Decreto Matrimonial escrita por Dri Silva


Capítulo 7
Capítulo 5




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Capítulo 5 

Por meio segundo Hermione achou que ele estava falando com outra pessoa, mas se conteve antes de virar o rosto procurando por alguém ao seu lado. 

—Hoje não, Malfoy. Eu só quero sair daqui. - respondeu meio atordoada, olhando ao redor para localizar qual o ponto de Aparatação mais próximo. 

Percebendo a intenção de Granger, o loiro apressou o passo, e antes que ela pudesse processar o que estava acontecendo Malfoy a segurou pelo pulso e Hermione sentiu o puxão típico de Aparatação. 

—Você é doido? Você sabe o risco de estrunchamento que existe numa Aparatação sem preparo? 

—Calma Granger! Eu frequentei as mesmas aulas que você, por isso estamos apenas do lado de fora do Ministério. - Ele gesticulou para rua a volta deles para demonstrar. -E você está bem. 

Estreitando os olhos na direção dele, Hermione passou a mão pelos cabelos, depois de uma rápida inspeção mental viu que estava tudo inteiro. 

—Poderia não estar Malfoy! - retrucou ela, seguindo em direção à rua principal com Malfoy colocado em seu encalço. 

—Mas está, Granger. - Respondeu ele entediado.  

Malfoy a escutou bufar e apenas revirou os olhos continuando a caminhar do lado dela agora por uma rua movimentada da Londres trouxa. Seguiram em silêncios por algumas quadras até Granger parar abruptamente e virar para encara-lo com os braços cruzados. 

—Tudo bem eu desisto. O que você quer Malfoy? 

—O que você acha de casar comigo?  

Hermione fechou os olhos, contou até dez e repassou as cinco exceções à lei de transfiguração elementar de Gamp, mas quando abriu os olhos novamente ainda estava parada no meio da calçada de uma rua movimentada da Londres trouxa com olhos azuis cinzentos a encarando em expectativa. Malfoy por sua vez, observou Granger abrir a boca, puxar o ar como se fosse falar algo franzir o cenho e desistir de falar coisa alguma, balançando a cabeça em negação ela jogou as mãos para o alto e retomou a caminhada pela rua de Londres como se ele não tivesse falado nada. 

—Granger! - Chamou Malfoy voltando a segui-la enquanto a bruxa atravessava a rua a passos largos. 

—Malfoy seja lá qual for a piada, rá rá rá. Parabéns! - Em nenhum momento Granger olhou na direção de Malfoy senão teria visto o revirar de olhos do mesmo. - Eu tenho planos de aproveitar minhas últimas horas como dona da minha vida, e olha só! Esses planos não incluem você Malfoy! 

—Até parece que você vai se contentar com a decisão do Ministério, Granger! Ao menos me escute, seja a parte racional do trio de ouro, bruxa! - Falou Malfoy enfático, mais uma vez a segurando pelo braço e fazendo com que Hermione diminuísse o passo.  

—Olha aqui Malfoy, você nã– E no meio da frase uma possibilidade passou pela cabeça de Hermione, fazendo com que ela se interrompesse, e respirando voltou a falar. - Malfoy, eu testemunhei a seu favor, mas eu não tenho nenhum sentimento secreto por você. Eu sei que tem gente que diz que os opostos se atraem, mas assim- 

—Pelo amor de Merlin, bruxa! Eu tenho que te interromper antes que você passe vergonha. - Disse Malfoy com uma careta. - Eu não gosto de você, sem ofensas - acrescentou rápido o loiro erguendo as mãos em rendição antes de continuar- eu não acordei e descobri que os últimos anos eu tinha algum tipo de sentimento distorcido por você. Eu tenho uma teoria e uma proposta e eu acho que você deveria me dar o benefício da dúvida e me escutar. 

Hermione encarou o loiro contra o sol alto do dia, buscando por algum sinal de qualquer coisa e por fim soltou o ar exasperada e acenou com a cabeça concordando e fazendo sinal que Malfoy a seguisse. 

No Átrio do Ministério da Magia, um grupo de jovens de ombros caídos se encarava após a sessão do conselho bruxo.  

—Alguém sabe para onde a Mione foi? - perguntou o garoto que sobreviveu para ninguém em especial enquanto ajeitava os óculos no rosto. - Temos que avisar ela do resultado. 

