entrou? 

—Eu não sei, pelo pouco que sabemos e muito pouco que entramos em livros, eles entram contato quando ocorre uma sucessão. Vamos aguardar. 

—Aguardar o que? - perguntou Theo Nott entrando no escritório e empurrando Blaise para o canto no sofá e se sentando ao seu lado. 

—Que tipo de acordo vocês dois tem com meus elfos, que vocês estão sempre entrando sem serem anunciados? 

Ambos os sonserinos sentados no espaçoso sofá apenas reviraram os olhos para o loiro. 

—Eu mandei um comunicado ao Ministério informando que vou assumir minha cadeira na câmara dos Lordes, como Lorde Nott. Isso deve ser sinal o suficiente para que eu receba um convite para assumir meu lugar entre os Sagrados. -Disse Theo se ajeitando melhor no sofá, isso capturou a atenção do loiro que voltou a se sentar na poltrona a frente deles. - Enquanto isso eu pesquisei no arquivo pessoal da família como conversamos ontem. Onde você compra o whiskey dessa casa? É muito melhor que o meu. 

—Sério? - perguntou com tom cético o loiro lançando um olhar de incredulidade para Nott que se servia do Whiskey que Blaise tinha deixado na mesma de centro. - Nott, foco! 

—Você vai criar rugas estressado desse jeito.- sua figura relaxada girava o copo de whiskey levemente enquanto debochava de Malfoy. - Não é como se tivesse muita coisa escrita, mas vamos ao que eu achei. Os Sagrado são compostos por famílias tradicionais bruxas - 

—Isso a gente já sabia. - Resmungou Blaise. 

—Eu posso terminar? Obrigado. Continuando, tradicionais não significa puras e isso nós não sabíamos, a maioria é sangue puro, mas o pacto aconteceu antes do Estatuto do segredo então ligações com Trouxas eram comuns, portanto, algumas famílias que não foram inclusas no diretório dos sagrados 28 também devem fazer parte.  

—Isso é interessante, mas se a gente vai continuar mesmo nessa aula de história tem como conseguir algo para a gente comer, Malfoy? 

Nott levou a mão a testa e balançou levemente em descrença enquanto Malfoy se questionava como diabretes ele faria esse plano dar certo com esses dois como ajudantes. 

 

 

 

Gina estava encostada no batente da porta do quarto de Hermione, a castanha tinha se escondido com os livros aqui assim que terminou o café e naquele momento Gina achava que já tinha dado tempo o suficiente para a grifinória se preparar. 

—Então preparada para me contar o que aconteceu ontem? Porque assim o Ron dizer que não esta com fome é preocupante.  

Hermione levantou os olhos dos livros espalhados pelo chão a sua frente observando a Ruiva sentar na sua cama. 

—Eu tenho mesmo? - pediu ela desanimada. 

—Deve né, Mione. Os meninos já saíram então não vamos ser interrompidas e você pode xingar meu irmão a vontade se for o caso. 

O comentário bem humorado da ruiva arrancou um riso de Hermione que com um abanar de mãos fechou todos os livros a sua frente e focou na amiga. 

—Seu irmão disse que a gente deveria se casar ontem. 

—Não posso dizer que estou surpresa. - Deu de ombros aguardando bruxa a sua frente continuar. 

—Nós seriamos miseráveis juntos, Ginny, a gente ia acabar se ressentindo um do outro porque a gente não quer as mesmas coisas da vida e eu não suporto a ideia de condenar permanentemente minha amizade com ele. Decreto ou não decreto, eu não posso fazer isso porque eu gosto do seu irmão, só não desse jeito. 

—E você falou isso para ele ontem e ele não ...aceitou muito bem? - perguntou a ruiva se endireitando na cama. 

—No início, mas acho que ele entendeu depois. - Hermione se remexeu desconfortável no chão. - Eu espero, porque decreto ou não decreto eu não acho que vou mudar de opinião. E por falar em decreto eu tenho algo para te contar, que eu acho que vai te chocar. 

—Eu cresci com os gêmeos vai ser difícil você me chocar. 

—Ah, mas isso vai te chocar. -  

—Merlin! Agora eu preciso saber, fale logo. 

—Ontem quando eu sai do Ministério, eu recebi uma proposta. - A ruiva arfou e se inclinou ansiosa na direção de Hermione, - Está preparada? Draco Malfoy me fez uma proposta. 

