Em Tempos de Guerra escrita por Slinwood


Capítulo 12
Teatro


Notas iniciais do capítulo

Alô pessoal! Só queria comentar que esse é o capítulo mais curto de toda a fic por que na época em que ele foi escrito eu estava decidindo que rumo seguir com a história, por isso aguardem ansiosos pelo próximo capítulo; ele será um dos mais importantes e impactantes! Nos vemos na terça-feira!



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O inimigo se jogou com tudo na direção de Gou.

Num primeiro instante apenas os dois batalharam entre si, lâmina contra lâmina. Por possuir uma arma mais curta o Cão estava em desvantagem, e o renegado se aproveitou disso ao máximo. Seus movimentos eram um pouco lentos e fáceis de ler, mas Gou era cabeça dura demais para aproveitar as aberturas e atacar nas horas certas. Cansadas de observar a surra que ele tomava, Su e Mitsuki partiram para a defesa do companheiro, uma de cada lado do inimigo.

As três Raízes atacavam ao mesmo tempo num verdadeiro tornado de lâminas com respingos de sangue voando para todo lado. Gou foi o primeiro a cair após levar uma série de golpes no peito. Ver o companheiro fora de combate só fez com que os outros se movessem com mais urgência e focassem em aproveitar cada oportunidade para ferir o alvo. "Risachi" saiu de sua posição e ajoelhou-se ao lado do shinobi caído para se certificar de que estava consciente, mas não ousou entrar na luta.

A próxima a cair foi Mitsuki, que num momento de cansaço não percebeu a estratégia do renegado. Usando o lado cego da naginata, ele se jogou no chão e passou a arma na altura da panturrilha da Ursa, fazendo-a tombar e ficar exposta. Quando ele estava prestes a nocauteá-la com o cabo de madeira, Su surgiu por detrás dele e o perfurou bem na altura do coração.

O renegado arfou de surpresa e soltou a própria arma quando a kunoichi de cabelos púrpura girou a espada até que ela o atravessasse por completo, com armadura e tudo. Sangue jorrava da ferida em seu peito, ensopando completamente o uniforme. Isso deu tempo para que Mitsuki se recompusesse e o jogasse no chão da mesma forma que ele fizera segundos antes.

Um silêncio sufocante se alastrou pela clareira recém devastada; o único som era o do renegado gorgolejando sangue por debaixo da máscara, agora um misto de branco com vermelho vivo. Todas as Raízes, inclusive Gou, se aproximaram ao redor dele para admirar o feito de Su. Sem perderem mais tempo, cada um deles puxou a própria espada e num movimento em conjunto perfuraram o inimigo caído.

O corpo finalmente parou de se mexer, e Su foi a primeira do grupo a reagir:

— Mitsuki, Risachi, é melhor vocês irem ajudar seus parceiros. O jutsu doton já deve ter sido desfeito - ela disse num tom de voz frio e indiferente, como se tivessem acabado de matar um animal, e não uma pessoa.

— Mas- - começou a reclamar Mitsuki, apenas para ser interrompida por Gou.

— Não se preocupem, eu e Su lidaremos com o cadáver. Encontraremos os dois lá em um minuto.

A Ursa se virou na direção da Raposa buscando por apoio, mas o shinobi apenas assentiu com a cabeça, pôs a mão sobre seu braço e murmurou:

— Vamos, Mitsuki, os outros precisam de nós.

Sem mais hesitação os dois membros da mesma equipe partiram, e na clareira ficaram apenas a Coelha e o Cão. Antes que Gou pudesse dizer algo, a kunoichi falou:

— Você também tem que ir, Gou. Solte Nezumi e Mikan.

— Ah não, estão a quilômetros daqui! Eles podem se virar-

— Vá logo, Gou, está tudo bem - afirmou ela sem uma gota de emoção em sua voz. O shinobi respirou fundo, e enquanto coçava a cabeça, disse:

—Tá bom tá bom, mas serei rápido. Vejo vocês logo.

No momento em que ficou sozinha, Su se ajoelhou ao lado do corpo ensanguentado e retirou a máscara do renegado. Para a sua surpresa o rosto era de uma mulher com traços um pouco familiares, mas ela não soube dizer de quem; havia sangue demais. Os olhos da inimiga ainda estavam arregalados, e Su não fez questão de fechá-los.

"Isso é o que você ganha por ir contra Konoha, sua tola", pensou ela.

Mal o pensamento passou por sua mente, e algo muito estranho aconteceu. O que antes era sangue foi se tornando lama, o que fez a Coelha se afastar depressa achando ser uma armadilha post mortem*. Quando ela voltou a se aproximar todo o corpo da renegada tinha virado algo parecido com um morro, e só então Su teve um estalo no fundo da cabeça: por todo esse tempo eles estavam lutando contra um clone. Isso explicava o por que de Gou não ter detectado o cheiro dela. A realização fez com que uma raiva profunda e brutal borbulhasse no peito da kunoichi, que em seguida chutou o monte de lama com toda a força.

"Ótimo, e o que eu faço agora!?"

Após um minuto parada e repetindo esse questionamento para si mesma ela teve uma ideia. A máscara manchada de "sangue" por algum motivo não desaparecera, o que serviria como prova da morte para Danzo e seus superiores. Su desconfiava de que o inimigo de alguma forma havia bolado tudo para forjar sua morte e talvez se infiltrar no grupo de Raízes, e a melhor forma de testar essa teoria era seguir como se nada tivesse acontecido após a partida dos outros. Que maneira melhor de enganar uma pessoa ardilosa como aquela?

Sim, era um bom plano. Ou pelo menos bom o suficiente. De repente tudo se encaixava: a maneira como o inimigo tinha atraído a todos para aquele lugar, como agira cautelosamente, e principalmente pelo jeito como lutara. A kunoichi já tinha percebido que algo parecia fora do lugar, mas apenas agora ela conseguira juntar as peças. Tudo o que ela precisaria de agora em diante era ficar de boca calada e caçar o renegado, ou melhor, renegada sozinha:

— Ei, Su! Já terminou por aí, não é? Temos que voltar a vila! - gritou Gou do outro lado da clareira enquanto ajudava um de seus companheiros com máscara de rato a ficar em pé.

— Sim, vamos, Danzo precisará de nós em breve - ela respondeu aos gritos, olhando uma última vez para o monte de terra que deu tanto trabalho para "matar" antes de seguir o parceiro para fora do local.

"Espírito Exilado do Fogo, hm? Bem, agora é pessoal; a próxima batalha será entre eu e você".


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Notas finais do capítulo

Glossário:
Post mortem - significa "após a morte" em latim.



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