—Ela já sabia do resultado, Harry. Todo mundo sabia depois daquele discurso do soldadinho do Ministério. - Respondeu Gina chegando do seu lado e segurando sua mão. - O que é que nós vamos fazer? 

Essa era a pergunta sem resposta estampada nos rostos de todos ali, do pálido de Luna, no sardento dos Weasley, a mesma expressão em Longbottom, Harry, Dean e Cho. O silêncio se estendeu até que Ron o quebrasse. 

—Como nós perdemos, o decreto volta a vigorar imediatamente isso significa que nascidos trouxas vão começar a receber propostas de dote amanhã.  

—Propostas de dote, isso é uma piada. Um leilão de bruxas fêmeas e reprodutoras é que isso realmente é. - Respondeu Gina recebendo murmúrios de concordância das outras bruxas presentes. -  O ministério vai lucrar vinte por cento dos tais dotes, vai ser uma disputa entre as famílias sangue por puros pela melhor reprodutora. 

—Carambolas! Hermione. - Os olhos arregalados em direção a Harry e o rosto atingindo uma tonalidade assustadoramente branca. - Para famílias sangue puros status é tudo, e já que você é obrigado a aceitar uma noiva sangue ruim, porque você não ia querer a mais famosa delas? 

Harry sentiu que dificuldade em processar o pensamento, mas no momento que a ficha caiu seu rosto ficou em igual cor que Ron.  

—Vamos logo para Grimmauld, não podemos falar disso aqui, a imprensa está esperando a próxima manchete. - Completou a ruiva. 

Assim enquanto o grupo de jovens bruxos aparatavam para longe do Ministério,  um outro par de jovens bruxos se encontrava sentado lado a lado num banco público, em frente a uma estátua que Malfoy não fazia ideia de quem era, a bruxa ao seu lado ainda não tinha pronunciado nenhuma palavra desde que chegaram. E loiro considerava os riscos de lançar um feitiço de silêncio nas crianças que corriam ao redor deles no jardim que os cercava. 

—Os Sagrados? - A voz soou baixa para os ouvidos de Malfoy que se virou na direção da Castanha, que ainda encarava a estátua a frente deles. - Isso não é só livro de um puro sangue idiota? 

—Se fosse, a sociedade bruxa não seria o que é, Granger. - Hermione podia jurar que ouviu um leve tom de indignação na voz do bruxo. - Pense nisso como o poder por trás do poder. Onde Gnomos voadores nós estamos? 

A pergunta soando mais exaltada devido a uma criança que passou voando do lado do loiro, voando e gritando.  

—Londres trouxa, Malfoy. 

—Jura? - a ironia transbordando do loiro enquanto ele finalmente desistia e lançou um feitiço para repelir trouxas na direção contrária, Hermione só revirou os olhos, a dor de cabeça muito grande para fazer uma objeção. - Onde na Londres trouxa? 

—Jardins do palácio de Kensington, é um parque aberto ao público. E nem pense em reclamar da minha escolha, você que insistiu em falar comigo. 

—Sim, mas achei que não seria num lugar tão público. Quem diabretes é esse? - Não aguentando mais ficar sentado, o loiro levantou em direção a estátua ajeitando o paletó no caminho.  

—Peter Pan, um personagem infantil, que decidiu que não crescer. - Hermione viu a careta de desgosto nas feições aristocráticas como esperado. - Os Sagrados, foco Malfoy, o poder por trás do poder? 

—Depois do estatuto do sigilo, um membro da família Nott criou o que conhecemos hoje como as Sagrados 28 famílias tradicionais de puros sangues. A história oficial difundida por aí é que o diretório continha uma lista das mais nobres e antigas famílias bruxas puros sangues, mas foi apenas uma publicação anônima feita em 1930 que gerou um furor na imprensa da época, mas nada além. Não me interrompa, Granger- Malfoy achava cômico como ela quase pulava do banco para o interromper. - Como eu ia dizendo, essa é a versão oficial divulgada por aí, mas Os Sagrados começam junto com as primeiras conversas do estatuto do sigilo, preocupados com o perigo que trouxas podiam apresentar para a comunidade bruxa- 

—Perigo dos trouxas para a comunidade bruxa?! - Hermione estava tão indignada que ela pulou do banco encarando Malfoy de perto. 