—Pelo chapéu de Merlin! Malfoy, tipo Draco Ferret Malfoy? 

—Sim. 

—Uma proposta de casamento de Draco Ferret Malfoy?- a voz subindo algumas oitavas. 

—Mais ou menos. - Vendo a cara de interrogação de Gina, abriu os livros a sua frente e começou a explicar. - Quer dizer ele me pediu em casamento, mas tem mais, deixa eu te explicar. 

Quando um Hermione que dava passadas longas de um lado para outro no quarto terminou de contar os eventos da noite anterior, Gina Weasley estava praticamente pulando na cama da castanha abraçando o travesseiro como se sua vida dependesse disso. 

—Pelas calcinhas de Morgana, Hermione! Você acha que é real, ele não está tentando te enganar? 

—Tudo que eu li nesses livros indica que sim. Aparentemente existiu rumores de interferências dos sagrados em vários pontos decisivos ao longo da história bruxa. - Hermione se jogou na cama ao lado da ruiva. 

—Você estaria aceitando se casar com o ferret, lembre-se disso. 

—Esse não é principal- retrucou Hermione com um revirar de olhos. 

—Mas é uma possibilidade, então você tem que considerar isso. A gente tinha que conversar com alguém que entenda disso. 

—Quem? 

—Deixe me pensar, qual bruxo ou bruxa mais velha que matusalém, puro sangue elitista que eu conheço. - Gina levantou da cama fazendo uma expressão pensativa. - Acho que tia Muriel pode nos ajudar. 

Hermione soltou algo parecido com um grunhido. 

—Quantas vezes ela vai criticar minha postura e dizer que meus tornozelos são fracos antes de nos dar uma informação útil? 

—A mesma quantidade em que ela vai me chamar de Ginevra só para me irritar? Mas se tem alguém que nós conhecemos que pode falar sobre isso, talvez seja ela. 

Ainda que contrariada Hermione sabia que a Weasley tinha razão e poucos minutos depois ambas Aparataram para visitar Tia Muriel. 

 

 

—Eu não posso acreditar que o Ministério vai seguir adiante com isso. Você é Harry Potter! - Ronald gesticulava para Harry na sala de estar do Largo Grimmauld. 

Fazia algumas horas que eles tinham voltado do Ministério abismados com o que tinham visto. 

—Pelo jeito isso não serve para nada. - Harry estava com o olhar desfocado virado para a lareira. - E as ofertas daquelas famílias, como o Ministério pode permitir aquilo? Eu esperava essa atitude antes, sei lá com o Fudge, mas Shacklebolt? 

—Papai disse que ele se opôs, mas que alguns membros do conselho o acusaram de estar sendo um ditador e negando algo decidido democraticamente. 

—O senhor Weasley sabe quem está por trás disso? 

—Depois da guerra um comitê para reforma e reestabelecimento do mundo bruxo foi criado, a ideia veio deles, mas o conselho bruxo aprovou. Não tem um nome só atrás disso pelo que papai falou - Ron pausou se servindo dos biscoitos que Monstro tinha acabado de trazer para eles. - Papai e Percy também, o que é uma surpresa, acham que o decreto passou porque muitos membros querem se vingar das famílias puro sangue. 

Harry se inclinou na poltrona e passou ambas as mãos pelo rosto num sinal tanto de cansaço como de frustração. 

—E a vingança deles vai valer a pena o que eles estão fazendo com todo o resto? Você viu aquelas propostas no Ministério Lestrange? Carrow? Flint? Como alguém pode pensar que é ok eles estarem oferecendo dinheiro pela Hermione? 

—O que!? - A voz de Hermione soou esganiçada vinda do corredor. Hermione entrou na sala com um olhar de horror similar ao da Ruiva atrás logo atrás dela. - Do que vocês estão falando? 

Ron lançou um olhar que Harry não soube como interpretar. 

—É melhor você se sentar Hermione- disse o ruivo com a toda a cautela. 

—Eu não quero sentar, o que eu quero – Hermione fazia pausas para enfatizar cada palavras. - é saber porque eu escutei meu nome na mesma frase que Lestranges, Carrows e Flints 

Harry assistiu Ron se encolher a cada palavra de Hermione, e sabia que ia sobrar para ele dar a notícia. 