—Granger, o que você acha que foi a Caça às Bruxas?- retrucou o loiro colocando distância entre eles, afinal ele lembrava do nariz sangrando depois de um soco da bruxa a sua frente.- Continuando, preocupados com o perigo possível as mais tradicionais famílias da comunidade bruxa da Grã Bretanha se reuniram e entraram num acordo magico de proteger a Magia. Num contrato de sangue, essas famílias se comprometeram a governar a sociedade em direção próspera, protegendo a magia e seres mágicos de ameaças de forma secreta. Quando em tempos que julgam ser de necessidade, Os Sagrados articulam por baixo dos panos as direções da sociedade, manipulando opinião pública e com manobras de massas.  

Malfoy fez uma pausa para observar enquanto Hermione processava a informação, a confusão e depois o entendimento explícito nos olhos castanhos, e então o choque finalmente se manifestando. 

—Meu Merlin! O Decreto Matrimonial! - exclamou Granger sentando-se novamente sentindo os joelhos fraquejarem  

—Cinquenta pontos para a Grifinória, a bruxa mais brilhante ataca novamente. - Acrescentando um assovio zombeteiro Malfoy se aproximou de Hermione, colocando as mãos nos joelhos se inclinou na altura em que seus olhos cinzas encaravam diretamente os castanhos de Hermione. - O poder por trás do poder, agora você entende Granger? Se minha teoria estiver certa, você nunca teve nenhuma chance naquela sala do Ministério. 

Com uma expressão desdenhosa estampada no rosto Hermione encarou de volta o loiro, sem hesitar.

—O que você realmente quer, Malfoy? 

—Não ter alguém me dizendo o que fazer da minha vida seria bom, você não acha? - respondeu ele se virando novamente para a estátua do Peter Pan, preferindo não ficar tão próximo da Grifinória. - Isso é um jogo de poder Granger, e só se ganha jogando. Eu quero saber quem está por trás dessa manobra do Decreto Matrimonial e o que eles estão ganhando com isso e pra isso eu preciso da sua ajuda. O poder é status, é demonstração de força e obviamente os Malfoy não estão na sua melhor forma, existe alguns outros pormenores, mas enquanto eu trabalho por baixos dos panos com Os Sagrados você une a fama de bruxa mais inteligente e heroína de guerra a influência Malfoy e nossas riquezas e começa uma linha de ataque publica no Ministério para derrubar o Decreto. 

—Malfoy, eu tenho certeza que perdi a ação movida contra o ministério hoje.  

—Na câmara dos comuns, sim. Porém você ainda não tentou a câmara dos lordes, com o sobrenome certo, o título certo, você pode abrir uma ação nova em pé de igualdade com o jogo sujo que estão fazendo. - Malfoy falava como se fosse a coisa mais óbvia do mundo enquanto Hermione encarava um brilho de excitação surgir nos olhos do loiro. - Uma noiva do Lorde Malfoy pode abrir uma ação de acordo com as leis bruxas. 

 Hermione notou uma sobrancelha pálida perfeitamente arqueada subir ainda mais esperando a resposta dela. 

—Eu realmente não quero casar com você. - E pela primeira vez Hermione escutou Malfoy rindo sem ser por escárnio ou zombaria, apenas diversão. 

—Nem eu com você, Granger. - O sorriso de dentes perfeitamente brancos ainda no rosto. - Encare isso como um meio para um fim, e por Merlin o objetivo é não chegar as vias de fatos. Eu quero que você use esse cérebro gigante aí para contestar as leis bruxas, ao mesmo tempo que seu status me dá poder de troca pra agir por dentro do jogo que estão usando-nos como peões. - Puxando de uma caixa magicamente reduzida de dentro do bolso do paletó e colocando na sua mão ele continuou. - Aqui, pesquise, estude, faça sei lá o que você faz quando está resolvendo os problemas do dueto de patetas. Em dois dias eu faço contato e eu espero sua decisão, até lá não esquece que teu preço vai estar subindo no Ministério. No fim Granger, vai ter gente muito pior dando lance por você. 

Sem esperar uma resposta Draco puxou de sua varinha e aparatou, deixando a Grifinório com uma sensação de que poderia vomitar ali mesmo. Tentando controlar a respiração, Hermione encarou a estátua do Peter Pan, uma eterna criança, e mais uma vez sentiu o soco no estomago de saber que eles nunca tiveram a opção de serem crianças. 


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Notas finais do capítulo

Deus, eu travei escrevendo muitas vezes esse capítulo. O que vocês acharam pelo amor de deus me digam hahahha



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