—Depois da minha reunião com o Ministro, que não deu em nada. - o olhar de Harry recaiu sobre Gina nesse momento. - Nós passamos no novo departamento onde as propostas estão sendo feitas. 

—Você quer dizer o leilão? - Gina que estava de braços cruzados numa postura firme próxima a porta praticamente cuspiu as palavras. 

—Nós passamos la e Hermione, eu sei que é absurdo, as suas propostas mais altas são públicas e... - Harry não sabia como continuar porque era simplesmente terrivel o que ele tinha a dizer. - Suas ofertas mais altas são dos Flint, Burke, Goyle, Carrow e - 

—Lestranges - completou Hermione virando o rosto na direção da lareira, o reflexo das chamas fazendo seus olhos marejados brilharem ainda mais. 

Num movimento quase que imperceptível Hermione levou a mão ao braço onde as palavras de Bellatrix Lestrange estavam entalhadas. 

—Então o ministério vai me oferecer com um cordeiro para o sacrifício para esses monstros, depois de tudo que a gente fez? -A voz da castanha, agora sentada de frente para lareira parecia sem vida aos ouvidos de Harry. 

—O ministro diz que você está protegida pelo decreto, que tem clausulas para isso. E que seu direito está sendo preservado porque você pode escolher entre as cinco maiores ofertas. Mione....Eu..Eu tentei argumentar com Shacklebolt, e-eu– Sentindo que não conseguia terminar Harry captou o olhar da castanha que acenou com a cabeça em compreensão. 

—O ministério continua uma piada, era de se esperar que depois da guerra tivessem desenvolvido algum senso. - Resmungou Gina gesticulando pela sala. - Nós não podemos deixar isso acontecer com a Hermione! Essas famílias são asquerosas! 

Harry lançou mais um olhar em direção ao Ron pedindo ajuda, porque ainda tinha coisa pior para falar. 

—Então...ahn– Ron pigarreou tentando limpar a garganta umas duas vezes antes de continuar. - Os valores são muito altos! Mesmo que Hemione concordasse eu não teria como bater nenhuma daquelas propostas. 

—Eu poderia- a fala de Harry nunca foi terminada já que Hermione levantou abruptamente. 

—Não poderia não, Harry. Você tem a Gina e tem que se preocupar com isso, eu jamais poderia te colocar nessa situação. Eu vou dar um jeito. 

O olhar de determinação era tal qual que Harry naquele momento teve a sensação que sua amiga daria um jeito nem que fosse na base da raiva. 

—Mas Hermione, como? - perguntou Ron lançando um olhar preocupado, porém ao mesmo tempo existia um tom de cautela em sua voz ao reconhecer o semblante obstinado de Hermione. - Nossa apelação do decreto não passou, e você não tem...não tem dinheiro para bater aquelas propostas eu nem sei se conhecemos alguém que pode...- 

O ruivo nem terminou seu raciocínio, pois o olhar fulminante recaiu com toda força sobre ele fazendo com que sua voz fosse diminuindo e ele se encolhesse mais na poltrona. Hermione de braços cruzados, postura rígida e com o cabelo em todas as direções quase como se irradiasse eletricidade constituía uma postura intimidadora. 

—Você poderi– começou Gina o que imediatamente fez Hermione virar para ela com o olhar ainda mais endurecido. 

—Nem pens- 

—Você deveria aceitar a proposta do Malfoy! 

—Gina!- gritou Hermione  

—Pronto falei. - Concluiu Gina nem um pouco abalada por Hermione 

Harry ficou olhando de uma para outra, a ruiva de braços cruzados e com um desafio no olhar na direção de Hermione que parecia que o cabelo tinha ganhado vida e se armava, ainda mais, em torno da cabeça enquanto ela lançava um olhar acusatório na direção da amiga. Ainda assim demorou quase que um minuto inteiro para ele processar o que Gina tinha falado 

—Malfoy!?Do que vocês estão falando? 

—Malfoy!? O que ele quer?! 

Harry e Ron falaram ao mesmo tempo, o ruivo pulando da poltrona e ficando entre Gina e Hermione alternando o olhar entre elas. Gina revirou os olhos para o irmão, sentou na poltrona dele se servindo dos biscoitos que Ron deixou. 

—Hermione? - a voz de Harry quebrou o silencio tenso que tinha se formado. 

Os olhos cor de mel se voltaram para ele, então ela deixou os ombros caírem e levou uma mão ao rosto balançando negativamente como se não acreditasse na situação. 

—Acho que você deveria se sentar Ron...- 

 

 

Já era tarde da noite quando Malfoy voltou para a Mansão em Wiltshire, depois da visita dos Sonserinos e uma almoço tenso com sua mãe, o loiro passou o dia visitando alguns contatos em busca de informações sobre a Sucessão. Ele tinha até mesmo ido até a França na antiga propriedade dos Malfoys, em busca de uma maneira de fazer aquela Sucessão sem envolver o degenerado atualmente preso em Azkaban. 

—Você perdeu o jantar. - a voz desprovida de emoção veio da poltrona no canto mais escuro da sala onde ele acabava de sair da lareira. 

—Eu tinha compromissos e jantei no Caldeirão Furado. - Ele tirou a o casaco de viagem e dobrou cuidadosamente sobre o braço e somente então olhou na direção que a mãe estava. -Como foi seu dia mãe? 

—Esplêndido. - A voz cuidadosamente fria respondeu da escuridão. - Eu simplesmente adoro jantar sozinha sem saber onde meu filho está. 

—Você sabe que de acordo com as tradições, nas quais você me criou, diga-se de passagem, eu sou o chefe dessa família e não o contrário, não é mesmo? 

—Draco Lucius Malfoy!- A voz nem um pouco contida reverberou pela sala, e Narcissa emergiu da poltrona, sua figura sendo agora iluminado pela luz da noite que atravessava as janelas – Eu estava preocupada com você! 

Draco suspirou alto e coçou um ponto de tensão na nuca. 

—Por incrível que pareça eu tenho uma vida, que não inclui eu ter que falar onde estou a cada segundo. E a guerra já acabou dona Narcissa, será que tem como eu viver um pouco sem virar motivo de tensão aqui? 

Draco se sentia culpado, em parte, pela maneira que tinha falado, mas desde a guerra Narcissa podia ser um pouco demais as vezes. E ela não parava de o questionar sobre achar uma noiva, restaurar os Malfoy, e desde o decreto e com todo o resto que ele estava lidando, ele só queria não se sentir sufocado quando chegava em casa. Antes da guerra, ele jamais teria rebatido o que sua mãe - ou pai- falasse e talvez esse tivesse sido um dos seus problemas afinal ou o acarretador de alguns. 

—Eu só me preocupo com a nossa família, Draco.- A voz agora suave fez com ele relaxasse um pouco. - Eu só quero o melhor para a nossa família. 

—Eu também, e eu vou fazer o que eu achar melhor para essa família – mesmo que você não concorde, ele acrescentou mentalmente. - Confie em mim mãe. 

Ela passou as mãos pelas suas vestes e olhou por alguns minutos em seus olhos antes de suspirar e concordar com um manear de cabeça. 

—A senhora deveria ir dormir, já é tarde. - falou ele suavemente. 

Ela já estava na porta quando ele escutou sua voz novamente. 

—Chegou uma coruja para você hoje, as cartas estão em cima da mesa. Boa noite filho.

—Boa noite, mãe. - Respondeu Draco acendendo as velas da sala com um feitiço silencioso e procurando pelas cartas. 

As cartas eram leves, mais como bilhetes do que cartas propriamente ditas, ele não reconheceu nenhuma das letras. 

Malfoy 

Eu pensei sobre a proposta e decidi não aceita-la. Eu vou encontrar um jeito fora dessa situação e espero que você também consiga ajuda com seu plano. 

Hermione J. Granger.” 

Draco se jogou na poltrona previamente ocupada pela sua mãe, e passou a mão com força pelo cabelo. Um dia inteiro de frustrações se manifestando naquele momento, ele se esticou em direção a mesa de centro e se serviu do firewhiskey, enchendo seu copo o máximo que pode e então abriu a segunda carta. 

“Malfoy,  

Fiquei sabendo de uma certa proposta sua, e desejo conversar com você pessoalmente. Acho que você me deve ao menos essa cortesia, não? Amanhã Caldeirão furado as 13 horas. 

Harry James Potter.” 

O loiro começou a rir de escárnio da situação, ele não tinha nem coragem de pensar se aquela situação podia ficar pior, porque possivelmente ia ficar pior com aquela reunião amanhã. A cada passo à frente que ele dava no seu plano, ele dava dois para trás aparentemente. Serviu mais porção generosa e decidiu que o mais seguro era ir dormir ele teria um dia longo pela manhã, pois ele certamente não evitaria um encontro com santo Potter. 

 

 

Hermione acordou tensa, tinha sido mais uma noite de pesadelos, mas a bruxa se recusou a pensar muito sobre isso e após um café da manhã solitário, visto que foi a primeira a acordar, ela decidiu que precisa sair daquela casa. Talvez ela tenha tentado no início se convencer que não estava evitando os amigos, mas era bem isso que estava fazendo pensou ela entrando na nova loja de livros no Beco Diagonal. 

Depois de conseguir acalmar Ron, ela finalmente conseguiu explicar a proposta de Malfoy acrescentado inclusive as informações que tinha conseguido com a tia dos Weasley. E eles ficaram algumas horas ponderando sobre as intenções e veracidade daquilo, e tinham chegado à seguinte conclusão que existia um fundo de verdade no que Malfoy estava falando, mas não podiam confiar em Malfoy e de qualquer maneira Hermione não ia aceitar. A maior surpresa tinha sido Harry que na verdade, parecia achar o plano de Malfoy bom. 

—Granger! - Hermione virou o rosto na direção que seu nome foi chamado, dando de cara um rosto que parecia conhecido. 

A pessoa a sua frente, tinha pele claro e cabelo preto e dentes que precisavam urgentemente de aparelho. Usava vestes bruxas verdes escuras o que contrastava demais com a vestes da Bruxa ao seu lado, uma senhora de idade vestida em laranja. 

—Granger, certamente você lembra de mim. - A confusão deveria estar estampada na sua cara, pois logo ele acrescentou. - Marcos Flint, sonserina. 

Hermione levantou uma sobrancelha cética, e foi o melhor que ela conseguiu para esconder a cara de desgosto. 

—Eu não lembro...- 

—Essa é minha mãe, Flora Flint. - Ele a interrompeu apontando para bruxa ao seu lado. - Ela estava ansiosa para lhe conhecer. 

—Eu não posso imaginar o porquê. - Hermione já estava irritada, a bruxa mal lhe lançou um olhar de cima a baixo e não parecia nem um pouco interessada. - Eu preciso ir. 

Sem esperar uma resposta, Hermione saiu em direção à rua movimentada do Beco Diagonal. Sua bolsa com um feitiço indetectável de extensão já estava cheia dos livros que tinha comprado e depois do almoço ela parou para um sorvete em Florean Fortescue.  

—Hermione, é muita falta de educação virar as costas para sua futura sogra. - Hermione fechou os olhos ao som daquela voz atrás dela. 

—Você é propositalmente obtuso desse jeito Flint? - Ela continuou tomando seu sorvete sem se virar na direção do sonserino. 

—Acredito que considerando as suas opções, eu tenho plenas chances. - Ele se sentou à sua frente com um olhar convencido, a mão de Hermione coçava para bater nele. - Duvido que você queira aceitar os Lestrange ou Carrow, muito perigoso eu diria, e você não casaria com um velho desdentado que é o Burke. Eu sou uma ótima opção para alguém como você, por que Goyle? é uma piada. 

—Quem é uma piada ? - Hermione soltou o que parecia um grunhido, aquilo era demais, Goyle estava parado em pé ao lado da mesa. -Granger teria sorte se tornar uma Goyle. 

Ela não conseguiu conter a risada quase histérica que escapou, se abaixou para pegar sua bolsa, jogou alguns galões em cima da mesa, pegou seu sorvete e se virou para os dois patéticos a sua frente. 

—Vocês dois são simplesmente patéticos. Eu preferia acabar e Azkaban, que aliás é lugar de vocês dois, beijando um dementador do que me casar com qualquer um dos dois! 

Ela saiu sem olhar para trás da sorveteria, carregando seu pote de sorvete na mão e certamente suas risadas enquanto caminhava entre os bruxos e bruxas, atraiu alguns olhares. A ousadia daqueles dois nojentos, era uma prova que o ministério era louco, ela só esperava conseguir encontrar algo nos livros que tinha comprado que a ajudassem. Terminou seu sorvete já meio derretido e se encaminhou para o Caldeirão furado, usaria uma das lareiras de lá para voltar ao Largo Grimmauld. 

—Bem vinda ao Caldeirão Furado. Posso ajudar? - perguntou Tom a porta. 

—Sim...- respondeu ela prontamente, mas subitamente não conseguia lembrar o que queria. 

—Gostaria de um chá talvez, senhorita Granger? - Tom a olhou de cima a baixo com confusão. 

—Sim, eu adoraria. - Hermione se sentia confusa, não era sua intenção tomar chá, então porque havia dito sim? 

Tom a acompanhou até uma das mesas, e com um acenar de mãos um xícara de chá apareceu a sua frente. 

—Biscoitos para acompanhar? - Hermione realmente queria dizer não, mas sua cabeça agora latejava. 

—Si-Sim. - Tom deixou os biscoitos em cima da mesa e Hermione ficou encarando sua enorme xícara de chá em confusão. 

Sua cabeça latejava, e parecia que existia uma nevoa em sua visão, sua respiração começou a acelerar e ela podia sentir o sangue pulsando forte. Ela precisava sair daquele lugar rápido, mas ela estava paralisada na cadeira do pub, sem nem perceber o que acontecia ao seu redor, sem perceber por exemplo que um loiro vestido inteiramente em vestes pretas caminhava determinado em sua direção e ela quase pulou da cadeira ao escutar a cadeira arrastando pelo chão e ele sentando a sua frente. 

—Granger, que ótimo te encontrar aqui. Podemos conversar? 

A grifinória tentou dizer não ou qualquer coisa, mas no fim o que saiu foi 

—Sim. 

—Olha eu sei que você não confia em mim, totalmente justificável, mas você é inteligente. Já percebeu que não existem muitas maneiras, seja lá quem arquitetou esse decreto não deixou muitas falhas. - Ele pareceu tomar folego antes de continuar. - Você poderia, por favor, pesquisar um pouco mais e reconsiderar? 

Grandes olhos cor cinza a encaravam em expectativa enquanto Hermione apenas respirava profundamente, querendo resistir as palavras que saíram da sua boca. 

—Sim, eu vou pesquisar. - A voz saiu forçada pois a grifinória tentava desesperadamente travar o maxilar. 

Malfoy a encarou com curiosidade estampada no rosto, e então fez uma careta. 

—Você está bem? Você parece pálida. - As feições do loiro se contorceram confusas na direção dela e antes que ela pudesse responder ele acrescentou – Acho que deveria tomar um pouco de chá. 

Assim que ele sugeriu Hermione imediatamente pegou a xícara e levou aos lábios, tomando um gole generoso do chá. Malfoy assistiu a bruxa a sua frente arregalar os olhos com suas próprias ações e lançar um olhar de medo em sua direção. 

—Eu acho que sei o que está acontecendo, mas eu preciso testar. - O rosto pálido se aproximou perigosamente de Hermione. - Você não acha que eu sou incrivelmente lindo e que a sonserina é a melhor casa? 

Hermione bateu com as duas mãos na mesa e com olhar que o loiro conseguia descrever apenas como assassino, respondeu. 

—Sim, eu acho! 

Malfoy se recostou-se na cadeira e deixou escapar uma risada, o que apenas fez com que Hermione batesse novamente a mão na mesa com o punho cerrado. 

—Eu acho que você foi drogada, Granger. Você também acha? - perguntou ele sabendo que ela só conseguiria responder se tivesse uma pergunta. 

—Sim! - exclamou ela com um pouco de alivio aparecendo em seu olhar. 

—Para sua absoluta sorte, um de nós aqui é realmente bom em poções. - O olhar dela chegava ser cômico de tão irritada ela estava. - E eu posso resolver isso, mas ...- 

Ele fez uma pausa dramática que fez a bruxa fechar os olhos em antecipação, porque afinal era Malfoy a sua frente, ele não perderia uma oportunidade, ela podia escutar a  

—...Você concorda que ao invés de me dar um soco o que você realmente queria era um beijo meu bruxa? 

Um sorriso presunçoso apareceu no rosto do loiro, enquanto ele observava a bruxa a sua frente abrir e fechar a boca, os músculos se retesando todos na tentativa de não deixar as palavras saírem, ele pagaria por aquilo mais tarde, porém ele aproveitou cada palavra que veio a seguir. 

—Sim, concordo. Eu realmente queria – ela parou fazendo força para impedir as palavras, os punhos cerrados tão fortemente que seus dedos estavam ficando brancos em cima da mesa. - queria um beijo seu, ao invés do soco que te dei. 


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